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sábado, 4 de junho de 2011

Um homem em reflexão...

“O Pensador” é uma das mais famosas esculturas de bronze do escultor francês Auguste Rodin, que retrata um homem em meditação, soberba, lutando com uma poderosa força interna.
Originalmente chamado de O Poeta, a peça era parte de uma comissão do Museu de Arte Decorativa em Paris para criar um portal monumental baseado na Divina Comédia, de Dante Alighieri. Cada uma das estátuas na peça representava um dos personagens principais do poema épico. “O Pensador” originalmente procurava retratar Dante em frente aos Portões do Inferno, ponderando o seu grande poema. A escultura está nua porque Rodin queria uma figura heróica, à Michelangelo, para representar o pensamento, assim como a poesia.

 

A nossa individualidade fará boa a nossa sociedade?

Aquele que alivia o fardo do mundo para o outro não é inútil neste mundo” (Charles Dickens)
A nossa civilização construiu um ideário de convivência social com base na competição. Somos impelidos a ver todas as vantagens em competir e nenhuma vantagem em cooperar, o que nos dá a falsa impressão de que cada um e cada uma se basta a si mesmo. Se cada um se basta a si mesmo, estamos liberados para ser, pensar e agir deliberadamente, sem medir quaisquer consequências que possam envolver ou atingir os outros. Deste modo, ao desaprendermos a cooperação, empobrecemos as nossas relações sociais e a nossa própria condição de humanidade, que se realiza a partir da interdependência com os outros. Ao abrirmos mãos da intrínseca relação entre o “eu” e o “outro”, perdemos a dimensão da construção social que é sempre coletiva; que nos faz humanidade em movimento.
A nossa cultura alimenta-se de ideários individualistas na medida em que estimula, ao máximo, a busca da superação pessoal, a partir da nossa autodeterminação. A máxima expressão do modo de levar a vida hoje, para muitos, já foi cunhada pelos romanos: “se queres paz, prepara-te para a guerra”. Outra máxima: “a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro”, propõe, igualmente, a construção de uma liberdade individualista, supondo haver uma linha limítrofe entre a nossa ação e a ação dos outros. Na verdade, a liberdade pressupõe um pacto de cooperação mútua para que ambos alcancemos a liberdade, ou seja, somos sempre condição para a liberdade, a nossa e a dos outros.
Preocupa que, mesmo sem perceber, temos sido muito permissivos na construção de um modo de vida extremamente individualista, que prega o uso de todos os meios para a construção do sujeito social, inclusive o uso da violência e da competição desmedida. Neste contexto, não há nenhuma preocupação com a resolução dos conflitos, com os contextos e as condições em que vivem os outros; busca-se somente consolidar uma situação em que os vencedores se afirmam a partir do sufoco, superação ou abafamento dos vencidos.
O que mudou mesmo é que refinamos cada vez mais os nossos instintos competitivos, dando-lhes uma forma e um conteúdo mais definido. Além de estar mais claro, este ideário está bem disponível para as novas gerações. E em tempos em que tudo o que é assimilado deve ser aplicado, muitos, sobretudo adolescentes e jovens, desafiam-se para o colocar em prática, sem escrúpulos.
E a cooperação... Bem, a cooperação não traz vantagens suficientemente consistentes para inspirar um ideário ou um estilo de vida. É geralmente tratada como solução em situações limites da nossa vida como nos conflitos interpessoais, nas relações de médico-paciente, na complexidade dos assaltos e roubos, na ajuda humanitária e na solidariedade com pessoas em iminente risco de vida.
As vantagens da cooperação servem mesmo para promover a vida e a dignidade, para qualificar as nossas relações sociais. A cooperação é uma ferramenta para nos fazermos gente. É a possibilidade de vivermos em condições menos stressantes, capazes do reconhecimento mútuo e recíproco, capazes de compreender que ninguém se basta. Quem pensa assim, que nos acompanhe!
Prof. Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ecos da blogosfera – 4 Jun.

Estes são os candidatos que eu posso escolher

Cabeças de lista (5) pelo
Distrito do Porto
Ao contrário do que nos fazem crer, partidos e media, as eleições legislativas são realizadas por Distritos Eleitorais, com os respetivos candidatos e são esses que nós elegemos, quando vamos votar. Quem pensa que ao votar no Distrito do Porto, como é o caso, vai votar diretamente nos maiorais dos partidos está redondamente enganado. Não é assim?
No fim de tudo, Distrito a Distrito, há uns votos (bastantes) que vão para o lixo (não os brancos, ou nulos), os que sobram depois das contas feitas, devido ao método de Hont, que se fossem validados por outro método, alterariam o resultado final.
O resto vem por acréscimo, depois dos tais descontos…
Nota – Eu sei que há mais partidos a concorrer, mas… até eu estou a ficar pragmático, mais pelo trabalho do que pelo desrespeito.

Caíram mitos com dois pepinos! E agora?

24 horas depois de as autoridades alemãs ilibarem os pepinos espanhóis, as autoridades sanitárias continuam a desconhecer o que terá provocado a morte a 16 pessoas.
"Cheguei à conclusão que os alemães não fizeram estudo nenhum" de epidemiologia, disse o epidemiologista Mário Durval, referindo que a informação pode ter sido divulgada antes de se "ter rastreado todo o circuito e definido o foco infeccioso".
Uma falta que Mário Durval considera grave até porque "a primeira coisa que um epidemiologista faz é ir à procura das coisas que as pessoas comeram naquele espaço de tempo e verificar qual o alimento que foi consumido por todos". Uma conclusão que o especialista considera urgente já que a origem vai determinar a forma de atuar, adiantando que o problema pode ter acontecido na comercialização ou no transporte.
"Espero que [os alemães] ponham a saúde pública a trabalhar", sublinhou.
O primeiro caso de contaminação com EHEC foi registado a 2 de maio e o último a 30 de maio, havendo casos registados de EHEC em todos os 16 Estados federados alemães, mas sobretudo no norte, em Schleswig-Holstein (121 casos), e em Hamburgo (97).
A partir de 22 de maio o número de infeções começou a descer, o que "não significa ainda que a doença esteja a retroceder", fazem notar as autoridades sanitárias alemãs.
Até que o foco infecioso seja detetado, o Instituto Robert Koch continua a desaconselhar o consumo de tomate, pepino e salada crus, sobretudo produtos adquiridos no norte da Alemanha.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que é uma nova estirpe nunca antes detetada da bactéria E.coli que tem provocado as centenas de infeções, pela Europa. A organização afirma, ainda, que é difícil perceber onde começou o foco da infecção.
As autoridades alemãs já reconheceram que os pepinos espanhóis não são a causa da infeção.
Depois de os alemães, “povo” competente, rigoroso (vigoroso) e responsável, terem acusado, sem justa causa, os pepinos (vegetais) espanhóis de invadirem o seu território (sem ter sido considerado terrorismo, vá lá!) e lhes fazerem vítimas, com a mesma ligeireza as autoridades sanitárias ilibaram os mesmos pepinos, e mesmo não sabendo como lhes caiu o bicho em cima, continuam a desaconselhar o consumo de tomate, pepino e saladas cruas, desta vez referindo-se aos produtos adquiridos (não dizem produzidos) no norte da Alemanha.
E vem um epidemiologista português afirmar que, afinal os alemães não fizeram estudo nenhum, ou se o fizeram foi mal feito, que até nos parece que o sucedido está a acontecer num país sulista. Afinal, como é possível, ao fim deste tempo todo, que a competência, o rigor e a responsabilidade da nação alemã se tenha esvaído, tão fragilizada?
Para “ajudar à missa” e depois da “precipitação” da OMS na declaração de “pandemia” da Gripe A, a credibilidade desta organização caiu a pique e desta vez, com o surgimento de mais uma “eurodemia”, não anunciou nenhuma vacina e veio publicamente expor dúvidas e incertezas, passando a bola para as autoridades alemãs.
Também já era de desconfiar que, em cada ano surgisse uma nova doença, embora o ano ainda não tenha acabado e tudo possa acontecer...
E agora, quem paga os prejuízos causados às economias dos PAÍSES DO SUL (os incompetentes), que ficaram ainda mais a sul?
Para já, parece que os alemães já prometeram arcar com essa responsabilidade, que é a única coisa que pode fazer quem tem, pelo menos, dinheiro (ou crédito), caso contrário a UE terá que se chegar à frente, apoiando esta “Primavera Hortícola”…
Afinal, no melhor país/organização cai a nódoa… e às vezes mais vale estar calado.

E daí?

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, comprou a Armando Vara a Herdade do Cortiço. Um monte alentejano que Vara reabilitou enquanto ocupava o cargo de secretário de estado adjunto da Administração Interna. A escritura de compra e venda é datada de 5 de Julho de 2007.
Carlos Costa pagou um total de 250.000 € pelo prédio misto da herdade e 211.500 € pela parte urbana. O actual governador do BdP terá ainda pago 38.500 € pela parte rústica da herdade situada perto de Montemor-o-Novo.
Armando Vara comprou a herdade em 1998 e declarou a compra por 17.500 euros na declaração de IRS de 2007, tendo ainda, segundo a mesma declaração, reabilitado a propriedade no valor de 115.000 €. Vara declarou a realização de uma mais-valia de 100.000 € para reinvestimento. O Fisco acabou por investigar, em 2009, um processo a Armando Vara devido à falta de pagamento de IRS sobre a tal mais-valia e acabou por ser obrigado a pagar o imposto.
E não é caso para se perguntar: E depois? Então não se pode comprar uma herdade, pagando-a, independentemente de quem é o seu proprietário e com mais razão para quem tem o dinheiro necessário (e nem foi muito cara) e ganho com o “suor do seu rosto” (no caso, com a climatização do ar condicionado)? O atual presidente do BdP, na altura nem exercia essa função e só foi colega do proprietário na administração da CGD, que tratou de tudo, mas também era para isso que serviam, à época, os bancos. E daqui está tudo dito.
Outra coisa é a falta de pagamento do IRS sobre as mais valias, que o proprietário se esqueceu de fazer (entre tantos afazeres, acontece), mas como cumpridor que é (mesmo só depois de uma investigação), acabou por fazê-lo e pronto.
O único isco da notícia é, o nome do proprietário ser Armando Vara, estar envolvido no processo “Face Oculta”, que se fosse coisa a sério, já teria tido algum desfecho…
Entretanto, o direito à presunção de inocência vai vigorando e se o citado processo nunca mais chegar ao fim, ficará TUDO OCULTO, inclusive a tal presunção, com prejuízo moral para os “envolvidos” e até para os que se lhes aproximam…

Ecos da blogosfera – 3 Jun.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Contra o PISA, a PRATA portuguesa da Filosofia…

Um aluno português conquistou uma medalha de prata na 19.ª Olimpíada Internacional da Filosofia, em Viena, onde concorreu por iniciativa própria, contando apenas com o apoio de um professor, já que a prova não se realiza em Portugal.
José Gusmão Rodrigues é aluno do 12.º ano na Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, mas frequenta já algumas cadeiras de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa por ter revelado, desde os 13 anos, uma aptidão "excecional" para a filosofia, contou o professor Domingos Diogo Correia, que o acompanhou a Viena.
Foi o próprio aluno que, ao ter conhecimento das Olimpíadas de Filosofia, "se pôs a pesquisar na Internet" e conseguiu autorização para, com o professor de há dois anos, constituir uma delegação nacional e apresentar-se em prova, revelou o docente.
A notícia é curta, mas parece que tem alguns pontos interessantes, no que ao Ensino/Educação diz respeito.
Mesmo com o PISA a impor paradigmas anquilosados, há quem teimosamente organize a 19.ª Olimpíada Internacional da Filosofia, dando importância a uma disciplina desprezada pelos projetos curriculares e com a arrogância de competir com as Olimpíadas da Matemática. É preciso coragem, porque NÃO VAI SER A PENSAR, que vamos sair da crise. Ou será? Ou será a única via?
Claro que haverá uns picuinhas que dirão que só ficou em 2º lugar (do mundo)... E outros haverá (como eu), que sublinharão que andando no 12.º ano e frequentando já cadeiras de Filosofia numa Faculdade, torna-se mais fácil, mas só se se viver numa cidade onde haja, como é o caso de  Lisboa, retirando igual oportunidade a quem mora longe das Universidades…
Não deixa de ser estranho considerar-se que o aluno tenha uma aptidão “excecional" para a filosofia, quando se devia dizer, que o aluno tem uma capacidade inata, geral e única, ou mais paradigmaticamente, uma inteligência linguística, uma inteligência lógico-matemática e uma inteligência intrapessoal, que lhe permite uma performance maior nesta área de atuação. Estou a falar de Inteligências Múltiplas, matéria que não vou explanar, porque já o fiz noutros lugares e porque a manipulação institucional dos conceitos sobre Educação e (da Bolsa dos) Currículos, ou a desconhecem, ou a escondem.
E também não foi por impulso, que o próprio aluno participou por iniciativa própria, conseguiu autorização para ser acompanhado pelo seu professor e se constituíram numa delegação nacional, mas pela inteligência interpessoal.
Mas o que interessa é apresentar mais um exemplo de competência e iniciativa de um portuguesinho, que deveria servir de exemplo para os nossos governantes, que neste caso até se portaram mal, deixando o jovem ganhar a prata à sua custa…
Parabéns ao José Gusmão Rodrigues e ao seu professor Domingos Correia, porque não bastam as inteligências inatas, sem um bom “treinador” que as desenvolva…

Riam-se! Portugal preside (3 anos) à EUROSAI…

O presidente do Tribunal de Contas da Islândia, Sveinn Arason, considerou que os países europeus em dificuldades, como a Islândia, Grécia, Irlanda e Portugal, "não partilham informação suficiente sobre a crise", afirmou Arason, à margem do VIII Congresso da EUROSAI (Organização das Instituições Superiores de Controlo das Finanças Públicas da Europa).
"Com certeza que não há cooperação suficiente. Há muita informação reunida em cada país, e partilhar esta informação entre fronteiras [é importante]", acrescentou o responsável.
Sveinn Arason destacou a importância do relatório da investigação parlamentar às causas e às origens da crise e considerou que "o Tribunal de Contas não foi nomeado como parte do colapso, como parte do problema. Neste relatório, só tivemos avaliações positivas, mas poderíamos ter feito um pouco mais".
A crise financeira internacional chegou à Europa através da Islândia, em outubro de 2008, quando os maiores bancos foram à falência, depois de se terem financiado muito acima das suas capacidades, para financiar investimentos no estrangeiro.
Óli Jón Jónsson, do departamento de relações internacionais do Tribunal de Contas da Islândia, considerou hoje que o relatório parlamentar foi fundamental para que a sociedade islandesa se recompusesse. A conclusão principal da investigação parlamentar sobre a causa do colapso dos bancos "foi muito clara" e apontou o dedo à supervisão. "A entidade de supervisão financeira e o banco central foram demasiado lenientes em relação às instituições financeiras. Eles nem sequer usaram todos os poderes que tinham, porque havia um clima e uma cultura de 'laissez-faire' em toda a Europa, não era nada de específico da Islândia", concluiu.
No VIII Congresso da EUROSAI, que decorre em Lisboa até 02 de junho, Portugal assume, por três anos, a presidência da organização.
Já muito se tem falado sobre a investigação à(s) origem(ns) da CRISE e os islandeses com alguma insistência, porque já a fizeram e apesar de ninguém ser criminalizado, nacionalizaram a banca e correram com os responsáveis. E por isso, tem toda a autoridade para nos darem o conselho, embora nem os maiorais de cá a desejem, muito menos os maiorais da Europa, como já aqui demos conta. E isto é como querer ver o corpo do defunto, para ser enterrado e se poder fazer o luto.
E lá, como nos EUA, como cá (embora sem investigação) qualquer bicho careta chega à mesma conclusão a que a Islândia chegou e pelo que dizem foi muito clara e apontou o dedo à supervisão: a entidade de supervisão financeira e o banco central (islandês) nem sequer usaram os poderes que tinham, porque havia um clima e uma cultura de 'laissez-faire' em toda a Europa…
Pois! Mas cá, os mesmos responsáveis foram promovidos e (isto deve ser piada) até deram a PRESIDÊNCIA da EUROSAI (Organização das Instituições Superiores de Controlo das Finanças Públicas da Europa) a Portugal, durante 3 anos…
É p’ra rir!!!

Ecos da blogosfera – 2 Jun.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

"Atomkraft? Nein danke!" E agora os resíduos?

A Alemanha vai desligar todas as centrais nucleares do país até 2022 e planeia reduzir o uso de energia em 10% até 2020, após um acordo da coligação liderada pela chanceler Angela Merkel.
A decisão pode ser até mais ambiciosa do que a saída da energia nuclear planeada pela coligação entre sociais-democratas e verdes quando estavam no poder em 2000, pois desactiva 8 das 17 centrais nucleares do país imediatamente e outras 6 em 2021, mas ainda pode enfrentar a oposição de empresas do setor.
Há 9 meses, Merkel anunciou um aumento da utilização das impopulares centrais nucleares em 12 anos em média. Em março, após o acidente na central nuclear de Fukushima, Merkel reverteu essa decisão e colocou toda a política para a energia nuclear do país sob revisão. “O nosso sistema energético tem de ser mudado fundamentalmente e pode ser mudado fundamentalmente. Queremos que a eletricidade do futuro seja segura e, ao mesmo tempo, confiável e económica”, disse.
Além de deixar de usar a energia nuclear, a Alemanha também planeia reduzir o uso de electricidade em 10% até 2020 e duplicar a participação de fontes renováveis de energia para 35% no mesmo período.
Merkel não deu mais pormenores do plano, mas um documento governamental afirma que a meta alemã de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 40% até 2020 está mantida.
A maioria dos eleitores na Alemanha é contra a energia atómica, que fornecia 23% da energia do país antes de 7 unidades antigas serem fechadas em Março.
Antes de mais, é de toda a justiça dar os parabéns à Sra. Merkel (apesar de ser quase facciosa a minha natural repulsa pela pessoa) por, finalmente, tomar uma decisão acertada, sem quase falar dela.
Ainda há dias, na reunião do G8, ELA falava na necessidade de provas de segurança periódicas e intensivas de todas as centrais nucleares e de regresso a casa, toma de imediato esta decisão, mais ambiciosa do que a dos sociais-democratas e verdes, dando a ideia de ser mais ecologista do que aqueles partidos…
Mas, como diz a notícia, ainda pode enfrentar a oposição de empresas do setor e disso ninguém tenha dúvidas. Nos 11 anos que faltam, dá para se fazer muita coisa, inclusive retroceder…
O que fará impressão a muita gente, mesmo para os defensores do nuclear, é que só ao fim de tantos anos, ELA e os seus correligionários queiram eletricidade segura e, ao mesmo tempo, confiável e económica… E antes não queriam?
E no âmbito das recentes e repentinas preocupações ecológicas, para além da eliminação da energia nuclear, pretende reduzir o uso de electricidade em 10%, duplicar as energias renováveis e reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 40%, tudo até 2020. Sim Sra.!
No entanto não deixa de ser factual que, a maioria dos eleitores na Alemanha, desde sempre, é contra a energia atómica e os Verdes e os Sociais-democratas tenham ganho todas as eleições regionais, contra a CDU. Coincidências, seguramente, mas que prometem um futuro diferente e um exemplo para todos os governantes dos países “dependentes” do nuclear e que também queiram eletricidade mais segura, mais confiável e (pelos vistos) mais económica.
Não havia necessidade de se ter corrido os riscos dos desastres, que aconteceram, mas há bens que vem por males…
E agora o que se faz aos resíduos?

Francamente! Já chega de hipocrisia, demagogia…!

Em Portugal, cerca de 40% de crianças vivem em situação de pobreza, que não se confine apenas à escassez de recursos monetários, mas também às condições de vida.
Os números surgem das conclusões de um estudo, encomendado pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.
Desde Novembro, 636.000 perderam o abono de família, devido à eliminação dos dois últimos escalões e a nova lei de acesso a apoios sociais.
Francamente, no dia Mundial da Criança, receber estas notícias, uma com origem num decisão do governo e a outra por constatação de um estudo encomendado pelo ministério da Solidariedade Social do mesmo governo, só pode querer dizer que “algo vai mal no reino de Portugal”…
Sem mais comentários…
Zeca Afonso - Menino d'oiro

Correram o Mubarak e o Ben Ali e vão por lá o FMI?

As Primaveras
Os líderes do G8 prometeram, em Deauville, França, disponibilizar 20 mil milhões de dólares para o processo de reformas democráticas no Egipto e na Tunísia.
Em comunicado afirmam que “as mudanças em andamento no Médio Oriente e Norte da África são históricas e têm o potencial de abrir as portas para as transformações que ocorreram no Centro e no Leste da Europa” depois da queda do Muro de Berlim e acrescentam que “apoiamos fortemente as aspirações da Primavera Árabe e saudamos a decisão das autoridades egípcias de pedir assistência ao FMI e aos bancos multilaterais de desenvolvimento e o pedido da Tunísia por uma política de empréstimos conjunta e coordenada”.
Os bancos multilaterais de desenvolvimento vão disponibilizar 20 mil milhões de dólares, incluindo 3,5 mil milhões de euros do Banco de Investimento Europeu, para apoiar o Egipto e Tunísia nos esforços das reformas entre 2011-2013.
Os líderes do G8 também manifestaram a intenção de melhorar a segurança nuclear mundial.
O primeiro-ministro japonês garantiu que “a central nuclear de Fukushima está a ser gradualmente estabilizada” e os líderes do G8 decidiram levar a cabo “provas de segurança periódicas e intensivas de todas as centrais nucleares”, explicou Angela Markel, manifestando a sua satisfação “com este avanço inegável”. A Rússia expressou confiança num acordo sobre segurança nuclear porque “não há outra alternativa”.
É no mínimo curioso, mas incoerente, que estes líderes apoiem as aspirações da “Primavera Árabe” (e nós também) e não apoiem a “Primavera Europeia” (que nós apoiamos e em que participamos), já que ambos os movimentos contestam o status quo político e as condições de vida das gerações jovens (e não só).
De complexa compreensão (para nós) é a anunciada satisfação desses líderes com a decisão das autoridades egípcias e tunisinas pedirem assistência ao FMI e a bancos multilaterais, porque os efeitos de tais “ajudas” estamos a vê-as e vamos sofrê-las. Coitados dos primaveris….
E são logo 20 mil milhões de dólares, com 3,5 mil milhões de euros do Banco de Investimento Europeu, que sendo menos do que nos “concederam”, tem a garantia de receberem em petróleo, sem necessidade de medidas de austeridade (já as tinham), nem privatizações (tem privações) e no fundo, no fundo, até aumennnnnnnnnnntam o mercado…
Mas, lá como cá, o povo é que paga, se “os cabeças” não tem juízo…
Finalmente que 8 dos maiorais pensam melhorar a segurança nuclear mundial, mas apenas com provas de segurança periódicas e intensivas de TODAS as centrais nucleares e até a Sra. Merkel ficou contente com tal avanço e a Rússia considerou que não há outra alternativa…
Custou a perceberem a gravidade do que era nuclear e foi preciso acontecerem alguns males, para se pensar no bem.

Ecos da blogosfera – 1 Jun.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Não é preciso ser bruxo, basta não ser burro!

Mais problemas para o clube do euro. A uma Grécia que ainda não sabe se vai receber a nova tranche de ajuda do FMI - o que poderá representar a entrada em incumprimento - junta-se uma Irlanda que pode vir a precisar de mais dinheiro dos parceiros da eurolândia.
Carago! É preciso ser economista, ou bruxo para “adivinhar” o que nos espera com a “ajuda” da troika? Usando a mesma lógica da banca, que diz num anúncio: “Se o seu banco corta, corte com o seu banco!” Só que para os países a concorrência na área dos empréstimos é fraca: FMI, BCE, ou Mercado. Venha o diabo e escolha!
Haverá algum político português, que tenha a coragem de obrigar os seus compatriotas a passar por este calvário e a procissão ainda está no adro?
Isto já não tem nada a ver com dívida, economia, ou finanças, isto é uma contrafação da democracia…
"Os líderes europeus estão a negociar um acordo que deverá conduzir a uma intervenção externa sem precedentes na economia grega", escreve hoje o Financial Times.
O novo plano inclui o envolvimento internacional na cobrança de impostos na Grécia e na privatização de activos do Estado helénico, em troca de novos empréstimos a Atenas.
Isto já não tem nada a ver com dívida, economia, ou finanças, isto é um assalto à soberania dos Estados, isto é uma cobrança dos homens de fraque aos fracos…
Imagine-se o desplante de a troika cobrar os impostos gregos e meter o dinheiro ao saco, para abate dos impostos da dívida e vender aos privados (a custo da uva mijona) o que é do Estado grego e meter o dinheiro ao saco, para abate dos impostos da dívida… E a DÍVIDA? Quando ficará paga?
Transporte-se o cenário para a Irlanda e depois para Portugal e a tragédia grega será exportada, sem proventos…
Repetindo-me, com a inconsciência que a dignidade me obriga, se isto é a zona Euro, eu quero sair, se isto é a Europa, não quero ficar, se isto é democracia, vou pensar…
Saídas? Parece que há, sem ser aquela com que nos querem algemar!

Com pepino, tomates e alfaces não se pode brincar…

O Governo espanhol não descarta a possibilidade de exigir responsabilidades à Alemanha pelas “especulações” sobre a origem dos pepinos contaminados que estão a prejudicar tremendamente o sector agroalimentar espanhol. Já morreram 10 pessoas (alemãs, ou que estiveram na Alemanha) em consequência da bactéria Escherichia coli (EHEC) presente em pepinos oriundos de Espanha.
O secretário de Estado da Agricultura e da Água (espanhol) denunciou as proibições de importação e venda impostas por alguns países, nomeadamente a Áustria e a República Checa, que decidiram parar de comprar legumes a Espanha apenas com base em informações “não contrastadas” difundidas pela Alemanha, para onde exportava (até ontem) 36% da sua produção.
Por seu lado, a ministra federal do Consumo, Ilse Aigner (CSU), sublinhou que, perante este surto, a protecção do consumidor tem prioridade sobre tudo, incluindo sobre os interesses económicos. Sobre a origem exacta da bactéria (que pode estar em Espanha, ou já na Alemanha, depois da importação), Aigner assinala que “enquanto os cientistas alemães e espanhóis não derem com a fonte da infecção, o alerta permanece em vigor”.
A exportadora de Málaga “Frunet Bio”, assinalada como a causadora deste surto infecioso, defende que os seus pepinos não estão contaminados pela bactéria e de acordo com um responsável desta empresa, o comprador alemão avisou a empresa andaluza, via e-mail, que a mercadoria teria caído ao chão no mercado de Hamburgo e que tentaria salvar parte da carga “sob sua responsabilidade”.
A bactéria já foi identificada noutros países, como Suécia, Dinamarca, Holanda e Reino Unido - sempre em pessoas que estiveram na Alemanha.
Claro que perante a existência evidente de risco, os Estados tem a obrigação de zelar pela saúde pública, mesmo que haja prejuízos no campo da economia.
Mas no meio de tanta informação, a confusão é grande e registam-se nesta notícia duas esquisitices, uma que empurra a responsabilidade para uma contaminação no solo alemão e outra que restringe os contaminados ao território alemão.
Mais esquisito é que a bactéria tenha escolhido só o pepino, mas deve haver razões científicas, ou circunstanciais para o sucedido. Mas segundo novas informações, o mal estende-se ao tomate e à alface, tudo na Alemanha.
E enquanto governantes espanhóis e alemães reclamam um trabalho conjunto de cientistas de ambos os países, não se entende por que ainda esse encontro não aconteceu.
À cautela, talvez esteja na hora de consumirmos produtos agrícolas portugueses, quanto mais não seja, pelas circunstâncias e por curiosidade, no super que frequento, quase só o pepino é português. É lógico que não estamos isentos de perigo, mas não é mau aproveitar a onda…
Mais de uma centena de empresas do setor agroalimentar recorreram ao apoio financeiro do ministério da Agricultura para a adesão ao projeto “COMPRO o que é nosso”, o que ultrapassou as expetativas da AEP.
No dia em que terminou o prazo para as candidaturas, o vice presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) disse que “a adesão de cerca de 125 empresas ultrapassou as expetativas”, realçando que “o número definido inicialmente era de 100 empresas”.
Ao abrigo de um protocolo que a AEP celebrou com o ministério da Agricultura, a iniciativa “COMPRO o que é nosso” passa a contar com cerca de 600 empresas, sendo o setor agroalimentar o mais representado no projeto lançado há 4 anos pela AEP.
Portugal Melhor

Ecos da blogosfera – 31 Mai.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Eu também sou contra o(s) aborto(s)…

Questionado sobre a possibilidade Portugal ter uma investigação formal para apurar quem esteve na origem do elevado endividamento do Estado, Belmiro de Azevedo considerou que “é preciso saber porquê”, acrescentando que “tem que haver culpados nomeadamente aqueles que foram responsáveis pela gestão do país” e afirmou que “alguém foi responsável por todos os portugueses e muitas empresas neste período mais recente estarem 30% a 40% mais pobres”.
O membro do Banco Central da Islândia, Gylfi Zoega defendeu que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e bancos, e porque o fez.
Também o presidente da Comissão de Inquérito à Crise Financeira dos EUA, Phil Angelides, aconselhou uma investigação semelhante em Portugal e na Europa, como forma de apurar os factos que levaram à actual crise.
Parece provocação perguntar a um dos homens mais ricos de Portugal e do mundo, se se deve encontrar os responsáveis pela crise interna, que como ele próprio diz, empobreceu todos os portugueses, embora alguns tenham enriquecido, ou continuado a enriquecer, tendo até conseguido recuperar num ano, as perdas dos dois anos anteriores, salvo erro em 2010.
Curiosa é a ideia de responsabilizar politicamente os dirigentes políticos, quando todos, em todo o mundo, foram engolidos pelas empresas privadas, Bancos, Reguladores, Governos, Agências de “rating”. E é melhor não acrescentar mais nada, porque o empresário em causa, de inocente e de mal informado não pode ser classificado.
Sobre os pedidos de inquéritos sugeridos pelos dois estrangeiros, já os comentei aqui e encontrá-los-á nos links respetivos, acima.
O economista-chefe do Deutsche Bank, Thomas Mayer, considera que seria “muito útil” uma investigação em Portugal às causas da crise, mas recusou um inquérito em que sejam apontados culpados.
“Seria muito útil estudar o que correu mal de modo a mudar a forma como as coisas são feitas”, disse o alemão, afirmando que tanto devem ser estudados os “erros do sector público” como o “fraco desempenho do sector privado”. Quanto a apontar culpados, o responsável do Deutsche Bank descarta completamente essa possibilidade: “Não acho que exista alguma responsabilidade pessoal ou algum culpado”.
Esta ideia, por um lado mostra bem a impunidade que reina entre os homens que sustentam e se sustentam no/do SISTEMA, por outro lado mostra uma suposta ignorância de quem é especialista na matéria, sabe de cor e salteado os “erros” cometidos e provavelmente os nomes dos responsáveis, mas é pena que pense no assunto como uma avaliação formativa, sobretudo porque não acha que exista alguma responsabilidade pessoal ou algum culpado… Foi o POVO, pá!
“A crise foi o resultado da acção e inacção humana, não da mãe natureza ou de modelos disfuncionais”. Esta foi apenas uma das conclusões da investigação dos EUA à maior crise financeira desde a Grande Depressão.
Bancos, reguladores, Governo, agências de “rating” estão entre aqueles que são apontados como os que mais contribuíram, potenciaram ou mesmo provocaram uma crise que, antes de mais, “era evitável”, conclui o relatório.
Na sequência da crise que eclodiu nos Estados Unidos em 2007 - que teve a sua face mais visível no incumprimento de grande parte dos recetores de empréstimos “subprime” e na falência do banco de investimento Lehman Brothers em Setembro de 2008 - o Congresso norte-americano decidiu criar uma entidade independente para investigar as práticas que levaram à crise.
Também a Financial Crisis Inquiry Comission (FCIC), liderada por Phil Angelides, produziu um relatório onde analisa as práticas que potenciaram a especulação no mercado imobiliário, o crescimento do “subprime” (empréstimos a pessoas com um perfil de crédito no mínimo duvidoso), e os riscos e práticas que levaram a uma crise financeira que contagiou grande parte do mundo.
Ao contrário do economista-chefe do Deutsche Bank, os investigadores americanos concluíram que a CRISE FOI O RESULTADO DA ACÇÃO E INACÇÃO HUMANA, NÃO DA MÃE NATUREZA OU DE MODELOS DISFUNCIONAIS e que foram os Bancos, Reguladores, Governo e Agências de “rating” que estiveram na origem da CRISE, que até ERA EVITÁVEL… Só falta dizer os nomes, mas devem constar dos documentos.
E por que não saber os nomes dos nossos responsáveis, não para os incriminar, mas para os banir dos lugares e áreas de atividade que continuam a ocupar e a atuar, para que não tenham a oportunidade de continuarem a praticar os mesmos ERROS NO SECTOR PÚBLICO E O FRACO DESEMPENHO DO SECTOR PRIVADO?

Mix da imprensa, quase nacional… 29 de maio

Uma tipografia do século XV
Xilogravura de Jost Amman, 1568
A decisão de colocar em prisão preventiva a rapariga de 16 anos que agrediu uma adolescente e o alegado autor do vídeo que circulou na Internet é hoje tema comum nos principais jornais portugueses.
Diário de Notícias - "Prisão de menores agressores é caso único em Portugal" e o sublinhado de que nunca os tribunais portugueses tinham colocado em prisão preventiva um menor por agredir outro.
Jornal de Notícia - "Superjuiz implacável": "Carlos Alexandre decide prisão preventiva para dois intervenientes na violência sobre a rapariga do 'caso Facebook'" e "Messi genial dá quarto título europeu".
Correio da Manhã - "Carlos Alexandre com mão pesada para autor do vídeo e para rapariga que bateu". O principal assunto é o acordo "secreto" com a 'troika': "Saúde mais cara a partir de setembro", "Transportes públicos aumentam" e "cortes nas indemnizações".
Público - "Troika vai avaliar cortes na taxa social única no dia 27 de julho" e uma entrevista a António Costa, e os 100 anos da GNR, "a força que não quer ser bruta".
O "superjuiz implacável", que decidiu a prisão preventiva de dois intervenientes do caso de agressão no 'Facebook', e a reavaliação dos cortes na Taxa Social Única fazem manchete.
Jornal de Notícias - "Superjuiz implacável" e acrescenta que Carlos Alexandre, conhecido pelos casos Furacão, Freeport, Portucale e BPN, decide prisão preventiva para dois intervenientes na violência sobre a rapariga do “caso Facebook’”.
Noticia ainda que os arquitetos Álvaro Siza Vieira e Souto de Moura recusaram convite do candidato do PS, José Sócrates, para um pequeno-almoço, que, refere, "seria uma ação de campanha".
Projeto de intervenção no mercado do Bom Sucesso, no Porto, "revolução nos mercados do Porto e Lisboa".
Público - Os cortes na Taxa Social Única, que serão avaliados pela 'troika' no dia 27 de junho, e a Liga dos Campeões: "Classe do Barça em Wembley fez do Manchester um equipa vulgar".
Parece que, nenhum dos temas da imprensa foi sequer focado na campanha eleitoral, muito menos o Programa da troika, mesmo fazendo tudo parte do nosso futuro comum…