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sábado, 2 de julho de 2011

O BPN foi assassinado! Autores continuam a monte…

A vida do BPN está em contagem decrescente. Ou é vendido até ao final de Julho ou perde a licença bancária. Uma coisa ou a outra já deviam ter acontecido. Mas o que ainda não aconteceu foi o mais importante: encontrar, e condenar, os culpados deste descalabro pago com dinheiro dos contribuintes.
Há poucos interessados no BPN. Com a marca desfeita e operando basicamente num mercado em recessão, a cadeia de balcões do BPN pode ficar para rede de "fast food". O Governo fez bem em nacionalizar o BPN em 2008. Devia ter feito bem em vendê-lo mais cedo. Não fez cedências e agora arrisca-se a ficar com todo o "buraco" para si. Ou seja: para nós. A conta é de pelo menos 2 mil milhões de euros.
Foi isto que nos custou a nacionalização do BPN. Foi isto que nos custou a ladroagem naquela casa. E isso é o mais revoltante desta história: é a impunidade de um processo repleto de nomes sonantes e de políticos eleitos.
O Governo fez o que tinha a fazer na nacionalização do BPN, mas o Estado falhou. Falhou antes dessa nacionalização, com uma supervisão que foi enganada e não fez muito por ser despertada. E está a falhar depois, ao não capturar os culpados deste escândalo. Oliveira e Costa está detido, em casa, é o único. Mas não foi o único a enriquecer à custa do nosso empobrecimento.
Pedro S. Guerreiro, Director do Jornal de Negócios
Gosto do que escreve Pedro Guerreiro e mais uma vez aqui fica a sua opinião sobre um assunto que mexe comigo e interferiu na vida de toda a gente (mais dos Funcionários Públicos) e com que estou de acordo na análise que faz.
Fica-me no entanto uma dúvida, que é de toda a gente (presumo) e que é a de saber a quantia exata que pagamos já e continuaremos a pagar por esta grande burla. Para além dos números adiantados e sempre cruzados entre o montante direto do Estado com o da CGD. Surgem-nos agora mais estas verbas, que nos baralham ainda mais.
Haverá alguém que informe os portugueses sobre os montantes finais, não só para sabermos o “risco que correm” os snipers que andam a monte, mas para sabermos se bateram o recorde de Alves dos Reis, para constarem no Guiness World Records?…

É… É… São… São… É só fazer as contas!

Pedro Passos Coelho garantiu a 1 de Abril deste ano, que caso fosse primeiro-ministro não iria cortar o subsídio de Natal. Na sua estreia como primeiro-ministro no Parlamento, foi exactamente sobre o valor-referência do 14º mês - o equivalente a 50% deste (reduzido o valor do salário mínimo) - que incide a sua primeira medida de austeridade extraordinária.
(In)cumpriu! (In)coerente!
O imposto extraordinário anunciado pelo primeiro-ministro pode violar princípios constitucionais, se for aplicado aos rendimentos do ano todo, devido à não retroactividade fiscal, defenderam especialistas.
Convém pedir parecer ao Tribunal Constroikacional!
Tanto quanto sacaram, só aos Funcionários Públicos, nos cortes dos salários…
Dos 800 milhões de cima, ainda faltam 200 milhões cá em baixo!
E esta quantiazinha, quem a vai pagar e como?
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Bruno Proença
Na abertura do debate parlamentar do Programa de Governo, Pedro Passos Coelho cumpriu o guião anunciado nos últimos dias. Além do programa, foi prometida uma bomba.
Ela chegou e tem a força de um míssil nuclear. Neste filme de terror, o Governo recuperou os clássicos, nomeadamente Maquiavel: faz o mal todo de uma vez e o bem várias vezes. O problema é que Passos Coelho escolheu um só alvo para a sua bomba atómica: as famílias e as pessoas que trabalham. O Executivo é novo, mas a estratégia é velha.
O Governo recebeu uma herança orçamental de chumbo, bem mais pesada do que pensava. Os números do INE mostram um défice em derrapagem no primeiro trimestre do ano e, portanto, é normal que o Executivo de coligação tenha de adoptar mais medidas para garantir a consolidação orçamental e cumprir os objectivos acordados com a ‘troika'. O que é bastante mais discutível é o tipo de resposta para o novo problema. A equipa governativa ainda não tem o músculo suficiente para aguentar um problema destes. Assim, tal como no passado, foi pelo caminho mais fácil: aumentou impostos. Passos Coelho não se desculpou com o anterior Governo, copiou-o.
Quem lê o discurso do primeiro-ministro, encontra pormenores sobre os aumentos de tributação: "O peso desta medida fiscal temporária será equivalente a 50% do subsídio de Natal acima do salário mínimo nacional". Já sobre o corte na despesa, encontram-se banalidades e palavras ocas: "Um ambicioso processo de monitorização, controlo e correcção de desvios orçamentais". E o ministro das Finanças reforçou o vazio ao ser incapaz de explicar como vai cortar 1.000 milhões de euros nos gastos públicos.
Passos Coelho prometeu políticas diferentes. Ontem, no arranque do Governo, isso não aconteceu. O que se pedia era um plano de cortes na despesa pública mais pormenorizado e ambicioso do que o aumento de impostos anunciado. Onde estão as reduções nos consumos do Estado prometidos pelo PSD durante o debate do Orçamento do Estado e na campanha eleitoral?
O memorando da ‘troika' vai ter um impacto negativo na economia. E, já se percebeu, que o Governo vai avançar com medidas adicionais de austeridade. O corte no subsídio de Natal é apenas o princípio. Para aguentar esta carga de dificuldades - que é necessária para garantir condições de crescimento económico no futuro -, é preciso que o Governo não destrua o capital de confiança e de esperança de quem trabalha. E esses aguentam tudo, até a profunda recessão anunciada pelo ministro das Finanças. Só não suportam mais impostos.
Bruno Proença, Director Executivo do Económico

Ecos da blogosfera – 2 Jul.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Os pecados da sobrevivência de Pedro: Mentir e omitir!

A traição pré-anunciada
Disse-lhe Jesus: - “Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante três vezes me negarás.” Mateus 26:34
Respondeu-lhe Pedro: - “Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo algum te negarei. E o mesmo disseram todos os discípulos.” Mateus 26:35
Pedro nega Jesus 3 vezes
A 1ª negação
Ora, Pedro estava sentado fora, no pátio e aproximou-se dele uma criada, que disse: - “Tu também estavas com Jesus, o galileu.” Mateus 26:69
Mas ele negou diante de todos, dizendo: - “Não sei o que dizes.” Mateus 26:70
A 2ª negação
E saindo ele para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: - “Este também estava com Jesus, o nazareno.” Mateus 26:71
E ele negou outra vez, e com juramento: - “Não conheço tal homem.” Mateus 26:72
E daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: - “Certamente tu também és um deles pois a tua fala te denuncia.” Mateus 26:73
A 3ª negação
Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: - “Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.” Mateus 26:74                                                                         
O arrependimento de Pedro
E Pedro lembrou-se do que dissera Jesus: - “Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente.” Mateus 26:75
A traição denunciada após a ressurreição
E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: - “Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes?”
E ele respondeu: - “Sim, Senhor, tu sabes que te amo.”
Disse-lhe Jesus: - “Apascenta os meus cordeiros.” S. João 21, 15
Tornou a dizer-lhe segunda vez: - “Simão, filho de Jonas, amas-me?”
Disse-lhe Jesus: - “Sim, Senhor, tu sabes que te amo.”
Disse-lhe: - “Apascenta as minhas ovelhas.” S. João 21, 16
Disse-lhe Jesus terceira vez: - “Simão, filho de Jonas, amas-me?”
Simão entristeceu-se por Jesus lhe ter dito terceira vez: - “Amas-me?”
E disse-lhe: - “SENHOR, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo.”
Jesus disse-lhe: - “Apascenta as minhas ovelhas. S. João 21, 17
Não suporto a mentira explícita, nem a omissão intencional da verdade por inteiro, provavelmente porque estes e outros trechos bíblicos formataram o meu subconsciente, na formação que tive num seminário católico, mesmo não sendo hoje “praticante”.
Depois de constatar o bluff das viagens em “económica”, que afinal eram de graça (mais uma nova máquina de marketing a funcionar) e depois de assistir ontem, à apresentação do Programa de Governo pelo nosso PM e ouvi-lo a anunciar o corte de parte do 13º mês, medida que não constava dos Programas Eleitorais dos partidos da coligação (estão a ver a diferença entre “Programa de Governo” e “Programa Eleitoral”?) e que até a negou várias vezes, talvez por isso, esta associação de ideias, pela previsão, constatação, arrependimento, denúncia e desesperança.
Como exercício complementar poderíamos imaginar este diálogo entre o Povo e o nosso PM:
O Povo pergunta: - “Pedro e Paulo amais-me mais do que o vosso antecessor?”
Pedro e Paulo respondem em uníssono: - “Sim, Povo, tu sabes que te amamos.”
E o Povo, acreditando, disse-lhes: “Apascentai-nos como vossos cordeiros e como vossas ovelhas.”
E assim farão, como se fossemos cordeiros e ovelhas!
Moral da história: TODOS SE ESQUECERAM DOS LOBOS MAUS!
3 vezes Pedro nega Jesus 

Das promessas aos atos: Uma raridade na política!

José Antônio Reguffe
O deputado federal José Antônio Reguffe (PDT-DF), que foi proporcionalmente o mais votado do país com 266.465 votos, com 18,95% dos votos válidos do DF, estreou-se na Câmara dos Deputados fazendo barulho. De uma tacada só, protocolou vários ofícios na Diretoria-Geral da Casa.
Abriu mão dos salários extras que os parlamentares recebem (14° e 15° salários), reduziu a sua verba de gabinete e o número de assessores a que teria direito, de 25 para apenas 9. E tudo com caráter irrevogável, nem se ele quiser poderá voltar atrás. Além disso, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado “cotão”. Dos R$ 23.030 (10.200 €) a que teria direito por mês, reduziu para apenas R$ 4.600 (2.037 €).
Segundo os ofícios, abriu mão também de toda a verba indemnizatória, de toda a cota de passagens aéreas e do auxílio-moradia, tudo também com caráter irrevogável. Sozinho, vai economizar aos cofres públicos mais de R$ 2.300.000 (1.018.720 €) nos 4 anos de mandato. Se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos seria superior a R$ 1.200.000.000 (531.506.000 €).
“A tese que defendo e que pratico é a de que um mandato parlamentar pode ser de qualidade custando bem menos para o contribuinte do que custa hoje. Estes gastos excessivos são um desrespeito ao contribuinte. Estou a fazer a minha parte e a honrar o compromisso que assumi com meus eleitores”, afirmou Reguffe em discurso no plenário.
Não vale a pena acrescentar mais nada, para mostrar UM exemplo de coerência política entre o que se costuma prometer ao povo nas eleições e a realidade com que se constata no fim de cada mandato…
Nem vale a pena sonhar com atitudes idênticas dos nossos "chefinhos"... 
Para universalizar os conceitos de uma democracia mais avançada, também aqui prometida, mas sempre adiada, vale a pena ouvir e ficar a pensar como seria melhor…
José Antônio Reguffe, Deputado do Distrito Federal
Vejam as propostas deste Deputado e tirem as suas conclusões!


Ecos da blogosfera – 1 Jul.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Se a esmola é grande, até os ricos desconfiam…

Francisco Pinto Balsemão e Miguel Pais do Amaral voltaram a alertar para as consequências da privatização da RTP no mercado publicitário. Segundo o presidente da Impresa e fundador do PSD, "não haverá mercado para mais um ‘player' em televisão de sinal aberto".
Para Pais do Amaral, presidente não-executivo da Media Capital, outra das consequências poderá ser a perda de qualidade dos produtos televisivos. "[A privatização] vai dividir ainda mais o investimento publicitário e limitar os orçamentos das televisões, fazendo baixar a qualidade dos conteúdos, tornando as coisas mais complicadas para o sector", afirmou.
Já Guilherme Costa, presidente do conselho de administração da RTP não emite "considerações sobre a privatização enquanto gestor" da RTP. "A RTP está, desde 2003, em contenção de custos. Não conheço nenhuma outra empresa que tenha um plano de reestruturação financeira e o cumpra tão escrupulosamente como a RTP".
Quando se falava em privatizar a RTP, pensava eu que tinha a ver com o rigor e a independência da informação (que não havia e se queria implementar), com um serviço público ao serviço do público (que não havia e se queria implementar), com um entretenimento saudável e formativo (que não havia e se queria implementar), com um instrumento para a lusofonia (que não havia e se queria implementar) e com a oferta de uma companhia virtual a todos os portugueses, gratuita, já que se pagava uma “taxa moderadora”, por acaso igual para todos.
Mas, desconfiava que por isso (que já havia e se tinha implementado, com defeitos, é certo), entregar isto a privados seria privar os portugueses e os lusófonos desta benesse, quase direito… E enganei-me!
Também já sabia, que as outras estações de TV eram um negócio (não um serviço público) e que a sua oferta “gratuita”, assentava no mercado da publicidade de produtos, que já incluem no preço que pagamos por eles, uma percentagenzinha que cada um de nós paga. Grátis, uma porra!
Eis senão quando, um governo do Estado português, legitimado pelo povo, se lembrou de oferecer aos privados, esta coisa pública, que é a RTP, pública porque foi paga por nós todos durante mais de 50 anos, apesar de ser “vendida” e seguramente com muito lucro, para ajudar a pagar os calotes, embora haja ideologia pelo meio, que até deu origem a divergências na coligação governativa, a ponto de tal venda ser adiada sine die
E vem agora os donos das duas TV privadas, como qualquer esquerdista que se preze, renunciar a aceitação deste presente, mais desconfiados do que os pobres, quando a esmola é grande… Um diz que não haverá MERCADO para mais uma estação de televisão, o outro desconfia que o aumento da concorrência faria baixar a QUALIDADE dos conteúdos. Então a CONCORRÊNCIA, não estimula a QUALIDADE, dentro das leis do MERCADO? Sempre a aprender.
Há ainda uma terceira personagem que não quer dizer nada sobre a privatização da RTP, enquanto gestor da mesma, o que quer dizer que, como eu e a maioria das pessoas que votaram, ou não votaram no governo legítimo, ou simplesmente não votaram, também não concorda (é um palpite meu).
Resumindo, o povo não concorda(?), Paulo Portas (CDS-PP) não concorda, Balsemão (Impresa) não concorda, Pais do Amaral (Media Capital) não concorda e parece que só Passos Coelho (PPD-PSD) é que está com vontade de despachar a RTP, que assim fica em minoria.
Mas não houve, entretanto, um concurso para uma outra TV privada, que não chegou a ser conclusivo e que podia concorrer a esta privatização? Ou não há luz verde de quem realmente manda, como se nota pela notícia? Ou será que eu tinha razão quando há dias dizia aqui, que: Não há TESES tão resistentes, que resistam à CRISE!, a propósito de outro conceito neoliberal?
Para nós, portugueses e lusófonos, ainda bem que não nos querem comprar o que não queremos vender, mas cuidado que QUEM DESDENHA QUER COMPRAR, mas o mais baratinho possível!
À RTP, um conselho: melhorem a oferta e mandem a concorrência com as TV privadas à fava, até porque já são muito piores nos conteúdos…
Sirvam o Público, que bem merece e vai precisar!

A tragédia grega (ou da Eurozona?) em 6 atos.

O parlamento grego aprovou hoje, com 154 votos a favor (incluindo uma deputada da oposição  de direita) e 138 contra, o novo plano de austeridade apresentado pelo Governo socialista, que os  líderes da UE colocavam como condição para ajudarem Atenas, que prevê cortes avaliados em 28,4 mil milhões de euros até 2015 e privatizações para angariar 50 mil milhões de euros.
de Agesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes, do século I AC
1º ato – A ameaça!
O chefe do gabinete de estudos do Banco Central Europeu, Jürgen Stark, ameaçou, quarta-feira, indirectamente a Grécia com o fim das ajudas financeiras, se este país da moeda única não implementar o novo programa de austeridade.
2º ato – A chantagem: ou isto, ou nada!
O responsável pelos Assuntos Económicos europeu avisou a Grécia, esta terça-feira, que "a única maneira de evitar um incumprimento imediato é o Parlamento aprovar o programa económico", até porque, diz Olli Rehn: "Para aqueles que especulam sobre outras opções, deixem-me clarificar: não há um Plano B para evitar um incumprimento".
3º Ato – “Os Prós e o Contra”!
O voto favorável de hoje do parlamento grego a um novo programa de austeridade provoca um "sentimento de alívio" na Europa, sendo particularmente importante para Portugal, segundo um analista de Bruxelas, mas de acordo com economistas alemães o País evitou a bancarrota mas ainda não resolveu os seus problemas.
De acordo com Fabian Zuleeg, "o cenário de crise  imediata foi afastado" com o voto do parlamento grego, que "dá algum  espaço para respirar nas próximas semanas e meses", principalmente a Portugal  e Irlanda, os outros dois países com resgates em curso.
Para este analista, o voto do parlamento grego é pois "o melhor desfecho  possível", pois evita o que considera que seria um inevitável "caos imediato". "Não penso que houvesse muitas opções. A Grécia precisava do apoio da  UE e, por razões políticas, os restantes Estados-membros precisavam deste  voto", assinalou.
Economistas e analistas alemães consideram que "Uma falência descontrolada teria posto em risco a essência não apenas  da Grécia, mas de toda a União Europeia", disse Peter Bofinger.
Roland Dhrn advertiu, que a decisão do hemiciclo  em Atenas "não resolveu os problemas essenciais" da economia grega, advertindo  para a necessidade de "reduzir o insuflado aparelho de Estado", e montar  um sistema fiscal eficiente.
Jrg Kramer sublinhou que a Grécia "cumpriu uma etapa, evitando  assim o incumprimento, mas os seus problemas não ficaram resolvidos".
Stefan Homburg discordou  da maioria das opiniões dos seus colegas, considerando erradas as opções  da Europa para enfrentar a crise das dívidas soberanas, ao recorrer ao resgate  dos países em dificuldades. "O processo por que enveredaram pode fazer explodir o euro e até a União  Europeia", advertiu Homburg, que defende uma reestruturação da dívida grega.
"Primeiro os Estados salvaram os bancos e agora são os próprios Estados  que estão a ser resgatados, mas os resgates só agudizam a crise", acrescentou  o economista alemão.
4º ato – O Parlamento aprovou, o Povo não, ou Os polícias apanham e batem nos familiares!
Os confrontos entre grupos de jovens e as forças  de segurança continuam no centro de Atenas, depois da aprovação do novo pacote de austeridade.
A meio da tarde, os confrontos tinham provocado a hospitalização de  34 pessoas, incluindo 19 polícias e um dos hotéis de luxo da praça  foi evacuado "a título preventivo".
5º ato – É melhor algum (mesmo em género) do que nenhum!
Os bancos mais expostos à dívida grega, os franceses e alemães, estão dispostos a contribuir para o segundo resgate da Grécia, voluntariamente, avançou Sarkozy, no entanto, os bancos apenas estão dispostos a reinvestir 70% das obrigações da dívida grega que possuem. O restante teria que ser pago, ou em activos, ou em dinheiro.
A Zona Euro pretende, assim, evitar a todo custo a falência grega por considerar que teria um impacto superior à queda do Lehman Brothers, em 2008.
6º ato – Os coveiros chamam-lhe um passo vital!
Angela Merkel diz ser uma "notícia verdadeiramente boa".
Num comunicado comum assinado, Herman van Rompuy, presidente da União Europeia, e Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, consideraram que a Grécia deu um "passo vital".

No meio desta tragédia, há uma voz autorizada discordante  da maioria das opiniões dos seus colegas (embora todos digam que nada ficou resolvido, apenas adiado), que considera erradas as opções  da Europa para enfrentar a crise das dívidas soberanas, ao recorrer ao resgate  dos países em dificuldades e tem a coragem de dizer que "O processo por que enveredaram pode fazer explodir o euro e até a União Europeia", defendendo uma reestruturação da dívida grega e remata Stefan Homburg, professor de economia na Universidade de Hannover:

"Primeiro os Estados salvaram os bancos e agora são os próprios Estados que estão a ser resgatados, mas os resgates só agudizam a crise".
O homem ou é doido, ou não sabe do que fala, ou sabe do que fala…
Mas pelo que se vê, parece que não é cego!

Ecos da blogosfera – 30 Jun.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Há corrupção, há corruptores, só não há corruptos!

A Ferrostaal, acusada de corrupção em Portugal e Grécia para obter encomendas de submarinos, chegou a acordo com o Tribunal de Munique.
Em vez dos 277 milhões de euros pedidos pela Procuradoria de Munique, o tribunal anuiu numa multa de 177 milhões de euros após consultas com a defesa e a acusação e dois ex-gestores de topo da empresa deverão ser sentenciados a dois anos de pena suspensa por corrupção. Os réus são acusados do pagamento de "luvas" de mais de 62 milhões de euros a responsáveis portugueses e gregos entre 2000 e 2007 para a obtenção dos contratos. A Procuradoria confirmou apenas a consulta entre as partes envolvidas no processo, sem adiantar pormenores sobre os conteúdos.
Esta vitória parcial da Ferrostaal é atribuída à dificuldade da Justiça de identificar os receptores dos aliciantes em Portugal e na Grécia.
Em Portugal deverão ainda ir a julgamento nove arguidos no caso, acusados de falsificação de documentos e burla qualificada, dois dos quais alemães. O processo da compra dos dois submarinos em 2004, no Governo de José Manuel Durão Barroso, quando o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, era titular da pasta da Defesa, continua a ser alvo de uma investigação.
A oportunidade da notícia pode ter algumas leituras enviesadas, mas só tem a ver com a “inoportunidade” do acordo a que chegou a Ferrostaal e o Tribunal que está julgar o caso. E o acordo, que se traduz numa vitória (parcial) da empresa construtora de submarinos, terá a ver com um abatimento da multa em 100 milhões de euros, multa essa que tem origem na corrupção que envolveu as encomendas de submarinos, em Portugal (2) e na Grécia (4).
A Ferrostaal defende a sua inocência, embora assuma como provável que algum empregado tenha usado dinheiro do consórcio para subornar, o que constituiria, no seu entender, um acto de deslealdade para com a empresa. E no meio da borrasca, lá surgiram dois desleais ex-gestores de topo da empresa, que deverão ser sentenciados (imagine-se) a 2 anos de pena suspensa, por corrupção, por pagarem "luvas" de mais de 62 milhões de euros a responsáveis portugueses e gregos.
Mas no meio desta tempestade, a Ferrostaal conseguiu alguns bónus anunciados, devido à dificuldade de a Justiça alemã identificar os recetores dos aliciantes em Portugal e na Grécia. Como cá, conclui-se que houve corruptores, mas não se sabe se há corrompidos, que é a mesma coisa que haver crime, sem que haja corpo…
Só que, em Portugal parece que vão a julgamento 9 arguidos do caso, acusados de falsificação de documentos e burla qualificada, 2 deles alemães… Afinal não estamos tão mal na Justiça como se diz…
Fazendo história, que não passam de factos temporais, o negócio da compra dos nossos 2 submarinos foi feito em 2004, no governo de Durão Barroso, com Paulo Portas a ministro da Defesa, negócio que continua a ser alvo de uma investigação e continuará...
Continuando a fazer história, que não passa de um facto insólito, se bem se lembram, o governo alemão obrigou o governo português (que estava com as calças na mão), a pré-pagar, em 2010, os 2 submarinos, no valor de 1.000 milhões de euros, que só chegaram 2011, o que nos aumentou o défice de 2010, em cerca de 2%.
Pondo todo o processo de lado, que várias vezes trouxemos aqui e comentamos, e mesmo os valores enunciados, convém juntar todos os elos desta cadeia e ligá-la, em parte, às crises que se geraram cá e na Grécia, o que está bem explicadinho neste artigo, Alemania y el fantasma griego e que ajuda a perceber por que a 5ª tranche do empréstimo à Grécia, nem anda, sem desanda e entre tantos, o povo é que anda à porrada com os polícias (que são filhos deles)…

Como são eles que mandam, olho vivo até ao fim…

É o tudo ou nada do Partido Socialista francês para encontrar um candidato que consiga derrotar Nicolas Sarkozy nas eleições presidenciais de 2012 e, ao mesmo tempo, colocar no poder em França um candidato da esquerda pela segunda vez na história do país.
Martine Aubry (filha de Jacques Delors), actual secretária-geral do PS, compete de igual para igual com os outros candidatos declarados do partido: François Hollande, (a sua ex esposa e ex candidata presidencial em 2007) Ségolène Royale e Arnaud de Montebourg, na lista dos rivais de esquerda de Sarkozy.
Sondagens divulgadas recentemente mostram que, se as eleições presidenciais acontecessem hoje, seriam os socialistas a vencer. Para já, Hollande é visto como o mais capaz de derrotar Sarkozy. Uma sondagem publicada dá a Hollande 59% de opiniões favoráveis. Numa outra sondagem, citada ontem pelo "Wall Street Journal", Hollande aparece à frente com 37% das intenções de voto, enquanto Aubry tem 34% e Ségolène Royal surge apenas com 13% das intenções de voto.
Afinal, a crer nas sondagens, os desejos de mudança de governos não tem nada a ver com as “ideologias” reinantes, ou famílias políticas, mas mais com a porcaria que os executivos fizeram e continuam a fazer, sem saber(?) bem o que fazem…
A socialista francesa Martine Aubry, presidente da Câmara Lille e Secretária Geral do Partido Socialista Francês, anunciou a sua candidatura às presidenciais de 2012, concorrendo às primárias do PSF.
"Também decidi propor a minha candidatura à eleição presidencial", adiantou, denunciando a política do Presidente Nicolas Sarkozy, "exclusivamente dirigida  para o lucro dos mais privilegiados".
E cá está um pormaior que se vê à distância, uma governação dirigida para o lucro dos mais privilegiados… Onde é que já vimos isto?
No seu discurso-programa constata que é França um "país que vai mal" com famílias que no "fim do mês não podem apertar mais o cinto", com "classes trabalhadoras que sofrem a erosão do poder de compra" e o "sentimento de que o pacto social foi progressivamente diluído".
Atacando Nicolas Sarkozy, classificou-o como o presidente das "divisões entre gerações, entre religiões" e "cores da pele”.
As suas prioridades são: a juventude, a educação, a habitação e a justiça fiscal.
Mais um que se apercebe do cerco montado a quem trabalha, sobretudo à classe média e que não tem pejo em insinuar que Sarkozy é racista…
A ex candidata socialista à presidência de França em 2007, Ségolène Royal, relançou a sua campanha para as primárias socialistas, com um discurso em que disse ter aprendido com os erros e querer instaurar uma "ordem social justa", expressando a vontade de ser "a presidente das soluções: a da moral nas acções e a do socialismo que funciona e obtém resultados".
Mais vaga nas intenções, acentua a moralização da ação política e a tese de que o socialismo funciona mesmo, mas a derrota em 2007, contra Sarkozy, não lhe permitirá sonhar mais além…
Apresenta 100 propostas inspiradas pelo desejo de inovar e de antecipar em áreas muitas vezes inexploradas: estender um novo modelo de capitalismo cooperativo, colocar as finanças ao serviço do bem comum, garantir a mudança ecológica do nossos estilos de vida, organizar a renovação produtiva da França, atenuar as consequências da dívida, favorecer a desmundialização das economias, reorientar a UE, lutar contra a segregação territorial, reconhecer e promover a diversidade, organizar uma política de imigração justa e rentável para todos, implantar a VI República.
Não conhecendo as 100 medidas, pelo anunciado, cheira a 3ª via, que é a mesma coisa que o nosso “socialismo pragmático”, um cavalo de Tróia para o neoliberalismo, como aconteceu aqui no primeiro mandato de Sócrates e na Inglaterra de Blair e Gordon Brown…
Vamos andando e vendo, a ver se nos livramos em 2012 do Nicolas e depois em 2013 da Angela…

Ecos da blogosfera – 29 Jun.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Mais “cérebros” portugueses a colorir o cinzentismo.

Consórcio europeu liderado por portugueses lançou uma nova máquina que pode revolucionar a prevenção e deteção do cancro da mama. Os primeiros protótipos foram instalados em Coimbra e Marselha.
É uma máquina inovadora a nível mundial, acaba com a ineficácia e o desconforto das mamografias, foi concebida por um consórcio internacional liderado por investigadores portugueses e os primeiros dois protótipos já estão instalados na Universidade de Coimbra e no Hospital Universitário de Marselha.
Chama-se Clear PEM Sonic e integra pela primeira vez as tecnologias PET (tomografia por emissão de positrões, isto é, exame imagiológico de medicina nuclear) e de ultrassons (ecografia), o que permite detetar tumores com apenas 1mm ou 2 mm, que estão numa fase inicial, quando o PET clássico não visualiza tumores com menos de 10 mm e tem uma sensibilidade 10 vezes menor.
A taxa de falsos resultados positivos atinge os 60% a 70% nas mamografias atuais por raios X ou por ecografia, com particular incidência nas mulheres mais jovens, o que obriga a fazer biópsias. Por outro lado, o método de diagnóstico mais usado, por raios X, expõe as mulheres a radiações elevadas e é doloroso, por implicar alguma compressão da mama.
Baixa radioatividade
Na Clear PEM Sonic o exame dura apenas cinco minutos, implicando a injeção no sangue da paciente de um composto de glicose com baixa radioatividade conhecido por 18-FDG. Como as células cancerígenas consomem mais açúcar, um tumor não maligno não fixa a glicose, o que é identificado pelo detetor de radiação do aparelho.
O projeto nasceu no CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), em Genebra, através da experiência "Crystal Clear", e é coordenado por João Varela, investigador do CERN, professor do Instituto Superior Técnico (Lisboa) e presidente da PETsys, empresa criada para desenvolver a nova máquina.
Em Coimbra, o protótipo da nova máquina está instalado no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), um dos parceiros nacionais do projeto. Os outros incluem a PETsys, centros de investigação das universidades de Coimbra, Porto e Lisboa, o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), o Taguspark e o Hospital Garcia de Orta (Almada).
Além do CERN e do Hospital Universitário de Marselha, os parceiros estrangeiros são a Universidade de Milão e a empresa francesa Supersonic Imagine.
Como ontem se falou aqui de “cérebros” portugueses, nem de propósito nos chega mais um exemplo, que trará benefícios diretos para a saúde dos cidadãos, essencialmente mulheres, e que por arrasto poderá trazer proventos para a economia do país (temos muitas dúvidas) e que não merecem mais comentários, para a além de felicitar a equipa e os portugueses dirigidos por João Varela.
E às mulheres! Afinal, o futuro pode ser mais cor de rosa…
PETsys Technology Overview - Como funciona


PETsys Technology, na Deutsche Welle Television


Coisas do cérebro, para novos e seniores…

A farmacêutica Hovione está a “caçar cérebros” portugueses doutorados no estrangeiro ao longo dos últimos anos, na área de investigação e desenvolvimento e também em produção. “A Fundação para a Ciência e Tecnologia gastou muito dinheiro em muitas bolsas de doutoramento e é um imperativo nacional trazer essas pessoas de volta” disse Peter Villax, vice-presidente da Hovione para o negócio farmacêutico e inovação.
“Já que [os doutorados] tiveram a sua formação paga pelo contribuinte português, as empresas têm de ir buscá-los para voltarem a Portugal. Se não, estamos a financiar pessoas de altíssimo desempenho para ir trabalhar nas economias estrangeiras”, adiantou.
Cá está uma coisa, que qualquer cérebro, mesmo pouco potente, consegue compreender e que é sublinhado por um estrangeiro, vice-presidente de uma farmacêutica (com sede em Portugal), que aposta na inovação e na manutenção de uma posição de vanguarda a nível internacional.
E a coisa é, reaver o investimento feito pelo Estado português na formação (ao mais alto nível) dos seus cidadãos, não permitindo que sejam os países mais ricos a beneficiar desse investimento e das mais-valias do trabalho desenvolvido por esses “cérebros”.
E isto vem absolutamente contra o paradigma da “mobilidade”, tão apregoada e até incentivada pelos poderes reinantes, por intelectuais/académicos e opinadores “da cassete pirata”, quando aconselham os filhos dos outros a emigrarem para outros países (da Europa, ou não) como única saída para o emprego e porque se aprende mais umas coisas. E normalmente até acrescentam, que o contrário também é bom, ou seja, que os “cérebros” estrangeiros também podem vir para cá (mas não vem) e a troca de experiências é o máximo. Tudo isto para os filhos dos outros…
Afinal, estamos a financiar pessoas de altíssimo desempenho para irem trabalhar nas economias estrangeiras, enquanto a nossa mirra, apesar de o investimento ser nosso…
E o estrangeiro que diz isto, diz ainda que trazer de volta os nossos “cérebros” para a nossa economia é um IMPERATIVO NACIONAL (nosso)…
Cérebro humano "melhora com a idade"
A conferência 'Recriar o Envelhecimento: Uma oportunidade para o desenvolvimento', foi uma iniciativa do Centro de Competência de Tecnologias da Saúde da Universidade da Madeira (UMa). Um dos oradores foi o professor jubilado Daniel Serrão, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto que, à margem da sessão de abertura, referiu que, com a idade, o cérebro melhora e não o contrário, "como toda a gente pensa".
"O nosso cérebro é que nos governa no mundo, nós vivemos pelo nosso cérebro, ele é que nos faz tomar as decisões e, durante a evolução de cada ser humano, ele começa por ser uma criancinha", explicou, referindo que quando o ser humano chega a sénior, progressivamente regressa à capacidade de fazer com que as emoções se sobreponham aos raciocínios e convicções intelectuais. "É passar da estratégia de resolver problemas para a fase de reconhecimento de padrões", disse, explicando que, nessa fase, já não se espera que o cérebro faça "uma elaboração complicada" das situações.
"A decisão é mais rápida, mais emocional, mais afectiva", frisou, considerando um "benefício" que, com a idade, o cérebro humano acabe por ficar "melhor para aquilo que o idoso tem de fazer", acrescentando que "o cérebro de um idoso adapta-se às necessidades actuais". "Eu hoje não preciso da inteligência crítica para resolver a minha vida", afirmou.
E por falar em cérebro, sobretudo para os visitantes da minha geração, anteriores e seguintes, para que se vão convencendo deste novo paradigma, que nega a deterioração do cérebro humano com o aumento da idade (afinal as células vão-se substituindo, ao contrário do que se pensava) e que até acaba por ficar melhor, para aquilo que o idoso tem de fazer, com a vantagem de tomar decisões mais rápidas, mas com mais emocionalidade e com mais afetividade, mas são estes vetores que nos tornam mais humanos.
Afinal nem tudo é mau! E ainda somos bens transacionáveis...