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sábado, 16 de abril de 2011

A vigarice institucionalizada e sem castigo…

As agências de notação financeira, nomeadamente a Moody's e a Standard & Poor's (S&P), é que estiveram na origem da grave crise financeira mundial que eclodiu em 2008, sabiam da bolha muito antes de ela rebentar e não fizeram nada, revela um relatório do Senado norte-americano.
O documento revela que estas agências foram forçadas a descer a classificação inflacionada que atribuíam a produtos estruturados relacionados com o crédito subprime e a atribuir notas elevadas (AAA, a melhor de todas) a estes produtos.
A análise não incluiu a Fitch, a 3ª grande agência internacional.
Conflito de interesses: agências são pagas pelas empresas que classificam
O Senado pede reformas urgentes para o setor, reformas que até estão previstas na Lei, mas os especialistas acreditam que isso pode não chegar, enquanto não for resolvido o “conflito de interesses” de que padece o setor, já que as agências que atribuem o rating são pagos pelas companhias cujos produtos as agências analisam.
Uma das sugestões do painel do Senado é por a SEC (a polícia da bolsa norte-americana, equivalente à nossa CMVM) a atribuir notas às próprias agências de rating de acordo com a precisão das suas classificações.
“O problema é que nenhuma das agências tinha um incentivo de natureza financeira para atribuir notações de crédito mais exigentes aos mesmos produtos que, durante um curto período de tempo, aumentaram a sua faturação, impulsionaram o preço das suas ações, e aumentaram a compensação paga aos seus executivos”, denuncia o relatório.
A S&P já reagiu, afirmando que os cortes de classificação de 2007 e 2008 “refletiram a deterioração sem precedentes na qualidade do crédito, mas não foram a causa”.
Pelos vistos, quando o relatório diz que estas agências não fizeram nada, responsabilizando-as pela hecatombe, quer dizer que fizeram tudo.
Pelos vistos, estes senhores (bem intencionados e) ao serviço do Bem do Mundo, foram forçados a vigarizar as classificações de produtos e empresas, trabalho que resultava no aumento da sua faturação, impulsionava o preço das suas próprias ações e aumentava a compensação paga aos seus executivos. Tudo gente séria, em que acreditam os radicalistas do Mercado. Isto nem sequer é “economia de casino”, é uma “feira da ladra” no sentido da letra.
E depois de confessarem que as vigarices não foram a causa da crise, mas apenas refletiram a deterioração sem precedentes na qualidade do crédito, nada lhes acontece, a não ser a ameaça de serem classificados por uma outra agência nacional… O crime compensa!
E só agora é que o Senado descobriu que há conflito de interesses, porque estas agências de rating são pagas pelas companhias cujos produtos as agências analisam. Isto não é raciocínio lento, é consciência pesada e colaboracionismo até aos limites da vergonha, porque ELES sabem que ninguém é tão burro que já não soubesse.
E Portugal pagou e vai pagar por isso, só falta saber quem lhes está a pagar e com que intuito…
E eu tinha razão e mais gente também:

Agências de rating com "comportamento duvidoso"

Parece que vamos devagar, por causa das pressas...

O director-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, advertiu, que Portugal vai sofrer fortes medidas de austeridade e levar muito tempo a sair da recessão económica.
“Preferimos ir pela via do ajustamento orçamental. É um processo mais longo, demora mais tempo, mas é mais realista que outros caminhos, por isso não iremos exigir que vá à velocidade máxima”, disse.
Acrescentou que “não é possível um país gastar mais do que tem durante muito tempo”. “Foi o que aconteceu em Portugal. Não me compete a mim apontar o dedo, mas foi o que aconteceu e agora vocês têm de entrar nos eixos, de uma maneira ou outra”, frisou.
Para Strauss-Khan, Portugal tem que se tornar mais produtivo, competitivo e aumentar as exportações de longo prazo, sendo esta a única forma de o país voltar ao crescimento. “Há muitos países na Zona Euro que aumentaram a sua competitividade nos últimos anos, e não só a Alemanha, que é o exemplo mais usado, e não há razão para que Portugal não o consiga fazer”, disse ainda.
"Esteve cá o FMI 2 vezes, é bom não fazer um bicho-de-sete-cabeças que não o é. O presidente do FMI, Dominique Strauss Kahn é um líder socialista, não é um conservador nem é um neoliberal", afirmou o ex-presidente da República e só espera que os partidos se entendam em nome do interesse do país.
Como primeiras palavras e lendo nas entrelinhas, quando Kahn diz que não nos vão exigir a velocidade máxima (para pagamento dos empréstimos) e vão procurar outros caminhos mais realistas, embora a “viagem” demore mais tempo, já não é mau…
Já quanto a Portugal se tornar mais produtivo, competitivo e aumentar as exportações de longo prazo e mesmo dizendo que não há razão para que não o consigamos fazer, já começamos a ter dúvidas, pelo conhecimento que todos temos dos “investidores” cá da casa, que nada, ou pouco investem na produção e fazem a vida à custa da distribuição. E assim nunca sairemos da cepa torta. O tão apregoado e incentivado empreendedorismo é só para quem não o tem e quem não o tem, não vai ter os empréstimos necessários e assim sendo…
Descansa-nos um bocadinho saber que Kahn é um líder socialista (francês) e que não é conservador nem neoliberal, para além de ser doutor em economia pela Universidade de Paris, com formação em direito, em administração de empresas, em ciência política e em estatísticas e que como académico, fez investigação em comportamento doméstico de poupança, finanças públicas e política social. Pode não servir para nada, mas pode ajudar a ver o mundo e o nosso país de uma forma mais humanizada.
Mais fé…

Ecos da blogosfera – 16 Abr.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

DEMOCRACIA perde para MERCADO desregulado

Portugal não necessitaria de um resgate se não tivesse ficado sob uma pressão “injusta e arbitrária” dos mercados, afirma o sociólogo Robert M. Fishman, da Universidade de Notre Dame, nos EUA.
Esta ideia é defendida na coluna de opinião de Fishman desta semana no New York Times, onde diz também que o pedido de ajuda de Portugal à União Europeia e ao FMI deve ser visto como “um aviso às democracias em todo o lado”.
Robert M. Fishman, cuja actividade de investigação se dedica a tópicos como democracia e práticas democráticas ou as consequências da desigualdade, o pedido de ajuda de Portugal “não é na verdade por causa da dívida”.
Apesar de o país ter apresentado “um forte desempenho económico nos anos 1990 e estar a gerir a sua recuperação da recessão global melhor do que vários outros países na Europa”, ficou sob a pressão “injusta a arbitrária dos negociantes de obrigações, especuladores e analistas de crédito”, que “por vistas curtas ou razões ideológicas” conseguiram “fazer cair um governo eleito democraticamente e potencialmente atar as mãos do próximo”.
Fishman sublinha que a crise em Portugal é “completamente diferente” das vividas pela Grécia e pela Irlanda, e que as “instituições e políticas económicas” tinham “alcançado um sucesso notável” antes de o país ter sido “sujeito a ataques sucessivos dos negociantes de obrigações”.
Nota que a dívida pública é bastante inferior à italiana e que o défice orçamental foi inferior ao de várias outras economias europeias e avança duas hipóteses para o comportamento dos “mercados”: cepticismo ideológico sobre o modelo de economia mista (publica e privada) vigente até agora em Portugal e/ou falta de perspectiva histórica.
“Os fundamentalistas do mercado detestam as intervenções de tipo keynesiano em áreas da política de habitação em Portugal – que evitou uma bolha e preservou a disponibilidade de rendas urbanas de baixo custo – e o rendimento assistencial aos pobres”, diz ainda Fisherman no seu texto, intitulado “O resgate desnecessário a Portugal”.
Neste cenário, acusa as agências de notação de crédito (rating) de, ao “distorcerem as percepções do mercado sobre a estabilidade de Portugal”, terem “minado quer a sua recuperação económica, quer a sua liberdade política”.
E conclui que o destino de Portugal deve constituir “um claro aviso para outros países, incluindo os Estados Unidos”, pois é possível que o ano em curso marque o início de uma fase de “usurpação da democracia por mercados desregulados”, e em que as próximas vítimas potenciais são a Espanha, a Itália ou a Bélgica, num contexto em que os governos têm “deixado tudo aos caprichos dos mercados de obrigações e das agências de notação de crédito”.
Apesar de haver economistas a dizerem que esta é uma visão excessivamente idealista, mas que sublinha bem as pressões especulativas sobre o nosso país, não há dúvidas de que a pressão existiu, gratuita e injustificada (subiam num dia porque sim e desciam no outro dia porque sim).
Mas o mais significativo neste artigo, é a chamada de atenção para o domínio dos mercados sobre a DEMOCRACIA, por não haver regulação, que os próprios países vitimizados facilitam, resultando, no caso, à queda de um governo eleito democraticamente e limitar a priori a ação do seguinte, que terá que se desfazer de qualquer intenção política/ideológica.
A mesma dúvida sobre as diferenças de dívidas públicas e dos défices orçamentais, para pior, relativamente a outros países europeus e do resto do mundo, também eu as tenho (basta consultar e comparar no relógio da dívida, acima no blogue), mas talvez seja por impreparação, embora o mesmo não deva acontecer com o articulista.
E para darmos alguma credibilidade a Fishman, ficamos à espera dos seus vaticínios sobre os ataques das agências de rating sobre a Espanha, a Itália ou a Bélgica, enquanto sobre os EUA não seja tão fácil, já que tais agências têm bandeira americana.
A injustiça e a arbitrariedade dos mercados, sob a capa dos capangas das agências, é discutível, mas a usurpação da democracia não se discute, combate-se…

Ecos da blogosfera – 15 Abr.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ainda as SCUT + as PPP + o “negócio”…

As portagens nas antigas SCUT do norte renderam aos cofres da “Estradas de Portugal”, nos primeiros seis meses, 32 milhões de euros, mas 20% do tráfego registado nas 3 concessões não pagou voluntariamente a utilização.
Os números foram avançados pela empresa pública na véspera de se cumprirem 6 meses sobre a introdução de portagens nas concessões Norte Litoral, Costa de Prata e Grande Porto.
Segundo a informação disponibilizada, entre 15 de outubro e 31 de dezembro de 2010 o valor da cobrança de portagens atingiu os 18 milhões de euros, em cerca de dois meses e meio. Em 2011, o total de cobranças supera os 14 milhões de euros.
A ser verdade o que disse Carlos Moreno, ex-juiz do Tribunal de Contas Europeu e Português, em Outubro de 2010: A renda a pagar aos Privados subiu e passou a ser fixa. Assim, o Estado fica com a receita das portagens, mas esse dinheiro não chega para cobrir a nova despesa, já que quem passa e paga nas SCUT, “não paga a totalidade, longe disso - 30 a 40%, da renda que a Estradas de Portugal (EP) vai pagar às concessionárias”, tal significa que relativamente aos 32 milhões de euros arrecadados, a EP terá de acrescentar (a 30%), cerca de 10,7 milhões de euros, que se traduzem em prejuízo.
Se assim for, a notícia está incompleta, não ajuda a perceber os prejuízos da EP e até dá a entender que foi uma grande medida e salvadora.
E para ajudar à missa, conforme se previa, o negócio foi um fiasco, para a EP, o Estado e sobretudo para os utentes, castigados à toa, isto porque:
Entretanto, por cautela, ou estratégia eleitoral, o governo suspendeu a entrada em vigor das restantes SCUT, mantendo a discriminação entre cidadãos no norte e das outras zonas geográficas.
Se a suspensão for por cautela, será com base nesta crença?
Se assim for, os nossos “salvadores” do FMI/BCE/CE em serviço ditarão alguma medida, que se espera que seja de anulação do implementado.
Há fé de menos…

G187 e G20 – 2 armas contra a pobreza e a fome…

"Continuamos a ver preços recorde, agravados por uma volatilidade inquietante. Os pobres sofrem cada vez mais e ainda há muito mais para sofrer", afirmou Zoellick numa conferência telefónica.
"Apelamos ao G187, que se reúne esta semana, e ao G20, que terá a sua cimeira mais tarde, para que ajam no sentido de colocar a alimentação à frente de tudo. É exequível", acrescentou.

Dinheiro para armas dava para acabar com pobreza
Alcançar metas como erradicação da pobreza, educar crianças ou prestação de cuidados de saúde decentes é apenas uma fracção do que Estados gastam a armar-se, alertou Sérgio Duarte, alto responsável da ONU para o desarmamento.
Os gastos militares têm aumentado 50%, apenas nos últimos 5 anos, com uma despesa total estimada em mais de 1,2 triliões de dólares em todo o mundo. “Menos de 1/10 dos gastos militares anuais seriam suficientes para atingir os nossos objectivos de desenvolvimento acordados, tirando todas as pessoas da pobreza extrema até 2015”, disse.
Mais uma boa notícia para os que não são pobres, porque estes além de já sofrerem, vão sofrer ainda mais. E tudo isto são as garantias que nos dão os senhores do mundo, nada mais do que incompetência/interesses, porque pelos vistos, não havia necessidade, se colocassem a alimentação à frente de tudo.
E podemos falar de incompetência, já que menos de 10% dos gastos militares anuais seriam suficientes para até 2015 se atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, TIRANDO TODAS AS PESSOAS DA POBREZA EXTREMA…
E podemos falar de interesses, já que sabemos, porque ouvimos, quais são os países (Estado e Privados) que as produzem, as comercializam e instigam à sua utilização, quantas vezes com a anuência da própria ONU. E a prova é esta: 1,2 triliões de dólares, é o total estimado com os gastos militares em todo o mundo.
1,2 triliões de dólares… É só fazer as contas…

Olha o “nosso” ex-Primeiro! E agora até se ri…

O presidente da Comissão Europeia apelou hoje em Bruxelas para o "maior sentido de responsabilidade" de todos os decisores políticos portugueses para resolver uma situação "delicada e extremamente urgente", afastando qualquer hipótese de financiamento intercalar.
Há duas coisinhas a destacar no vídeo abaixo:
Reparem no sorriso enigmático (tipo Mona Lisa) que se desenha em Barroso e até incomoda, meio de alívio, meio de distanciamento, que nos pode levar a pensar no riso anedotário da hiena…
Reparem bem em quem está a fazer o apelo ao maior sentido de responsabilidade, nada mais, nada menos, do que o ex-PM de Portugal, que num assumo de “responsabilidade” e adivinhando a sua impotência para governar um pequeno e falido país, fugiu para a presidência da Comissão Europeia. E a Europa está como está… Agora ri-se!

Barroso diz que não há qualquer hipótese de empréstimo intercalar


Mas para se aprender alguma coisa, é melhor ouvir
José Gomes Ferreira comenta negociações sobre ajuda externa


Ecos da blogosfera – 14 Abr.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ética e exemplo precisam-se! Com os mesmos?

O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) criticou a "obsessão" da atribuição das culpas da crise, considerando que o momento exige "diálogo".
À entrada para a reunião do Conselho Permanente da CEP, António Marto afirmou que a nova cultura política deve colocar de parte "os particularismos dos interesses de jogos de poder e de privilégios partidários" e atender ao "bem comum nacional", salientando que a actual crise não é "meramente económico-social", mas "cultural, moral e espiritual, acrescentou que a nova cultura política deve assentar nos "valores da verdade, da honestidade".
Eu diria que, é preciso que os responsáveis dialoguem, para o bem comum nacional, sem deixarem de justificar a falta da verdade e da honestidade, que todos eles praticaram e deixaram praticar.
Tem que haver penitência…
O líder do CDS-PP advertiu que não aceitará cortes nas pensões dos idosos mais pobres, exigindo uma "ética social na austeridade" que é pedida aos portugueses e que o Estado dê o exemplo.
Eu diria que, os cortes nas pensões não são aceitáveis para os mais pobres, de qualquer idade e acrescentaria que na austeridade a ética deve ter em conta o social, mas também tem que ser proporcional à riqueza dos contribuintes.
Os que mais podem tem que pagar pelos que mais precisam (o Estado Social, também passa por aqui)…
O ex-líder do PSD Luís Marques Mendes afirmou que espera que, assumindo o Governo, o partido "não substitua as empresas do regime atual pelas empresas do regime futuro" e pediu "seriedade" e uma "cultura do bom exemplo" e alertou o partido para que "não faça, no poder, o que criticou aos outros".
Em Portugal "precisamos de uma cultura do exemplo. É uma questão de seriedade, que nos dias de hoje anda muito desaparecida da vida política".
Eu diria que, se o PSd for governo, faça tudo ao contrário do que criticou neste, por uma questão de seriedade.
Mas isso não implica ir na direção das setas do logótipo e virar à esquerda?
O dirigente socialista e líder da UGT, João Proença, defendeu que os sacrifícios sejam dirigidos a "quem mais pode", pediu "diálogo e o compromisso" e afirmou que "o conflito pelo conflito" gerará "mais desemprego e mais custos sociais" e defendeu também que é "importante" que o Governo e o PS saibam reconhecer os erros, cometidos "por ações e omissões, mediante declarações infelizes, nomeadamente, no relativo ao não aumento das pensões mais baixas".
Eu diria que, o diálogo deve ser com TODOS e que o seu compromisso deve ser com a defesa dos que produzem riqueza, mesmo que tenha que haver conflitos.
O arrependimento sem penitência, não tem absolvição…

Compremos produtos portugueses

CONSUMIR O QUE É NOSSO

Criado por Inês Rocha Pinto Correia
Afirmam alguns economistas que se cada português consumir 100€ de produtos nacionais (em vez de importados), a economia cresce acima de todas as estimativas e ainda cria postos de trabalho em Portugal!
Este evento funciona como um compromisso.
Vamos optar por produtos portugueses sempre que pudermos, mesmo que isso implique pagar mais uns cêntimos.


OS CÓDIGOS DE BARRAS DOS PRODUTOS PORTUGUESES COMEÇAM POR 560.
Vamos apelar aos comerciantes que coloquem os produtos portugueses: marcas, pacotes de férias, bebidas, etc., destacados dos importados, para que seja mais fácil identificá-los e podermos fazer esta opção!

A MELHOR MANEIRA DE SAIR DO BURACO, É PARAR DE CAVAR. E TODOS JUNTOS PODEMOS TORNAR ISSO POSSÍVEL!
CONSEGUES ASSUMIR ESTE COMPROMISSO?
Convida e convence os teus amigos!!!
Circula no Facebook esta campanha, que não sendo nova, retoma o apelo à consciência da cidadania portuguesa, que cada vez mais é urgente por em prática, a Bem de Portugal, e por isso fazemos eco.

Chegaaaaaram “Os amigos da onça”!!!

O amigo da onça, de Péricles
O mundo terá de se preparar para uma crise ainda pior do que a atual se insistir num modelo económico baseado no consumo e na exaustão dos recursos naturais, avisou Chandra Nair, autor do livro “Consumptionomics”.
Chandra Nair, investidor, consultor ambiental e fundador do instituto de investigação Global Institute for Tomorrow, defende que a crise atual resulta da incompetência dos mercados atribuírem um preço correto aos custos ambientais e sociais da sociedade de consumo, e diz que, quando os maiores mercados mundiais, como a Índia e a China, começarem a fazê-lo, acaba a “maior desonestidade intelectual do nosso tempo” - o atual modelo de crescimento económico.
“A crise é o momento de enfrentar algumas verdades. Temos de deixar de estar atascados nesta conspiração de silêncio, em que ninguém tem coragem de admitir que temos um problema de crescimento descontrolado, dependente do consumo”, disse Nair.
Já não bastava a crise em que estamos, para nos anunciarem uma maior, mas desta vez para todos e para o SISTEMA (só por isso, seja bem vinda).
Entretanto:
Vários membros da missão técnica das três instituições que negoceiam o apoio financeiro com Portugal - BCE, FMI e CE - entraram esta tarde no Ministério das Finanças, recusando identificar-se e fazer comentários e apenas um elemento do BCE, que não se quis identificar, afirmou que vão iniciar "discussões muito técnicas", abordando "uma base alargada de temas"
Eu também não vou fazer comentários, a não ser alertar para o facto de dizerem que as discussões vão ser “técnicas” (que não vão ser), que vão abordar uma base “alargada” de temas (porque vão ser restritas) e que a partir de agora, pela experiência que já acumulamos, todas as “informações” que saírem destes encontros devem ser interpretadas ao contrário…
Para entenderem melhor, aconselho a leitura do artigo do Professor Álvaro Santos Pereira, no seu blogue  DESMITOS, que é demais esclarecedor.

Ecos da blogosfera – 13 Abr.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Defesa do Consumidor (de política) na Europa…

Um estudo conclui que 18% dos cidadãos da União Europeia não sabe identificar a validade de consumo dos produtos e estão menos preparados para fazer valer os seus direitos.
Um número "significativo" de consumidores europeus tem problemas em realizar cálculos quotidianos, compreender informações e reconhecer práticas ilegais e não está ciente dos seus direitos, uma situação que os deixa mais vulneráveis a fraudes.
O comissário europeu para a Saúde e Defesa do Consumidor, John Dalli, salienta que os resultados são "preocupantes e indicam que um número significante de consumidores está potencialmente vulnerável a fraudes, pressão da parte das vendas e não sabem que podem reconsiderar as suas escolhas" e prever situações em que podem ser prejudicados.
Os consumidores que estão menos preparados para desempenhar o seu papel são os europeus com menos escolaridade, com cerca de 54 anos, que não utilizam a Internet, reformados ou incapazes de trabalhar devido a doença.
O estudo encontrou os consumidores mais preparados num grupo de 8 países liderados pela Noruega (a maior parte do norte da Europa), o conjunto do meio tem 9 Estados e o grupo mais fraco tem 11 países, entre os quais Portugal, Grécia, Espanha, Itália ou Bulgária.
Os resultados deste trabalho vão contribuir para a discussão das questões sobre defesa dos consumidores e para a tarefa da Comissão Europeia de preparar a consulta dos intervenientes no sector sobre as opções a seguir no futuro.
De destacar que, o estudo se refere à impreparação dos europeus, enquanto o título o reduz aos portugueses.
Apesar de o estudo se limitar ao consumo e os resultados serem preocupantes por indicarem que um número significante de consumidores estar potencialmente vulnerável a fraudes, estas indicações podem e devem ser extensíveis à área político-partidária, coisa que os especialistas de marketing político sabem de ginjeira…
Também se lê facilmente que os “mais preparados” são os do norte, a seguir os dos centro e no fim, os do sul, o que começa a ser muita coincidência, ou destino traçado pelos astros, só faltando classificar-nos como árabes (sem ofensa). Será de perguntar: se nos deslocarmos para norte ficamos mais espertos? Isto porque na Europa, do norte, do centro e do sul, os emigrantes são tantos, que enviesam os resultados por nacionalidade…
Mas ainda bem que estamos mal preparados e não reclamamos por não conhecermos os nossos direitos, caso contrário as queixas como a de baixo, seriam às resmas…
Um grupo de economistas – constituído por José Reis e José Manuel Pureza, professores na Universidade de Coimbra, e Manuel Brandão e Maria Manuela Silva, docentes do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) – entregou hoje ao Procurador-Geral da República uma queixa contra as agências de rating, com vista a abertura de um inquérito pelo crime de manipulação do mercado, no que é uma acção inédita em Portugal contra as agências de notação financeira.
A queixa tem como visadas as três principais agências de rating, com sede nos Estados Unidos: Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch, para se apurar “a prática dos actos abusivos que são imputados” às três agências, “a existência de graves prejuízos produzidos nos interesses do Estado e do povo português” e a “identificação dos quadros directivos das ditas agências e os autores” desses actos abusivos.
Os economistas consideram, que há uma questão de falta de concorrência e abuso de posição dominante no sector, visto que “estas três agências de rating representam mais de 90% do mercado”, salienta José Reis.
A isso junta-se a possibilidade de conflitos de interesse, visto que “duas destas agências têm, na sua estrutura accionista, um mesmo fundo de investimento, sendo que as suas decisões têm efeito directo na retribuição que os fundos de investimento obtêm”, adianta o professor e consideram ainda que as agências podem incorrer no crime de inside trading (informação privilegiada), além de porem em causa a “racionalidade” do quadro económico que está por detrás das constantes revisões em baixa dos ratings, nomeadamente de Portugal.
Ora cá está uma queixa mais do que lógica, que vai ter o fim que adivinhamos, porque não foi iniciativa do juiz Baltasar Garzón, nos seus tempos áureos (e por essas veleidades o “liquidaram”), mas que demonstra que ainda há portugueses informados dos nossos direitos e revoltados com a pirataria dos mercados, dos seus agentes e dos interesses da sua clientela…
Vale pelo alerta, em abono da campanha de esclarecimento e formação que o comissário europeu para a Saúde e Defesa do Consumidor deseja e em que vai apostar…
 Conheça o texto completo da Petição Pública: “A Relevância das Agências de Rating e o Risco de Abuso de Posição Dominante” e se concordar assine AQUI

A fome é uma questão política, não é técnica…

O que deve o G20 fazer para nos preparar para uma crise alimentar, agora e no futuro?
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, enumerou recentemente 9 medidas que o G20 devia adoptar sob a actual presidência francesa. Essa lista ia desde a melhoria da informação sobre as reservas de cereais e desde o desenvolvimento de melhores métodos de previsão meteorológica até ao fortalecimento da rede de protecção social para os pobres e à ajuda aos pequenos agricultores, para que beneficiassem das propostas dos fornecedores de ajuda alimentar, como o Programa Alimentar Mundial.
Embora sejam bem-vindas, as medidas apenas combatem os sintomas das fraquezas do sistema alimentar global, deixando intocáveis as suas causas mais profundas. Elas até podem mitigar as consequências dos preços máximos, mas são inadequadas para evitar a recorrência dos choques, algo que se pode atingir se o G20 actuar sob 8 prioridades.
Primeiro - O G20 devia apoiar a capacidade dos países em alimentarem-se a si próprios. Desde o início dos anos 90, a fatura alimentar de muitos países pobres subiu 5 ou 6 vezes, o que se deveu não só ao crescimento populacional como também ao seu foco na agricultura para exportação. Uma ausência de investimento na agricultura que alimenta as comunidades locais torna estes países vulneráveis aos choques dos preços a nível internacional, tal como à volatilidade nas taxas de câmbio.
Por exemplo, Moçambique importa 60% do trigo que consome e o Egipto importa 50% de todo o fornecimento alimentar. Preços mais elevados afetam diretamente a capacidade destes países em alimentarem-se a si próprios a um custo aceitável. Esta tendência precisa de ser invertida. Para isso, deve-se permitir que os países em desenvolvimento apoiem os seus agricultores e, quando a oferta interna for suficiente, protegê-los de "dumping" por parte dos produtores estrangeiros.
Segundo - Devem ser estabelecidas reservas de alimentos, não apenas para ofertas humanitárias a áreas com infra-estruturas pobres e propensas a catástrofes, como propõe Zoellick, mas também para permitir receitas estáveis aos produtores agrícolas e para assegurar comida a preços acessíveis aos mais pobres. Se forem participadas e geridas com transparência, e se os esforços dos países forem combinados em termos regionais, as reservas de alimentos podem ser uma forma eficaz de impulsionar o poder de mercado dos comerciantes e de contra-atacar a especulação dos operadores, diminuindo a volatilidade dos preços.
Terceiro - A especulação financeira deve ser limitada. Embora não seja a causa da volatilidade dos preços, a especulação sobre derivados de bens de consumo privado piora a situação. Essa especulação foi permitida devido à desregulamentação dos mercados de derivados que começou em 2000 - e que tem agora de ser revertida. As maiores economias devem assegurar que tais derivados estão restritos, o mais possível, a investidores qualificados e competentes, aqueles que negoceiam com base nos fundamentais do mercado, mais do que nos ganhos especulativos no curto prazo.

Ligações perigosas…

Jan Kees de Jager
O ministro holandês das Finanças, Jan Kees de Jager, avisa as forças políticas portuguesas que, depois das legislativas, se Portugal “não cumprir o programa previsto [a negociar entretanto], então as ajudas a terminarão imediatamente”.
Jan Kees de Jager, ministro próximo das posições da chanceler alemã, Angela Merkel, diz que Portugal demorou demasiado tempo a tirar as consequências da crise da dívida soberana.
Que nós estejamos confundidos e avariados com a crise, ainda se entende, agora que venha um qualquer ministro de qualquer outro país (que nem está na presidência da UE), "arrotar postas de pescada" sobre os seus pares, AMEAÇANDO-NOS, é o máximo da prepotência e da arrogância balofa!
Pelos vistos esta eminência parva gosta de cortar em tudo (no seu país) que seja essencial, mas pelos vistos não corta na gula…
Ou realmente o Sr. Jager anda a mando da Sra. Merkel, ou é descendente daqueles “marinheiros” que esperavam os barcos portugueses vindos das Índias e os abordavam no caminho…
Não é reconfortante, mas:
Apesar de a maioria ser favorável, 45% consideram que é uma má decisão.
No entanto, o Sr. Jager parece que anda distraído, ou é mesmo unha com carne com a Sra. Merkel, porque:
O FMI não tem as atenções concentradas só em Portugal.
Dominique Strauss-Kahn, director-geral do FMI apelou à Alemanha para que resolva os problemas no sector bancário, nomeadamente os dos bancos públicos regionais e diz que existem “ainda problemas a resolver” no sector financeiro alemão, com instituições que, “em certos casos têm necessidades de recapitalização e de estabilização”. Há dois - o Helaba e o NordLB - que ameaçam chumbar os testes de resistência ao sector bancário.
Em 2 anos, 4 dos 8 bancos regionais alemães absorveram mais de 20 mil milhões de euros em ajudas estatais pagas, sobretudo pelos Estados regionais, que estão presentes na estrutura accionista destas instituições.
Se Europa não agir, vai pagar “um grande preço”
O director-geral do FMI referiu que os problemas da banca alemã existem também noutros países europeus, e sublinhou que a Europa vai pagar “um grande preço” se não levar a cabo, a tempo e horas, os esforços de saneamento da banca.
“Se as nossas previsões de crescimento para o setor bancário são tão más, é porque o setor bancário não está curado”. Isto é “particularmente lamentável, porque poderíamos concretizar a reestruturação do setor com montantes financeiros que não são exageradamente grandes”.
Strauss-Kahn respondeu às críticas dos que dizem que as novas regras do funcionamento dos bancos destroem o negócio das instituições e reduzem para níveis perigosos os lucros dos grupos financeiros: “Será que os banqueiros acreditam que não podem ter lucros sem provocar, de tempos a tempos, uma crise mundial com milhões de desempregados?”.
Pelos vistos, na Alemanha os bancos também não nadam em dinheiro, embora também lá venham sobrevivendo à custa do Estado (20 mil milhões de euros em 2 anos) e essa deve ser uma das razões de a Sra. Merkel querer receber os calotes (submarinos incluídos), se não ainda os paga ela politicamente em 2013…
Curioso é que seja o diretor do FMI a vir denunciar estas coisas, ao mesmo tempo que denuncia o mau comportamento do setor bancário, a nível mundial, de uma forma tão contundente e com preocupações sociais, que até parece o “nosso” Bloco de Esquerda (mas ele tem razão).
Já faltou mais para eu próprio acreditar na bondade das análises e críticas que o Sr. Kahn vem fazendo ao sistema…