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sábado, 30 de julho de 2011

Contramarés sem contrapé… 30 Jul.

No seu primeiro debate quinzenal, o primeiro-ministro anunciou um conjunto de medidas que foram já debatidas no Parlamento – uma delas em 2002, durante o Governo PSD/CDS, liderado por Durão Barroso; e três propostas pelo Governo PS e registadas no Orçamento de Estado de 2011.

EDUCAÇÃO: um produto de consumo, ou um serviço para a cidadania?

Se não há uma boa base educativa, uma boa metodologia, que some aos conhecimentos que já existem, não haverá mudança, não haverá educação integral, será impossível ter em conta o ser humano na sua totalidade” (César Muñoz Jimenez, em entrevista a ZH 03/04/11).
Estamos na aurora de um tempo em que, no afã de indicar culpados para os problemas da sociedade, alguns são tentados a usar argumentos simplificados e pouco consistentes, maculando as verdadeiras razões para explicar a realidade como ela é. A velocidade dos avanços tecnológicos e científicos e nem a volta aos “velhos métodos” servem de bases de resolução dos nossos problemas humanos atuais. Os mais sóbrios e experientes já aprenderam que para problemas complexos, como da educação (brasileira), não existem soluções simples e de fácil aplicação, ou de aplicação generalizada.
O objeto da educação são as pessoas, por isso a complexidade de tratar, ao mesmo tempo, habilidades como a leitura e compreensão dos contextos e a construção de conceitos com a necessidade da integração dos sujeitos a partir da família, da escola e da comunidade. Este processo é sempre lento, gradual, com princípios que conduzam à realização humana, o que ultrapassa a dimensão mecânica do processo de ensino-aprendizagem.
Os avanços das ideias progressistas (no Brasil) estão associados aos processos de conquista da liberdade, da organização e da democracia (a partir da Constituição Federal de 1988). Neste contexto, estão imbricados as inúmeras conquistas sociais que se materializaram em políticas públicas de saúde, educação, trabalho, moradia, assistência social, proteção às crianças e adolescentes, de inclusão, etc. Desta “caldeira política cultural” emergiram as teorias e compreensões progressistas da educação que foram afirmando a necessidade de construirmos os próprios sujeitos do conhecimento. Igualmente verdadeiro, podendo-se comprovar, as suas proposições estão imprimindo algumas mudanças na gestão da educação, o que não quer dizer que resolveram todos os seus problemas, o que também não era a sua intenção.
As “maiores culpas” que podemos atribuir aos progressistas é que estes conquistaram, junto com o povo (brasileiro), a garantia do acesso às escolas públicas. Finalmente, a escola passa a ser um lugar também considerado pelo povo, pela maioria pobre e desvalida, pelos filhos dos trabalhadores. Outra questão, igualmente nobre de “culpa”, é a contundente teimosia de associar “educação pública com qualidade”: pedagógica, de gestão e de conhecimento. Mas o Estado fez os investimentos públicos necessários para dar conta das novas demandas criadas, seja na qualificação dos espaços físicos, seja em investimentos na gestão escolar e na qualificação profissional dos docentes? Tratou a educação com prioridade?
A nossa escola pública, que se inspira sim em ideais progressistas, é uma escola que seguiu um modelo de educação centrada na lógica da abstração, da memória, do intelecto, sem considerar, de forma consistente, a realidade concreta em que vivem os sujeitos do conhecimento. Sem perceber a gravidade, deixou de trabalhar as dimensões cognitivas de caráter prático como as artes, as técnicas agrícolas, o trabalho com madeira, as atividades domésticas e de culinária, as hortas escolares. Foi tendo dificuldades de incorporar os elementos das novas gerações como a fantasia, a criatividade e a imaginação. Estas sim, razões para uma revisão de propósitos.
O maior risco, neste contexto, é a educação virar mais um produto de consumo, não um serviço e uma política de inclusão, com cidadania. Os progressistas desejam uma educação contextualizada, acreditando que a vida pode ser melhor a partir de oportunidades, do conhecimento e da cidadania ativa. A formação integral, sua bandeira, compreende o ser humano na sua totalidade, investiga as reais necessidades dos sujeitos para então intervir pedagogicamente, desencadeando os processos de aprendizagem.
Nei Alberto Pies, Professor e Ativista de Direitos Humanos

O árbitro roubou! Beneficiou 2 vezes o infrator!

O centro de controlo e prevenção de doenças da Alemanha declarou encerrado nesta terça-feira o surto de E.coli que provocou a morte de mais de 50 pessoas este ano.
De acordo com o Instituto Robert Koch, ninguém adoeceu nas últimas 3 semanas, período que abrange o tempo de incubação da bactéria Escherichia coli.
Pelo menos 52 pessoas morreram durante o surto, sendo 50 na Alemanha, 1 na Suécia e 1 nos Estados Unidos. Trata-se do mais mortífero surto de E.coli já registado no mundo. Ao todo, a bactéria infectou 4.321 pessoas na Alemanha e 140 em outros 15 países.
Gerada a epidemia, a Alemanha atribuiu a responsabilidade da mesma a Espanha, sem qualquer prova e com graves prejuízos para os produtores de hortícolas, que se alastrou a Portugal e pelos vistos a outros países europeus, que na altura nada reclamaram…
Concluiu-se que afinal a fonte estava na própria Alemanha, embora voltassem a culpar umas sementes egípcias, quiçá germinadas na “Revolução da Primavera”…
A Espanha e Portugal, começaram de imediato a exigir uma indemnização pelas colossais perdas, ao que os alemães responderam: “Desculpem lá o mau jeito!”…
A UE veio logo prontificar-se a pagar as indemnizações (com o dinheiro de todos os países membros), desresponsabilizando assim o infrator e caluniador…
E agora, sozinha, a Alemanha vem “decretar” o fim do surto, como se fosse um assunto interno, ou pensando e agindo como na política, que manda na Europa e no resto do mundo, sem que as autoridades internacionais de Saúde Pública digam qualquer coisa…
Está tudo grosso!

E.coli: Portugal recebe 5 milhões de euros em compensações europeias

Portugal vai receber cinco milhões de euros em compensações da União Europeia pelos danos causados pela epidemia da bactéria E.coli.
Os 227 milhões de euros que Bruxelas atribuiu em compensações pela epidemia, foram assim distribuídos:
  • Espanha         70,97 milhões;
  • Polónia           46,00 milhões;
  • Itália                34,60 milhões;
  • Holanda          27,18 milhões;
  • Alemanha       16,00 milhões;
  • Portugal            5,00 milhões;
  • Bélgica              3,60 milhões;
  • França               1,60 milhões.
Finalmente, ao distribuir as indemnizações, para além de o fazer a mais países do que os media noticiaram, com quantias avultadíssimas, comparando-as com a que coube a Portugal, verifica-se que, ainda por cima, a própria Alemanha recebeu 16,00 milhões!!!
Mas isto não é beneficiar o infrator, em duas jogadas escandalosas? Por isso os árbitros tem a fama que tem, mas neste caso o erro é colossal!
Claro que isto é uma notícia e não uma nota de contabilidade oficial, mas fazendo-se as contas, dos 227 milhões de euros distribuídos, faltam só 22,05 milhões, uns trocos, que até nos davam jeito, para plantarmos mais nabos, que resistiram ao surto…
E pensando bem, se Portugal arranjasse uma epidemiazita, a espalhasse pela Europa e que não matasse ninguém, era capaz de ser uma forma inovadora (convém falar muitas vezes em INOVAÇÃO) de capitalizarmos os nossos bancos, sem o nosso subsídio de Natal…
Fica a ideia, que é de borla, mas acho que pode render uns euritos…

Ecos da blogosfera – 30 Jul.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Contramarés sem contrapé… 29 Jul.

Foi um dos grandes ideólogos dos seis anos de governo de José Sócrates e agora está de volta ao Serviço de Informações e Segurança (SIS). José Almeida Ribeiro foi nos últimos dois anos o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, mas desde 2005 que integrava o restrito núcleo político do ex-primeiro-ministro. Depois da derrota eleitoral de Junho, voltou para o seu lugar de origem.

Já bastava ser pobre! Mas envelhecer mais depressa?

Um estudo recente confirmou a ligação entre fatores sociais e a taxa em que as pessoas envelhecem.
Cientistas escoceses desenvolveram um novo teste do processo de envelhecimento com base em evidências de ADN. Os pesquisadores mediram o comprimento dos telómeros, caudas nas extremidades dos cromossomas, em amostras de pessoas da área de Glasgow, Escócia.
Os telómeros tendem a ficar mais curtos ao longo da vida de uma pessoa, o que indica a velocidade do processo de envelhecimento. Os cientistas descobriram que, ao longo de um período de 10 anos, os telómeros encurtaram numa média de 7,7% em pessoas com rendimento familiar inferior a cerca de 28.170 euros. Naqueles com rendimentos mais elevados, a redução média foi de 0,6%.
Tendência semelhante, no comprimento dos telómeros, foi encontrada em comparações entre quem morava em habitação alugada e com habitação própria, e aqueles com dietas mais pobres com os que comiam bem.
“Mostramos que o envelhecimento acelerado é associado com o status social e a privação”, comentou o cientista Paul Shiels. “Isto é mais prevalecente nos que tem mais de 55 anos e naqueles com renda familiar menor que 28.170 euros”. O efeito é exacerbado pela dieta, se não se comer 5 porções de frutas e vegetais por dia.
O teste indica o processo de envelhecimento dentro de grupos de população, mas não mede com precisão a expectativa de vida de um indivíduo, por causa de diferenças naturais no comprimento dos telómeros.
O teste pode-se tornar cada vez mais comum, como um exame de colesterol, por exemplo.
Os problemas de saúde começam quando os telómeros ficam tão pequenos que já não conseguem proteger o material genético. Surgem então as mutações e a morte de células. A situação pode desencadear cancro, doenças cardíacas, inflamatórias e sinais de envelhecimento, como a flacidez da pele.
Saber como estão os telómeros de uma pessoa pode mostrar quanto tempo demorarão ainda os sintomas do envelhecimento a aparecer e, consequentemente, a probabilidade dos muitos, ou poucos anos de vida que lhe resta.
Talvez por impulso do subconsciente pessoal e já ter visto a vida do cimo da montanha, que vai ficando para trás, este apetite de publicar matéria relacionada com o prolongamento da vida, com qualidade e estas notícias, que se complementam, são mais uma evidência.
Logicamente que não vou comentar o estudo, por impreparação, mas apenas constatar a sina de quem não tendo sorte de ganhar cerca de 2.000 euros por mês, ainda é penalizado com o envelhecimento precoce e por arrasto, com menos tempo de vida. É um duplo azar, ou não, porque viver sem condições de dignidade, talvez não fosse o desígnio do criador…
Nem sei, nem vou fazer cálculos (mais ou menos como o governo, que os adia) mas para a Segurança Social não deve ajudar muito, porque os que menos recebem, deixam de receber mais cedo e só ficam vivos os de maiores pensões. Mas, atenção! Com a redução constante dos rendimentos dos portugueses, não tarda muito e haverá pouca gente com salários de 2.000 euros e talvez esteja aí a solução para a tão apregoada sustentabilidade…
Até podemos dizer, que o governo escreve direito por linhas tortas…
Vamos resistir! Vamos à fruta!

Registos diferentes do mesmo discurso anunciado...

Combate à fraude nos hospitais é prioridade para o ministro da Saúde, Paulo Macedo, que coloca no topo das prioridades a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde (SNS). A entrega de unidades à gestão privada e a “cegueira pelos números” não preocupam o membro do Governo.
No entendimento de Paulo Macedo, “o Governo assume o compromisso de garantir o futuro do Sistema Nacional de Saúde e a sua sustentabilidade”. No entanto, essa sustentabilidade não deverá ser conseguida através de privatização de unidades de saúde. “A entrega de hospitais a privados não faz parte dos meus planos”, disse o ministro.
O titular da pasta da Saúde não permitirá que o seu passado ligado à banca e ao setor fiscal condicione o seu desempenho, em prejuízo das pessoas e da necessidade de um serviço humano. Os “mais carenciados” estarão também no topo das preocupações das políticas do ministro.
Paulo Macedo diz que não tem intenção de entregar os hospitais aos privados mas não exclui hipótese de estudar a medida.
"Devemos, como qualquer bom gestor, avaliar em cada momento se há vantagens em uma unidade pública ser gerida por privados sem qualquer preconceito. Agora, essa não é a nossa intenção", afirmou ontem Paulo Macedo, sublinhando que "não tenho qualquer intenção de entregar o hospital A, B ou C a uma gestão privada".
Assumindo-se como "ministro do sistema de saúde e não apenas do SNS", Paulo Macedo definiu como objectivo "optimizar os diferentes recursos existentes no País, sejam públicos, privados ou do sector social".
Ao ler a primeira notícia, preparava-me para elogiar os vetores da política do ministério da saúde, para não dizerem que só digo mal, quando me tentei a ler a mesma notícia noutros jornais sobre o mesmo assunto e...  
As duas notícias, e mais havia para os dois gostos, dizem respeito à cobertura do mesmo ato e ao registo do mesmo discurso.
Na primeira, diz-se que a entrega de hospitais a PRIVADOS não faz parte dos planos do ministro (logicamente também do governo), disse ele e na segunda, repetindo-se a intenção de cima, acrescenta-se que disse que AGORA não é essa a nossa intenção.
Na primeira, salienta-se a visão humanista do ministro (logicamente também do governo) ao sublinhar-se que os “mais carenciados” estarão também no topo das preocupações das políticas e na segunda sublinha-se o perfil técnico do gestor, que quer otimizar os recursos do País, sejam públicos, privados ou do sector social.
Na segunda notícia, ficamos a saber que o ministro se considera um bom gestor, o que lhe permitirá antever (como se já não houvesse dados suficientes para análise) se há vantagens em uma unidade PÚBLICA ser gerida por PRIVADOS, sem qualquer preconceito, o que quer dizer que o ministro não é preconceituoso, mas vê diferenças entre o PÚBLICO e o PRIVADO de onde veio e por isso não quer dar a ideia de que este condicione o seu desempenho…
Ficamos sem saber quais são as verdadeiras intenções do ministro e temos que esperar pelo futuro, para saber qual dos dois jornalistas/jornais foi mais rigoroso…
Até os títulos tem vetores diferentes. Ou há omissões/adendas, ou há manipulação/enganos, ou há enfoques/trabalho de lobby…
Esperemos pelos sinais do futuro, ou por mais “fugas” oficiais…

Ecos da blogosfera – 29 Jul.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Contramarés sem contrapé… 28 Jul.

"A nomeação dos novos corpos sociais da CGD, feita sem qualquer critério de transparência, ignora por completo as recomendações de prevenção da corrupção que a TIAC apresentou no final de junho ao Governo e à troika [FMI, BCE e CE] que acompanha o processo de resgate a Portugal", refere a associação em comunicado.

Começou o Estado sem graça para os trabalhadores!

Redução do valor das indemnizações passa, numa primeira fase, pelos novos contratos e, para o ano, para a sua totalidade: novos e contratos já existentes.
É uma medida que está prevista no memorando de entendimento entre o Governo português e a troika: alterações no mercado de trabalho voltam a ser palco de discussão. O pontapé de saída neste processo vai ter início hoje, com a apresentação da proposta de lei no Parlamento que reduz de 30 para 20 dias as indemnizações (2011-07-20) por despedimento, no que diz respeito aos novos contratos. Mas a grande novidade passa por alterações já para o ano que vem, mudanças que poderão passar por uma redução dessa indemnização para 10 dias.
A informação foi avançada por fonte do Ministério das Finanças à TSF, «Jornal de Negócios, e Jornal «i».
O assunto não esteve em cima da mesa ontem em sede de Concertação Social, mas hoje não vai passar ao lado das luzes da ribalta. A novidade promete lançar polémica, uma vez que vai ser aplicada a todos os contratos.
O processo vai ser realizado em duas fases: na primeira, que será discutida esta quinta-feira, diz respeito à formalização de uma redução de 30 para 20 dias aplicável aos novos contratos e posteriormente, para todos os contratos.
Em 2012 em caso de despedimento, todos os trabalhadores vêem reduzida a indemnização a 10 dias por cada ano de trabalho.
O principal argumento do Governo é que os dias de compensações por despedimento em Portugal são superiores à média Europeia. Um estudo do Executivo indica, que essa média é ultrapassada com a actual legislação.
Ao mesmo tempo, e numa reunião em que este assunto não foi discutido, Passos Coelho disse à saída da Concertação Social que quer ir “além do acordo tripartido”.
Já no tempo do neoliberal/socialista moderno e pragmático Sócrates, o assunto foi pensado, e desenhado e até se falava em reduzir de 30 para 20 dias as indemnizações por despedimento, SÓ PARA OS NOVOS CONTRATOS, prevendo-se até que fossem os próprios criminosos (os trabalhadores) a pagarem a forca em que iriam ser pendurados, descontando para um Fundo que os sepultaria no desemprego. Também por causa disso, Sócrates foi corrido e bem, por malfeitorias…
Veio a troika e fez constar no memorando que fossem mexidas as leis do trabalho e o atual governo (social democrata), até ao dia 20 deste mês garantia que ia manter a mesma medida (neoliberal/socialista moderna e pragmática), sem definição do projeto, nem indicação do empreiteiro do tal Fundo, SÓ PARA OS NOVOS CONTRATOS.
Ontem na reunião para a Concertação Social, que só serve para concertar posições sobre problemas deste jaez, o assunto não foi tratado, sendo provavelmente e pelas circunstâncias que vivemos, dos mais prioritários.
Ontem, nas costas dos intervenientes na reunião da Concertação Social, uma fonte do Ministério das Finanças informava alguns jornais de que afinal a redução de 30 para 20 dias seria aplicável já aos novos contratos e posteriormente a todos os contratos e que em 2012, TODOS OS TRABALHADORES verão reduzida a indemnização por despedimento para 10 dias por cada ano de trabalho.
Apesar de um estudo do Executivo indicar, que com tais medidas a média Europeia será ultrapassada com a legislação portuguesa, proposta pelo governo e que será aprovada pelos deputados sociais democratas e democratas cristãos (estes mais esquerdistas do que os neoliberal/socialistas modernos e pragmáticos do PSD) o executivo argumenta com a média Europeia (contrariando-a) e Passos Coelho diz que quer ir além do acordo da troika portuguesa, com a troika apátrida, porque sim. E se ele quer e o Portas virou à direita...
Para quem mantinha esperanças no “estado de graça” deste governo, ou tinha dúvidas sobre a incoerência (a incompetência verificar-se-á mais para a frente) do primeiro ministro, pode retirar o cavalinho da chuva e começar a fazer contas ao ordenado e aos direitos dos trabalhadores chineses, que serão a referência e a meta para os trabalhadores portugueses, imposta por verdadeiros sociais democratas pragmáticos e por novos cristãos de velhos testamentos…
Engavetam a ÉTICA e entronizam a ECLÉTICA!
Ética: restringe-se ao campo particular do caráter e da conduta humana à medida que esses estão relacionados a certos princípios – comummente chamados de "princípios morais". As pessoas geralmente caracterizam a própria conduta e a de outras pessoas empregando adjetivos como "bom", "mau", "certo" e "errado". A ética investiga justamente o significado e propósito desses adjetivos, tanto em relação à conduta humana, como ao seu sentido fundamental e absoluto.
Ecletismo: na política e nas artes, o ecletismo pode ser simplesmente a liberdade de escolha sobre aquilo que se julga melhor, sem o apego a uma determinada marca,  estilo ou preconceito.

Mais “cérebros” lusos a fortalecer a nossa autoestima

Henrique Almeida e João Luís Silva Carvalho foram distinguidos, no mês de julho, em Estocolmo, com o galardão Grant For Fertility Innovation, que atribui um milhão de euros a projetos inovadores sobre medicina da reprodução. Os portugueses são os responsáveis por um projeto que contribui com novos processos para aumentar as taxas de reprodução em casais inférteis.
Os dois investigadores da Faculdade de Medicina do Porto e do Centro de Estudos e Tratamento da Infertilidade (CETI) foram distinguidos pelo projeto que desvenda novos mecanismos para aumentar taxas de reprodução em casais inférteis, de acordo o comunicado do prémio “Grant for Fertility Innovation”.
O trabalho dos dois investigadores ajuda a melhorar a qualidade funcional das células reprodutoras femininas (ovócitos). Atualmente, os ovócitos são selecionados segundo critérios morfológicos, não tendo em conta a capacidade funcional e a qualidade das células, o que tem contribuído para as insatisfatórias taxas de êxito dos tratamentos de fertilidade.
O objetivo do "Grant For Fertility Innovation", da farmacêutica Merck Serono, é de promover o avanço da ciência e investigação médica no campo da fertilidade. Este ano concorreram cerca de 55 projectos de investigação de 14 países de todo o mundo. Os projectos foram seleccionados por um comité científico especialista em fertilidade.
Dá-me prazer ler estas notícias e partilhá-las, não para só para partilhar com os visitantes do “contra”, mas para compartilhar a alegria de sabermos que, apesar de tudo de mal que dizem sobre o nosso Sistema Educativo, há sempre alguém que diz não e honra o nosso país…
E quantos mais:
José Xavier, da Universidade de Coimbra.
Nuno Peres trabalha em cooperação com a Universidade de Manchester, através dos físicos Andre Geim e e Konstantin Novoselov, vencedores do prémio Nobel da Física em 2010.
Agostinho Antunes, investigador  do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIMAR) da Universidade do Porto.
“Cérebros” portugueses procuram aliviar-nos a DOR…
Margarida Bernardo, docente no Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Wayne State University, em Detroit, Michigan (EUA).
Obrigados a este e a tantos outros em várias áreas, por nos aumentarem a autoestima!

O Tarot é uma ciência exata.mente!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Contramarés sem contrapé… 27 Jul.

“O plano da troika para o sector financeiro não tem sentido, portanto é conveniente e é urgente que aproveitemos esta altura mais calma, de verão, para o repensar. Para o conjunto da país e para o sector público penso que é bom, mas para o sector financeiro não faz sentido”, afirmou Fernando Ulrick.

Para quem queria tanto a troika, agora levam o troco…

A guerra deixou de ser surda: bancos e Banco de Portugal estão em braço-de-ferro.
A polémica usa nomes técnicos mas a pergunta é simples: devem os bancos pedir capital ao Estado? A questão é vital mas ameaça tornar-se filosófica: será evitável, essa nacionalização temporária? Dificilmente.
Primeiro, os caldos de galinha: não há risco para os depositantes. E não há, precisamente, porque há dinheiro do Estado, da troika, 12 mil milhões para capitalização e 35 mil milhões para liquidez. O risco não é hoje dos depositantes. É dos accionistas. É de quem precisa de crédito.
Decifremos: o Banco de Portugal quer que os bancos vendam carteiras de crédito. Mas como o risco de Portugal é alto, os bancos têm de vender essas carteiras com desconto. Ou seja, com prejuízo. Isso reduz dividendos e aumenta as necessidades de capital. E como dificilmente se encontra quem queira investir num banco português, a alternativa é pedir ao Estado: recorrer aos 12 mil milhões de euros.
Os bancos não querem. Temem saída de capitais. Não querem prejuízos, não querem ficar mais pequenos, não querem perder o controlo do presente e do futuro - e não querem o que uma intervenção estatal obriga: a entrada dos políticos (embora esteja previsto que o Estado seja "accionista silencioso"), limites aos salários das administrações e suspensão de dividendos. As acções desvalorizariam. Para os accionistas de referência, ainda pior, pois sem dividendos não podem pagar as suas próprias dívidas nem amealhar para mais tarde recomprar a posição do Estado. E lá vão os bancos para o controlo estrangeiro.
Na conferência de banca ontem do "Económico", foi este confronto que se tornou visível. O que permanece invisível é que a escolha não existe. É uma questão de tempo. E tempo é dinheiro.
Os bancos nunca estiveram preocupados com as novas regras de malparado e não stressaram com os testes de resistência porque estes não simularam o valor de mercado nos seus balanços da dívida pública dos países aflitos. O medo dos bancos está noutro teste, que arranca depois do Verão: a reavaliação das carteiras de crédito. É disso que Salgado e Ulrich falam quando falam de critérios "fundamentalistas".
Em Setembro, dezenas de técnicos da troika vão entrar nos bancos com uma tarefa que já fizeram na Irlanda: "varrer" os créditos e verificar se os activos que estão dados como garantia são suficientes. Na Irlanda, foram esses critérios "fundamentalistas" que levaram às nacionalizações.
Exemplo: um crédito à habitação de 200 mil euros tem como garantia o imóvel avaliado em 250 mil euros. A troika aplica uma nova métrica e diz que o imóvel vale apenas 170 mil euros. Então, ou o cliente reforça as garantias ("dá" mais património), ou o banco tem de "cobrir" a diferença com provisões. Multiplique este exemplo por milhares de créditos, empresas de imobiliário e construção, PME aflitas: dá uma imparidade enorme. Um buraco. E portanto pede-se intervenção do Estado.
A questão é que o buraco já existe na economia e não vai ser possível apartar a banca: é uma economia que se endividou de mais em consumo, imobiliário e projectos de baixo retorno. O problema está implícito nos bancos, sob a forma de crédito malparado aprazado. Mesmo o pagamento das dívidas do Estado, que aqui defendemos, refresca os bancos mas, do ponto de vista da troika, não muda a "equação" da economia: mantém-se a dívida pública, cria-se mais dívida privada.
Os bancos juram que não. O Banco de Portugal parece convencido de que sim. E, portanto, quer antecipar. Não é para ganhar tempo, é para salvar a economia em vez de salvar os bancos. Se não houver aumentos de capital, a alternativa será tapar a desvalorização das carteiras de crédito, encarecendo ainda mais o crédito às empresas. E as empresas estão a morrer de asfixia financeira. A quebra do investimento a que se assiste é dramática. Sem investimento, a economia não descola, a única coisa que crescerá é o desemprego.
Chegados aqui, é essencial perceber o que é hoje o Banco de Portugal. Já não é o "sindicato" dos bancos, como no passado. É o membro do Banco Central Europeu que tem mais de 40 mil milhões emprestados aos nossos bancos e é o interlocutor do FMI, que passa um terço do cheque da troika. É por isso que o Banco de Portugal tomou o controlo do Ministério das Finanças e, agora, da Caixa. Não é o Banco de Portugal: é a troika. Quem paga é a troika. Quem manda é a troika. E ainda bem. Porque o Governo parece, afinal, enclausurado no passado, desperdiçando a oportunidade de mudança da economia e cismando nos mesmos vícios: falta de corte de despesa, partidarização da Caixa - e falta de comando.
Chegará a hora de vermos as vantagens e as desvantagens das nacionalizações parciais da banca. De repartir culpas. Mas uma trave continua mestra: a economia precisa de uma banca forte. E isso vai, muito provavelmente, exigir uma nacionalização temporária, que mudará para sempre a propriedade e a gestão da banca em Portugal, menos alinhada com o Estado e que lute pela poupança. E mais estrangeira.
Como Sócrates dizia, o mundo mudou. E a banca, que sempre foi visionária, é quem está agora em negação. Vai ter de perder dinheiro. Vai ter de tirar as pequenas e médias empresas do espremedor. Vai ter de deixar de achar que a troika é idiota.
Eis o grande paradoxo: os liberais é que defendem a entrada temporária do Estado nos bancos. Vai ser impossível explicar, mas a ajuda do Estado aos bancos não será a ajuda aos donos dos bancos. Ao contrário do que parece, isso é que vai trazer perdas para os seus accionistas. Por isso é que eles não querem. Por isso é que a economia precisa. Como veremos nos próximos meses.
Pedro Santos Guerreiro director do Jornal de Negócios

Um Nobel da Economia dá a cara contra precariedade!

O primeiro encontro do movimento espanhol 15-M, que dá voz aos trabalhadores precários espanhóis e aos indignados contra a crise, contou na segunda-feira com a visita surpresa do economista Joseph Sitglitz. O Prémio Nobel da Economia falou da necessidade de os governos regularem os mercados.
O economista norte-americano surpreendeu os apoiantes do movimento com a sua presença no Parque do Retiro, em Madrid, palco do primeiro encontro formal do 15-M, que há semanas ocupou as principais praças das grandes cidades espanholas, em protesto contra a falta de resposta governamental para as consequências da crise económica.
Sitglitz manifestou a sua simpatia para com a “energia” do movimento 15-M e defendeu a necessidade de uma maior regulação dos mercados. “A crise económica mostrou que os problemas actuais do capitalismo com mercados sem regulação. A experiência das três últimas décadas demonstra a necessidade de os governos terem um papel importante na regulação dos mercados”, afirmou o Nobel”.
Num discurso de 12 minutos, partilhado com o seu tradutor, o economista deixou um desejo à plateia: “vejo aqui uma energia reconfortante, espero que a useis de forma construtiva. Não se podem substituir as más ideias pela ausência de ideias. Temos é que trocá-las por boas ideias”.
Sitglitz defendeu que se tem que lutar para que as boas ideias “entrem no debate público”, o que exige “organização e liderança”. “Vai ser uma luta difícil porque as más ideias estão instaladas no discurso económico dominante, mas agora temos uma grande oportunidade para associar a ciência económica com o compromisso de justiça social e conseguir uma nova economia. Desejo-vos a melhor sorte”, afirmou na despedida.
Neste primeiro encontro formal do movimento, que durou todo o dia, participaram entre 200 e 300 pessoas. Houve vários temas em discussão, relacionados com política internacional, meio ambiente, educação, feminismo, democracia participativa, economia, cultura, saúde, temas sociais, entre outros.
Já era fã de Stiglitz e agora ainda mais pela coragem que demonstrou em defesa dos indignados e dos precários, dando a cara e a palavra, ao dizer contra o sistema:
“Vai ser uma luta difícil porque as más ideias estão instaladas no discurso económico dominante, mas agora temos uma grande oportunidade para associar a ciência económica com o compromisso de justiça social e conseguir uma nova economia.E os nossos “expertos” é que sabem…

Ecos da blogosfera – 27 Jul.

Cecília Meireles (poeta brasileira)


terça-feira, 26 de julho de 2011

Contramarés sem contrapé… 26 Jul.

A porta-voz da CUTMS disse que a medida "é um roubo e um atentado aos orçamentos das famílias": "Não há memória de um aumento tão grande nos tarifários dos transportes", afirmou.
Para a comissão de utentes, esta decisão do Governo é também forma de aumentar a atratividade das empresas públicas de transporte para os capitais privados.

Há mesmo “fugas de informação”, mas oficiais…

O ministro da Saúde Paulo Macedo anuncia, esta terça-feira, que quer os hospitais e centros de saúde a disponibilizar mensalmente informação de gestão sobre o seu desempenho, como taxas de reinternamento ou rácio entre consultas e urgências, disse fonte oficial do Ministério.
O desempenho assistencial medido pela demora média será outro dos indicadores, bem como as taxas de poupança nas rubricas de custos mais elevados, adiantou a mesma fonte.  
O ministro inaugura a nova Unidade de Cirurgia de Ambulatório da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) lançada a concurso por 1,9 milhões de euros.  
Com este novo bloco ambulatório, o Hospital de Viana do Castelo, que serve mais de 250.000 habitantes em todo o distrito, poderá registar menos 4.480 dias de internamento e precisar de menos 25 camas.
Anda-se a discutir e a investigar as fugas de informação e damos logo com esta notícia em que o ministro da Saúde VAI ANUNCIAR…, no futuro próximo, segundo disse fonte oficial do Ministério.
Se foi o ministro que escreveu o discurso, só ele sabe o que lá está. Se informou alguém do ministério sobre o conteúdo do discurso, é uma questão interna. Se autorizou esse alguém a comunicar cá para fora o conteúdo, oficialmente, oficializou uma “fuga” e tirou impacto à novidade. Se quis antecipar a medida antes de a anunciar, é porque quis lavrar o campo, antes de semear. Haverá algum objetivo oculto, ou será mera gestão? Será melhor gestão dos dinheiros, dos recursos humanos, ou dos humanos que se servem do SNS? Vamos esperar… talvez por rankings, para podermos ter a liberdade de escolher o Hospital de Sta. Maria, mesmo que moremos em Viana do Castelo…
Nunca achei elegante (não considero pecado) um novo ministro inaugurar obra do anterior, porque não foi mérito dele, porque muitas vezes houve contestação (não foi o caso) e porque significa que está mais do que de acordo com a política anterior…
Pelos vistos, esta nova unidade vai poupar ao hospital 25 camas por 1,9 milhões de euros investidos, o que dá 76.000 euros (15.200 contos) por cama, o que deve ser bom negócio, se não, não construiriam…
Mas o ponto forte da notícia é dizer-se que este equipamento vai servir mais de 250.000 habitantes em todo o distrito, que até parece mais do que bom. Só que, para quem não sabe, o Hospital de Viana do Castelo é o último do Alto Minho, para quem caminha para norte, o que deixa toda a população, que não é pouca, à mesma distância da sua casa até lá. Mais perto fica a Espanha… A gestão também deve passar pela gestão geográfica e demográfica.
E já agora, porque não estender a medida a todos os serviços de todos os ministérios, dos próprios ministério e mesmo do governo? Assim saberíamos, online, como ia o cumprimento dos programas eleitorais, por exemplo, como este exemplo:
Foi lançada no Reino Unido uma nova ferramenta que permite pesquisar os gastos das autarquias locais e faz parte de uma estratégia de transparência promovida pelo Governo do Reino Unido.
Nota - este post foi agendado antes da cerimónia anunciada e por isso pode parecer despropositado.

“Ações douradas” brilham ainda em 9 países da UE!

As golden shares da PT, Galp e EDP
O abandono de direitos especiais na PT, Galp e EDP foi hoje publicado em Diário da República e entra em vigor já amanhã para respeitar o compromisso assumido com a troika.
Apesar de admitir que os privilégios especiais, que conferem poder de veto a decisões estratégias e limitação de direitos de voto dos accionistas, assumiram “importância” nos processos de reprivatização das 3 empresas, o Executivo acrescenta que “justifica-se, no momento presente, proceder à sua revogação”.
Direitos especiais em modo de extinção
Apesar de Portugal ter sido forçado a eliminar estes privilégios, ainda há, pelo menos, 9 Estados-membros com poderes especiais em grandes companhias, sem consequências.
É o caso da Alemanha, do Reino Unido, da Grécia, da Irlanda, da França, da Polónia e da Finlândia. Na Bélgica, houve mesmo uma autorização formal da Comissão Europeia e na Itália, ainda proliferam nos sectores da PT, EDP e Galp.
Já começa a ser difícil fazer comentários ao conteúdo de certas notícias, por fugirem das regras mais básicas da lógica e por nem se apresentarem argumentos para se poder contra-argumentar.
Os máximos governantes da nação (os mais competentes, técnica e politicamente), mesmo reconhecendo a importância das golden shares das 3 empresas, justificam a sua revogação, sem qualquer outra justificação (deve vir no preâmbulo do D-L) que não seja a de respeitar o compromisso assumido com a troika. Aceitemos, mesmo que de graça…
Mas então, quando assinaram o memorando, não sabiam que, enquanto Portugal estava a ser forçado a eliminar esses “privilégios” (defesa de setores estratégicos e importantes para o que nos resta de soberania), ainda havia e há, pelo menos, 9 Estados-membros com poderes especiais em grandes companhias, sem qualquer consequência? E são os jornalistas que trazem a público o resultado do trabalho de investigação, que nenhum “Gabinete de Estudos” de nenhum Partido fez para informar os “abaixo assinados”? Foram todos comidos por lorpas, ou assinaram de cruz?
Perante estes pormaiores, o que resta ao cidadão comum, a que não tenham formatado a cabeça senão chamar-lhes muitos nomes muito feios e desconfiar da sua competência técnico-política e confiar apenas na sua maleabilidade para a obediência perante os grandes (beneficiários) e parceiros do clube?
Depois, sabemos nós de experiência feita e a psicologia explica, que quando se apanha dos grandes bate-se nos pequenos… Mas com muita CORAGEM e DETERMINAÇÃO, a que se chama EFICIÊNCIA!