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sábado, 19 de março de 2011

O BOM e o bom do nuclear nos media europeus!

A catástrofe de Fukushima leva os países europeus a testarem a segurança das suas centrais nucleares ou mesmo a fechá-las. Prudência ou pânico? A imprensa europeia inclina-se, maioritariamente, para a segunda hipótese.
A notícia teve o efeito de uma bomba. No dia em que os 27 países da União Europeia chegaram a acordo para efetuarem testes de resistência aos 153 reatores existentes nos seus territórios, a 15 de março, a Alemanha anunciou o encerramento imediato e durante 3 meses de 7 das suas centrais.
As centrais alemãs não são menos seguras hoje do que eram há uma semana”, reconhece o Frankfurter Runschau, “mas o que conta é o resultado. E o resultado é bom. 7 velhas centrais foram desligadas da rede, e deve fazer-se, na Alemanha, um debate sobre as normas de segurança. E isso também é bom”.
“Tanto o público como os grupos energéticos foram surpreendidos por este zelo”, escreve o diário, “de um dia para o outro, o Governo privou as empresas de energia de milhares de euros de lucros. Seria de desejar ver mais vezes tal coragem, dinamismo e vontade de enfrentar o conflito”. Mas lembrando que todos os governos alemães baixaram a cabeça perante o poderoso lobby nuclear, o FR escreve que “as felicitações só são válidas para hoje. A verdadeira confrontação com as grandes empresas de eletricidade ainda não começou. A chanceler só terá credibilidade se as centrais continuarem paradas e se as empresas forem obrigadas a modernizá-las, uma vez finda a moratória de 3 meses e as eleições regionais”.
“A Alemanha engana-se completamente com a sua reação de pânico” escreve por seu lado o Trouw. É verdade que a energia nuclear envolve perigos e é “humano entrar em pânico quando as coisas correm mal”, sublinha o diário holandês. Mas Merkel devia ter “mantido o sangue frio”, porque parar algumas centrais para as inspecionar é “um absurdo”. Por enquanto, ainda não conhecemos exatamente o problema que originou o drama de Fukushima, mas “é evidente que um cenário idêntico jamais poderia ocorrer na Alemanha. A decisão do Governo alemão só serve para alimentar o medo e a desconfiança”.
No entanto, a Alemanha não está sozinha observa Le Figaro. A Itália pode renunciar ao nuclear, “a Polónia levanta as mesmas interrogações? A Áustria foi o primeiro país a pedir testes de resistência à escala europeia. A Suíça anunciou a suspensão dos seus projetos enquanto espera por normas de segurança mais restritas”. Só a França mantém a confiança naquela que é uma das suas principais indústrias.
A Europa tornou-se “a campeã mundial da histeria em torno do nuclear” denuncia o Hospodarské noviny, lamentando que os políticos europeus “cavalguem uma onda de emoções”. O diário económico checo apoia-se no mais recente estudo da OCDE, que compara os riscos da energia nuclear com os das outras fontes de energia, para concluir que “o nuclear é o mais seguro”. Entre 1969 e 2000, a energia hidráulica foi a mais mortal, com 29.924 mortos num único acidente, na China. “O estudo conclui que a possibilidade de um acidente nuclear que provoque direta ou indiretamente a morte de centenas de pessoas é dez vezes menos elevado do que o risco de um acidente que envolva os filões fósseis (carvão, gás, petróleo) ou hidráulicos”. Na atual situação, considera o Hospodarské noviny, as emoções são compreensíveis mas, em política, é a razão que importa.
“É possível que um ou outro país decida fechar as suas centrais ou cortar nos seus programas” escreve, por sua vez, o Dziennik Gazeta Prawna. Mas isso levanta uma questão: “Devemos substitui-las com o quê? A Alemanha, por exemplo, diz que vai acelerar a transição para as energias renováveis. Quer produzir a energia elétrica mais cara do mundo e, como efeito colateral, contribuir para as perturbações nos mercados agrícolas, porque as culturas tradicionais serão substituídas, pelo menos em parte, por estações energéticas”. “Por muito dramáticas que sejam as imagens vindas de Fukushima, a energia nuclear demonstrou ser uma solução que funciona”, garante o diário polaco.
Pelo que parece, a imprensa europeia pensa maioritariamente que o pânico ganhou raízes. Realmente, com 153 reatores nos territórios dos 27 e nem todos têm, é mesmo motivo para pânico, tanto mais que as fronteiras não funcionem nestas situações.
Na Alemanha, onde todos os governos se ajoelharam perante o poderoso lobby nuclear, só agora se fala em abrir o debate sobre as normas de segurança, apesar de há muito, muita gente dizer e saber que ninguém sabe o que pode acontecer. Entretanto, por ter encerrado 7 centrais para vistorias, o governo já foi acusado de privar as empresas de energia de milhares de euros de lucros (as pessoas que aguentem!).
Mas, ao mesmo tempo que reconhecem que a energia nuclear envolve perigos, alguém tem o desplante de vaticinar que um cenário como o de Fukushima jamais poderia ocorrer na Alemanha, saiba-se lá por que (grande lobby com argumentos pequeninos!).
Entretanto a Itália pode renunciar ao nuclear, a Polónia tem dúvidas, a Áustria pediu testes de resistência à escala europeia, a Suíça suspendeu os projetos. Só a França tem confiança numa das suas principais indústrias (as pessoas que aguentem!).
E há quem se baseie num estudo da OCDE, que conclui que o nuclear é o mais seguro do que outras fontes de energia, dez vezes menos elevado (estes publicitários são uns exagerados!), no caso de morte direta ou indireta. Pois, omitindo as gravíssimas sequelas para toda a vida nos que recebem as radiações e as repercussões nas gerações que nascem das pessoas afetadas (mas isso não entra nas estatísticas). E Chernobyl tão perto, no espaço e no tempo, para não falar no próprio Japão, com Hiroshima e Nagazaki
E pergunta o inteligente: Devemos substitui-las com o quê?
A Alemanha diz que vai acelerar para as energias renováveis. Que bom que lhes poderemos vender as ventoinhas que pagamos nas taxas da eletricidade, embora os lucros sejam para a EDP, ou trocá-las pela dívida...
Não entremos em pânico? Com estes lobbies?

Equívocos no hemisfério norte, vai daí…

Há 2 anos, Mário Crespo já mostrava faces ocultas

O sistema judicial português enfrenta o imenso desafio de não deixar que o Face Oculta se torne numa segunda Casa Pia. Até aqui o processo tem tido um avanço modelar. Não houve interferências políticas. Lopes da Mota não veio de Bruxelas discutir com os seus pares metodologias de arquivamento e, no que foi uma excelente janela de oportunidade de afirmação de independência, não havia sequer Ministro da Justiça na altura em que o País soube da enormidade do que se estava a passar no mundo da sucata. Mas há ainda um perturbante sinal de identidade com a Casa Pia.  É que o único detido, até aqui, é o equivalente ao Bibi e Manuel Godinho, o sucateiro, no mundo da alta finança política não pode ser muito mais do que Carlos Silvino foi no mundo da pedofilia.  Ambos serviram amos exigentes, impiedosos e conhecedores que tentaram, e tentam, manter a face oculta. É preciso ter em mente que as empresas públicas são organizações complexas. Foram concebidas para ser complicadas. Com os tempos foram-se tornando cada vez mais sinuosas. Nas EPs, as tecnoestruturas, que Kenneth Galbraith identificou e descreveu como o cancro das grandes organizações, ocupam tudo e têm-se multiplicado, imunes a qualquer conceito de racionalidade democrática, num universo onde não conta o bom senso ou a lógica de produtividade.  Parecem ter um único fim: servirem-se a si próprias. Realmente já não são fiscalizáveis. Nas zonas onde era possível algum controlo foram-se inventando compartimentos labirínticos para o neutralizar, com centros de custos onde se lançam verbas no pretexto teórico de elaborar contabilidades analíticas, mas cujo efeito prático é tornar impenetráveis os circuitos por onde se esvai o dinheiro público. Há sempre mais um campo a preencher em formulários reinventados constantemente onde as rubricas de gente que de facto é inimputável são necessárias para manter os monstros a funcionar.  Sem controlo eficaz, nas empresas públicas é possível roubar tudo. Uma resma de papel A4, uma caneta BIC, um milhão de Euros, uma auto-estrada ou uma ponte.  Tudo isto já foi feito. Por isso mais de metade do produto do trabalho dos portugueses está a fugir por esse mundo soturno que muito poucos dominam. Por causa disso, grande parte do património nacional é já propriedade dos conglomerados político-financeiros que hoje controlam o País.  Por tudo isto é inconcebível que Manuel Godinho tenha sido o cérebro do POLVO que durante anos esteve infiltrado nas maiores empresas do Estado.  Ele nunca teria conhecimentos técnicos para o conseguir ser. Houve quem o mandasse fazer o que fez.  Godinho saberá subornar com  sacos de cimento um Guarda-republicano corrupto ou disfarçar com lixo fedorento resíduos ferrosos roubados (pag.s 8241 e 8244 do despacho judicial). Saberá roubar fio de cobre e carris de caminho de ferro. Mas Godinho não é mais do que um executor empenhado e bem pago de uma quadrilha de altos executivos, conhecedores do sistema e das suas vulnerabilidades, que mandou nele.  É preciso ir aos responsáveis pelas empresas públicas e aos ministérios que as tutelam.  Nas finanças públicas, Manuel Godinho não é mais do que um Carlos Silvino da sucata. Se se deixar instalar a ideia de que ele é o centro de toda a culpa e que morto este bicho está morta esta peçonha, as faces continuarão ocultas. E a verdade também.
Mário Crespo, no JN de 2009-11-09

Ecos da blogosfera – 19 Mar.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Teorias conspirativas em prática? Se não é, parece…

Sem decisões que permitam mudanças estruturais a longo prazo, acompanhadas de vontade política, a insegurança alimentar global permanecerá
A história precisa ser sempre um eterno recomeço? Estamos a enfrentar o que poderia ser uma outra grande crise alimentar.
O Índice de Preços dos Alimentos da FAO voltou a atingir o seu nível mais alto no final de 2010.
E, nos próximos anos, a volatilidade e os preços continuarão altos, se não atacarmos as causas estruturais do desequilíbrio do sistema agrícola internacional. Seguimos reagindo a fatores conjunturais e, portanto, a gerir crises.
Até 2050, será necessário aumentar em 70% a produção agrícola mundial e em 100% nos países em desenvolvimento.
Para isso, a primeira e mais importante questão é a do investimento: a participação da agricultura na ajuda oficial ao desenvolvimento agora está em torno de 5%, e deve retornar ao patamar de 19%, de 1980, alcançando os US$ 44 bilhões por ano.
O orçamento destinado à agricultura pelos países de baixo rendimento e importadores de alimentos, que hoje gira em torno dos 5%, deveria atingir um mínimo de 10%, e os investimentos privados nacionais e estrangeiros, que representam cerca de US$ 140 bilhões por ano, deveriam subir para US$ 200 bilhões.
Estes valores são uma fração do que se gasta anualmente na compra de armas, em torno de US$ 1,5 trilhão. Em seguida, temos o comércio internacional de produtos agrícolas, que não é livre nem justo.
É preciso, ainda, chegar a um consenso nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) para colocar fim à distorção dos mercados e das medidas comerciais restritivas.
Os países da OCDE proporcionam à sua agricultura um apoio equivalente a quase US$ 365 bilhões por ano, e seus subsídios e proteção tarifária a favor dos biocombustíveis causam o desvio de 120 milhões de toneladas de cereais do consumo humano para o setor de transportes.
Por último, temos a especulação financeira exacerbada pelas medidas de liberalização dos mercados futuros de produtos agrícolas, num contexto de crise económica e financeira. Estas condições tornaram instrumentos de arbitragem de risco em produtos financeiros especulativos que substituem outros investimentos menos rentáveis.
É urgente introduzir novas medidas de transparência e de regulamentação para fazer frente à especulação nos mercados futuros de produtos agrícolas.
Num contexto também incerto do ponto de vista climático, marcado por inundações e secas, é necessário poder financiar pequenas obras de controlo de água, meios de armazenamento locais e estradas rurais, assim como portos de pesca e matadouros.
Só desta forma será possível garantir a produção de alimentos e melhorar a produtividade e a competitividade dos pequenos agricultores, diminuindo os preços ao consumidor e aumentando a renda das populações rurais, que representam 70% dos pobres no mundo.
A aplicação dessas políticas globais deve ser baseada no respeito dos compromissos assumidos pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
A gestão de crises é importante, mas a prevenção é melhor. Sem decisões que permitam mudanças estruturais a longo prazo, acompanhadas de vontade política e dos recursos financeiros necessários para sua aplicação, a insegurança alimentar permanecerá.
Isso dará margem a instabilidade política em diversos países e poderá ameaçar a paz e a segurança mundial. Se não forem seguidos por ações, os discursos e as promessas das grandes reuniões internacionais apenas aumentarão a frustração e a revolta num planeta cuja população vai aumentar dos atuais 6,9 bilhões de pessoas para 9,1 bilhões no ano de 2050.
Jacques Diouf, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO)
Para se começar a entender o que se passa com a realidade económica e financeira, que nos empurra para a realidade política e social, aqui vai um primeiro vídeo, a que se seguirão outros mais assustadores e mais detalhados, com testemunhos de actores desta prática conspirativa.
Foto
Colapso Económico, Fome e Miséria Programados e Iminentes - Alex Jones
Alexander Emerick Jones, nasceu a 11 de fevereiro de 1974 é um cineasta e apresentador de rádio americano. O seu programa "The Alex Jones Show" é transmitido através de cerca de 60 estações de rádio AM e FM por todo os Estados Unidos e na Internet. Ele é um famoso teórico da conspiração.
Em 8 de junho de 2006, quando a caminho para cobrir a reunião do Grupo Bilderberg em Ottawa (Canadá), Jones foi detido no aeroporto de Ottawa por autoridades canadianas, que lhe confiscou o passaporte, os equipamentos de câmara e muitos dos seus pertences. Posteriormente Jones foi libertado sem nenhuma acusação.

Vamos fazer provisão de comprimidos de iodo ou sal?

Em 1986, os estónios eram cidadãos soviéticos e não sabiam nada do que se passava em Chernobyl. Hoje, membros da União Europeia, não tem a certeza de estarem melhor informados, escreve o diário Postimees.
Uma pessoa muito crente que vivia na minha cidade natal contava muitas vezes que, durante a catástrofe de Chernobyl, em 1986, teve uma visão muito especial: num dia absolutamente normal, enquanto a maioria das pessoas de todo o espaço soviético, como de costume, faziam fila à porta das lojas, viviam a sua vidinha tranquilamente e os meios de comunicação não diziam uma única palavra sobre aquilo que se estava a passar na República Socialista Soviética da Ucrânia, a mão de Deus, no céu, apontava para o sul [empurrando as nuvens nessa direção].
Hoje, tomamos conhecimento das catástrofes naturais no Japão, e das suas consequências, num ambiente completamente diferente, porque fazemos parte do espaço mediático global. Contribuímos para alimentar esse espaço consumindo avidamente toda a informação disponível. No entanto, estamos agora realmente mais bem informados sobre a realidade do que na época soviética, quando vivíamos numa “feliz” ignorância?
Em vez da falta de informação, vivemos agora numa superabundância de notícias. Dezenas de milhares de líderes de opinião, especialistas, comentadores, enchem os nossos ecrãs através da Internet. Em quem acreditar e a quem ouvir? É verdade que, naquela outra época, um único partido político decidiu que era melhor manter o silêncio. Mas, hoje, neste emaranhado de informações, são muitos os que têm interesses em jogo.
A ameaça chega da Rússia
Apesar de muitos Estados oferecerem ajuda ao Japão, o mundo da concorrência continua inacreditavelmente cínico. Numa altura em que o Japão se confronta com despesas astronómicas e vai ter de gastar muito dinheiro para manter a sua vida económica, os “mercados nervosos” e os especuladores fazem cálculos para saberem quantos milhões entraram nas suas contas. Por outro lado, a atenção do público está voltada para a Líbia; já perdemos a conta se são centenas ou milhares as pessoas assassinadas pelo ditador Kadhafi, cioso de manter o seu poder.
Nesta situação, os media deviam constituir um refúgio. Em vez disso, deixam-se levar pela corrente. À qualidade, preferem a quantidade, facilmente utilizada por cada um, segundo o seu próprio interesse. Num momento em que a União Europeia, com a sua sociedade aberta e as suas poderosas relações públicas, anuncia que tenciona testar as suas centrais nucleares, em que os Verdes se manifestam em Helsínquia, ninguém dá especial atenção às centrais nucleares da Rússia, cuja mais próxima, Sosnovy Bor [entre São Petersburgo e a fronteira da Rússia com a Estónia], está a funcionar.
Pode dizer-se que, 25 anos após Chernobyl, a mão de deus continua lá. A diferença é que, hoje, não vemos esses acontecimentos num céu azul claro, mas sim nos nossos ecrãs planos. O aumento do número de contactos significa, também, o aumento do medo e do pânico: ao que parece, na Finlândia já se fazem provisões, em grande quantidade, de comprimidos de iodo.
Neeme Korv  - cronista do diário estónio Postimees.
Para nós, o perigo mora em Almaraz e informações também ninguém nos dá!
O governo chinês garantiu que o país tem "reservas substanciais" de sal, um dia depois do produto ter esgotado em supermercados de Pequim, Xangai e dezenas de outras cidades devido às suas alegadas propriedades antiradioativas.

Ora aqui estão umas boas questões!

Recebido por mail, sem proveniência nem autoria e não me foi possível encontrar. Mas que importa, se as questões são pertinentes?

Ecos da blogosfera – 18 Mar.

quinta-feira, 17 de março de 2011

MICROCRÉDITO ganha crédito na banca internacional

O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, inaugurou em Farim, norte do país, o primeiro banco de crédito que vai apostar na promoção dos camponeses, sobretudo as mulheres guineenses na luta contra a pobreza.
O banco, localmente designado Caixa de Crédito e Poupança Agrícola, é constituído por capitais senegaleses e vai ser instalado em todas as regiões da Guiné-Bissau, sendo que Farim, no norte, foi a primeira zona a receber a instituição.
A seguir a Farim, localidade situada a escassos 35 quilómetros do Senegal, Bissau e Gabu são as regiões onde o banco designado será instalado.
Uma cooperativa agrícola e 7 de camponeses do município do Huambo, filiados à União Nacional dos Camponeses de Angola (UNACA), beneficiaram hoje de instrumentos de trabalhos e fertilizantes, no âmbito do programa de concessão de microcrédito de campanha de combate à pobreza gizado pelo Banco Sol.
Os beneficiários receberam instrumentos de trabalho, sementes diversas e fertilizantes, avaliados em 22.980.334 kwanzas, disponibilizado pelo Banco Sol.
O programa de microcrédito está em curso no Huambo desde novembro de 2010 e já beneficiou 2.562 camponeses de Caála, Bailundo e Londuimbali, com o capital aplicado de 351.000.000 de kwanzas.
O presidente da comissão executiva do Banco Sol lembrou que a instituição bancária se instalou no mercado angolano há 10 anos, para contribuir no combate à pobreza, com a concessão de microcréditos aos agricultores, visto que só deste modo se pode elevar a qualidade de vida das populações.
O microcrédito é um pequeno empréstimo bancário destinado a apoiar pessoas que não têm acesso ao crédito bancário, mas querem desenvolver uma actividade económica por conta própria e, para isso, reúnem condições e capacidades pessoais, que antecipam o êxito da iniciativa que pretendem tomar.
O microcrédito tem a aparência de um pequeno crédito, que o é, mas é muito mais do que isso. Não basta ser pequeno para que o crédito seja microcrédito. Para que o seja tem que, adicionalmente, respeitar os seguintes pressupostos:
·        Quanto aos destinatários: são pessoas, que não têm acesso ao crédito bancário normal e desejam realizar um pequeno investimento, tendente à criação de um negócio através do qual pretendem criar o seu próprio emprego;
·        A iniciativa de investimento a que se propõem tem virtualidades para se poder vir a transformar numa actividade sustentável, capaz de gerar um excedente de rendimento e garantir, o reembolso do capital emprestado;
·        Tende a ser ilimitado o crédito de confiança estabelecido entre os empreendedores e a ANDC e vice-versa; estabelece-se uma espécie de contrato de confiança entre os microempresários e a ANDC;
O processo do microcrédito não consiste apenas na atribuição do crédito; os candidatos têm a garantia de apoio na preparação do dossier de investimento e, após o financiamento, na resolução dos problemas com que se possam confrontar com o desenvolvimento do negócio.

Um retrato a la minute, mas é um retrato!

Bastonário da Ordem dos Advogados critica “onda de vedetismo” dos juízes e diz que a sua geração deixou aos jovens “desemprego, pobreza e dívidas”.
Marinho Pinto disparou em vários sentidos no discurso de abertura do ano judicial, em Lisboa. O bastonário da Ordem dos Advogados aproveitou a ocasião para criticar “os verdadeiros assaltos aos recursos públicos que levaram ao enriquecimento obsceno dos seus autores” e “a corrupção que se tem alastrado a todos os níveis do aparelho do Estado”.
Falando “como simples advogado”, Marinho Pinto destacou vários episódios, conhecidos da sociedade portuguesa, em que “bancos foram saqueados em milhares de milhões de euros e os beneficiários continuam impunes”.
Já no que diz respeito à área da justiça, o bastonário começou por criticar aquilo a que chama “a desjudicialização da justiça, que vai ter duas consequências: em primeiro lugar, premeia aqueles que têm contas a ajustar com a justiça e, em segundo, fazem com que aqueles que a procuram desesperem e acabem por fazê-la com as suas próprias mãos”.
Para o bastonário da Ordem dos Advogados, a justiça portuguesa não está num “bom momento” e em parte devido ao Estado, que “nesta altura já não é capaz de cumprir o fim mais importante da ordem jurídica: a administração da justiça e dos tribunais”.
Marinho Pinto lembra, no entanto, que “não é só na justiça que as coisas correm mal". "O país, no seu todo, vive um dos momentos mais difíceis da sua história e a generalidade dos cidadãos sente que o Estado se está a dissolver e as instituições se estão a desmoronar”.
Não faltou ainda uma palavra aos mais jovens, a quem foi deixada “uma herança pesada”. “Hoje interrogo-me o que posso dizer aos meus filhos. O que é que a minha geração lhes deu? Desemprego, pobreza e dívidas, muitas dívidas e por isso concluo: as nossas elites falharam”.
O ensino também não escapou às críticas do bastonário, que acusou as “universidade de se mercantilizarem e não prepararem os jovens para as necessidades da economia actual”.
Por muito que os visados pelas denúncias de Marinho Pinto lhe chamem demagogo, pessoalmente admiro o cidadão e já lhe disse cara a cara, não só por ser do contra, mas por relatar sempre casos verídicos e daí não se entender onde mora a demagogia. Demagogia é não contra-argumentar as ideias e demonstrar a não veracidade os factos
E aqui ficam mais uns very lights lançados na Abertura do Ano Judicial, que desta vez não tiveram as reações insolentes de Magistrados que tem que ter uma postura de Estado para merecerem a continuidade nos altos cargos que lhe foram confiados
Entretanto, tudo na mesma.

Na verdade, há qualquer coisa que não é verdade!

Enviado para:
Gabinete do 1º Ministro - pm@pm.gov.pt
Censos 2011 - censos2011teste@ine.pt
Tribunal do Trabalho de Lisboa - correio@lisboa.mptt.mj.pt
Exmos. Senhores, logo à cabeça e depois de ver o anexo que vos envio, tenho de perguntar o seguinte: que falta de vergonha é esta??!
Então na questão nº 32 dos Censos 2011, informam que o inquirido que trabalha a recibos verdes, mas com um local de trabalho fixo, dentro de uma empresa, com subordinação hierárquica e um horário de trabalho definido, ou seja, de forma ilegal, deve preencher "trabalhador por conta de outrem", como se contratado como deve ser, com os benefícios/obrigações que daí resultam?
Mas andamos a brincar? Não leiam esta questão com fúria ou ironia, é que eu quero mesmo saber se é para brincar. É que se for, também vou responder aos Censos 2011 com ceras de cores e responder da mesma forma, a brincar.
Então o patrão usa e abusa do colaborador, age em desacordo com a lei, e as pessoas têm de assinalar a cruz que indica exactamente o contrário? Para quê? Para ficar bonito nas estatísticas do governo? E colocar hipótese a uma cruz que dissesse "trabalhador por conta de outrem, em regime full time, com local fixo, subordinação hierárquica e horário definido, a recibos verdes"? Isso merecia o meu respeito. Isso é que era de coragem, para saber quantos são! A estatística seria certamente interessante.
Dito isto, serve este e-mail para expressar o meu desagrado e para informar que tratarei de me recusar a preencher a questão nº 32 dos Censos 2011, pelo desrespeito que representa para muita gente, se bem que o que mereciam era que não respondesse de todo. Também, informo que darei uso aos meios de comunicação para divulgar este e-mail, de forma a que, quem entender, proceda como eu.
Assina uma cidadã que não sofre dos males de trabalhar a recibos verdes, mas sente repulsa por um país que mais parece uma cadeira: tem pernas mas não anda!
Recebido por mail (Anónimo)
Mas há quem aponte a falsidade e com mais conhecimento da matéria:

Ecos da blogosfera – 17 Mar.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Desinformação em Fukushima e muita fé em Almaraz!

A central nuclear de Almaraz, na Província de Cáceres, funciona desde o início dos anos 80 junto ao Rio Tejo e faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre.
O responsável do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Portalegre explicou que, em caso de explosão na central nuclear de Almaraz, o “primeiro passo” seria “pré-avisar as populações para uma retirada à medida da evolução do problema” e deu como exemplo o que se está a passar no Japão.
No Japão, os ciclos de evacuação estão a evoluir à medida que as coisas se agudizam. Inicialmente era um ciclo de evacuação relativamente pequeno e neste momento vai nos 30 quilómetros. Ora se o ciclo de evacuação chegar aos 30 quilómetros em Almaraz ainda nem sequer chegava à fronteira portuguesa», observou.
Em caso de acidente grave na central de Almaraz, os primeiros passos seriam dados pelas autoridades espanholas e em caso de explosão, o distrito de Portalegre, à partida, não seria “muito afectado”, graças aos “ventos predominantes”. De acordo com o responsável, o distrito de Castelo Branco seria “muito mais afectado”. Outro dos passos a dar pelas autoridades portuguesas seria desenvolver um plano de descontaminação junto das pessoas e das águas do Rio Tejo.
O secretário de Estado da Energia, Carlos Zorrinho, garantiu que Portugal e Espanha possuem sistemas de informação permanente e planos de emergência para um eventual acidente na central nuclear de Almaraz.
Sem querer ofender ninguém, parece que o nosso “plano” assenta numa fé mariana, que não deve resultar nestes casos, assim como as distâncias definidas como perigosas, para não falar do vento, que neste momento nem Eólo sabe.
Isto de fazer lixeiras perto das nossas casas só pode cheirar mal e concordar com elas não é sinal de bom senso…
ONU reclama de falta de informação
"A questão é muito complicada, não temos todos os detalhes e informações, por isso o que podemos fazer é limitado", disse o diretor-geral da AIEA. "Estou a tentar melhorar a comunicação." Essa foi a primeira manifestação pública de insatisfação da agência com as autoridades japonesas.
Questionado sobre a extensão dos danos no reator 2 de Fukushima, disse: "É uma racha? É um buraco? Não é nada? Não sabemos".
Para o comissário europeu de energia a situação é pior do que o divulgado e está "fora de controlo". "Há quem fale em 'apocalipse' e a palavra parece muito apropriada. Não excluo o pior", disse, após reunião com representantes de governos e especialistas.
WikiLeaks 
Documentos elaborados pela Embaixada dos EUA no Japão em 2008, divulgados pelo WikiLeaks, já mostravam que a política nuclear japonesa era considerada "antiquada" e que as autoridades locais teriam ocultado "alguns acidentes nucleares nos últimos anos". Segundo o relatório, as companhias elétricas japonesas são responsáveis por "esconder os custos e problemas de segurança".
Apenas 50 'heróis' ainda permanecem na Central
Depois da explosão no reator 2 e de um novo foco de incêndio no reator 4 da Central Nuclear de Fukushima - 4 dias depois do início da crise -, o governo japonês ordenou a retirada de 800 engenheiros e técnicos que tentavam estabilizar a situação. Apenas 50 pessoas continuam no complexo (que dificilmente sairão ilesos de lá), tentam evitar que um desastre em larga escala, que colocaria em risco toda a população do Japão.
A entidade fiscalizadora destes problemas diz que não sabe o que se passa.O comissário europeu de energia diz que a situação é pior do que o divulgado e está fora de controlo,  fala em apocalipse e não exclui o pior.
O WikiLeaks (esse criminoso) divulgou em 2008, que a política nuclear japonesa era antiquada, que as autoridades locais teriam ocultado acidentes nucleares nos últimos anos e que as companhias elétricas japonesas escondiam os custos e os problemas de segurança.
Para evitar que um desastre em larga escala, 50 pessoas continuam no complexo, arriscando a vida, para evitar o risco para toda a população do Japão. Ironia do destino, quem sentiu na carne a 1ª e a 2ª bomba atómica, arrisca-se a sentir uma 3ª, com políticas arriscadas!
Perante este esboço (desenho é impossível fazer) pensarmos no “plano” para Almaraz só nos pode fazer rir, para não chorarmos…
Foto 1 - Foto 2 - Foto 3

Sindicalistas vão vigiar manifestação de Polícias?

A violência dos sindicalistas na manif de 19 de janeiro
A Associação Sindical dos Profissionais da PSP (ASPP/PSP) marcou para terça-feira à tarde uma concentração junto da residência do primeiro-ministro para entregar uma moção "reivindicativa" ao Governo e insistir na demissão do ministro da Administração Interna.
Paulo Rodrigues, presidente da ASPP, explicou que a concentração está a motivar uma "grande participação de polícias de todo o país", que estão "revoltados, descontentes e desmotivados com uma situação que se arrasta há mais de um ano e que é ilegal", nomeadamente devido à não aplicação da parte remuneratória do estatuto profissional.
Antes da concentração vai realizar-se um encontro nacional em Lisboa, que conclui o ciclo de plenários iniciado a 1 de fevereiro por todo o país.
Mais de duas centenas de agentes da PSP  membros da ASPP/PSP, reunidos em plenário, aprovaram "por unanimidade" a moção em que pedem que o "primeiro-ministro substitua rapidamente o ministro da Administração Interna [Rui Pereira], incapaz de resolver os problemas e ignorado pelo ministro das Finanças" no que toca ao seu compromisso de aplicar novas tabelas remuneratórias, disse o presidente da associação.
"O ministro aprova um estatuto, diz que é esse que vai para a frente, portanto tem de saber que impacto orçamental vai ter. Mas depois vem dizer que o ministro das Finanças é que não disponibiliza a verba. Não faz sentido a PSP continuar a ser tutelada por um ministro que nunca vai ter capacidade de resolver os problemas", disse Paulo Rodrigues.
Ainda nos lembramos todos que, no dia 19 de Janeiro, num protesto organizado e autorizado à porta do Palácio de São Bento contra cortes na função pública acabou em “confrontos” com a polícia e a detenção de dois sindicalistas, um da Função Pública e outro de um Sindicato dos Professores.
Para além de as imagens nos mostrarem que não tinha havido qualquer confronto, essa evidência foi confirmada em Tribunal. Tal quer dizer que os polícias de serviço abusaram das suas competências e usurparam um direito constitucional, que é o de se manifestarem em defesa dos seus direitos. Nem se entende por que os sindicalistas vitimizados não pediram indemnizações ao Estado, ao Ministério da Administração Interna, ou aos próprios agentes.
Num volte face circunstancial, são agora os agentes da PSP a fazerem o mesmo que os sindicalistas fizeram e seguramente que estarão polícias de um lado a manifestarem-se e do outro polícias defendendo a “ordem”. Se forem tão rigorosos como foram com os sindicalistas, vamos ter agentes da PSP presos por agentes da PSP, numa reposição dos “secos e molhados” no tempo de Cavaco com PM.
Não seria mais “justo” e equitativo que, desta vez fossem os sindicalistas a vigiarem a manifestação da ASPP/PSP, só para experimentarem na pele a prepotência da força?
É uma sugestão, que bem sei não tem pernas para a manifestação, mas que tinha graça, tinha!