(per)Seguidores

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sr. SARAIVA/CIP, ainda temos que trabalhar mais?

Um dos pontos fortes desse acordo é a criação de um fundo para financiar despedimentos.
António Saraiva deixou no entanto um aviso: “Não nos iludamos. Estamos numa fase da nossa vida em que temos de mudar: temos de trabalhar mais, com formação profissional, e melhor, com inovação e conhecimento”.
Portugal é a 3ª nação onde se trabalha mais no conjunto dos países da OCDE (só os mexicanos e os japoneses estão à nossa frente), tendo em conta as funções pagas e não pagas. É o que mostra a última edição do «Society at Glance», que apresenta uma visão geral das tendências sociais e desenvolvimentos políticos nos países da OCDE.
Trabalhamos, em média, 9 horas e 20 minutos por dia, mais do que os espanhóis ou os alemães: os primeiros têm uma jornada de trabalho de 8 horas e 30 minutos; os segundos ficam-se pelas 7 horas e 40 minutos. Os belgas estão no extremo oposto: trabalham 7 horas, menos uma hora do que a média da OCDE.
Trabalhamos muito, mas de borla
O pior é que os portugueses até trabalham muito, mas 4 horas e trinta minutos são de borla. É uma realidade aparentemente paradoxal. Será que trabalhamos muito, mas mal?
Note-se ainda que, se o valor do trabalho não remunerado (por trabalho não remunerado conta-se o tempo passado a cozinhar, fazer compras, a limpar a casa e a prestar cuidados) equivale a cerca de 33% do PIB no conjunto dos países da OCDE, em Portugal dispara para 53%. Ou seja, mais de metade da riqueza criada. Este é mesmo o valor mais alto entre 25 países daquela organização.
Em Fevereiro, a maioria dos países da OCDE registaram uma diminuição nas suas taxas de desemprego, excluindo a Áustria, a Coreia, o México e a Espanha, que foram os únicos países a registar um aumento nas suas taxas de desemprego.
Os países que continuam a registar taxas de desemprego muito elevadas são a Hungria, 12%, a Irlanda, 14,9%, Portugal, 11,1%, a Eslováquia, 14%, e Espanha, 20,5%.
Em Fevereiro de 2011 estavam desempregadas 44.900.000 de pessoas nos países da OCDE, menos 2.100.000 em relação a Fevereiro de 2010, porém mais 14.300.000 relativamente a Fevereiro de 2008.
Convém dizer para quem não sabe, que a produtividade se traduz em 18% de responsabilidade dos trabalhadores e 82% da responsabilidade dos empresários. E podia perguntar-se qual é a qualificação dos nossos empresários...
Mas nem faço comentários e leiam o artigo a seguir:
Os mercados financeiros assim ditaram, pois não seria necessária a ajuda externa, caso não fosse a pressão exagerada dos mesmos para que Portugal se vergasse a este veredicto.
Mas para onde vamos? O que querem afinal de nós, portugueses? Querem congelar o salário mínimo nacional que nem chega aos míseros 500€, querem congelar pensões de reforma de 200 e picos euros, querem agravar as taxas fiscais sobre todos os produtos e sobre os petrolíferos em particular!
Mas que sede têm estes "cavalheiros" sem rosto dos mercados, para fazerem o FMI ganhar com esta operação de resgate a modesta quantia estimada de 500 milhões de euros!
Mas que Europa nos prometeram? Foi esta Europa que nos empurra para o trabalho extraordinário feito à "roda da pedra", sem ser pago, devidamente? Sim Portugal é o país da Europa onde as pessoas mais trabalham sem que para isso sejam devidamente recompensadas!
A Europa está a correr sérios riscos de se desintegrar, porque quem manda na Europa são os cidadãos eleitores, que na altura certa irão dar uma resposta adequada a este Limbo que chaga quase a ser ridículo.
E os portugueses vão assistir a este triste espectáculo teatral, impávidos e serenos? Até quando vai chegar e aguentar a nossa paciência? Parece-me que vamos ter uma NOVA REVOLUÇÃO EM BREVE!
Carlos Gomes Pereira, em Cartas do Leitor

2 comentários: