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sábado, 2 de abril de 2011

Energia Nuclear: “Pedimos desculpa pelo incómodo”

A quase cada informação divulgada sobre o que acontece na central nuclear, no Japão, são emitidas, em seguida, retificações e desculpas. Aqueles que se opõem à energia nuclear falam de manipulação e censura do lobby nuclear para minimizar os riscos desse tipo de centrais.
Houve pânico e múltiplas especulações no início desta semana, após a declaração de um responsável da TEPCO de que a água do mar nas adjacências de um dos reatores de Fukushima continha 10 milhões de vezes mais radioatividade do que a norma. Em seguida, a TEPCO pediu desculpas, já que a cifra tinha de ser 1.150 vezes acima do máximo permitido. O reconhecimento da existência de plutónio no complexo de Fukushima também acendeu as chamas e as suspeitas de muitos.
“Conhece-se toda a verdade, o que acontece é que se trata de uma situação muito complexa e de um acidente industrial de enorme complexidade. Portanto, isso não significa que saibamos tudo, sinceramente, porque os reatores estão numa situação de grande instabilidade. É impossível ter-lhes acesso de forma direta e, portanto não se tem uma ideia aproximada dos fenómenos que estão a ocorrer dentro deles. Ou seja, sabemos o que está a acontecer, mas não sabemos tudo o que acontece”, declarou Rafael Grossi, chefe de gabinete da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Em relação aos próximos passos para evitar mais contaminação radioativa da água, do ar e do solo, o funcionário da AIEA disse que acredita que “o que está a ser feito é o correto, esfriar, esfriar, esfriar, porque enquanto os reatores não estiverem resfriados não se pode estabilizar a situação e as tarefas de contenção da radiação não serão bem sucedidas. A radiação na atmosfera está a ocorrer de uma maneira controlada, mas está a ocorrer e isso obviamente é pernicioso. O que se faz é evitar um cenário muito pior, que é a fusão dos núcleos dos reatores e outro tipo de situações”.
Rafael Grossi considera que no momento o prognóstico é reservado. A situação continua a ser séria, de modo que a AIEA não se situa entre os otimistas, nem entre os catastrofistas. “Simplesmente daremos a informação objetiva, tal como está a ser produzida desde o local do acidente. Analisamos e tratamos de contextualizá-la para que a opinião pública entenda. Acreditamos que se caminha numa boa direção. Dizer se somos otimistas, ou não, parece-me um pouco prematuro”.
Desde a TEPCO à AIEA, passando pelo governo japonês, percebe-se que andam todos à nora, porque ninguém é capaz de dominar, por um lado o que está a acontecer em Fukushima e por outro lado o que pode em qualquer acidente futuro. Isto é o mesmo que dizer, que a energia nuclear, apesar doa mais de 40 anos de “experiência” continua fora do conhecimento dos maiores especialistas, dando razão a quem sempre foi, é e continuará a dizer: Nuclear não! Obrigado.
Para reforçar o que acima disse, basta ter-se registado radioatividade na China, na Rússia, nos EUA, na Europa (Portugal continental incluído e até nos Açores).
E enquanto a AIEA diz que nem é otimista, nem catastrofista, confessa que se está a evitar um cenário muito pior, a fusão dos núcleos dos reatores e outro tipo de situações.
Fiquei sem saber o que é ser otimista (com uma situação incontrolável), ou catastrofista (quando já só se acredita…).
Há mesmo contaminação, e não devem ser os Verdes alemães, nem o Greenpeace… Adivinhe-se!

E dizem que um país como este é quase lixo!

Eu conheço um país que em 30 anos passou de uma das piores taxas de mortalidade infantil (80 por 1.000) para a 4ª mais baixa taxa a nível mundial (3 por 1.000).
Que em 8 anos construiu o 2º mais importante registo europeu de dadores de medula óssea, indispensável no combate às doenças leucémicas. Que é líder mundial no transplante de fígado e está em 2º lugar no transplante de rins.
Que é líder mundial na aplicação de implantes imediatos e próteses dentárias fixas para desdentados totais.
Eu conheço um país que tem uma empresa que desenvolveu um software para eliminação do papel enquanto suporte do registo clínico nos hospitais (Alert), outra que é uma das maiores empresas ibéricas na informatização de farmácias (Glint) e outra que inventou o primeiro antiepilético de raiz portuguesa (Bial).
Eu conheço um país que é líder mundial no sector da energia renovável e o 4º maior produtor de energia eólica do mundo, que também está a construir o maior plano de barragens (10) a nível europeu (EDP).
Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o 1º sistema mundial de pagamentos pré-pagos para telemóveis (PT), que é líder mundial em software de identificação (NDrive), que tem uma empresa que corrige e detecta as falhas do sistema informático da Nasa (Critical) e que tem a melhor incubadora de empresas do mundo (Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra)
Eu conheço um país que calça 100.000.000 de pessoas em todo o mundo e que produz o 2º calçado mais caro a nível planetário, logo a seguir ao italiano. E que fabrica lençóis inovadores, com diferentes odores e propriedades anti-germes, onde dormem, por exemplo, 30.000.000 de americanos.
Eu conheço um país que é o “state of art” nos moldes de plástico e líder mundial de tecnologia de transformadores de energia (Efacec) e que revolucionou o conceito do papel higiénico (Renova).
Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial e que desenvolveu um sistema inovador de pagar nas portagens das auto-estradas (Via Verde).
Eu conheço um país que revolucionou o sector da distribuição, que ganha prémios pela construção de centros comerciais noutros países (Sonae Sierra) e que lidera destacadíssimo o sector do “hard-discount” na Polónia (Jerónimo Martins).
Eu conheço um país que fabrica os fatos de banho que pulverizaram recordes nos Jogos Olímpicos de Pequim, que vestiu dez das selecções hípicas que estiveram nesses Jogos, que é o maior produtor mundial de caiaques para desporto, que tem uma das melhores seleções de futebol do mundo, o melhor treinador do planeta (José Mourinho) e um dos melhores jogadores (Cristiano Ronaldo).
Eu conheço um país que tem um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago), uma das mais notáveis intérpretes de Mozart (Maria João Pires) e vários pintores, escultores e arquitetos reconhecidos internacionalmente (Paula Rego, Júlio Pomar, Maria Helena Vieira da Silva, João Cutileiro, Siza Vieira, Souto de Moura).
O leitor, possivelmente, não reconhece neste país aquele em que vive ou que se prepara para visitar. Este país é Portugal. Tem tudo o que está escrito acima, mais um sol maravilhoso, uma luz deslumbrante, praias fabulosas, ótima gastronomia.

Bem vindo a este país que não conhece: PORTUGAL.
Texto de Nicolau Santos (publicado na Revista UP da TAP) e recebido por mail
Há vários textos, do mesmo autor, com mais acrescentos, de várias proveniências, mas não consegui localizar o endereço. Vale a oportunidade de levantar a autoestima nas circunstâncias que estamos a viver e não pensarmos que o TER  supera o SABER e o SABER FAZER…

Currículo: Formação Cívica, ou Serviço Cívico?

Ajudar quem mais precisa é o objetivo da “loja social” criada em Dezembro de 2010 pelo Agrupamento de Samora Correia, concelho de Benavente. O novo projecto visa recolher junto dos encarregados de educação, cidadãos, instituições e empresas do concelho artigos que possam ajudar os jovens alunos e as famílias que se encontram em situação de maior vulnerabilidade social.
Actualmente, dos 1.702 alunos do agrupamento de escolas de Samora Correia, mais de 600 beneficia de apoio da Segurança Social. “O que pretendemos é facultar vestuário, calçado, roupa de cama, mobiliário e comida. A comida é mais difícil e pedimos um parecer à ASAE para saber se os interessados poderão ir aos restaurantes buscar directamente a comida. Esse parecer ainda não veio e por enquanto esse é apenas um objectivo para o futuro. Mas já temos restaurantes que nos manifestaram a vontade de receber as pessoas sem que ninguém saiba se estão a pagar ou não. Ainda existe muita pobreza envergonhada”, lamenta Dora Morgado, subdirectora do estabelecimento de ensino.
A responsável refere que a ideia para o projecto social surgiu na sequência do aumento dos pedidos de ajuda por parte dos alunos e dos pais. “Noto que as pessoas precisam destes bens, mas precisam essencialmente de comida. Há fome. Muitas vezes vem ter connosco e dizem que a única refeição que os filhos têm é o que comem na escola. É aflitivo, às vezes nem dizem. Os miúdos vão para as aulas e depois começam a sentir-se mal por não terem tomado um pequeno-almoço”, lamenta a responsável.
Actualmente a loja social já tem vários produtos guardados para entrega, mas são precisos voluntários para inventariar tudo o que existe.
A escola está disponível para receber todas as doações que a população queira fazer, “Contudo os bens que angariamos na loja social destinam-se apenas a ajudar os nossos alunos e as suas famílias, algumas com situações já sinalizadas pelos serviços sociais”. Os interessados em receber apoio só têm de se dirigir aos directores de turma e preencher um formulário nos serviços da escola.
Os responsáveis garantem que não têm como objectivo “entrar em projectos megalómanos” e garantem que a loja social vai funcionar “enquanto existir gente disponível para ajudar”.
Mais um projeto que responde à solidariedade social, numa ESCOLA que tem como objetivo EDUCAR e não haverá melhor educação do que a insere o aluno na sociedade a que pertence, consciente dos problemas e virtudes do país que lhes deu o berço.
Mas qualquer coisa deve estar a falhar no projeto para faltarem voluntários que lhe dê corpo, sobretudo no Ano Europeu do Voluntariado.
E cá está uma ideia para a alteração do Currículo do Ensino Básico, substituindo a Formação Cívica, por Serviço Cívico, enquadrando todos os alunos na ideia do voluntariado e pondo em prática essas preocupações emergentes, em parceria com a restante Sociedade Civil…
Parabéns ao Agrupamento de Samora Correia e que haja muitas mais a segui-lo.
A LOJA SOCIAL é um projecto de Intervenção e apoio social do Agrupamento de Escolas de Samora Correia que, através de uma rede de parcerias locais entre cidadãos, instituições e empresas solidárias, juntamente com o Banco de Voluntariado constituído nesta comunidade escolar, pretende promover melhores condições de vida aos alunos cujas famílias se encontrem, no momento, em situação de maior vulnerabilidade social.
Este é um Projecto que visa: potenciar a criação de respostas mais adequadas aos actuais problemas sociais, rentabilizando os recursos existentes; contribuir para a integração dos alunos, suas famílias e comunidade; e estimular a sua participação activa.
A Loja Social destina-se a todos os alunos e suas famílias que frequentem as Escolas do Agrupamento e que por situações pontuais de vida não possam custear certos bens materiais, tais como alimentação, vestuário, calçado, livros, material escolar e outros.
A Loja Social funcionará a partir da Escola Básica 2,3 de Samora Correia e será inaugurada em Março de 2011.

Já só faltam 3 PECados fatais…

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A bem da capital da Nação e para mal do Grande Porto!

À margem da vistoria técnica que antecedeu a entrada em funcionamento da auto-estrada A41, entre Picoto (Feira) e Ermida (Gondomar), o secretário de estado Paulo Campos admitiu: "Com certeza que há dificuldades e ninguém as está a esconder. São visíveis e estamos a trabalhar diariamente para que sejam resolvidas".
No mesmo sentido se manifestou Valentim Loureiro, o autarca de Gondomar que durante 6 anos presidiu ao conselho de administração da Metro do Porto: "Com os problemas que agora se conhecem da situação financeira do país, penso que é difícil acabar de trazer o metro de Fânzeres até Gondomar / S.Cosme e [construir] a segunda fase, que seria a linha Gondomar / Valbom / Porto Campanhã".
Parece que não há dúvidas de que o PAÍS tem dificuldades de tesouraria, mas é o PAÍS TODO, não é o NORTE, que por acaso(?) é o mais atingido, com a indiferença das restantes “regiões”, que até mamam à custa, como é o caso de Lisboa.
Daí que, a interromper obras no Metro do Porto, terão que ser interrompidas todas as obras de todos os Metros do país, pelas mesmas e exatas razões.
O consórcio Via Porto completa hoje um ano de operação no Metro do Porto com um número recorde de passageiros em março e sem qualquer greve setorial numa altura em que as paralisações nos transportes se sucedem.
“É um ponto de honra do grupo Barraqueiro [que lidera o consórcio Via Porto] ter uma política de recursos humanos que não provoque situações de conflito na empresa”, disse o presidente do conselho de administração do consórcio Via Porto.
José Luís Catarino realçou que “haver uma permanente conversação, com maior abertura possível, tanto com sindicatos como com as comissões de trabalhadores tem permitido o bom entendimento e evitado a existência de greves”.
A linha de comboio Porto / Póvoa, sempre foi a que mais rendimento deu à CP. Com a substituição do comboio pelo Metro e o seu alargamento à área do Grande Porto, o número dos utilizadores vem aumentando, mas parece que o défice acompanha esse aumento. Mesmo consultando Relatórios, nestas coisas de prejuízos é difícil detetá-los, já que o seu conceito é variável e imaginativo, que até chega a considerar como perdas, os ganhos abaixo do previsível.
Se o Metro do Porto dá prejuízo (mesmo dentro do conceito de serviço público/social), porque será que um consórcio privado se meteu no negócio, se o seu objetivo não é perder dinheiro? Com mais de 50.000.000 de utentes/ano, deve haver muito gasto para absorver tanta receita. Ou será que se quer recuperar os investimentos?
Concluindo: aumenta a procura, aumenta o défice(?) e corta-se na ampliação do serviço, para bem da nação e para prejuízo dos “grandes portuenses”…

Curiosidade - Para quem não sabe, o Metro do Porto (falo da linha vermelha, porque não conheço as outras) não tem qualquer instalação sanitária em qualquer estação, nem na plataforma da Sra. da Hora, o que cria situações complicadas aos utentes. Não se sabe se foi para poupar (ridículo), se foi erro de programa e de projeto (imperdoável e resolúvel) e para colmatar a falha deveriam oferecer umas cuecas para incontinentes, que seria substituída quando se provasse que já tinha sido utilizada…

O consórcio ViaPORTO, que integra as empresas Grupo Barraqueiro, Arriva, Keolis e Manvia, foi o vencedor do Concurso para a Subconcessão dos serviços de Operação e Manutenção do Sistema de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto. O Contrato de Subconcessão, assinado em Fevereiro 2010, tem a duração de 5 anos.
O Sistema de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto tem 6 linhas, 67 quilómetros de via, 80 estações (14 das quais são subterrâneas) e transporta anualmente mais de 50 milhões de passageiros. Para além da rede actual, o contrato de subconcessão inclui também algumas extensões que se encontram já em fase de construção.

Há pobreza intelectual? Contadores inteligentes, já!

O presidente da EDP,  António Mexia, considera que “em Portugal temos uma pobreza intelectual quando nos manifestamos de forma fácil e insidiosa a criticar tudo o que foi feito e a querer voltar ao ponto de partida”.  
O presidente da EDP diz que “existe hoje uma enorme demagogia sobre os preços da energia” e assinala que actualmente, com o petróleo próximo dos 105 dólares, um parque eólico de nova geração é competitivo, em termos de custo da electricidade, com as centrais de ciclo combinado a gás natural.
Também referiu os avanços feitos na instalação de contadores inteligentes em Évora. Destas instalações surgiram nos últimos dias uma dezena de queixas de aumento de facturação da electricidade, que António Mexia desvalorizou, indicando que esses aumentos se deveram ao facto de os consumidores em causa estarem a comparar consumos de Verão com os de Inverno.
O presidente da EDP acredita que os contadores inteligentes permitem ganhos para os consumidores e simultaneamente para a EDP.
Mexia tem razão quando diz que em Portugal temos uma pobreza intelectual (tirando os muitos intelectuais que são reconhecidos internacionalmente) e acrescento eu, também económica (ele não se lembra dessas miudezas, apesar da Fundação), que regra geral pagam os últimos para os primeiros terem tempo de se instruírem…
E diz ainda que existe hoje uma enorme demagogia sobre os preços da energia e eu concordo. O preço da eletricidade está barato, este ano (com cortes nos salários do Funcionários Públicos e…) não houve aumento do preço, os 42% da fatura para “Custos de Interesse Geral” foram abolidos e a EDP teve grandes prejuízos…
Diz mais uma verdade, sobre o investimento nos parques eólicos de nova geração, que considera competitivo, em termos de custo da electricidade, só não diz (mero esquecimento) que os ganhos não são para os consumidores e que nos “Custos de Interesse Geral” estão incluídas verbas para o fomento dessas renováveis…
Curiosamente e por ironia, a instalação de contadores inteligentes em Évora deram origem a uma dezena de queixas de aumento de faturação da electricidade, que António Mexia justificou que os aumentos se deveram aos consumidores compararem consumos de Verão com os de Inverno. Pobres intelectuais, mas só foram 10… e os contadores são tão inteligentes, que se “enganaram” a favor do dono, o que contraria a sua mensagem: os contadores inteligentes permitem ganhos para os consumidores e simultaneamente para a EDP…
Ainda bem que, para contrabalançar a pobreza intelectual dos portugueses, Mexia nos brinda com contadores tão inteligentes, que nos cantarão maviosamente novos aumentos da eletricidade no próximo ano, que serão aceites, fruto da nossa pobreza intelectual…
Mas isto é só demagogia!

As dívidas dos bancos não são deles, são nossas!

O cavalo de Tróia
CDS-PP, Bloco de Esquerda e PCP foram os primeiros a reagir aos dados revelados pelo INE, de que o défice português ficou em 8,6% em 2010, muito acima dos 7,3% previstos pelo Governo.
Do lado dos democratas-cristãos, a deputada Assunção Cristas questionou os números da dívida pública: “Aquilo que estava previsto de dívida era de 82% do PIB e passa agora para 92% do PIB, e em 2011 passa de 87,9% para 97% por cento do PIB. Sobre este aspecto era [também] bom que o Governo se explicasse”.
Já sobre as explicações do ministro Teixeira dos Santos, considerou serem “muito parcas e incompletas”. “Pode ter alguma razão quando diz que há operações que terão um só impacto, o caso do BPN. Mas no caso das empresas públicas não tem razão e tem que explicar”, acrescentou.
Pelo PCP, Honório Novo lembrou que os comunistas foram os únicos a rejeitarem a nacionalização do BPN: “Ainda bem que, o PCP foi o único partido que decidiu em boa hora, em 2008, rejeitar esta nacionalização do BPN. Todos os outros ou votaram a favor, ou viabilizaram a nacionalização do BPN, que agora o povo português está a pagar ao sabor de 1.800 milhões de euros. E estou seguro que não está a pagá-lo todo”.
“O buraco financeiro do BPN saiu dos cofres do Estado e é evidente que deve ser refletido nas próprias contas, se isso não acontecesse estaríamos aqui no jogo do ‘faz de conta’, que é muito característico do atual Governo”, acrescentou.
O deputado disse, depois, esperar mais “surpresas”, “porque, como o próprio Governo admitiu no PEC 4, o Executivo prevê novas injecções de capital no sistema bancário com vista à sua consolidação”.
No fim da história, a moral é a seguinte: QUEM PAGA É O CONTRIBUINTE!
Quando aparece alguém, não com coragem, mas com o discernimento e honestidade política, para por os Bancos e os respectivos accionistas a limparem (pagarem) a bosta (as dívidas) que fizeram? Isto já não é política, nem Mercados, é sodomia.
E acho graça que os próprios deputados, só agora, ficaram “convencidos” de que quem pagou a factura do BPN e do BPP foram os portugueses e que o PEC 4 (que há de ter a sua ressurreição, depois da Páscoa) era para pagar mais dívidas do mesmo, numa continuidade de processos indecentes e imperdoáveis. E o ministro das finanças ainda teve o arrojo de reafirmar no Parlamento que, se fosse preciso colocar mais dinheiro do Estado na banca, voltaria a fazê-lo…
E mais! De onde vieram os mais de 2 mil milhões de euros com que entramos para a ajuda à Grécia (para pagar as dívidas dos bancos que também não são “nossos”)? E com quanto entramos para a “ajuda” à Irlanda? E de onde vieram os mil milhões de euros dos submarinos (um veio avariado e o segundo nem veio ainda)? Não havendo “saco azul” só pode ter saído das verbas do OE. Os parlamentares também andam muito distraídos! E nós é que (lhes) pagamos?
Basta! Pum!

Ecos da blogosfera – 1 Abr.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Famílias de partidos europeus, ou lares portugueses?

Famílias partidárias no Parlamento Europeu
O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel afirmou que o seu partido conta com a solidariedade do Partido Popular Europeu (PPE).
Questionado sobre as afirmações sobre a situação portuguesa feitas por Angela Merkel, que criticou o chumbo do PEC pelos partidos da oposição no Parlamento, Rangel respondeu que "têm de ser compreendidas no plano institucional".
"Eu estou no PPE, faço parte dos órgãos do grupo parlamentar do PPE e, portanto, a posição é claríssima sobre essa matéria. Outra coisa, são os primeiros-ministros de outros países que falam a nível do Conselho. Uma coisa é falar a nível institucional, outra coisa é falar a nível político. Não há que confundir os planos. Mas não tenham dúvidas de que a chanceler Merkel quando vir o Governo do PSD vai respirar de alívio", acrescentou.
Ressalvando que vai estar "totalmente disponível" para ajudar o partido, considerou que nas actuais circunstâncias "é fundamental" para os partidos "a sua ancoragem no Parlamento Europeu e nas instituições europeias".
Quanto às linhas gerais do programa eleitoral do PSD aprovadas, elogiou a atenção dada ao crescimento económico e aos problemas sociais, considerando que "rompe com a política socialista, que só fala nos aspectos financeiros", e pediu clareza quanto à política de saúde. "Eu acho que nós temos de ter aí propostas muito claras", disse.
Questionado sobre se concorda com o princípio de "progressiva liberdade de escolha na saúde e na educação", respondeu: "Na educação, concordo seguramente. Na saúde, concordo com liberdade de escolha, mas acho que devemos fazer uma defesa, eu diria, mais conservadora do Serviço Nacional de Saúde".
Rangel reiterou a opinião de que a revogação do actual modelo de avaliação dos professores "foi um erro", porque "pode originar equívocos".
Paulo Rangel é deputado europeu, representando Portugal e apesar de o ser através do seu partido, não é para o partido que trabalha, mas para o nosso país. De que nos serve a solidariedade do PPE? E com base nesse pressuposto (errado), vem dizer que a Sra. Merkel vai respirar de alívio quando vir o governo do seu (dele) partido, barbaridade comparável ao beija mão de Sócrates à mesma senhora. “Clubite”?
E insiste na ideia de ajudar o (seu) partido com total disponibilidade, sem referir sequer que, ajudando o partido ajudará(?) o país, antes sublinhando que é fundamental para os partidos a ancoragem no PE e nas instituições europeias, como se daí viesse qualquer solução, ou não tenha havido esse apoio…
Sobre as linhas gerais do programa eleitoral, elogiou a atenção dada ao crescimento económico e aos problemas sociais, apesar de a seguir vir dizer que concorda com o princípio de progressiva liberdade de escolha na educação e na saúde, embora nesta área coloque um mas… Convinha é que, quer Paulo Rangel, quer todos os programas eleitorais digam ao eleitores o que significa, na prática esta “LIBERDADE DE ESCOLHA”, que mais não é do que entregar aos Privados as responsabilidades sociais de um Estado.  Se não for isto, expliquem, mesmo com desenhos…
E no fim de falar tão centrado no (seu) partido, vem expor a sua discordância sobre a decisão do (seu) partido de revogar o actual modelo de ADD, dizendo que FOI UM ERRO. Para o partido, ou para o país?

Mais COMÉRCIO JUSTO, mais justiça, mais equidade!

A recente subida dos preços dos alimentos e as crescentes preocupações com a segurança alimentar provocaram uma onda de ansiedade em todo o mundo.
A possibilidade de não serem capazes de comprar comida deixou muitos países com um mau pressentimento. Corremos o risco de perder todos os progressos alcançados na luta contra a pobreza, já que as pessoas mais pobres do mundo gastam uma proporção maior do seu rendimento em bens alimentares.

Capa do livro
Os factores, aparentemente, inalteráveis que estão a gerar esta subida do preço dos alimentos - a adopção de uma dieta rica em proteínas por parte de muitos países, uma população crescente, um maior uso dos biocombustíveis e as alterações climáticas - sugerem que os elevados preços dos alimentos vieram para ficar. Na ausência de soluções que aliviem as pressões sobre a oferta, a fome e a má nutrição vão aumentar.
É óbvio que o investimento na produção de bens alimentares tem que aumentar no médio e longo prazo. Mas existe uma política à disposição dos líderes que poderia ajudar a remover os obstáculos do lado da oferta: mais comércio. Esta proposta pode confundir algumas pessoas mas a lógica é simples e irrefutável.
O comércio é o elo de transmissão que permite que a oferta se ajuste à procura. Permite que os alimentos viagem de terras com muito para terras com pouco. Permite aos países que produzem bens alimentares de forma eficiente enviá-los para os países que enfrentam limitações de recursos que afectam a produção de bens alimentares.
Por exemplo, o acesso à oferta internacional de alimentos permitiu à Arábia Saudita por um fim a 30 anos de subsídios à produção doméstica de trigo. Dado o peso financeiro deste programa de subsídios, e mais importante, o custo da escassez de água, os sauditas decidiram abandoná-lo totalmente até 2016.
Quando o elo de transmissão do comércio internacional, que está na base destas decisões, é quebrado, o resultado é a turbulência do mercado. É por este motivo que a Indonésia, um dos maiores produtores mundiais de arroz e milho, decidiu recentemente reduzir as barreiras comerciais das importações agrícolas.
Actualmente, o comércio de produtos agrícolas está sujeito a uma muito maior distorção do que o comércio de outros bens. Subsídios, elevadas tarifas de importação e restrições às exportações são pedras na engrenagem. Tornam mais difícil e caro levar bens alimentares para o mercado - e consequentemente, para a mesa de muitas famílias.
As restrições às exportações, por exemplo, têm um papel directo no agravamento da crise alimentar. De facto, muitos analistas acreditam que essas restrições foram a principal causa da subida do preço dos alimentos em 2008. De acordo com Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, as restrições às exportações foram o factor que mais influenciou a escalada do preço do arroz em 2008, quando o comércio internacional de arroz caiu cerca de 7% (para dois milhões de toneladas) face ao recorde atingido em 2007. Da mesma forma, a subida dos preços dos cereais em 2010 e 2011 está ligada às restrições impostas pela Rússia e pela Ucrânia às suas exportações, após terem sido atingidos por secas severas.
A maioria das pessoas fica surpreendida ao saber o quão superficial é o mercado internacional de cereais. Apenas 7% da produção mundial de arroz é comercializada internacionalmente, enquanto apenas 18% da produção de trigo e 13% da produção de milho é exportada. Novas restrições ao comércio de produtos alimentares podem representar uma séria ameaça aos países importadores de alimentos. Nestes países, os governos estão preocupados que essas medidas possam levar a uma situação de fome.
Aqueles que impõem estas restrições seguem uma lógica comum: não querem que as suas populações tenham fome. Então a questão é a seguinte: que políticas alternativas podem ajudá-los a alcançar esse objectivo? A resposta passa por uma maior produção de bens alimentares a nível mundial, mais e mais seguras redes de Segurança Social, mais ajuda alimentar e, possivelmente, maiores reservas de alimentos.
A conclusão das negociações da Ronda de Doha sobre o comércio internacional pode constituir parte da resposta de médio e longo prazo à crise dos preços alimentares, ao remover muitas das restrições e distorções que têm afectado o lado da oferta. O acordo de Doha poderia reduzir enormemente os subsídios dos países ricos, que têm afectado a capacidade de produção dos países em desenvolvimento, e retiraram, por completo, do mercado os produtores de certas matérias-primas dos países em desenvolvimento. Seriam eliminados o pior tipo de subsídios - os subsídios às exportações.
O acordo de Doha diminuiria também as tarifas - apesar de com certas "flexibilidades", aumentando assim o acesso dos consumidores aos produtos alimentares. Globalmente, seriam produzidos mais bens alimentares onde podem ser produzidos de forma mais eficiente, criando um terreno de jogo internacional mais equitativo.
Para ser mais claro: quando se trata de garantir a segurança alimentar, o comércio é parte da solução e não parte do problema.
Pascal Lamy é director geral da Organização Mundial do Comércio.
A ideia base até se entende, mesmo para quem não vai muito nas “regras” do Mercado, por uma questão lógica, aumentar a produção agrícola de determinados bens alimentares onde é natural e tradicionalmente possível e haver trocas comerciais desses bens entre os vários países. Mas…
É facilmente detetável que, também nos bens alimentares, quem ganha com as transações (comércio) não são os países que os comercializam, mas certas pessoas desses países e com um lucro muito superior aos produtores.
E como todos sabemos que os comerciantes não são produtores dos bens que trasacionam, tal significa que não irão investir na agricultura, antes amealhar e especular, quem sabe nas dívidas soberanas dos países de onde importam e lhes vem o dinheiro. Ora, assim sendo, o capital destinado ao aumento da produção irá diminuindo, ano a ano, por desvio do mesmo para outras áreas, sem que o mundo ganhe nada com tal ideia, no que respeita à alimentação e à nutrição.
Comércio, sim, mas COMÉRCIO JUSTO, em todas as suas dimensões, o que no artigo nem é aflorado…
Comércio justo (Fair Trade em inglês) é um dos pilares da sustentabilidade económica e ecológica.
O comércio justo é definido pela News! (a rede europeia de lojas de comércio justo) como "uma parceria entre produtores e consumidores que trabalham para ultrapassar as dificuldades enfrentadas pelos primeiros, para aumentar o seu acesso ao mercado e para promover o processo de desenvolvimento sustentável. O comércio justo procura criar os meios e as oportunidades para melhorar as condições de vida e de trabalho dos produtores, especialmente os pequenos produtores desfavorecidos. A sua missão é promover a equidade social, a proteção do ambiente e a segurança económica através do comércio e da promoção de campanhas de consciencialização".
Foto 1 e 2

Ou resolvem bem, ou também apanham pela tabela…

A zona euro corre o risco de ver a crise de dívida soberana espalhar-se da periferia para o centro, alertou hoje Lorenzo Bini Smaghi, membro do Conselho Executivo do BCE.
A zona euro "continua a enfrentar diversos riscos sérios", incluindo vulnerabilidades ao nível do financiamento bancário, a possibilidade dos desequilíbrios orçamentais num dos 17 estados-membros da moeda única se espalharem a outros países e ameaças ao crescimento económico, disse Bini Smaghi, num discurso em Moscovo, que o BCE publicou hoje na sua página na Internet.
Na atualidade, a crise de dívida que começou na Grécia está "limitada a um pequeno número de países da zona euro", mas "o potencial contágio a outros países da União Europeia ou da zona euro não é insignificante", acrescentou.
Nesta coisa da dívida, apesar de todos os papões com que nos assustam, quero pensar que numa sociedade, nenhum sócio vai à falência sozinho e que todos os outros terão que fazer tudo, por todos.
Dentro da minha ingenuidade, até penso que o atual PM só tem feito bem em não pedir a uns, para pagar aos mesmos… Se isto for abaixo, vão todos e se formos só nós, os credores nada recebem. Ou encontram condições de pagamento exequíveis, que não interfira demasiado na vida das pessoas (que eles sabem que não tem culpa), ou, como se diz, vão receber ao Totta! Bem sei que isto parece proposta de demente, mas não estaremos a parecer mais dementes pagando uns pelos calotes que outros fizeram?
E o que se passou cá e nos outros países à rasca, em que os bancos emprestavam à ceguinha a todo o gato pingado, que não ganhava para pagar os empréstimos, não foi o que aconteceu ao nível dos países e do Mercado financeiro? Ou só agora é que viram que éramos pobres e a empobrecer e que nem aguentávamos com os juros dos empréstimos? Tanta prospeção, tanto estudo, tanta avaliação, tanto rating… e agora é só stress?
Como tenho dito muitas vezes por aqui, o funcionamento em rede do sistema bancário, só pode originar um tombo da estrutura, na falha de uma cavilha. E pelo que diz este especialista, até tenho razão, só por intuição.
Além de tudo, cada economista tem uma proposta de solução, diferente uma da outra e no fim são os políticos que vão escolher uma, no palpite, está-se mesmo a ver, porque se errarem, o povo é que paga e vamos de novo para eleições…

As agências de rating querem reciclar Portugal!

quarta-feira, 30 de março de 2011

ADD: assunto encerrado! Tema em aberto…

Foi com alguma incredulidade que lemos as suas declarações à imprensa, depois de a Assembleia da República ter aprovado a revogação do actual modelo da avaliação dos professores e aberto o caminho para o estabelecimento de um sistema de avaliação credível, justo e eficaz.
Classificar como precipitada a decisão do parlamento revela grande insensibilidade face às preocupações manifestadas pela grande maioria da classe docente. Os deputados foram tudo menos precipitados. Até se poderia dizer que demoraram algum tempo a reagir às tomadas de posição aprovadas em centenas de escolas de norte a sul, aos muitos milhares de professores que subscreveram petições e abaixo-assinados, às posições dos directores escolares, dos sindicatos, dos movimentos e dos blogues de professores, às concentrações e manifestações de docentes, etc., etc.
Os deputados interpretaram correctamente o sentir de quem nas escolas, em condições tantas vezes adversas, diariamente dá o litro para formar os novos cidadãos. É justo dizer que a decisão que a Assembleia da República tomou no passado dia 25 honra todos aqueles que a votaram favoravelmente. Foi um acto que só dignifica o trabalho parlamentar, porque demonstrou que os representantes da nação - quaisquer que tenham sido as suas anteriores posições nesta matéria - não são insensíveis aos argumentos dos cidadãos e, ainda a tempo, souberam tomar a decisão mais correcta e sensata, mesmo correndo o risco de ser alvo de ataques destemperados.
Ao invés, a senhora ministra - apesar de já ter sido professora e até dirigente sindical - não foi capaz de fazer a "avaliação" do seu modelo de avaliação. Mas tinha a obrigação de saber que o modelo agora revogado não contribuiu em nada para a melhoria da qualidade do trabalho dos professores e que só representava um encargo inútil, desviando os professores do trabalho com os alunos (o único que é produtivo), ao mesmo tempo que criava nas escolas um ambiente verdadeiramente irrespirável, tal era a conflitualidade que esta avaliação inter pares gerava.
E, perdoe-nos, mas vir falar agora de questões de constitucionalidade, além de revelar mau perder, é acordar demasiado tarde para a defesa do primado da lei. Já foi amplamente demonstrado que o modelo agora revogado estava repleto de disposições que desrespeitavam os princípios da justiça, da imparcialidade e da transparência, legal e constitucionalmente consagrados. Apenas três exemplos, entre muitos possíveis: colocava na situação de avaliadores e de avaliados professores que pertencem à mesma escola e que são concorrentes aos mesmos escalões da carreira; punha o mesmo grupo de pessoas a decidir a classificação dos colegas, mas também a reclamação e o recurso dessa classificação; impedia que fossem tornadas públicas as classificações obtidas pelos professores da mesma escola.
E poderá a senhora ministra afirmar, com conhecimento de causa, que esta avaliação estava assente na "cultura que do esforço vem a qualidade"? Se cada escola dividiu a bel-prazer os seus professores em avaliadores e avaliados, dada a flexibilidade proporcionada pela legislação. Nuns casos, valorizou-se o posicionamento na carreira; noutros, os professores votaram para escolher os relatores; noutros ainda, foi a qualificação académica que prevaleceu; ainda noutros, apenas as simpatias e antipatias; finalmente, em muitas situações, uma salada russa de todos estes "critérios". Resultado: docentes de escalões elevados a ser avaliados por professores com posicionamento na carreira muito inferior, bacharéis a avaliar licenciados e mestres, coordenadores de disciplina a ser avaliados pelos seus coordenados e uma infinidade de outras situações não menos anómalas e nada dignas.
E que dizer da "qualidade" de um sistema de avaliação em que às aulas dos relatores assistiam coordenadores de departamento de disciplinas diferentes da sua? Um professor de Educação Física a avaliar uma aula de Geometria Descritiva? Um professor de Geografia a ser avaliado por um de Filosofia? Ou um de Biologia, por outro de Física ou Matemática?
E que quer a senhora ministra que pensemos da sua afirmação de que "este modelo da ADD se encontra devidamente fundamentado do ponto de vista técnico e científico", quando um Muito Bom ou Excelente - que permitia ao professor contemplado ultrapassar centenas de colegas nos concursos - era atribuído com base em apenas duas aulas assistidas, enquanto nos dois anos lectivos do ciclo de avaliação são dadas 400, 500 ou mais aulas de 90 minutos? Isto já sem falar nos critérios e nos instrumentos de avaliação utilizados, que se baseavam nuns "padrões de desempenho docente" que, além de carecerem em absoluto de objectividade e clareza, atribuíam mais importância ao relacionamento (impossível de medir) dos professores com os seus colegas e com a comunidade, do que ao seu trabalho efectivo com os alunos.
Permita-nos aqui apenas um aparte para o senhor primeiro-ministro, quando este pergunta aos partidos da oposição o que é que estes vão dizer aos professores que tiveram Muito Bom e Excelente (presume-se que no modelo da sua antecessora): para isso, era preciso que soubessem quem eles são, pois esse é o segredo mais bem guardado nas nossas escolas, vá-se lá saber porquê...
Todos estes factos são, aliás, do seu conhecimento, pois ao seu gabinete tem chegado um volumoso caudal de tomadas de posições, muitas delas igualmente publicitadas na imprensa e nos blogues, além de denúncias de atropelos dos direitos profissionais, perpetrados por conta da sua ADD. Porém, em momento algum a ouvimos comentar estas evidências, só tendo saído do silêncio a que se remeteu (quase já nos tínhamos esquecido de si) para proferir estas declarações infelizes.
Permita-nos, a terminar, que retomemos mais uma vez as suas recentes palavras. "Momento triste" não foi a decisão soberana da Assembleia da República no dia 25 de Março. Momento triste foi ver alguém, contra todos os factos e o sentir de uma classe que merecia melhor consideração, revelar na hora da partida tamanha cegueira, ao obstinadamente tentar defender o indefensável. Senhora ministra, de facto é "a História que julga os actos". Já parou para pensar no que a História dirá de si?
Ana Paula Correia, Isilda Lopes, José Ribeiro e Maria Manuela Ferraz, professores da Escola Secundária c/ 3º ciclo de Henrique Medina, Esposende