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sábado, 3 de setembro de 2011

Contramarés sem contrapé… 3 Set.

O governo e os parceiros internacionais já assumiram que a Grécia vai falhar os objectivos para a redução do défice este ano, com as partes a discordarem quanto ao valor do desvio e a quem atribuir a culpa.
O ministro grego das Finanças disse que Atenas não pensa actualmente introduzir medidas de austeridade adicionais.

Quem tanto se agacha para dar “graxa”…

Sem açúcar, mas com afeto…

"Temos que abandonar o discurso de salários baixos, estamos todos fartos de salários baixos em Portugal. Mas temos que produzir mais."
Quase sempre estou contra o conteúdo das notícias que aqui comento, sobretudo quando elas emanam de quem tem poder, não porque não goste de dizer bem, mas porque como dizia alguém, dão-me poucas oportunidades. E eis aqui uma oportunidade, afinal a segunda, sobre a mesma pessoa, da mesma empresa, a quem já fiz referência aqui: Coisas do cérebro, para novos e seniores…
É uma entrevista a Peter Villax, um empresário nascido em Lisboa, em 1958, filho de Ivan Villax, um engenheiro químico de origem húngara, e de Diane de Lancastre du Boulay, que ambos fundaram, a HOVIONE, uma empresa de princípios activos farmacêuticos em 1959, que estudou no Liceu Francês em Lisboa e em Londres (1962-1976) e se licenciou em Política e Economia pela Universidade de Aberdeen (Reino Unido) (1977-1982).
Talvez pela sua formação se entenda a perspetiva que tem da sociedade em que vive, tão díspar de tantos outros seus pares e uma análise sociológica bem mais fundamentada do que a de sociológicos de serviço, que justificará a leitura integral da entrevista, que aconselhamos.
Peter Villax (à dir.), numa palestra no Rotary Club de Loures
O herdeiro da Hovione diz que só se lembram dos ricos para pagar impostos, mas não os desafiam a criar riqueza. "O empresário português é um privilegiado..."
Este é o homem que irritou Sócrates quando, numa conferência em que participavam empresários, economistas e políticos, disse ao então primeiro-ministro, que tinha acabado de discursar: "Eu tenho um problema essencial consigo: os seus actos não reflectem as suas palavras". Foi aplaudido de pé.
Peter Villax, vice-presidente da Hovione, uma multinacional com sede em Portugal que factura mais de 100 milhões de euros, diz que os portugueses gostam de trabalhar... pouco!
Qual a sua opinião sobre os aumentos de IRS e de IRC para os mais ricos?
É uma necessidade política mas um disparate económico. O Warren Buffett já diz há muitos anos que paga menos impostos que a secretária, mas isso tem a ver com os créditos fiscais americanos, que são muito complexos e permitem a um bilionário com bons advogados acabar por pagar relativamente menos. Mas aqui em Portugal a carta de Buffett foi o rastilho para a discussão sobre a taxação dos ricos, o que caí sempre bem na opinião pública, e permite dizer que estamos todos a partilhar o sacrifício, etc.
E não estamos?
É um tiro no pé, porque são justamente os ricos que têm dinheiro para criar emprego. Estou farto desta demagogia, os ricos não são o problema, os pobres é que são o problema! É com os pobres e com a pobreza que temos de acabar, não é com os ricos!
O que sugere?
Em vez de lhes pedirmos mais impostos, devíamos mas é baixar-lhes a taxa em troca da criação de empregos novos!
Faria muito mais sentido baixar a taxa máxima de IRS de accionistas de referência em 1% por cada 250 empregos novos gerados. Só nos lembramos dos ricos para cobrar impostos.

Ecos da blogosfera – 3 Set. - ÍNDIA

(Ao Miguel Rodrigues Loureiro)
A nativa
Surge das entranhas da terra
No rosto
A sentença defronta a multidão
Inventa o último reduto.

Símbolo da raça
No porto da sua mão
A imagem
Pacientemente construída
Aguarda a transacção.

Do tombadilho
A objectiva fixa o momento.

E aos guerreiros
De penas coloridas
Aos pássaros de fogo
Agora extinto
Do espaço filantropo
Das reservas
Promete
Com indulgência
Divulgação
A bem da casta decadente.

Para lá dos olhos
Do bocejo
Do sorriso poliglota
Dos turistas
A invasão progride
Inultamente.

Os vírus
Penetram os corpos.

Nas cidades
O extermínio
É feito com eficiência.

Soledade Martinho Costa
Agradecendo e retribuindo


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra…

A pulseira electrónica é um instrumento que pode substituir as penas de prisão até 2 anos ou a prisão preventiva, que foram colocadas, numa fase experimental, a arguidos da Grande Lisboa e depois do Grande Porto, passando a ter âmbito nacional em Março de 2005.
Actualmente estão activadas 582 pulseiras (Vigilância Electrónica) e o custo de cada uma é de 17,20 €/dia, mais barato do que o custo médio diário de um recluso no sistema prisional, que ronda os 50 €/dia, segundo dados do Ministério da Justiça.
Em termos globais, as 582 pessoas vigiadas através deste dispositivo custam ao Estado cerca de 10.000 €/dia, enquanto os 11.921 reclusos nas cadeias portuguesas representam um encargo diário de 596.000 €.
Começo por dizer que não sei se a notícia é enganadora, ou sou eu que não estou a ver bem o problema, porque se as pulseiras eletrónicas tem um custo diário, apesar de saber que há uma estrutura de vigilância, tal quer dizer que as mesmas são alugadas e não propriedade do Estado, caso contrário teriam apenas como despesa o seu custo inicial. Assim sendo, não é seguramente uma medida de gestão rigorosa, antes um desperdício, com benefícios para quem as aluga.
E dentro da tal gestão rigorosa, se as pulseiras são eficazes no controlo dos usuários e mais barato, não haverá muita gente nas prisões que a poderiam utilizar, reduzindo os presidiários, melhorando as condições físicas das cadeias, permitindo melhor trabalho de integração e poupando quantias razoáveis? É que fazendo as contas ao ano, enquanto as pulseiras custam 3.650.000 €, o internato custa 217.540.000 € anuais.
Ficamos também a saber que temos 12.503 (0,12%) de condenados, que custam 217.905.000 € por ano.
Provavelmente é esta uma boa razão para não se prender mais pessoas, que ficariam mais caros, por usarem colarinho branco, que exigiriam que fossem engomados…
Robert Mugabe não consegue arranjar ninguém que queira ocupar o cargo de carrasco e isso está a acumular presos no corredor da morte do Zimbabwe.
55 condenados à morte neste país aguardam que alguém os venha executar, incluindo um que já foi condenado há 13 anos, denunciou a senadora Enna Chitsa, num debate no Senado: "A impossibilidade de encontrar um carrasco forçou um homem a passar 13 anos na prisão, apesar de ter sido condenado à morte". "Ele afirma que é enforcado todos os dias, porque sabe que acabará por ser executado", acrescentou.
Um outro senador, Morgan Femai, pediu ao Governo para perdoar os condenados à morte.
A senadora Monica Mutsvangwa destacou as péssimas condições nas cadeias do país, onde os detidos são mal alimentados e só têm direito a ter um cobertor.
A última execução no Zimbabwe aconteceu em 2004 e o Governo publica regularmente anúncios na imprensa para preencher o lugar de carrasco, que está vago desde 2005.
Do outro lado da questão, felizmente que temos esta situação caricata, em que ninguém quer ter a profissão de carrasco, permitindo ao Zimbabwe inserir-se nas estatísticas dos países sem pena de morte, apesar da fama de haver matanças a torto e a direito, sobretudo quando há “eleições”…
Só não se entende a indignação da senadora, que não aceita que um homem passe 13 anos na prisão, apesar de ter sido condenado à morte (portanto deve exigir o cumprimento da pena) e que pensa todos os dias que irá ser executado, provavelmente porque não lê os jornais…
Perante este imbróglio, um outro senador, logicamente, pediu o perdão para os condenados à morte, até pelo que uma outra senadora denunciou, as péssimas condições dos detidos, que são mal alimentados e só têm um cobertor.
Até para se ser prisioneiro e condenado à morte é preciso ter sorte, quer pela prosperidade do país, quer pelo método utilizado…
Nota – Apesar de glosar com a pena de morte, confesso-me visceralmente contra tal poder dos Estados e dos homens que a aplicam, que pelos vistos até enoja os imprescindíveis carrascos.

Contramarés sem contrapé… 2 Set.

Uma missão da União Europeia está desde quarta-feira, e pelo menos até ao final da semana, em Tripoli para avaliar a ajuda para a reconstrução da Líbia. "O objetivo da missão é avaliar a situação no terreno para preparar a abertura de uma delegação da UE" na capital líbia, adiantou a porta-voz da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, referindo que a equipa deverá estabelecer contactos com os membros do Conselho Nacional de Transição, órgão político dos rebeldes.

Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino… da Terra!

Há dias pareceu avivar-se o velho debate sobre como taxar a riqueza, respondendo ao mote lançado pelo multimilionário Warren Buffett na edição de 15 de Agosto do The New York Times, e que teve na Europa o mérito de criar alguma ressonância positiva entre alguns muito ricos alemães e franceses. (Sobre o real significado desta tomada de posições muito há ainda a dizer, mas que deixarei para outra crónica).
Juraria então, quando de seguida li e ouvi as declarações de algumas figuras proeminentes da classe alta portuguesa sobre o que entendem ser o seu estatuto face à riqueza, ter visto um vislumbre da antiga silly season, exuberante outrora na demonstração de episódios de benévola decadência varonil das nossas elites. Mas foi só um vislumbre, que em tempos de crise nem a silly season escapa. Não era afinal caso para risos; não eram gafes dos nossos ricos. Era genuína convicção.
Tais figuras estão na verdade convencidas de que não são assim tão ricas! Mais, de que tudo o que possuem é não só justo, como chega a ser diminuto em relação, quer aos congéneres internacionais, quer ao muito que trabalham e ao muito que dão ao País. São no fundo apenas e tão só gentes muito trabalhadoras e arrojadas, ao contrário de todos os demais que as invejam enquanto se roçam, na sua leitura avisada, nas paredes do assistencialismo privado e da solidariedade pública.
Escudar-se numa extensa malha de dificuldades técnicas para taxar a riqueza sempre teria sido uma forma mais sofisticada (como o foi aliás para alguns, às cavalitas de meia dúzia de analistas, nos dias subsequentes) de se distanciar da ideia sem deixar transparecer por onde andam as coordenadas do seu mapa ideológico.
Mas no calor e surpresa de há pouco mais de quinze dias, houve em Portugal quem nem esperasse pela formação do discurso técnico e declarasse de imediato porque é contra estas ideias: porque não são assim tão ricos. É que quando ideias que até parecem de labor e sabor socialista, já não se limitam a surgir nas campanhas eleitorais com a chancela política dos partidos de direita, e passam a surgir agora com o assentimento dos próprios ricos e muito ricos, que fazer senão distanciar-se de todos eles, e declarar-se fatalmente como mero remediado?
Os tempos de crise (de finanças e de espírito) são assim: eficientes e oportunos quando toca à instalação de leituras que substituem, por exemplo, a ideia de direitos legítimos pela de concessão contingente ao mérito. Nova-velha ideologia da meritocracia, atrás da qual se esconde afinal uma visão da cidadania, já não como espaço de direitos, mas de concessões sujeitas à interpretação discricionária de quem na sociedade detém a capacidade para tanto.
Ora, nesse discurso que muitos manejam com destreza desde que nasceram, não há ricos nem pobres, apenas gente que merece e gente que não merece o que tem, ou aquilo a que aspira. 
Em Portugal há cerca de 2 milhões de pobres e de muito pobres. É um facto. Mas quanto a ricos e muito ricos, é uma chatice, porque afinal, não há nenhum. Só gente séria, muito trabalhadora, que merece tudo o que tem e a quem o país deve o não ‘fechar de portas’. Em tão boa conta se têm. E em que conta nos terão?
Isabel Estrada

Ecos da blogosfera – 2 Set.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Contramarés sem contrapé… 1 Set.

Presidente do BIC lamenta atraso na conclusão do negócio para a compra do BPN, mas avisa que os sindicatos deviam "agradecer" a garantia de 750 postos de trabalho. "Só aceitamos ficar com o banco nestas condições. Se não quiserem, façam favor de tomar conta daquilo e liquidem. É tão simples quanto isso".

Transportes públicos com tradição…

Há duas formas de apresentar o novo passe social que se terá de pedinchar com um atestado de pobreza. Uma é dizer que foi criado um passe para pobres, mais barato. Outra é dizer que os custos dos transportes públicos - mais usados pelos mais pobres e os que vivem nas periferias - foram brutalmente aumentados e ficaram de fora do saque alguns miseráveis. Apenas os que recebem menos de 545 euros brutos. E, destes, apenas uma pequena parte (nem todas as combinações de trajetos estão garantidas). Ou seja, o passe é, na realidade, um apoio social para uma pequeníssima parte dos portugueses. Mas um mês depois do governo tirar com uma mão a todos faz uma festa com as migalhas que dá a quase ninguém. E dá, a esta propaganda descarada, o nome de "Programa de Emergência Social".
Quando o passe social foi criado, importando as melhores práticas da maioria dos países europeus, não correspondia apenas a uma medida social. Era, acima de tudo, uma medida racional. Garantir a mobilidade promovendo o uso generalizado do transporte público. Porque o transporte público é melhor para a qualidade de vida nas cidades, para a economia dos países e para as finanças do Estado.
Depois veio o deslumbramento novo rico. Andar de carro era sinal de desenvolvimento. O dinheiro público foi quase exclusivamente canalizado para o transporte individual, como prova o investimento desajustado em autoestradas e o desmantelamento da já ridícula rede ferroviária. A privatização a retalho da Rodoviária Nacional e a concessão de linhas ferroviárias a privados levou à lenta agonia do passe social - mais por incapacidade de coordenação entre operadores, para a qual a inexistência de verdadeiras autoridades urbanas de transportes contribuiu, do que por qualquer opção política - e à sua substituição por passes combinados. Ao contrário do que se passa em muitas cidades europeias, multiplicam-se os títulos de transporte, não havendo qualquer coordenação tarifária ou mesmo de percursos. Resultado: os transportes públicos perderam centenas de milhares de passageiros. Lisboa e Porto estão cheios de carros e, tirando as respetivas redes de metro, o uso do transporte público é um quebra cabeças a que só não foge quem não pode.
Dirão: não há dinheiro para continuar a pagar o buraco financeiro das empresas de transportes. Os transportes públicos dão o prejuízo que dão porque foram mal geridos e maltratados. E porque o estacionamento em espaço público nas cidades é um negócio em vez de servir para financiar, como deveria acontecer, os transportes coletivos.
Mas o mais importante é perceber que o que se poupa agora se vai gastar em muito mais. A diferença é que não aparece nas contas de nenhuma empresa pública. Vamos pagar em importação de combustíveis (e reduzir as importações deveria ser uma das nossas prioridades). Vamos pagar em degradação do espaço público que, caso ninguém se recorde, tem de ser mantido e essa manutenção tem custos. Vamos pagar em produtividade.
Dirão: mas com o custo de vida as pessoas também não vão usar o transporte individual. E aí vão trabalhar como? Ou o empregador lhes paga o transporte que agora é mais caro - mais custos associados ao trabalho - ou o trabalhador fica com menos rendimento disponível. E a pergunta que sobra é esta: está o governo à procura do equilíbrio a partir do qual deixa de valer a pena trabalhar para parar aí, mantendo a maioria dos cidadãos com emprego abaixo do limiar da pobreza?
O problema deste governo é que não vê o Estado como um coordenador de políticas para nos tirar de uma crise. O seu programa resume-se a reduzir a despesa do Estado sem se dar ao trabalho de pensar nas consequências económicas de cada medida. Não percebendo que, com o nosso endividamento externo e a nossa falta de crescimento, se limita a cumprir metas, agravando o problema para o futuro.
Volto ao princípio: o passe social, assim como tudo o que esteja associado à rede de transportes públicos, é um instrumento. Ele é fundamental para o bom funcionamento das cidades e das suas economias. Ele é fundamental para reduzir a nossa dependência energética, reduzir o tempo em deslocações e aumentar a produtividade. Nem apelo a qualquer tipo de sensibilidade social, que já se percebeu que para este governo se resume a dar esmolas a miseráveis que rendam umas notícias nos jornais. Pergunto apenas: acham que a nossa economia aguenta ser tão maltratada? Quando já nada funcionar, poderiam até vir a dizer: temos as contas públicas limpas. Sem economia, vivendo no meio do caos, não serviria de muito. Acontece que sem crescimento económico não há finanças do Estado que se aguentem. E quando já não houver mais nada para cortar, nem mais "Estado gordo" para culpar, vão fazer o quê?
Daniel Oliveira

Ecos da blogosfera – 1 Set.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Com ou sem Acordo, eles comem, engordam e ficam…

1º Carlos Slim, 2º Bill Gates, 3º Warren Buffett, 4º Bernard Arnault
Levantei de S. Paulo convencido a falar da fonética e do Acordo Ortográfico e mal aterrei em Portugal convenceram-me a falar da problemática dos ricos. Que supostamente haveriam de pagar a crise. Não estranhe pois o leitor que esta crónica seja um Portugal-Brasil onde se defronta a riqueza da língua com a pobreza de espírito.
Uma espécie de desafio de solteiros contra casados em que os parentes pobres nem sempre são os de cá e os novos-ricos nem sempre são brasileiros.
O pontapé de saída pertence aos ricos de cá.
De repente, a reboque do multimilionário Warren Buffet, o nosso presidente da República resolveu interromper as suas férias e directamente da praia da Coelha (ou de perto...) lançou umas achas para a fogueira da crise, defendendo que os ricos devem pagá-la, mesmo depois de falecidos.
Estabelecida a polémica (caramba, estava a ver que este ano não tínhamos silly season) muito mais graça do que vermos o comendador Américo Amorim vir dizer que não é rico, mas trabalhador, tem o facto de toda esta discussão ter sido suscitada por um dos principais responsáveis pelos dramas financeiros actuais.
Warren Buffet é um dos maiores accionistas das mais poderosas agências de notação financeira e um especulador bolsista de primeira água.
No fundo, a disponibilidade do milionário para ajudar os mais pobres trata-se, em última análise, de uma disponibilidade para devolver uma pequena parte do que ele ganhou, a quem perdeu.
Basbaques perante tudo o que vem de fora com bom marketing, o país, ainda meio de chinelos, meio de gravata, meteu-se em brios para saber quem eram os ricos e quais deles aceitavam pagar estes extras.
Tem sido hilariante assistir à procura dos ricos, das sagas das famílias ricas e à tentativa de fazer rankings com essa massa crítica.
Tenho lido tudo na ilusão de vir a descobrir o que é ser rico hoje.
Quem tem um milhão em acções de uma determinada empresa e deve 3 milhões que o banco lhe emprestou para as comprar (quando valiam o triplo) é rico, remediado ou sem remédio possível?
Quem hoje tem uma casa que custou um milhão e a comprou com crédito à habitação e hoje não consegue vendê-la nem por metade, sendo que deve ao banco bem mais do que isso, é um rico proprietário, ou um rico desgraçado, por mais graça que a "casuncha" tenha?
Em menos de dois meses e sem que nada o justifique, a discussão na ordem do dia esqueceu o corte na despesa pública tão exigida e tão prometida pelo novo poder, para se concentrar na obtenção de novas receitas à custa dos cidadãos mais ricos ou com maior fama disso.
Do outro lado do Atlântico, sopram ventos de um crescimento ímpar, mas nem por isso a sociedade descansa na estabilidade de valores e comportamentos que habitualmente caracterizam estes tempos.
Do namoro à janela, como ainda tiveram os meus progenitores, do noivado consequente e do casamento para a vida eterna, os nossos irmãos do lado de lá do Atlântico inovaram agora com uma nova classe de relacionamento: os ficantes!
Estes ficantes são aqueles que vão ficando juntos, de dia e nas noites, sem compromisso maior do que a resposta diária a uma pergunta sacramental: hoje cê vai ou cê fica?
Como picante, ficante vem agravar a ideia do respeito pela fonética subjacente ao Acordo Ortográfico. Para escrevermos como os ouvimos era ficantche que deveria ser.
Dada a transitoriedade da situação descrita (e se calhar a efemeridade da moda) não virá mal ao mundo por aí, mas lá está o Acordo a dar-nos mais razões para não casarmos com ele à primeira.
Por estas e por outras é que vou deixando ficar-me como estou no português sem "tches", enquanto na questão dos ricos sugiro ao Governo que deixe ficar como está o defunto imposto sucessório e sobre as doações, preocupando-se mais com a contenção dos gastos públicos como prometeu.
Para termos um Governo mais edificante do que apenas ficante.
Manuel Serrão

Contramarés sem contrapé… 31 Ago.

O governo aprovou ontem o Documento de Estratégia Orçamental, no qual define as linhas orientadoras da consolidação das contas públicas nos próximos quatro anos. O documento, que será apresentado hoje à tarde, não contém detalhes sobre medidas concretas imediatas de corte nos gastos públicos, que serão conhecidos apenas em Outubro, com a apresentação da proposta de Orçamento para 2012.

A Primavera deu flores e não há frutos para se colher?

Mais de 6 meses após o seu início, a "Primavera Árabe", onda de levantamentos populares que começou na Tunísia e se espalhou por vários países da região, encontra-se num impasse de violência, mortes, frustrações e dúvidas quanto a mudanças práticas. No início do ano, com as atenções dos media internacional voltadas para o fenómeno, os protestos eram vistos como uma onda pacífica de mudanças rumo a reformas, democracia e destituição de governos no poder havia décadas.
Aconteceram transformações na Tunísia e Egito, onde os presidentes desses países renunciaram devido às pressões populares. Mas a Líbia passa por uma guerra civil, enquanto as manifestações na Síria e Iémen são reprimidas com extrema violência e não há sinais de que os governantes vão renunciar. Já no Bahrein, as manifestações pro-democracia foram reprimidas e extintas pelo governo, e ativistas e membros da oposição foram presos.
"Em pleno verão no Oriente Médio, a Primavera Árabe gera apenas dúvidas e suspeitas. Ninguém sabe o que realmente vai produzir, nem mesmo na Tunísia e no Egito, onde houve relativas mudanças e sucesso em tirar do poder os ditadores", diz o analista Rami Khoury, diretor do Instituto Fares, da Universidade Americana de Beirute. Segundo ele, as mudanças acontecem de forma lenta e passarão por "diversas fases de correções". "É difícil prever um futuro para a região, mas cada país terá uma realidade diferente, desafios e resultados diferentes", completou.
Passados mais de 6 meses do início da tão inesperada quanto mediatizada "Primavera Árabe", que começou “espontaneamente” na Tunísia, os nossos media tem-se esquecido de acompanhar as mudanças tão desejadas pelos autóctones, apoiadas por todos os democratas, celebradas pelos países ocidentais e garantido sucesso por tantos políticos, que se quisermos saber algo sobre o movimento, temos que recorrer à imprensa estrangeira, no caso a brasileira. Não é bem manipulação da opinião pública, apenas um silêncio anestesiante...
Vamos saber o ponto da situação:
Na Tunísia, uma ditadura com 23 anos, diz-se que as reformas económicas têm sido lentas, de acordo com jornais tunisinos, e que a população reclama tanta demora no julgamento de pessoas ligadas ao antigo regime (como se fosse prioritário) e que próprios os grupos sociais mais secularizados começam a recear a força cada vez maior dos partidos de ideologia mais islamista (só eles é que não adivinhavam), gerando dúvidas quanto ao futuro do secularismo no país, que é o mesmo que dizer, que a democracia ocidental não é o futuro garantido...
No Egito, após 30 anos de um poder apoiado pelo ocidente, os grupos de jovens ativistas, que lideraram os protestos, mostram-se igualmente frustrados com a lentidão das reformas e do julgamento de membros do antigo regime e receosos com o poder dos partidos islâmicos, cuja agenda política gera desconfianças dos seculares, que é o mesmo que dizer, que a democracia ocidental não é o futuro garantido...
Acresce, que quando se aposta que o sucesso de uma experiência democrática no mundo árabe passa pelo Egito, tem-se a noção que se tal experiência fracassar neste país, as hipóteses de fracasso nos outros países da região aumentam.
No Iémen, com eleições de 7 em 7 anos e já mantém há 30 anos o mesmo presidente, para além do levantamento popular contestatário, o governo enfrenta grupos armados no interior do país e conta com a presença da Al Qaeda no seu território, pelo que qualquer alteração ao poder dominante pode dar origem a uma nova Somália, ou seja, a mais um Estado falhado e sem leis. Parece que ninguém quer arriscar, até porque já há eleições…
No Bahrein, com uma monarquia que manda há 40 anos (a Inglaterra, e não só, há muitos mais) recorreu à ajuda da Arábia Saudita (uma monarquia absoluta), que enviou tropas para restabelecer a ordem e reprimir os protestos e não se espera que voltem a acontecer, porque a Arábia Saudita, receosa de que mudanças em países vizinhos possam alimentar movimentos no seu território, não permitirá os permitirá.
Na Síria, que conta com 30 anos de ditadura, mais 10 filho do ditador, teve em março o início da contestação, que continua, mas segundo analistas, a situação chegou a um impasse para ambos os lados, porque nem o governo, nem a população nada querem ceder ao outro lado, pelo que pode durar meses, paralisando a já combalida economia da Síria e levando a um aumento da violência, que poderia fugir ao controlo. A velha tática do gato e do rato é a mais utilizada, com o ocidente muito empenhado no apoio aos manifestantes, mas em stand by para uma intervenção direta e musculada, só depois de acabe o trabalhinho na Líbia…
Na Líbia, que aguenta há 42 anos com Kadhafi, é o único país em que a comunidade internacional interveio com o(s) seu(s) braço(s) armado(s) da NATO, há mais de 5 meses, mas para além de enfraquecido a máquina de guerra do ditador, em que houve milhares de mortos e feridos de ambos os lados, segundo especialistas, é arriscado dizer se, ou quando conseguirão derrubar o regime, mas esta novela dá todos os dias, nos jornais, TV, rádios e cassetes piratas…
Há um elemento comum nestes 6 países árabes, que se quer que sejam democratas e que é a existência de petróleo. Será que há qualquer relação entre o petróleo e a democracia? Será?
Se quiser saber mais umas coisas:
As evoluções na região comprovam o fracasso

Ecos da blogosfera – 31 Ago.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Contramarés sem contrapé… 30 Ago.

O número de pobres em França aumentou em 2009 para 8.200.000 (13,5%) de pessoas, que em 2008 eram 7.840.000 (13%), segundo estudo do Instituto Nacional de Estatísticas e sem contar os territórios ultramarinos. Em França, quem ganha menos de 954 euros por mês, vive abaixo do limiar da pobreza. O estudo confirma um aprofundamento das desigualdades entre os franceses mais modestos e os mais abastados.

Sobre o MAR, que o PODER o quer a navegar…

2 de Setembro
Este Encontro integra-se na comemoração dos 20 anos da Lancha Poveira do Alto "Fé em Deus", cujo programa inclui ainda viagens para a comunidade escolar local, participação em vários encontros de embarcações tradicionais, organização do 1º Encontro de embarcações tradicionais da Póvoa de Varzim, iniciativas editoriais e actividades lúdico-pedagógicas. Na organização das actividades, são parceiros da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim a Sociedade de Geografia de Lisboa, a Marinha de Guerra Portuguesa e o Clube Naval Povoense.

Exposição de Fotografia “a vida é assim” - de Rita Rocha
Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim - 2 a 24 de Setembro
INAUGURAÇÃO SEXTA, 2 Setembro pelas 11h da manhã com um cafezinho!
Rita Rocha nasceu na Póvoa de Varzim, em 1978. Licenciada em Fotografia pela University of Glamorgan em Cardiff no Reino Unido, onde viveu nos últimos 6 anos. Em contacto com a fotografia desde muito cedo pelas mãos do pai que lhe oferece a primeira máquina fotográfica e sempre ligada às artes na sua contínua formação. Em 2007, ganhou o 1º Prémio do Concurso Nacional de Fotografia promovido pelo Município da Povoa de Varzim. Em 2009, participou com algumas fotografias no Livro "Olhar a Nu", editado pela Chiado Editora. Expôs com outros fotógrafos em vários locais e individualmente com a exposição "Introspectus" na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, na Póvoa de Varzim em 2009, e Fórum da Maia em 2010. Em 2011 expõe no Butetown History and Arts Centre em Cardiff e participa pela primeira vez com a série documental "a vida é assim", no projeto "Empty Shop", com extensão a todo o Reino Unido. É fotógrafa residente da companhia de Teatro e Marionetas de Mandrágora e trabalha como freelancer nos mais variados projectos a nível nacional. Encontra-se actualmente a desenvolver investigação e registo documental daquilo que é a vida do pescador contemporâneo.

Quem sabe, sabe! Quem manda, manda!

"O Banco Central Europeu deve interromper o ciclo de subidas da taxa de juro e voltar a baixar o preço do dinheiro", defendeu o economista numa entrevista.
Para Joseph Stiglitz é importante que a Zona Euro e os Estados Unidos sincronizem as suas políticas monetárias. Caso contrário, a economia europeia será penalizada, "já que a actual política do Banco Central Europeu impulsiona o euro e prejudica as exportações".
O BCE já realizou, este ano, duas subidas da taxa de juro: a primeira de 1% para 1,25% e a segunda de 1,25% para 1,5%. No entanto, o agravamento da crise da dívida e o abrandamento das maiores economias no segundo trimestre poderá levar o BCE a não voltar a subir os juros este ano. Mas para Stiglitz, Jean-Claude Trichet, deveria baixar de novo os juros da região, aproximando-os dos praticados nos Estados Unidos.
Devido à fraca recuperação da economia norte-americana, e aos receios de que o país possa entrar novamente em recessão, a Reserva Federal decidiu manter a taxa de juro de referência no intervalo entre 0% e 0,25% até 2013.
A diferença entre as taxas de juro praticadas nos dois lados do Atlântico tem impulsionado o euro e, consequentemente, penalizado as exportações da região. "A actual política monetária do BCE faz subir o euro e prejudica, assim as exportações alemãs", alerta o economista.
Este é que sabe e qualquer leigo entende os argumentos, que são mais do que sólidos e pensa com independência nacionalista e por isso com honestidade intelectual
O BCE decidiu, como já era esperado, manter a taxa de juro da Zona Euro em 1,5% e surgem dúvidas quanto à data da próxima subida da taxa directora.
O clima de abrandamento do crescimento e os receios de contágio aumentam a pressão sobre a instituição para retomar a compra de obrigações e não proceder a uma subida de juros tão cedo.
Com as “yields” italianas e espanholas perto de recordes da Zona Euro e a economia alemã a mostrar sinais de enfraquecimento, os investidores reduziram as apostas quanto ao BCE anunciar uma subida da taxa de juro em Outubro.
Tendo em conta estes argumentos e comparando-os com os de cima, não é qualquer leigo que entende as razões desta decisão, mas como são eles que mandam, mesmo que muito do que tem feito tem dado o que tem dado e havendo críticas de todos os setores, parece que temos que aceitar e esperar por melhores técnicos e menos enfeudados a mandantes e figurantes…
Em fim!

Ecos da blogosfera – 30 Ago.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Contramarés sem contrapé… 29 Ago.

O presidente da União das Misericórdias disse que o "Ministério da Saúde neste momento está a pôr claramente em risco a capacidade das instituições do setor social de responderem à crise""As Misericórdias do Algarve não recebem há vários meses a comparticipação do Ministério da Saúde no que diz respeito à rede de cuidados continuados quando foi o Governo que pediu às IPSS e às misericórdias que ajudassem", criticou.

…porque usurpar é não ter direito…

Mensagem de leitura ambígua, porque
em árabe se lê da direita para a esquerda
Com a mesma força do poder das armas, o drama humanitário ganha cada vez mais forma na Líbia, em particular em Tripoli. Na capital começam a escassear água, comida, medicamentos e combustíveis.
Depois de o CNT anunciar a libertação de Tripoli, os combates prosseguiram rua a rua e, muitas vezes, casa a casa, deixando um rasto de mortos nas artérias da capital. Os mortos são agora às centenas e estavam a ser deixados abandonados sob o Sol, em plena decomposição. A decisão foi por isso começar a sepultar os corpos sem identificação em valas comuns.
O caos também é visível nos hospitais, completamente cheios, sendo vulgar encontrar na mesma enfermaria feridos que combateram em lados opostos.
À semelhança do que acontece por toda a capital, também nos hospitais falta quase tudo: pessoal médico, medicamentos e outros bens de primeira necessidade.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu o envio urgente de ajuda humanitária.
Enquanto a caçada ao coronel Muammar Kadhafi prossegue, dois dias após a tomada do seu quartel-general pelas forças rebeldes, jornalistas da BBC testemunharam os primeiros sinais de massacres nos confrontos ocorridos na capital, Tripoli, nos dois lados envolvidos no conflito.
Um porta-voz da Cruz Vermelha disse que os dois lados mantêm centenas de prisioneiros. Robin Waudo pediu às partes envolvidas que respeitem os direitos de prisioneiros de guerra, dispostos em convenções internacionais.
A Amnistia Internacional também denunciou execuções sumárias de prisioneiros nos dois lados do conflito.
Ajuda urgente
O CNT, já reconhecido como governo legítimo da Líbia por grande parte da comunidade internacional (no entanto, não pelo Brasil), disse que precisa de US$ 5 mil milhões para evitar uma crise humanitária no país.
Membros do Conselho estão a negociar a libertação de investimentos do regime líbio em contas no estrangeiro. Estados Unidos, Suíça, França e Itália já prometeram descongelar ativos da Líbia.
O líder do CNT, Mahmoud Jibril, disse em Itália, ao lado do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, um dia após se encontrar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que o Conselho precisa de ajuda urgente. “O nosso povo não tem recebido salário há meses. Estamos a dizer aos nossos amigos que o maior elemento desestabilizador seria o fracasso do CNT, caso não consigamos oferecer os serviços necessários e pagar o salário (dos servidores)”.
Nunca fui capaz de entender a guerra, muito menos nos tempos de hoje, avançados em tudo menos no respeito pela vida, pelos direitos individuais e pelo direito internacional, sobretudo porque cada vez mais, as guerras matam mais civis inocentes do que militares profissionais.
No caso, é patético ler os títulos das centenas, ou milhares de notícias, de qualquer país do mundo, para se perceber o exercício manipulador das mentes sãs dos cidadãos comuns, que passa pela invenção, pela contradição, pelo prognóstico, pelo desmentido, pelas meias verdades, pelas meias mentiras, etc…
Vejam-se as imagens que nos oferecem, em que raramente aparecem mais de 10 pessoas, que tomaram conta não se sabe de que cidade e controlam a “revolução”… E as reportagens de jornalistas de renome a mostrarem as piscinas do ditador, como se não tivéssemos democratas com piscinas melhores…
Sem entrar com a história recente, que a antecede e escancara a hipocrisia de todos os governantes das maiores potencias bélicas e beligerantes, sem que se traduzam nos governos mais prósperos e mais humanistas, por muita tinta com que os pintem…
Dizia há dias um amigo de longa idade, mas bem lúcido e direto, a propósito da guerra contra Kadhafi: “já viu, se matarem o homem, nenhum país lhe fica a dever nada, contas saldadas!”. Pois…
E agora quem vai reconstruir o país? Para já vão 5 mil milhões de dólares para pagar os salários dos "rebeldes" líbios, porque os dos estrangeiros devem ser pagos pelos próprios países (espera-se)... Para a reconstrução do que a NATO deitou abaixo, o petróleo deve chegar e sobrar...
Mas bastavam-me as palavras e os conceitos de Alberto Caeiro:
A guerra
A guerra, que aflige com os seus esquadrões o Mundo,
É o tipo perfeito do erro da filosofia.
A guerra, como tudo humano, quer alterar.
Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar e alterar muito
E alterar depressa.
Mas a guerra inflige a morte.
E a morte é o desprezo do Universo por nós.
Tendo por consequência a morte, a guerra prova que é falsa.
Sendo falsa, prova que é falso todo o querer alterar.
Deixemos o universo exterior e os outros homens onde a Natureza os pôs.
Tudo é orgulho e inconsciência.
Tudo é querer mexer-se, fazer coisas, deixar rasto.
Para o coração e o comandante dos esquadrões
Regressa aos bocados o universo exterior.
A química directa da Natureza
Não deixa lugar vago para o pensamento.
A humanidade é uma revolta de escravos.
A humanidade é um governo usurpado pelo povo.
Existe porque usurpou, mas erra porque usurpar é não ter direito.
Deixai existir o mundo exterior e a humanidade natural!
Paz a todas as coisas pré-humanas, mesmo no homem,
Paz à essência inteiramente exterior do Universo!
Alberto Caeiro - (24-10-1917)

Ecos da blogosfera – 29 Ago.

domingo, 28 de agosto de 2011

Contramarés sem contrapé… 28 Ago.

Cozinha contra a crise.
Tempere as iscas de porco com sal, vinho branco, louro e alho esmagado, a gosto, e deixe a marinar, de preferência de um dia para o outro. Frite as iscas muito bem em óleo abundante. Acompanhe com batatas cozidas, que pode temperar com uma pitada de salsa e azeite.