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sábado, 13 de novembro de 2010

A arquitectura dos corpos - Jorge de Sena

Pendentes como frutos ou moluscos
Da intersecção convexa das colunas
Alongam-se volume adivinhado
Nos véus retensos que os desenham soltos.
Os fustes se articulam de joelhos
Ancas artelhos metatarso e dedos.
E no de se mover arquitectura
Desnudo o templo se promete ampliado
E penetrante e ardente quando a vida
Que é suco em fruto endurecer de sangue.
Outras colunas se entreabrem já
Humedecidas no seu friso oculto
A tanta imagem prometida. E só
Os dorsos das estátuas se não findam.
De uma cintura opostamente os globos
Se erguem metades lado a lado rijos.
Lisos na curva os que de baixo avançam
E pontiagudos no seu eixo os outros
Que acima opostamente se arredondam
E em curva se diluem suaves
Na curvatura larga que irradia
De um ponto refundado até uma linha
Em que outra curva enegrecida avança.
Sob esta – aonde se bifurca o fuste –
Em lábios se abre vertical um friso
Internamente prolongado para
O duro eixo do templo receber
Que a horizontal cariátide sustenta.
Na noite cavernosa a que se aponta
E em que mergulha e se desliza e volta
Quanto se move do que as partes une
De oscilações o templo e o seu suporte –
Trementes superfícies e rebordos
Se roçam se estrangulam se recravam
Até que imóveis o edifício jorra
Adentro de si mesmo um fecho líquido
Selando a abóbada nocturna e quente
Da cripta profunda. Ou não selando.
Dentro se funde ou não se funde um ovo
Com desse líquido o pequeno acaso.
No campo se separam em pedaços
Colunas arcos tímpanos e frisos.
Jorge de Sena

Claro, no Norte, que é o Sul da Galiza!

2ª fase da construção do Metro do Porto da obra deverá ser adiada por questões orçamentais
A segunda fase de construção do Metro do Porto deve ser adiada mais uma vez. O Jornal de Notícias revela hoje que a obra pode ser congelada devido aos cortes orçamentais, à reavaliação das Parcerias Público-Privadas (PPP) e ao actual cenário político. Ficam, então, em causa as linhas do Campo Alegre, do S.João - Matosinhos - Sul e o prolongamento até Vila d'Este e Valbom. Trata-se de investimento estimado em 1, 2 mil milhões de euros, apenas possível com uma eventual PPP.

Ele há o TGV, que serve de vez em quando, algumas pessoas e há o Metro, que serve muita gente todos os dias e há Lisboa, que precisa do Metro e há o Norte que não precisa, nem sequer de W.C. (sabiam?).
Afinal, andar a pé faz bem ao cidadão e pagar as SCUT faz bem a Lisboa, carago!

Uns são “filhos da mãe”, outros são filhos bastardos

Os cortes salariais vão custar aos professores 156.500.000 € em 2011 - segundo estimativas avançadas pela Fenprof em Outubro, que o Ministério da Educação (ME) nunca desmentiu.
A verba, que representa um terço de toda a redução nas despesas com pessoal do ME, saiu do bolso de todos os cerca de 120.000 professores dos quadros, uma vez que - exceptuando os contratados - nenhum está abaixo do patamar de 1.500 € de salário bruto mensal.
Ainda segundo as contas da Fenprof, o corte médio no ordenado mensal vai variar entre os 18 €, para quem está no início da carreira, e os 238 € para os docentes do índice 340, a tabela salarial onde estão os professores actualmente mais bem posicionados.
Sindicatos e grupos independentes de professores preparam-se para patrocinar acções contra o Estado, devido aos cortes salariais na administração pública. As estratégias vão do apelo ao Tribunal Constitucional (TC) ao apoio a providências cautelares e processos nos tribunais comuns.
"Os nossos gabinetes jurídicos criaram um departamento exclusivamente orientado para estes processos que iremos promover e patrocinar em quantidade", revelou Mário Nogueira, da Fenprof.
Segundo explicou, além do recurso ao TC - "já foram pedidos pareceres a constitucionalistas" -, a Fenprof quer "avançar com providências cautelares sobre o vencimento de Janeiro e processos de impugnação do salário nos tribunais". Acções para lançar assim que o Orçamento do Estado esteja aprovado na especialidade.
Em causa, acredita a Fenprof, estão violações dos princípios da confiança e da igualdade. No caso desta última, por ser uma medida aplicada apenas a um grupo: os Funcionários Públicos com vencimentos acima dos 1.500 € brutos, categoria onde cabem todos os professores dos quadros do Ministério da Educação.
Eis uma Ministra da Educação, que não resolve nenhum dos problemas herdados da anterior, antes os agrava e pensa que os sorrisos são sinónimo de simpatia e competência.
Se uma responsável de um ministério não defende os seus colaboradores, é por conivência e solidariedade com o seu chefe.
Obrigados, Sra. Ministra! 

Uma proposta “virtual” à espera de um contra dos políticos “Reais”

O Bloco de Esquerda (BE) defendeu hoje que há uma "política alternativa" ao Orçamento do Estado do "bloco central" para 2011 e apresentou um conjunto de medidas para poupar 8.000.000.000 € por ano.
Em conferência de imprensa o BE propôs "uma reforma fiscal de fundo" e a renegociação das parcerias público-privadas (PPP) tendo como critério a recusa por parte do Estado de condições financeiras superiores aos juros da dívida pública.
Entre as propostas do BE em matéria fiscal estão:
- A limitação da dedução de prejuízos fiscais pelas empresas a 50% do lucro tributável;
- Alargar a tributação das mais-valias mobiliárias às SGPS e
- Tributar em 75 por cento as mais-valias urbanísticas decorrentes de reclassificações de terrenos.
Não é dito se esta poupança é alternativa aos cortes salariais dos Funcionários Públicos/Despesas Sociais, nem é dito como se pode impedir que vá de novo para o cancro do BPN
Vamos esperar pela recusa tout court (por vir de onde vem) e continuarmos a comer “à grande e à portuguesa”…

Quem ajuda a interpretar a tabela da Dívida Pública?

Os ministros das Finanças da Alemanha, da França e do Reino Unido reuniram-se hoje, em Seul, onde decorre a cimeira do G20, para discutir a situação financeira da Irlanda, noticiou a agência Bloomberg.
Steffen Seibert, porta-voz da Chanceler alemã, Angela Merkel, disse que os ministros estão a acompanhar os desenvolvimentos relacionados com a Irlanda e admitiu a divulgação de uma declaração conjunta sobre a questão ainda hoje.
Um elemento da delegação dos Estados Unidos, que pediu o anonimato, disse a jornalistas da Casa Branca que os líderes do G20 discutiram hoje, durante algum tempo, a situação financeira na Europa.
Aproveitando o Relógio da Dívida Pública e sacando valores comparativos, eu, que não percebo nada de Economia, fiquei complexado com a leitura dos dados, só porque me parece que não somos os piores.
Acrescento que consultei outros valores de anos anteriores e a queda de alguns destes países foram muito maiores do que as nossas, principalmente os que apresentam a Variação Total Anual positiva.
Se houver alguém por aí, que possa explicar estes dados, agradecia, só porque deste grupo de países, somos os que devem menos por cidadão. Bem sei que há mais variáveis para uma radiografia mais correcta, mas…
Clique na tabela para ampliar

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Não desperdicemos esta oportunidade!


Para: Assembleia da República
Tendo conhecimento que nos refeitórios de grandes empresas, todos os dias existem centenas de refeições em perfeitas condições que são deitadas fora (a isso obriga a Lei de Saúde Pública), como explicar isto a quem passa fome?
Uma lei tem que ter um carácter minimamente humano, pois existe de e para os homens. Tem que se encontrar uma solução técnica, para que esta situação não continue a acontecer.
Por mail, contactei há 2 anos atrás a Presidência da República que me respondeu que esse era um assunto do Governo; contactado o Governo, responderam-me que iam pensar no assunto.
Entretanto, os meses foram passando e como não tive conhecimento de nada, enviei mail's para deputados de 3 forças políticas diferentes mas, nestes casos, nem resposta tive.
Algo tem de ser feito, pois todos os dias esta situação se repete. Esperemos que através deste meio, muitas pessoas necessitadas possam beneficiar deste incrível desperdício.
Porque é fácil, porque é justo para diminuir a injustiça da Pobreza, reduzindo o desperdício, assine.

O Secretário-geral da ONU, sabe do que fala e com quem

O secretário-geral das Nações Unidas pedirá hoje aos líderes do G20 reunidos em Seul que cumpram as suas promessas de ajuda aos países mais pobres, apesar da incerteza em torno da recuperação económica após a crise financeira mundial.
Um rascunho do discurso de Ban Ki-moon na Cimeira revela que o ex-Chanceler sul-coreano dirá aos líderes do G20 que a pobreza no mundo pode ser erradicada.
O Secretário-geral citará como exemplo o seu país, a Coreia do Sul, "que fez uma mudança histórica de receptor (da ajuda) a doador".
"Investir em desenvolvimento é investir na recuperação (económica) de todos". "As promessas feitas devem ser mantidas. As nossas palavras devem-se traduzir em acções. De outro modo, estaremos construindo castelos de areia".
"A incerteza económica não deveria ser uma desculpa para se fazer menos. É uma razão para se fazer mais. É a forma de se construir mercados, trabalho e oportunidades em todas as partes".
Ban Ki.moon parece os nossos bispos a falarem contra esta anarquia manipulada, e justiça seja feita, durante todo este ano, não baixou os braços, sempre que teve oportunidade, para alertar as consciências do G20 para os ODM.
Enquanto comentava esta notícia, chegou a de baixo, que traz alguma esperança, ou pelo menos, mais promessas….
Os líderes do G20 reunidos em Seul aprovaram nesta sexta-feira um ambicioso plano para "maximizar" o potencial de crescimento dos países pobres e avançar em direcção ao "reequilíbrio mundial", em linha com os Objectivos do Milénio da ONU.
O "Consenso de Seul para um crescimento partilhado" inclui um plano de acção para potencializar vários sectores dos países menos desenvolvidos, entre eles os de infra-estrutura, comércio, segurança alimentar e criação de empregos.
Trata-se de uma iniciativa que procura, segundo os líderes das 20 principais nações ricas e emergentes, atenuar parte dos efeitos desproporcionais que a crise teve nos países mais vulneráveis.
No âmbito comercial, o G20 comprometeu-se a trabalhar para melhorar o acesso dos países pobres aos mercados, assim como a reforçar o papel do Sector Privado nesse desenvolvimento.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ressaltou durante a Cimeira que a iniciativa envia uma "forte mensagem", a de que "investir em desenvolver é investir na recuperação de todos".
Além deste plano de acção, o G20 deu respaldo a uma iniciativa para permitir que os países mais vulneráveis no mercado financeiro, geralmente aqueles menos desenvolvidos, contem com "ferramentas práticas" que lhes ajudem a enfrentar a volatilidade financeira.
Além das ajudas prometidas pelos Estados, a aposta no Sector Privado “traz água no bico”, porque ninguém o representa, nem se compromete.
Por outro lado, as ajudas aos países pobres são sempre dentro do conceito de não os “ensinara pescar”. Assim é difícil tirar alguém das dificuldades, mas será que o G20 queira?

Nem há Auxiliares de Educação, muito menos Agentes Operacionais(?)

Dois meses após o início das aulas ainda faltam Auxiliares.
Associações de Pais acusam Ministério da Educação de não cumprir a lei.
O apelo foi feito na Internet. Perante o número insuficiente de funcionários na escola, a Associação de Pais da EB 2,3 Filipa de Lencastre, em Lisboa, pediu a colaboração dos Encarregados de Educação para, em regime de voluntariado, acompanharem os alunos no horário de almoço.
Na escola do 1º ciclo S. João de Deus, no mesmo agrupamento, a falta de auxiliares foi resolvida de outra forma, com a associação de pais a pagar do seu bolso horas adicionais a uma das funcionárias. Se não fosse isso, uma só pessoa ficava responsável pela vigilância do edifício de dois andares e duas portas de saída e pelo acompanhamento das crianças quando vão ao ginásio na escola ao lado, explicam no blogue da associação. E pelo menos uma turma do 2º ciclo fica diariamente sem qualquer apoio, entre as 16h e as 17h30.
O cenário de "penúria" descrito levou o Bloco de Esquerda a relatar estas situações num requerimento, pedindo explicações ao Governo sobre o caso - que, quase dois meses após o início das aulas, continua a estar longe de ser o único, garantem pais e sindicatos. "Em duas escolas do 1º ciclo de Benfica, as crianças são acompanhadas na hora do almoço exclusivamente por pessoal pago pela associação de pais", diz José Pedro Dias, da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, que ontem se reuniu com o Director Regional de Educação de Lisboa para voltar a pedir soluções. "A Escola Maria Amália Vaz de Carvalho, com 1200 alunos, devia ter 17 funcionários mas só conta com 14. E cinco estão de baixa. Sei de um caso de uma criança deficiente que é acompanhada na escola por uma tia", continua José Pedro Dias, garantindo que o rácio de alunos por auxiliar de acção educativa, fixado por lei, "não está a ser cumprido".
Recurso a desempregados
Também Albino Almeida, da Confederação Nacional das Associações de Pais, lamenta que o Governo "incumpra a lei que criou" e considera "lamentável" que não assegure verbas para coisas tão essenciais às escolas como Auxiliares de Acção Educativa e Psicólogos. Recusa, no entanto, que os pais se substituam aos funcionários ou paguem do seu bolso: "É inaceitável. Se a escola não tem condições de funcionamento, deve fechar".
Apesar de muitos funcionários se terem reformado nos últimos anos, o Ministério da Educação "não abriu nenhuma vaga para novos trabalhadores", explica Luís Pesca, da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública. E a prova de que estão em falta é que, só no ano passado, foram recrutados nos centros de emprego, através dos contratos de inserção, 6.000 trabalhadores para exercer as tarefas do pessoal não docente.
"São pessoas que estão no desemprego, sem formação e que, por lei, deviam ser enquadradas por um profissional da área. Ora há escolas onde estes contratados são mais do que os efectivos. Depois, quando começam a ganhar experiência, são mandados embora porque os contratos não podem exceder um ano", critica Luís Pesca, lamentando que, na Educação, o Estado nem sequer assegure a regra que criou, permitindo a vinculação de um trabalhador por cada três que saem.
O Expresso questionou por diversas vezes o Ministério da Educação sobre o número de funcionários contratados e em falta, bem como o que vai acontecer a partir de Janeiro, quando terminarem centenas de contratos de curta duração celebrados no início do ano lectivo. Mas nunca obteve resposta.
Nem comento! Mais palavras para quê?

Como no 3º Mundo, a Igreja defende a cidadania

“O Poder”, de Ana Roldán
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou a sua preocupação perante o agravar da crise no país, criticando “a atribuição de remunerações, pensões e recompensas exorbitantes".
"É hora para pôr cobro à atribuição de remunerações, pensões e recompensas exorbitantes, ao lado de pessoas a viver sem condições mínimas de dignidade", indicam os Bispos.
“As medidas de austeridade, para merecerem acolhimento benévolo dos cidadãos, têm de ser acompanhadas de forte intervenção na correcção de desequilíbrios inaceitáveis e de provocantes atentados à justiça social”, pode ler-se no comunicado final.
Para os Bispos católicos de Portugal, “lucros indevidos, meros proveitos eleitorais e resultados oportunistas não servem a recuperação nacional”.
“É hora para repensar as atitudes éticas e cívicas com lucidez vigorosa, com coragem para congregar as energias necessárias no esforço de reformas profundas no estilo de vida, e alicerçada com esperança no humanismo aberto à transcendência”, prossegue o documento.
O presidente da CEP, D. Jorge Ortiga, assegurou que não se tratou de um "puxão de orelhas", considerando ser "dever" da Igreja "denunciar certas situações” em nome da "dignidade de cada pessoa". “É uma denúncia, um alerta”, para “políticos e não só”, precisou o prelado.
O arcebispo de Braga pede que "se veja até que ponto pessoas em determinados cargos, serviços", não poderão, "porventura, ganhar menos", para poder "proporcionar vida a outras pessoas que vivem sem condições mínimas de dignidades”.
Para a CEP, “todos devem sentir-se responsáveis pelas causas motivadoras da actual situação, uma vez embarcados no consumismo do supérfluo e seduzidos pelos bens materiais como centro de uma vida feliz”.
Alertando para a “grave situação que o nosso País atravessa, inevitavelmente prolongada”, os Bispos convidam todos a “enfrentá-la com espírito patriótico de coesão responsável entre forças políticas, agentes económicos, organismos sociais, movimentos culturais, comunicação social e cada cidadão como participante activo”.
A Igreja Católica, por seu lado, “compromete-se a um trabalho de coordenação e articulação dos diversos organismos eclesiais, presentes em cada diocese”, para responder às situações dos mais desfavorecidos.
“As organizações da Igreja ajudarão a complementar a resposta assistencial (alimentação, saúde, vestuário, habitação) com ofertas de promoção humana e de intervenção social”, assegura a nota final da CEP.
Mais claro não se pode ser.
Mais justiceiro não é exigível.
Mais duro é difícil.
Para se ter mais razão não é fácil arranjar argumentos…
Mas o difícil é converter o Poder e o Poderio.

Sem confissão, não há perdão, nem penitência…

A Igreja Católica portuguesa ergue a voz contra "jogos político-partidários pouco transparentes" e, em jeito de repto de resistência ao acordo que PS-PSD viabilizaram para o Orçamento do Estado, pede aos portugueses para não pactuarem com "consensos políticos mínimos". Numa posição muito dura, e sem se referir directamente à negociação e aprovação do OE, os bispos fazem a sua leitura do actual momento político, apelando para que o actual Governo socialista ajude os mais desfavorecidos. A pergunta do presidente da Conferência Episcopal, D. Jorge Ortiga, resume a posição da hierarquia: "Sem o testemunho nem os exemplos das lideranças, como se poderá pedir sacrifícios às pessoas?"
"Pela missão que nos cumpre anunciar, não podemos deixar de evidenciar a nossa perplexidade pela falta de verdade nos centros de decisão da gestão pública, pela ausência de vontade de solucionar os desafios actuais e pela ânsia obsessiva do lucro que conduz à desumanização da vida.", posição frontal dos bispos portugueses a questionar a conduta dos políticos.
O apelo ao Governo foi directo: "Passando a sociedade portuguesa por particulares momentos de crise e estando em processo de efectivação duras medidas de austeridade, apelamos às instâncias governativas para que as classes mais desfavorecidas sejam menos penalizadas e mais ajudadas". E, a essa postura dos responsáveis políticos, a voz de D. Jorge Ortiga ouve-se com firmeza contra a "inverdade frequentemente resultante de querelas pessoais e de jogos político-partidários pouco transparentes, que aprisionam os líderes aos interesses instalados nas estruturas público-privadas".
O arcebispo exorta à "humanização da vida pública" porque o "sentido de responsabilidade pública e de participação na vida democrática exigirá líderes com propostas novas e sérias que visem promover a equidade e a coesão da sociedade portuguesa". E sublinha: "A verdade é um imperativo colocado a todos, é um acto de honestidade, sobretudo ao nível dos centros de decisão dos diversos cargos."
Com uma dureza diplomática, é salutar ler estas posições da Igreja Católica portuguesa, pela voz dos seus mais altos responsáveis, esperando que a vergonha da reprimenda obrigue os políticos a confessarem os seus pecados (alguns mortais), não para serem perdoados, mas para sofrerem as penitências respectivas.
Só tem um problema, que é saber-se até onde vai a “religiosidade” dos nossos governantes e abstencionistas, para se prever a eficácia desta posição dos Bispos.
Cheira-me que são pouco católicos, talvez surdos e cegos, talvez insensíveis, talvez…
Valha-lhes Deus!

Arte lusófona, património civilizacional

Uma exposição de artes visuais dedicada à lusofonia vai inaugurar hoje na Galeria Nacional de Arte do Senegal, em Dakar, a primeira que Portugal apresenta com esta temática naquele país.
Intitulada "Lusofonias/Lusophonies", a exposição é composta por obras de arte da colecção da Perve Galeria, em Lisboa, e tem como comissário o galerista Carlos Cabral Nunes, contando com o apoio da Embaixada de Portugal em Dakar, o Instituto Camões (IC) e o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento.
De acordo com uma nota divulgada pelo Instituto Camões, a exposição abarca a produção artística desde meados dos anos 1950 até à contemporaneidade, dando a conhecer obras de artistas como António Quadros, Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas, Malangatana, João Garcia Miguel, Pancho Guedes, Luísa Queirós entre outros.
As obras aqui apresentadas não são coincidentes com as expostas, antes aleatoriamente escolhidas, uma de cada autor citado.
António Quadros
Mário Cesariny
Cruzeiro Seixas
Malangatana
José Garcia Miguel
Pancho Guedes
Luísa Queirós

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Portugaquistan, ou Portuga Faso?

A Ferrostaal, empresa alemã que construiu os novos submarinos portugueses, está disponível para negociar uma solução com o Estado português que resulte no arquivamento do processo de corrupção de que está acusada em Portugal. Na última sessão do Tribunal Central de Instrução Criminal, o grupo alemão deixou em aberto a possibilidade de pagar 4.800.000 € dos 121.000.000 € relativos à caução das contrapartidas dos submarinos.
No âmbito da compra de dois submarinos, a Ferrostaal comprometeu-se a promover uma série de investimento em Portugal. Em 2003, a empresa foi dispensada de pagar aquele valor, já que, na altura apresentou documentos que, alegadamente, diziam respeito aos projectos a desenvolver no âmbito do programa de contrapartidas. No entanto, uma investigação levada a cabo pelo Ministério Público concluiu que aqueles investimentos não existiam e, por isso, reclama que a Ferrostaal pagasse 34.000.000 € por danos causados ao Estado português, tendo acusado 3 gestores do grupo de corrupção e falsificação de documentos. Agora admitem devolver parte do dinheiro.
A disponibilidade para negociar tem sido a posição assumida pela Ferrostaal nos vários processos de suborno de que tem sido alvo em todo o mundo. A imprensa alemã acaba de noticiar que o grupo está prestes a fechar um acordo de pagamento de uma multa de 200.000.000 €, no âmbito de uma investigação do Ministério Público de Munique relacionada com o pagamento de subornos na venda de submarinos à Grécia e navios e equipamentos para centrais eléctricas para a América do Sul e África.
Ou é brincadeira, ou a situação a que Portugal chegou, não falando nas dificuldades financeiras, mas por via delas, fizeram baixar a fasquia da honorabilidade, respeito e direitos internacionais, que permite a uma empresa estrangeira (por acaso alemã, cuja Chanceler nos obrigou a pagar os submarinos, já!) fazer uma proposta ao Estado, para interferir na Justiça (poder autónomo), dando-lhe dinheiro, para arquivar a acusação de corrupção de que é acusada.
Temos que começar a perguntar, se o País virou Portugaquistão, ou Portuga Faso, pela desfaçatez da proposta e ainda por cima, pública. É o arrojo despudorado!
Esquecendo as questões “pessoais” e rumores de tramas amorosas, isto é uma novela venezuelana, com o devido respeito pela Venezuela.
“Sossega-nos” que a estratégia comercial da empresa seja o suborno, não apenas connosco, mas com a Grécia, países da América do Sul e África, ficando no entanto a sensação de que as “vítimas” são todas Estados com a corda na garganta.
Curioso é que os 200.000.000 €, como pagamento de uma multa pelos subornos aos outros, fiquem na Alemanha, que só ganhou com a trafulhice.
Dá vontade de dizer palavrões, daqueles nortenhos, a uns e a outros, só para despejar a bílis!

Um relógio imparável, que nos mostra a Dívida Pública

A revista “The Economist” tem um relógio que permite, não só saber o total da Dívida Mundial, assim como dados sobre a dívida de cada país em cada ano, permitindo comparar as dívidas e os dados dos diversos países nos diferentes anos e saber se está a diminuir ou a crescer.
Um instrumento muito esclarecedor e que nos deixa a pensar porque será que nos consideram tão mal, quando grandes potências estão muito pior do que nós…
Experimentem e surpreendam-se!
Portugal - 2010
Dívida Pública: $172,900,273,973
Dívida Pública por Pessoa: $16,250.08
População: 10,600,000
Dívida Pública em % do PIB: 83.3%
Variação da Dívida Total Anual: - 4.5%
Notas:
  • Este mapa interactivo mostra a dívida bruta das administrações públicas para o globo. O relógio abrange 99% do mundo, com base no PIB.
  • Os valores da dívida são derivados das definições nacionais e, portanto, podem variar de país para país.
  • O relógio mostra a dívida estimada no ponto correspondente à data e hora em qualquer ano em que está a ver e é por isso que aumenta quando vê anos passados ou futuros.
  • O relógio da dívida usa os mais recentes dados disponíveis, é actualizado numa base trimestral e assume que o ano fiscal termina em Dezembro.

Leia também: Custos do Incumprimento – Blogue: DESMITOS

1 homem rico bom e 2 bons projectos portugueses

Projectos têm duas abordagens diferentes para a resistência à infecção
A malária é uma doença cujo combate continua a desafiar investigadores por todo o mundo. De forma a incentivar o estudo desta doença mortífera, a Fundação Bill & Melinda Gates, no âmbito do programa Grand Challenges Exploration, vai financiar dois projectos portugueses que almejam combatê-la através de diferentes meios e abordagens inovadoras.
No Instituto de Medicina Molecular (IMM), Miguel Prudêncio, Maria Mota e a sua equipa propõem desenvolver uma vacina contra a malária, enquanto Miguel Soares (Prémio Seeds of Science - Ciências da Saúde - 2011), do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), e Henrique Silveira, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), pretendem abordar esta doença por outra vertente, recorrendo a anticorpos contra a flora intestinal, produzidos naturalmente no corpo.
Ambos os projectos foram distinguidos por apresentarem “formas audaciosas e não-ortodoxas para a resolução de problemas de saúde pública em países em vias de desenvolvimento”,  pelo que vão receber 100.000 dólares por um período de 6 a 18 meses, extensível a um 1.000.000 de dólares, caso os projectos demonstrem sucesso nesta fase inicial.
65 projectos financiados em todo o mundo
A 5ª edição do programa Grand Challenges Exploration financia, no total, 65 projectos em 16 países, nos 5 continentes.
"O que precisamos neste momento para a saúde global são ideias corajosas e inovadoras, como estas", diz Tachi Yamada, presidente do Global Health Program da Fundação Bill & Melinda Gates, frisando que está com “muitas expectativa para os avanços que alguns destes projectos poderão produzir, que terão impacto real na qualidade de vida de milhões de pessoas."
Apesar de críticas que fazem a Bill Gates, na realidade tem demonstrado que a riqueza não faz mal a toda a gente. Empenhado em vários projectos humanitários a nível mundial, em parceria com instituições internacionais e Ongs, concretamente com o Rotary International, para erradicar a Poliomielite, sendo outro dos combates em que participa, a criação de uma vacina para acabar com a Malária em África. Recentemente, propôs e encabeçou com Warren Buffett, um desafio aos multimilionários para doarem metade da sua fortuna a obras de caridade, a que responderam na hora, 40 Milionários dos EUA.
Temos que ficar orgulhosos e com a auto-estima em alta, por duas equipas portuguesas, formadas por portugueses terem sido escolhidas entre 65, não só por serem consideradas capazes de levar avante o desafio, mas também por mostrarem que a sociedade civil de Portugal não se comparar com a sociedade política e empresarial.
Mas, o TER ainda impera sobre o SABER, apesar de quem tem, dizer que o importante é saber. E é, ou há-de ser!