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domingo, 16 de outubro de 2011

Um Doutor Honoris Causa e outros “doutorsecos”…

Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra
O porta-voz dos Assuntos Económicos disse que a Comissão Europeia só fará comentários quando houver uma apresentação formal do Orçamento de Estado e disse: “Sabemos que a situação constitui realmente um grande desafio, e que os recentes desenvolvimentos, como por exemplo o desvio na Madeira, colocaram ainda maior pressão em termos de alcançar estes objetivos orçamentais, mas não temos dúvidas da determinação do Governo em fazer tudo o que for preciso” para atingir as metas com que se comprometeu e acrescentou, “Não se podem aplicar os mesmos cortes em políticas que podem ter um impacto importante em termos de crescimento” e no “aumento da produtividade da economia”, defendendo que a austeridade é necessária, mas deve ser aplicada “de forma inteligente”.
Apesar de todas as calinadas a que estamos habituados a verificar, dadas pelos “técnicos” da CE, temos que reconhecer que estes guardiões dos credores das dívidas soberanas são mais cautelosos na avaliação do “Plano de Estabilidade e Crescimento” (PEC não sei quantos) rabiscado pelo governo, do que o próprio governo e mais ainda do que os fanáticos da coligação, que de tanta luz ao fundo do túnel, até ficaram encandeados e substituíram a racionalidade pela fé. Mas cada um tem direito aos seus ídolos e os ídolos tem os devotos que merecem…
Mas, as cautelas são acompanhadas com falsa análise, porque quando a CE considera que o desvio(?) das contas portuguesas de 2011 se deve à Madeira, está a esquecer o que antes nos sepultou, que foi o BPN, buraco ainda maior do que o do Jardim e que foi o início do nosso calvário. Provavelmente, a omissão se deve por o buraco ter acontecido no setor financeiro, a que pertencem os comissários e correlacionados.
O mais grave, nas primeiras impressões da CE, é defenderem a necessária de uma austeridade inteligente” para 2012, sem definir o que isso significa e sabendo que por cá e perante as “soluções” impostas pelo governo, a inteligência é pouca e a austeridade será muita e por muito tempo…
E talvez por isso, ao dizerem que não se pode prejudicar o crescimento económico do País, parece estarem a sentenciar que os saques foram pensados à toa e que não haverá crescimento nenhum, ou como dizem os economistas, o crescimento será negativo, ou seja, haverá recessão, que já ninguém tem dúvidas que é um tiro no pé, no nosso e que não é por aqui que chegaremos às metas…
Afinal, lendo-se nos lábios, consegue-se interpretar o que se diz à boca cheia…
O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a solução para sair da crise económica mundial é investir na pobreza, para que os pobres se transformem em consumidores.
“No Brasil não fomos tão afetados pela crise porque as pessoas que estavam na pobreza começaram a consumir. Os americanos pararam de comprar, os europeus pararam de consumir, mas os brasileiros não”, disse.
O ex-presidente lembrou que no início da crise em 2008 incentivou os cidadãos brasileiros a continuar consumindo através de um informe na televisão.
“Você pode perder o seu trabalho se parar de comprar, porque se parar de comprar, as fábricas param, portanto é preciso comprar para conservar o trabalho, embora muita gente pense o contrário. É preciso comprar, mas comprar com responsabilidade”, ressaltou.
“Os bancos centrais têm que regular o sistema de empréstimo, e têm que dar incentivos para que as pessoas voltem a consumir com responsabilidade. Nossas mães sempre nos diziam: nunca compre algo que não possa pagar. E isso é o que é preciso fazer”, acrescentou.
Na sua opinião, a solução para a crise económica passa por medidas políticas, e não económicas, entre as quais deveria ser considerada a população mais pobre. “É preciso mudar o conceito: dar dinheiro aos pobres é considerado como uma despesa, e aos ricos como um investimento. Dar aos pobres também é um investimento. A educação também é um investimento. A saúde é um investimento”, defendeu o ex-presidente.
Mais comentários para quê, se um ex-presidente, que como ele dizia era o único Presidente eleito que tinha trabalhado no duro, que deixou obra e raízes, nos vem dizer por vias travessas, que nós, europeus e mais os portugueses, mas sobretudo os “doutores da mula russa” não veem a realidade a um palmo do seu nariz e muito menos a um metro da boca dos que tem fome, mas tem sobretudo sede de justiça

2 comentários:

  1. Inteligente este Lula
    Por cá,os mais pobres ficam mais pobres e a classe média está à míngua. Consumir?Mas consumir como?
    Consumidos andamos nós todos por causa dos políticos merdosos que nos têm governado ao longo destes 37 anos, que não mais fizeram do que se governarem a si próprios e aos respetivos amigalhaços.Fosse eu mais jovem e punha-me a milhas.

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  2. maria
    O que o Lula disse e que aprendeu na vida, é o que sabem os nossos doutorzecos... Só falta saber o que está por trás desta "reestruturação" social, que os leva a investir (estou a falar de dar cornadas) contra o povo, enquanto povo vai apanhando, sofrendo até (ainda tenho esperanças) que reaja contra a corja.

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