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sábado, 9 de abril de 2011

Peixinho do nosso mar, “coibinhas” da nossa horta, “auguinha” do nosso poço…

Rui Barreiro, secretário de Estado do Desenvolvimento Rural afirmou no Seixal, no congresso Internacional "Agricultura Urbana e Sustentabilidade", que “As estimativas apontam para a existência de 2.000.000 de hectares de parcelas de território abandonadas ou semi-abandonadas no país”, o que é “um desperdício, um luxo a que Portugal não pode dar-se”.
“Existe um recurso ao serviço do desenvolvimento do país que não está a ser utilizado”, apontou o responsável, acrescentando que “a questão agrícola deve passar a fazer parte dos interesses dos autarcas nos próximos instrumentos de planeamento. O paradigma da globalização vai mudar, os mercados locais e regionais vão ter cada vez mais importância”.
O Congresso vai juntar até sexta-feira cerca de 300 pessoas de vários países. Os participantes no congresso vão partilhar experiências e discutir os desafios de um desenvolvimento sustentável das cidades, virado para a agricultura.
Objetivamente, sendo a área total de Portugal de 92.090 Km2 e sendo a área abandonada de 20.000 Km2, isto quer dizer que 21,7% do nosso território está a ficar com mato e silvas, ou desertificado, fruto de políticas castradoras da UE (comprando-a com subsídios), através dos PAC, que reduziram a produção agrícola, criaram preconceitos sociais e nos obrigaram a comprar a quem tem piores condições de produção do que nós.
Sem querer usar os argumentos que este governo sempre usou contra os opositores, se o Secretário de Estado diz que existe um recurso ao serviço do desenvolvimento do país que não está a ser utilizado, podíamos perguntar por que não fez nada para alterar o staus quo, mas vamos deixar de lado e olhar em frente…
Mas convém dizer que não é o paradigma da globalização que nos vai obrigar a mudar e a dar mais importância aos mercados locais e regionais, fruto da falta de regulamentação sobre o Mercado globalizado, que permite a especulação cega e crescente sobre os bens alimentares. Enquanto não dominamos o Mercado, forneçamos os mercados com produtos nacionais.
E para tal, nem sequer é preciso que a questão agrícola seja uma preocupação dos autarcas nos próximos instrumentos de planeamento, porque os PDM (Planos Diretores Municipais) já a contemplam, com a definição e delimitação das áreas da REN (Reserva Ecológica Nacional) e da RAN (Reserva Agrícola Nacional).
O que será necessário e urgente é que os autarcas se interessem pela implementação de medidas, que conduzam à exploração das áreas agrícolas demarcadas no papel, com criatividade, motivação, regulamentação e meios.
Partindo-se da filosofia das hortas urbanas existentes, o seu alargamento aos terrenos incultos (municipais, ou privados), o incentivo com microcréditos em paralelo com o mínimo de formação, poderão motivar muita gente para a agricultura biológica, comercial, ou de subsistência.
Pouparíamos individualmente e pouparíamos o país a endividar-se para comprar  o que somos capazes de fazer e que ainda não foi feito.

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