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sábado, 5 de fevereiro de 2011

E parva não sou! / E fico a pensar / que mundo tão parvo / onde para ser escravo é preciso estudar.

"Isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu estagiar." Este é um dos versos da canção “Parva que Sou”, tema novo dos Deolinda que se tornou um êxito depois de o grupo o estrear nos 4 concertos dos coliseus de Lisboa e Porto, em Janeiro. O sucesso replicou-se nas redes sociais e a banda decidiu agora disponibilizá-lo no MySpace ou no seu site oficial.
Além de apontarem o dedo ao trabalho precário e alertarem para a "geração sem remuneração", os Deolinda  falam da crise e avisam que "isto está mal e vai continuar".
O grupo de Ana Bacalhau (voz), Pedro da Silva Martins (compositor e guitarra), Luís José Martins (guitarra clássica) e José Pedro Leitão (contrabaixo) diz-se surpreendido com a "reacção tão intensa e espontânea" do público. "Mais felizes ainda ficamos, enquanto músicos, ao constatar que a música continua a ter este papel na sociedade", acrescentam os Deolinda.



QUE PARVA QUE EU SOU!
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que
 eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que
 mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração 'casinha dos pais',
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar,
Que parva
 que eu sou!
E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração 'vou queixar-me pra quê?'
 alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração 'eu já não posso mais!'
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a
 pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Depois dos posts anteriores e outros tantos já publicados e outros tantos omitidos, fica a esperança de que o Jasmim vá crescendo por aqui, porque não somos parvos...

Agora são Arquitetos portugueses em alta, lá fora…

7 edifícios portugueses, 5 dos quais situados no Grande Porto, estão entre os 70 finalistas do prémio ArchDaily’s Building of The Year, promovido pela página de internet de arquitectura ArchDaily.
O concurso online decorre até dia 13 e tem como objectivo distinguir os melhores edifícios de 2010 em 14 categorias.
Categoria Reabilitação - o Pátio Luso, um condomínio em Carlos Alberto, no Porto e a recuperação da antiga fábrica da manteiga, na Calheta, Madeira.
Categoria Hotéis e Restaurantes - o Bar que representou a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto numa Queima das Fitas, que implicou a sobreposição de mais de 400 caixas.
Categoria Arquitetura Institucional - o edifício da Vodafone no Porto, na avenida da Boavista.
Categoria Interiores - o Closet House, em Matosinhos e uma Loja de Óculos em Lisboa.
Categoria Escritórios - o projecto para as instalações da Tensai em Leça da Palmeira, Matosinhos.
A criação deste prémio pelo site ArchDaily surgiu como forma de celebrar o ano de 2010, “um ano ótimo”, em que o site “dobrou o tráfego”, conseguindo angariar 180.000 “amigos” para a sua página da rede social Facebook e atingiu mais de 24.000 seguidores no Twitter.
Este portal dá a possibilidade aos arquitectos de partilharem os seus projectos com especialistas de todo o mundo.
Mais portugueses, no caso arquitectos, a serem reconhecidos lá fora pelo seu trabalho, inter pares, o que significa/demonstra que, realmente somos tão bons ou melhores do que os outros. No caso, os projectos portugueses são 10% da totalidade dos nomeados! É obra! E somos dos piores do PISA...
Tenho que confessar que não andei à procura de boas notícias, elas é que vieram ter comigo, talvez para animar a malta, que anda deprimida, mais por nos quererem convencer que somos maus em tudo e afinal não é verdade, ou se o é, talvez se restrinja apenas aos nossos Administradores Públicos/Privados.
O mal é que ganhamos pouco, porque eles o levam quase todo…

E cá vai mais um português a “dar cartas” lá fora…

Nascido em Lisboa, Pedro Castelo-Branco licenciou-se em Biologia na Universidade de Aveiro, obteve um doutoramento em Biologia Molecular na Universidade de Oxford, em Inglaterra, e nos últimos anos foi investigador e docente da Universidade de Harvard, nos EUA, onde iniciou a carreira de investigação em tumores cerebrais.
Conforme explicou Castelo-Branco, “os tumores pediátricos neuronais são a maior causa de morbidade e mortalidade em cancro infantil. Isto deve-se à capacidade dos tumores de reincidirem após o tratamento com radioterapias, quimioterapias e cirurgia”.
Os estudos da equipa do investigador português demonstram que “as células estaminais normais, responsáveis pelo normal desenvolvimento infantil, não necessitam da enzima telomerase para a sua sobrevivência”, substância esta que se encontra em células iniciadoras de tumores, pelo que a descoberta abre portas ao uso de inibidores de telomerase, que “inibirão as células cancerígenas sem afetar as células estaminais normais”, explicitou e acrescentou não estar em posição de anunciar os consórcios médicos que serão responsáveis pelos ensaios clínicos, prevendo, porém, que se iniciem em doentes já este ano.
A investigação, que mereceu capa na revista “Clinical Cancer Research” da Associação Americana de Investigação do Cancro em Janeiro, tem “o maior impacto na área da Oncologia Pediátrica, uma vez que esta terapia é específica na erradicação de células tumorais sem afectar o desenvolvimento normal infantil”, elucidou Pedro Castelo-Branco.
Pedro Castelo-Branco está há 2 anos e meio em Toronto, no Hospital “Sick Kids”, no centro de investigação de novos tratamentos para o combate ao cancro infantil, a fazer pesquisa e a ampliar a experiência que adquiriu nos EUA na área dos tumores cerebrais em adultos.
O investigador expressou o desejo de regressar a Portugal no prazo de 2 anos, tencionando iniciar uma “carreira académica e de investigação com reconhecimento dentro e fora do país”. “Em Portugal, existem locais onde se pode fazer boa ciência e uma vontade política de que tal aconteça”, considerou.
“Com a minha ida para Portugal, espero contribuir de forma relevante para o desenvolvimento de novas terapias que participem ativamente no combate às doenças desta natureza”, concluiu.
Não digo diariamente, mas amiúde vão surgindo portugueses a dar cartas pelo mundo fora, em muitas áreas profissionais e das mais inovadoras, como é o caso da investigação.
Para quem está “cá dentro” tem que concluir que os melhores zarparam e que só ficamos os menos bons (para não nos insultarmos), ou então não houve gente cá, capaz de fazer melhores do que o que somos.
Como dizia ontem o luso-americano Ronald dePinho, o português é um povo trabalhador e esperto e tendo oportunidades, pode ser tão bom ou melhor do que todos os outros.
Tivemos azar com os políticos e outros líderes, que não emigraram e que de liderança não mostram as características específicas, não lhes faltando, no entanto, as oportunidades.

Ecos da blogosfera – 5 Fev.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Mais um lusófono no TOP (da investigação médica)

Ronald dePinho
O cancro roubou o pai ao luso-americano Ronald dePinho, mas deu-lhe também o incentivo para se lançar na investigação médica sobre aquela doença e o envelhecimento, que já lhe valeu vários prémios internacionais, embora ainda não o Nobel.
“Dediquei a minha vida a encontrar curas para o cancro e por causa do meu pai trabalho tanto nessa área e no envelhecimento”, disse dePinho, investigador e professor da escola de medicina de Harvard e do Dana Farber Cancer Institute (Boston).
O pai do cresceu “sem oportunidades” no nosso país e após uma experiência mal sucedida no Brasil, aos 17 anos chegou a Nova Iorque como tripulante de um navio e deu o “salto” para a imigração ilegal, mas depois de se alistar para a II Guerra Mundial, conseguiu a cidadania americana.
Regressou a Portugal depois da guerra, onde conheceu a mulher que levou para os Estados Unidos, onde com um sócio, montou uma empresa de construção, que lhe permitiu criar os 5 filhos, que incentivou para os estudos.
“Tive a sorte, como muitas famílias portuguesas, de ter pais tremendamente devotados aos filhos e que realmente apoiam a família. A família em primeiro lugar sempre. Cresci num lar tradicional português, com valores fortes”, disse. “Eram religiosos e ensinaram-nos a trabalhar muito e a sermos respeitadores. São princípios que trago comigo até ao dia de hoje no meu trabalho e me levam a querer contribuir para a Humanidade”, adianta.
Tal como o resto dos familiares, Ronald visitava habitualmente Portugal, onde tinham uma quinta no Furadouro (Ovar), mas o hábito foi-se perdendo. Mais recentemente, retomou algum contacto com Portugal, através do programa de associação da escola de medicina de Harvard com faculdades portuguesas, e surpreendeu-se ao regressar para o simpósio inaugural. “Lembrava-me de estradas de terra batida e uma estrada entre Lisboa e Porto com uma faixa na maior parte da extensão. O país transformou-se completamente, fiquei muito feliz por ver isso”, afirma dePinho.
O investigador faz um balanço positivo do programa Harvard Portugal e realça o “talento notável que há em Portugal”, mas afirma ser necessário que as autoridades portuguesas reforcem o investimento na ciência.
“Se houvesse oportunidades para realmente financiar a investigação, o país teria resultados extremamente bons, porque é um povo trabalhador e esperto. Tem oportunidades de ser tão bom ou melhor do que todos os outros”, adianta.
DePinho recebeu em 2009 o prémio Albert Szent-Gyrgyi para investigação sobre cancro, e em 2007 a medalha de Helsínquia, além de anteriores distinções da American Society for Clinical Investigation.
O seu nome já foi algumas vezes referenciado para o Nobel, e uma colaboradora próxima, Carol Greider, recebeu esse prémio em 2009.
O luso-americano diz-se satisfeito com o reconhecimento que o trabalho da sua equipa tem merecido e diz que o Nobel o deixaria “claramente surpreendido”. “A maior satisfação que tenho é a de ver os meus estudantes e estagiários a fazerem coisas importantes, a contribuírem para a sociedade”.
Ronald dePinho já foi notícia AQUI, em 5 de Dezembro de 2010, por ter descoberto a Fonte da juventude “eterna”, sem que na altura e na referida notícia constasse qualquer indicação sobre a sua origem.
Nos últimos dias tem vindo em letra de forma a mesma notícia, referindo-o como descendente de portugueses e “classificado” como luso-americano.
Independentemente da importância da descoberta, o importante para nós é “ouvirmos” da boca de tão competente investigador dizer uma coisa que nós sabemos, apesar de todas as estatísticas que nos atiram sempre para baixo:
“Se houvesse oportunidades para realmente financiar a investigação, o país teria resultados extremamente bons, porque é um povo trabalhador e esperto. Tem oportunidades de ser tão bom ou melhor do que todos os outros.” Ronald dePinho

Um mosaico de coisas “menos más” com “muito más”

A Portugal Telecom (PT) apresenta hoje, na Covilhã, a instalação nesta cidade daquele que será um dos maiores “data centers” da Europa.
O novo projecto deverá criar 500 postos de trabalho directos e indirectos, terá 45.000 m2 e insere-se na aposta crescente da operadora na área do armazenamento remoto de dados.
Apesar de, quem ganhará será a PT, aparece uma acção desta empresa que dá qualquer coisinha ao povo, com a criação dos 500 empregos. Não se agradece, mas regista-se.
“A CGD marca o início do Ano Europeu do Voluntariado, que começa hoje no Fórum Picoas, com a promessa de tudo fazer para que em 2011 os seus 11 mil funcionários dediquem 20 mil horas do seu tempo ao voluntariado. Até ao momento, a Caixa Geral de Depósitos investiu no voluntariado meio milhão de euros”, revelou em comunicado o banco público.
O Voluntariado Empresarial começa a emergir na sociedade portuguesa, mais nas grandes empresas, e sem lhes tirar o mérito, podem ajudar a sublimar a visão e a prática fria que têm tido no que respeita à responsabilidade social das empresas. E como aumentam os lucros, pagando menos impostos, não se agradece, mas regista-se.
Os contribuintes sem filhos e com rendimentos superiores a 4.000 € brutos por mês vão passar a reter mais IRS, que rondará, em média, 1% dos vencimentos. Sendo que, nos casos em que os contribuintes ganham mais de 20.000 € por mês, a taxa de retenção poderá mesmo chegar aos 38%.
Também os pensionistas com pensões superiores a 2.000 € vão passar a descontar mais, com as actualizações a atingirem, nestes casos, os 2%.
Em contrapartida e porque nem tudo é bom, cá vêm mais saques seletivos a quem trabalha, ou trabalhou (descontando durante décadas), para ajudar a pagar a filantropia da Banca e das grandes Empresas.
Os preços dos alimentos a nível mundial voltaram a aumentar e atingiram um novo recorde em Janeiro. Uma situação que para o ministro da Agricultura é "o maior problema que a sociedade enfrenta".
"Por um lado, resulta do aumento da procura com a população mundial com melhor poder de compra a adquirir produtos que antes não comprava e com isso a criar uma enorme pressão", sustentou o Ministro, e "por outro lado, associam-se a este problema os movimentos financeiros a actuar nos mercados".
Já o presidente da Associação de Produtores de Cereais, considera que os preços chegaram a estes níveis devido ao descuido dos governos dos vários países para com os bens alimentares.
"Nos países desenvolvidos deixou de ser chique preocupar-se com a produção agrícola e os bens alimentares são dados como adquiridos, no entanto é fundamental que se invista na produção agrícola", afirmou, acrescentando que os aumentos dos preços vêm a ser sentidos desde Agosto passado.
E ainda há quem se escandalize quando alguém se refere aos especuladores com sentido pejorativo, sabendo que são capazes de brincarem (na Bolsa) com o pão-nosso-de-cada-dia, que faz falta a quem precisa todos os dias de pão.
Tão bonzinhos os especuladores…

Esta pátria que falece

Ainda te dói esta pátria que falece
À sombra da forma justa que sonhaste
A terra jaz de bruços conspurcada
Só as aves beijam o mar que tanto amaste.

Poema de Ibel do Frutos de Mim e Mar

Ecos da blogosfera – 4 Fev.

 

Do AD DUO

Se não chegar a quem estiver interessado, divulguem

Termina no próximo dia 21 de Março o prazo para entrega de trabalhos concorrentes às duas modalidades (música para orquestra e música de câmara).
O regulamento poderá ser consultado no sítio do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim:

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Próximos nomeados ao Nobel da Paz (celestial)…

CE vai cobrar pelo reforço do fundo europeu. Fonte de Bruxelas garante que mudanças "muito exigentes" vão ser obrigatórias e que idade da reforma pode subir para os 67 anos.
As alterações que se adivinham ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira têm sido saudadas por responsáveis portugueses como uma forma sustentável de sair da crise. No entanto, a ajuda não chegará sem um lado B, já que Bruxelas está a preparar um conjunto de reformas obrigatórias para os países do euro, como contrapartida pelo reforço do fundo.
"Será apresentado um conjunto de reformas estruturais muito exigentes, principalmente no que diz respeito ao aumento da idade da reforma e à liberalização do mercado laboral. Mas também nas próprias pensões e mecanismos legais de controlo do défice orçamental", admitiu uma fonte junto da CE. Aumentar a idade da reforma para os 67 anos é um dos pontos em discussão, uma subida correspondente à que foi anunciada por Espanha. "É o preço do pacote de ajuda. Em conjunto com o anúncio de reforço do fundo serão impostas reformas no sentido de mais convergência e harmonização entre estados membros."
E se o FMI vier na mesma?
A receita não é nova: corte dos salários, congelamento do salário mínimo e liberalização do Código do Trabalho são recomendados pelo FMI no seu último relatório sobre Portugal, de 25 de Janeiro de 2010. Na prática, trata-se de cortar salários durante uma década, uma queda de 5,8% dos salários reais dos trabalhadores nos próximos 5 anos e de 2,2% nos próximos 10.
A notícia fala de mais coisas, em “economês”, mas na prática o que importa destacar é isto e relativamente a Portugal:
1 - A “Esperança de Vida” em Portugal é em média de 77,7 anos, sendo 74,4 anos para os Homens e 81,2 anos para as Mulheres. Se fizermos umas contas simples, de matemática básica (não entrando com as exigências do PISA) e a proposta do aumento da idade da Reforma para os 67 anos, verificamos que:
a)     Em média, descontaremos durante 42 anos, para usufruirmos apenas de 10,7 anos desses descontos, o que é um furto maior do que o que já sofremos;
b)     Os Homens “beneficiarão” apenas de 7,4 anos dos mesmos descontos de 42 anos, o que é um furto maior do que o que já sofremos e
c)     As Mulheres “beneficiarão" de 14,2 anos dos mesmos descontos, o que é um furto maior do que o que já sofremos.
2 – Podíamos falar da desigualdade entre homens e mulheres (desta vez em favor delas), ou sobre a capacidade produtiva de velhos no activo, mas seria macabro e desviante.
3 - Como já tenho dito, daqui a pouco teremos apenas direito ao subsídio de enterro, o que já vai acontecendo para os que não atingem as médias de esperança de vida e quem herdará os montantes dos nossos descontos será o Estado. Daí o furto, de DIREITOS e de DINHEIRO, com a maior desfaçatez e falaciosos argumentos que alguma vez se apresentou, com o silêncio de sociólogos, demógrafos e outros especialistas.
E assim se “inventa”, ou como se diz agora “inova” a sustentabilidade da Segurança Social, à custa dos próprios trabalhadores, que descontam muito para terem direito a quase nada, se tiverem, mas com a “sorte” de verem os seus ordenados diminuídos e os respectivos descontos para a aposentação (ou não?)…
Uma coisa é certa, estes demagogos económicos e sociólogos, nunca receberão o Prémio Nobel da Economia, porque só o merece quem é cientificamente sério, e não sendo isto sequer Política, mas apenas Matemática, talvez venham a ganhar o Nobel da Paz (celestial)... 

Quem nos avisa, nosso amigo é! Mas não é a UE...

A rede Social Watch (Observatório da Cidadania) exortou os governos europeus a colocarem o combate à pobreza no centro da agenda, apresentando o Egipto como um exemplo das “revoluções sociais” que podem ocorrer se houver injustiça social.
Os acontecimentos no Egipto marcaram em Bruxelas, a apresentação do relatório de 2010 da rede internacional de organizações não-governamentais (ONG) Social Watch sobre a resposta à pobreza, exclusão social e desigualdades na Europa e além da Europa, com os responsáveis do observatório a enfatizarem que o levantamento popular se deve a desigualdades, nas quais a UE também é responsável.
“É tempo de a UE estabelecer uma abordagem consistente à protecção social, tanto dentro como fora da União Europeia”, advertiu um dos responsáveis da rede, Fintan Farrel.
Por seu lado, o director de desenvolvimento da rede Eurostep, Simon Stocker, considerou que o relatório hoje apresentado “mostra uma pobreza crescente na Europa, que não está num plano suficientemente elevado na agenda europeia”, já que a chamada estratégia “Europa 2020 dá prioridade ao crescimento económico”, relegando para segundo plano as políticas sociais.
Apontando que “a emergência de bairros de lata em cidades europeias, habitados por imigrantes sem documentos, é a prova de que a justiça social deve ser colocada no centro da agenda política da EU”, os responsáveis da Social Watch estabelecem então um paralelo com o que se passa no Egipto, sustentando que o efeito dominó pode não se limitar ao Médio Oriente.
“A insustentabilidade de governos que não promovem a coesão social para todos é a principal mensagem que se extrai daquilo que a crise no Egipto nos está a dizer, e que pode afectar igualmente Estados-membros da EU”, considera Roberto Bissio, coordenador do Observatório.
Para este responsável, “as políticas do FMI falharam nos países em desenvolvimento e estão a vir agora para a Europa”, podendo causar os mesmos efeitos.
O documento enfatiza a pobreza e a exclusão social como “uma realidade para um grande número de europeus”, já que cerca de 17% da população da UE, cerca de 85.000.000 de pessoas vivem abaixo do limitar da pobreza, e “1 em cada 5 crianças nasce e cresce com privações económicas e sociais”.
Estes Relatórios, regra geral, não nos trazem grandes novidades, nem dizem o contrário do que pensamos e já dissemos, mas tem o mérito de ser dito por quem está no terreno, sem interesses(?) e com vontade de resolver, ou minorar os problemas da população que não tem direito, ou vontade, ou coragem de erguer a voz.
Quando dizem que o Egipto pode ser um exemplo das “revoluções sociais” que podem ocorrer se houver injustiça social, desigualdades, pobreza e exclusão social, situações que estão a crescer fora da Europa, com responsabilidades desta, mas que começa a alastrar no próprio território, com 85.000.000 de europeus a viver já abaixo do limiar da pobreza.
Entretanto, as notícias sobre o Egito são em catadupa, os governos aconselham o que não praticam e apostam forte na incerteza de uma solução que lhes convenha (aos governos ocidentais) e que a realidade nos obriga a colocar reservas e muitas…
E ao chamar a atenção para a agenda europeia, que dá prioridade ao crescimento económico, esquecendo as políticas sociais, vem também reforçar a evidência constatada de que as políticas do FMI falharam nos países em desenvolvimento, que estão a vir (impor) agora para a Europa, seguramente com os mesmos efeitos…
E como quem nos avisa, nosso amigo é… Mas não é a UE que nos avisa…

Educação é Educação, Negócio é Negócio

O Movimento Escola Pública insurgiu-se contra as ações desencadeadas pelo “SOS Educação” em defesa do financiamento de estabelecimentos de gestão privada frequentados gratuitamente por 53.000 alunos.
Para o “Escola Pública”, que no ano passado entregou na Assembleia da República uma petição pela redução do número de alunos por turma, a existência de contratos de associação entre o Estado e os privados só se justifica onde a rede pública de ensino é insuficiente. Diz ainda que a portaria que regulamenta as regras do financiamento público a estes estabelecimentos (1324-A/2010) não é clara e que o Governo deve esclarecer imediatamente "onde e quando é que a oferta pública não responde às necessidades das populações".
O movimento afirma, em comunicado, ser insuficiente a verba estimada pelo Governo para garantir a cada aluno a qualidade e sucesso no sistema educativo do Estado, considerando também que os cortes nos colégios privados com contratos de associação a meio do ano letivo apenas se devem a critérios economicistas e não de justiça.
Desde que emergiu a verdade do Ensino Privado financiado pelo Estado poucas divergências se constatam ao nível da opinião pública, exceto entre os diretamente interessados.
Já aqui opinei sobre o assunto e a publicação desta notícia só vem reforçar uma maioria absoluta e crescente, que não entende que o Estado ajude a “concorrência” contra o próprio…

Boas intenções, mas que ardem no desmatamento

O 9º Fórum das Nações Unidas sobre os Bosques entra hoje na sua reta final com ênfase na forte relação existente entre esse vital espaço da natureza e a erradicação da pobreza, no início do Ano Internacional dos Bosques (2011), proclamado pela Assembleia Geral da ONU.
Num relatório do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, dedicado ao papel da floresta como elemento chave da luta contra a pobreza, numa primeira definição, esse texto adverte que ser pobre "é algo mais que não ter rendimentos suficientes", pois abarca aspectos como o estado de saúde, o nível de educação, a segurança, o respeito da justiça, os direitos humanos e a igualdade. E acrescenta que em muitas zonas rurais a pobreza é consequência do esgotamento dos recursos naturais devido uma maior erosão do solo, uma menor fertilidade das terras, ao desmatamento generalizado e à redução das reservas de água.
"Os bosques contribuem diretamente para o objetivo de reduzir a pobreza e a fome ao proporcionar às famílias pobres rendimentos, postos de trabalho e bens de consumo", afirma. Atualmente, quase 1/4 dos pobres do mundo depende dos bosques para subsistir.
O texto propõe adotar medidas como a reforma das normas legais em matéria da posse de terras, a prestação de serviços financeiros para atividades florestais e a revisão da legislação que marginaliza os pobres nessa terra.
Segundo dados da ONU, esse meio natural abarca 31% da superfície da Terra, isto é, uns 4.000.000.000 de hectares, dos quais em cada ano desaparecem cerca de 13.000.000 de hectares.
Sobre o tema POBREZA recebo diariamente dezenas de notícias e confesso que continuar a falar da pobreza já cansa e até dói, sobretudo porque só se fala e quase nada se faz, mas como talvez seja uma tática para ver se nos calamos, continuo, quando aparece qualquer solução que ajude, ou possa ajudar.
No caso, os bosques são mais um instrumento disponível, enquanto dura, porque o chamado desmatamento (que é superior ao que consta destes estudos) é feito por quem tem poder, ou o poder por trás para esconder os (f)atos, quando apanhados os torne imunes à justiça e a prepotência perdure até à última árvore.
Estas boas intenções do secretário geral da ONU, se não forem entranhadas pelo governos dos países com bosques e capacidade de fiscalização, é pura retórica, mas, para que conste…
Florestas valem 100 mil milhões de euros para comunidades pobres

Ecos da blogosfera – 3 Fev.

 

Do AD DUO

2011 é o ano do Coelho, mas no calendário chinês…

O calendário chinês é o mais antigo registo cronológico de que se tem registo na história. É um calendário que se utiliza tanto do Sol quanto da Lua. A partir dele surgiu o horóscopo chinês. Na Ásia diversos países adotam calendários parecidos com o chinês.
O calendário chinês é lunissolar. Cada ano possui doze lunações acarretando num total de 354 dias. Para não se perder a sincronia com o ciclo solar (de 365,25 dias), são acrescentados a cada 8 anos 90 dias ao calendário, ou, aproximadamente 2 lunações. Desta forma não se perde a sincronia nem com o ciclo solar, nem com o lunar. Por isso, considera-se que o calendário chinês é lunissolar.
Em 2011, estamos no ano 4709 do calendário chinês.
No dia 3 de fevereiro de 2011, os chineses vão comemorar a chegada do Ano do Coelho. Do ponto de vista energético, o mundo terá paz e prosperidade. Será época de muitas colheitas para quem plantou e se esforçou em 2010, período marcado pela figura do Tigre.
No Ano do Coelho, o mundo terá mais compreensão e ajuda aos menos favorecidos. A economia mundial continuará a prosperar. “Crescer nos estudos, confiar em si mesmo e atuar com rigor” serão lemas providenciais, já que o ano favorece o crescimento pessoal e um bom estilo de vida. Em política, os anos do Coelho são de diplomacia e negociação. O crescimento das economias nacionais deverá ser lento e estável. É um tempo marcado por avanços na medicina, tanto na cura de doenças quanto no seu diagnóstico e prevenção.
Para quem acreditar… se não é cultura geral.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Hortas Biológicas da Região do Grande Porto/LIPOR

Gostava de cultivar a sua própria horta biológica, mas não dispõe de um espaço com terra em sua casa?
Ter a sua horta para produção de bens para consumo próprio, é uma boa forma de poupar e de praticar uma alimentação mais saudável.
Nem todos temos o privilégio de ter uma horta em casa, e foi a pensar nisso que a LIPOR em parceria com Juntas de Freguesia e Municípios do Grande Porto, decidiu criar o projecto Horta-à-Porta”.

“Horta-à-porta” - hortas biológicas da região do Porto, é um projecto que visa promover a qualidade de vida da população, através de boas práticas agrícolas. Apesar de já existirem na região do Grande Porto alguns projectos de compostagem caseira, hortas pedagógicas e agricultura biológica, é ainda muito limitada a sua divulgação e acesso à população.
A criação de uma rede desta natureza reveste-se de enorme importância, pelo que a LIPOR, na tentativa de optimizar os espaços, a informação e os meios existentes na Região, lançou o Projecto “Horta-à-porta”. Esta iniciativa passa não só pela criação de espaços verdes dinâmicos mas também pela promoção do contacto com a Natureza e de hábitos saudáveis, sem esquecer a redução de resíduos.
O projecto “Horta-à-porta” surgiu em Julho de 2003 devido à necessidade de articular a disponibilidade de várias entidades numa rede que viabilizasse uma estratégia para a Região do Grande Porto no domínio da Compostagem Caseira, na criação de Hortas e na promoção da Agricultura Biológica.
Na prática, este projecto pretende disponibilizar talhões de no mínimo 25 m2 a particulares interessados em praticar a agricultura biológica e a compostagem. Ao receber o talhão de terreno, os futuros agricultores recebem também formação em agricultura biológica (para amadores!), proporcionando a todos a possibilidade de cultivarem a sua pequena horta, com a garantia de qualidade dos produtos, de melhor saúde e ambiente. Os produtos são para consumo próprio, é disponibilizada água e um local para armazenar as ferramentas. É ainda disponibilizado um compostor individual.

Maia
Horta de Crestins – 74 talhões
Horta da Maia - 14 talhões
Horta da Quinta da Gruta - 66 talhões
Horta do Castêlo da Maia - 41 talhões

Póvoa de varzim
Horta de Rates - 10 Talhões
Horta de Aver-o-mar - 29 talhões

Porto
Horta Municipal de Aldoar - 13 Talhões
Horta Municipal da Condomínia - 25 Talhões
Horta de Aldoar - 12 Talhões

Matosinhos
Horta de Custóias - 32 talhões
Horta de Leça da Palmeira - 19 talhões
Horta da Senhora da Hora - 45 talhões 
Horta de Subsistência e Horta Social
Em 2009, foram criadas 2 tipos de novas hortas com o objectivo de complementar o orçamento de famílias carenciadas, aliando os objectivos do “Horta-à-Porta”, a promoção da qualidade de vida das populações, a prevenção na produção de resíduos orgânicos e a promoção de boas práticas agrícolas, passando pela subsistência e a responsabilidade social.
A 1ª horta de subsistência nasceu na Maia em Novembro de 2009. No caso específico da Horta de Subsistência do Castêlo da Maia, em que os inscritos deviam preencher pelo menos 1 dos seguintes requisitos:
- ter mais de 3 filhos a encargo;
- ter um rendimento familiar anual inferior a 20.000€;
- ter pelo menos um dos elementos do agregado familiar em situação de desemprego. 
São 41 talhões de cerca de 100 m² cada, que se destinavam a quem pretendesse ter uma horta biológica para produção e eventual comercialização de bens, funcionando como um meio de subsistência complementar para o agregado familiar. Para se candidatar a utilizador dessa horta era obrigatório ser residente no Concelho da Maia e apresentar os documentos que comprovassem a situação sócio-económica. Podia inscrever-se no link “Horta-à-porta” no site www.hortadaformiga.com, ou através do telefone 229770100.
No caso da Horta Social de Rates, os utilizadores eram os moradores no Bairro Social da Freguesia de Rates. São 6 talhões de aproximadamente 25 m2.
Em 2010, já abriram mais 2 hortas: Horta Social do Meilão e a Horta da Nobrinde.
A Horta Social do Meilão, criada na Comunidade Terapêutica do Meilão, Norte Vida – Associação para a Promoção da Saúde I.P.S.S., foi destinada aos utentes da Comunidade.
A Horta da Nobrinde, MBA - Marketing e Brindes Lda, é a 1ª horta a ser criada ao nível empresarial. Esta horta, com 10 talhões de aproximadamente 20 m2 e destina-se aos trabalhadores da empresa.
Neste momento, o projecto conta com 12 hortas
O projecto é dinamizado pela LIPOR em parceria com as Juntas de Freguesia de Aldoar, S. Pedro de Rates, Aver-o-mar e Maia, os Municípios de Matosinhos, Póvoa de Varzim, Maia e Porto, a Comunidade Terapêutica do Meilão e a Empresa Nobrinde.
São mais de 3,5 hectares de Agricultura Biológica!
Os vários tipos de horta de que temos feito a abordagem aqui no blogue têm tido uma procura razoável, razão porque publicitamos mais estas, que curiosamente estão integradas territorialmente da “sede” deste emissor, confirmando se que os santos da terra… nem sempre são conhecidos, ou são pouco divulgados.
Para que constem e possam ser úteis a quem precisa, ou gostas…