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sábado, 17 de setembro de 2011

"Ces Danois, ils sont fous!"

Após 10 anos de sucessivos governos de centro-direita, a oposição de esquerda chegou ao poder na Dinamarca. A social-democrata Helle Thorning-Schmidt, de 44 anos, torna-se a primeira mulher a governar o país.
Segundo os resultados oficiais, a oposição de esquerda - formada por uma aliança de 4 partidos (os sociais-democratas mais os sociais-liberais, socialistas e Lista Unida, extrema esquerda) - obteve 89 dos 179 assentos parlamentares, contra 86 do bloco de direita. As eleições tiveram uma participação de 87,7% - o resultado mais elevado dos últimos anos.
Os sociais-democratas já fizeram saber que vão adoptar uma política fiscal mais rigorosa neste contexto internacional de crise. Paralelamente, os sociais-democratas aspiram a combater a crise com investimentos públicos e reformas no mercado de trabalho.
No discurso de vitória, Helle Thorning-Schmidt agradeceu a vitória e prometeu um novo rumo para a Dinamarca e disse ir liderar um governo de centro-esquerda, mas prometeu ser acima de tudo a primeira-ministra de todos os dinamarqueses.
Transbordando de auto-confiança, a primeira-ministra eleita avisou que a Dinamarca tem pela frente enormes desafios, em especial o combate ao desemprego, que foi o tema principal da campanha eleitoral do SPD trabalhista.
Thorning-Schmidt disse também que o próximo executivo de centro-esquerda vai criar políticas mais generosas para os desfavorecidos, deficientes e refugiados, insistindo que as políticas de direita dos últimos 10 anos resultaram numa Dinamarca mais desigual, mais egoísta e mais oportunista.
Os nossos media nem anunciaram as eleições (na imprensa brasileira as notícias choveram antes, durante e depois) e só agora, poucos, noticiaram os resultados. Esquisito!
Mas, olhando agora para os ingredientes e para o produto, detetamos algumas curiosidades, que podem justificar este esbatimento e reparem:
1 – Durante 10 anos sucessivos, a Dinamarca foi governada pelo centro-direita, o que volta a acontecer em Portugal;
2 – Pelo que diz a vencedora, as políticas de direita resultaram numa Dinamarca mais desigual, mais egoísta e mais oportunista, e não convinha fazer eco destas blasfémias, agora que vamos percorrer os mesmos caminhos;
3 - Thorning-Schmidt, social democrata, para ganhar e mudar de políticas formou uma aliança com mais 3 partidos (sociais-liberais, socialistas e Lista Unida, da extrema esquerda), coisa que cá na terrinha ninguém teve a mesma coragem, nem PS, nem PCP, nem BE, nem será aconselhável que no futuro se pense em tal pecado mortal;
4 – A nova PM dinamarquesa promete uma política fiscal mais rigorosa, mais investimentos públicos, reformas no mercado de trabalho e combate ao desemprego, para combater a crisezinha, quando comparada com a dos países da Zona Euro, quase tudo ao contrário da receita que nos estão a aplicar;
5 – E promete que o próximo executivo de centro-esquerda vai criar políticas mais generosas para os desfavorecidos, deficientes e refugiados, ao contrário do nosso centro-direita, que faz caridade com os “mais desfavorecidos” para ganhar o reino dos céus e protege os banqueiros e capitalistas para ganhar o reino da terra.
Mas ainda há um qui pro quo, se chama Poul Thomsen, representante do FMI e chefe da troika que nos governa e perguntarão por quê. E eu respondo, porque é dinamarquês…
Sendo dinamarquês, foi naturalmente indigitado pelo governo agora derrotado pelo seu povo, pelas políticas erradas que gerou… Se os dinamarqueses rejeitaram essas políticas, por que havemos nós de as aceitar como corretas? Já não bastava que a troika não tivesse legitimidade democrática para cercear a nossa soberania, impondo-nos políticas que nos conduzirão a mais pobreza, para agora o seu chefe ter perdido legitimidade democrática, no seu próprio país, e ter o desplante de continuar a impor-nos as mesmas medidas, que não pode aplicar aos seus concidadãos.
E ao contrário do que se diz, que os partidos socialistas/sociais democratas estão a ser depostos do poder, pelas “virtudes” da direita, eis que a realidade supera a vontade dos agoirentos e beneficiários do sistema, só porque o povo e os seus dirigentes partidários tem a “coragem” de não ter medo do papão, provavelmente porque não vêem muita televisão.
Só a informação e a transparência nos podem elevar a outros estádios da democracia.
Esperemos que a partir de Janeiro, quando a Dinamarca assumir a presidência da União Europeia, algo mude, para melhor e a social democrata mostre à Europa e ao mundo o que é a social democracia...

Contramarés sem contrapé… 16 Set.

Manuela Ferreira Leite é a madrinha e primeira convidada das Mulheres Sociais-Democratas de Matosinhos, uma estrutura que renasce a partir de 29 de setembro numa conferência com a ex-líder do PSD. "Será um fórum de debates, uma plataforma para ter um olhar feminino sobre os problemas gerais", explicou Pedro da Vinha Costa, líder da concelhia do PSD/Matosinhos, que contou que esta estrutura "já existiu em tempos", mas acabou por "esmorecer".

Então há “negligências” e não há consequências?

O líder da oposição britânica, Ed Miliband, defendeu que os banqueiros que falhem devem ser excluídos da profissão, na véspera da apresentação de uma ambiciosa reforma para o setor.
"Os banqueiros dizem que o tempo para sentir remorsos é longo, mas não é suficiente. Eu acho que nada muda. Ninguém paga o que aconteceu e isso faz com que as pessoas se sintam revoltadas", afirmou o líder dos Trabalhistas.
Ed Miliband sugeriu a exclusão da profissão dos banqueiros que assumem riscos inaceitáveis ou que vendem indevidamente certos produtos aos seus clientes, da mesma forma que um médico pode ser suprimido da profissão médica caso cometa uma falha grave.
Claro que num tempo em que o surrealismo retórico superou a lógica, apoiada, obviamente, no “poder democrático”, poder esse que é ganho, absurdamente, à custa de promessas mentirosas, até parece que a sugestão (ainda não é, nem será decisão) apesar de lógica não tem pés para andar.
Presume-se pela notícia, que a Grã Bretanha está a mexer nas regras do setor bancário, esperemos que para defender “os mais desfavorecidos”, já que os grandes credores estão sempre defendidos pela grandeza das dívidas…
É novidade para mim saber que os banqueiros sentem remorsos e durante muito tempo, mas mesmo que fosse verdade não paga os prejuízos e tem que pagar, não porque as pessoas se sintam revoltadas (e põe em perigo a segurança da “realeza”), mas por mera questão de justiça, básica!
Não deve haver nenhuma profissão em que a NEGLIGÊNCIA no exercício da mesma não seja penalizada, quer pela própria associação profissional, quer pela entidade patronal respetiva, com processos e consequências. E neste aspeto a sugestão de Ed Miliband de excluir da profissão os banqueiros negligentes, só e notícia pela impunidade de que gozam, no meio de todas as vigarices que emergem em todo o mundo e também em Portugal, que em regra tem levado, não à exclusão, mas até à promoção desses “negligentes”. E como nas outras profissões, para além das consequências profissionais, ainda sobra a responsabilidade civil, que deve levar a um processo jurídico, condenatório e indemnizatório, da mesma forma que acontece a um médico, arquiteto, engenheiro, etc.! Pois claro!
Já sabemos que terão direito a uma cadeia de luxo, a uma pulseira eletrónica de marca, ou a companhias mais agradáveis do que a dos guardas prisionais, mas seria melhor que nada… Não sabemos é se haverá dinheiro para essas mordomias, por serem tantos e tamanhos os erros “por negligência” cometidos por esses profissionais. Outra alternativa seria obrigá-los a frequentar as Novas Oportunidades, mesmo as Novíssimas, que devem vir por aí, que ainda devem ser mais acessíveis…
Todo o crime merece castigo!

Ecos da blogosfera – 17 Set.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Rabos de fora, de uns gatos escondidos…

O banco suíço UBS anunciou que incorreu numa perda de ‘trading’, de cerca de 2 mil milhões de dólares (1,46 mil milhões de euros), devido a uma operação não autorizada por parte da sua banca de investimento.
Os títulos do banco seguem a cair 9,6% na bolsa suíça, depois de o UBS ter dito que poderá reportar perdas no terceiro trimestre de 2011 devido à referida operação de mercado não autorizada.
O banco diz que o assunto está ainda a ser investigado, mas sublinha contudo que nenhuma posição de investimento dos seus clientes foi afectada.
Ainda há dias três economistas deste banco apresentaram um estudo, em que provavam que esmiuçavam a tragédia da saída da Grécia da zona euro, chegando ao pormenor de que a Saída da zona euro pode custar até 11.500 euros por pessoa num ano - UBS, o que comentei aqui: CALMA! Ainda nenhum Estado abriu falência…
E perguntava-me eu: “Pelos vistos, parece que as fraquezas do euro se refletem no franco suíço, o que os chateia, mesmo estando fora do euro (e sem crise) e tem medo que também paguem por isso.
O USB é um banco suíço… Quem lhes terá encomendado e pago o estudo? Afinal, nem sempre “quem nos avisa nosso amigo é”!”.
Só fala, quem tem que se lhe diga!
Como se vê, já havia gatos com o rabo de fora e temos a obrigação de nos perguntarmos, para avalizar o tal estudo: Então o USB é capaz de detetar as miudezas da União Europeia e não consegue ver o argueiro no próprio olho?
Até parece a parábola de um cego a querer guiar outros cegos…

Contramarés sem contrapé… 16 Set.

A CGD registou um "buraco" de 300 milhões de euros resultantes dos financiamentos dados à Fundação de Joe Berardo e a empresas com ligação ao empresário, informação que consta dos dossiers enviados á PricewaterhouseCoopers, empresa que gere a auditoria aos bancos, e ao Governo e que faz a gestão de fiscalização à banca lusa como acordado pela troika.

O investidor deve actualmente mais de 360 milhões de euros à CGD, e foram contraídos quando Carlos Santos Ferreira era presidente do banco estatal e actualmente é o presidente do BCP.

Assiiim! Se vêêê! A força das PPP!

O relatório sobre o InIR envolve a Estradas de Portugal, cuja gestão suscita dúvidas, talvez por isso o documento ainda não tenha sido votado.
O tão esperado relatório de auditoria do Tribunal de Contas (TC) à gestão e à regulação de parcerias público-privadas (PPP) pelo Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias (InIR), sensível em matéria de despesa pública, continua a não existir. De acordo com a informação oficial enviada ao i pelo TC, "ainda não há qualquer relatório aprovado pelo TC no que se refere à auditoria à gestão e à regulação de PPP pelo InIR, IP, ainda em curso".
Conhecido e divulgado pelos media na sua versão preliminar, confirmado em fase de pré-apresentação em plenário pelo presidente do TC, com existência desmentida depois, a 25 de Maio, no site do TC - evocando o facto de um projecto de relatório só vincular a instituição "após aprovação colegial", continua em fase de auditoria. O anterior projecto pode ter sido afastado pelo TC e teremos de esperar pela aprovação de um novo.
Quando em Maio passado foi noticiado que, num relatório preliminar, o TC considerara ilegais pagamentos extra que a Estradas de Portugal (EP) se comprometeu a fazer pelas 5 subconcessões que chegaram a ser chumbadas pelo TC em regime de visto prévio, estavam em questão 5 das 7 novas concessões rodoviárias adjudicadas pelo Estado desde 2007, às quais a EP começa a pagar a partir de 2014.
Postas em causa pelo TC, estas 5 concessões viram recusado o visto aos contratos. Este obstáculo foi ultrapassado com a reformulação dos contratos o ano passado, mas o relatório preliminar da auditoria ao InIR, ao qual o i teve acesso, indicava terem existido dúvidas sobre aspectos processuais desta reformulação dos contratos das subconcessões rodoviárias. O i informou na ocasião que havia uma versão final do relatório de auditoria, ainda não aprovado pelos juízes do Tribunal de Contas, em que estas questões eram abordadas. Na altura esse atraso na aprovação do relatório foi justificado pela necessidade de a auditoria ser aprovada pelo plenário do TC. O relatório esteve perto de aprovação em finais de Abril, mas a intervenção do presidente do TC, Guilherme d'' Oliveira Martins, terá, segundo fontes próximas do processo, posto em espera o relatório, evocando a existência de um acordo antigo, com a presidência da República, no sentido de ser evitada a publicação de relatórios politicamente sensíveis em período pré-eleitoral. Esta informação foi em seguida desmentida por Oliveira Martins e pela presidência da República.
Depois de a TVI ter informado, com base na auditoria, que os juízes que deram o visto aos contratos reformulados o fizeram sem ter acesso a todos os dados, a EP desmentiu. A empresa considerou ainda que devia ter sido ouvida em sede de contraditório no quadro da auditoria ao controlo das concessões rodoviárias e garantiu ao i desconhecer qualquer relatório do TC sobre a matéria. Porém, não tinha sido ouvida, por se tratar de uma auditoria ao InIR. Entretanto, "o contraditório relativamente à EP foi realizado", segundo confirmou ontem o TC ao i. A instituição não avançou a data prevista para a aprovação do relatório.
por Nelson Pereira
Se fosse comentar dentro do figurino que utilizo, seriam necessárias muitas páginas. Como a “complicação” e os nós que constroem a rede são tantos e tão evidentes, não há pachorra para os desfazer e qualquer leitor, embora confuso, verá claramente vista a força das PPP, o poderio que tem e a volatilidade do poder fiscalizador diante do poder financeiro e perante o poder político…
Mas o povo é sereno e ainda tem paciência!
E a Assembleia da República?

Ecos da blogosfera – 16 Set.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Aos “ex colegas”, para um exame de consciência…

O Sucesso consiste em não fazer Inimigos!
Recebi por mail, não conhecia o texto nem o autor, mas logo deparei com a sua publicação em muitos blogues e fiquei a saber algo sobre o escritor, de quem me servirei no futuro . E porque pode levar alguns “ex-colegas” a refletirem sobre o futuro próximo e nas atuais circunstâncias, sujeitos a serem “avaliados”, ou autoavaliados, dar a conhecer estas notas, pode contribuir positivamente no desempenho profissional e pessoal, que desejamos que aconteça, sobreavisados.

Curiosamente, a substância do texto traduz muito do que são acusados os “escorpiões”, mas pelos vistos o comportamento é generalizável, por razões naturais e biológicas… Que alívio!

Nas relações humanas no trabalho, existem apenas 3 regras:
Regra número 1
Os colegas passam, mas os inimigos são para sempre.
A chance de uma pessoa se lembrar de um favor que você lhe fez vai diminuindo à taxa de 20% ao ano. Cinco anos depois, o favor será esquecido. Não adianta mais cobrar.
Mas a chance de alguém se lembrar de uma desfeita  mantém-se estável, não importa o tempo que passe.
Exemplo: Se você estendeu a mão para cumprimentar alguém em 1999 e a pessoa ignorou a sua mão estendida, você ainda se lembrará disso em 2009.
Regra número 2:
A importância de um favor diminui com o tempo, enquanto a importância de uma desfeita aumenta.
Um favor é como um investimento de curto prazo. Uma desfeita é como um empréstimo de longo prazo. Um dia, ele será cobrado, e com juros.
Regra número 3
Um colega não é um amigo.
Colega é aquela pessoa que, durante algum tempo parece um amigo. Muitas vezes, até parece o melhor amigo, mas isso só dura até um dos dois mudar de emprego.
Amigo é aquela pessoa que liga para perguntar se está a precisar de alguma coisa.
Ex-colega, que parecia amigo, é aquela pessoa a quem você liga para pedir alguma coisa, e manda dizer que no momento não pode atender.
Durante a sua carreira, uma pessoa normal terá a impressão de que fez um milhão de amigos e apenas meia dúzia de inimigos. Estatisticamente, isso parece ótimo. Mas não é!
A “Lei da Perversidade Profissional” diz que, no futuro, quando precisar de ajuda, é provável que quem o possa ajudar mais seja exatamente um daqueles poucos inimigos.
Muito cuidado ao tentar prejudicar um colega de trabalho: amanhã, ou depois você pode depender dele para alguma coisa! Portanto, profissionalmente falando, e "pensando em longo prazo, o sucesso consiste, principalmente, evitar fazer inimigos”, porque, por infeliz coincidência biológica, os poucos inimigos são exatamente aqueles que têm "boa memória”. 
“Na natureza não existem recompensas, nem castigos. Existem consequências”.
Nunca se esqueça disto!
Os 10 mandamentos para o marketing pessoal, por Max Gehringer:
1º Liderança – habilidade de influenciar as pessoas;
2º Confiança – algumas pessoas simplesmente são dignas de confiança;
3ª Visão – fazer algo com visão, não só no resultado, mas no futuro e nas oportunidades;
4º Espírito de Equipe – trabalhar em conjunto, colaborar, saber que a soma do todo vale muito mais que a soma das partes;
5º Maturidade – capacidade de resolver conflitos sem levar tudo para o lado pessoal;
6º Integridade – capacidade de ser fiel a valores e princípios, é ser tão melhor quanto se pode ser e não querer prejudicar ninguém no meio do caminho;
7º Visibilidade – tornar-se visível, oferecer-se para uma tarefa que possa ser da sua competência;
8º Empatia – elogiar, ser simpático, gostar das pessoas;
9º Otimismo – ser otimista, mas com causa, com visão, baseado no próprio esforço;
10º Paciência – construir a vida profissional aos poucos, com calma, tendo paciência com as pessoas e com as suas próprias limitações, esperando a oportunidade perfeita.

Contramarés sem contrapé… 15 Set.

Quando faltam menos de 6 horas para terminar o prazo de entrega das propostas de orçamento para o próximo ano, 295 serviços do Estado (48%), de um universo total de 611, ainda têm as suas propostas por entregar. 
O ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território continua a ser o mais atrasado: entregou 10 orçamentos de um universo de 69.

Recados dos HOMENS, ou homens DE RECADOS?

A troika quer que, em 2012, o Governo tome medidas adicionais, sobretudo do lado da despesa, no valor de cerca de 1.000.000.000 de euros, o equivalente a 0,6% do PIB, devido às medidas extraordinárias usadas este ano, como a transferência do fundo de pensões dos bancários para o Estado.
O desvio orçamental detectado nas contas deste ano, equivalente a 1,3%, obrigou o Executivo a tomar medidas adicionais, como o imposto extraordinário (corte no subsídio de Natal), a antecipação dos aumentos do IVA sobre a electricidade e o gás, a antecipação de concessões e a transferência do fundo de pensões dos bancários para o Estado.
O Ministério das Finanças vai apresentar nos próximos dias à 'troika' uma "avaliação atualizada da situação orçamental e as perspetivas" para 2012, incluindo a especificação dos cortes na despesa no valor de 0,6 por cento do PIB.
"O Governo identificou um desvio previsível para 2011 no total de 1,3% do PIB, devido em particular ao apoio estatal às empresas públicas e parcerias público-privadas, e derrapagens na despesa, principalmente nos custos salariais e nos consumos intermédios", afirma o FMI na primeira actualização ao Memorando de Entendimento que serviu de base ao programa de apoio económico e financeiro. "Os custos de recapitalização do BPN vão adicionar 0,2% do PIB ao défice previsto".
Falando a partir de Washington, numa conferência telefónica com jornalistas, Poul Thomsen reiterou que só um corte “substancial” na TSU poderá ter “impacto real na competitividade” do País. “Nós defendemos um primeiro passo agressivo. Consideramos que um corte de dois por cento do PIB é apropriado”, argumentou.
Há dias Mário Soares dizia que estávamos a ser governados por contabilistas, mas pelos vistos não é verdade! A contabilidade não é o forte dos economistas e por isso nenhum deles, nem os da troika, nem os do governo anterior, nem os do atual fizeram conferência entre as despesas e as receitas e muito menos a prova dos 9.
E a constatação é tão grave, tanto mais que os opinadores/“picaretas falantes” (economistas incluídos) fizeram rasgados elogios à competência dos economistas da troika, que até fez em 15 dias um programa de governo, dando a perceber que a democracia até seria dispensável, se os mesmos senhores aceitassem ser avençados por este governo, até que a morte os separasse…
E como a troika acreditou nos louvores, assumiu o poder (PR, PM e AR calam-se), decide por si (o governo diz Amen) e por isso QUER que, em 2012, o Governo tome MEDIDAS ADICIONAIS, ÀS MEDIDAS PROPOSTAS POR ELES, o que prova a incompetência dos mesmos, porque não verificaram as contas e aplicaram a “chapa 3”… E pior! Parece que foi o governo que identificou um desvio previsível para 2011… Se era previsível, os da troika não o previram? E já não chegava a troika para obrigar o governo a mais cortes na despesa (mais desemprego!), também o desvio orçamental o obriga. Coitado do governo, que lhe cai tudo em cima e não tem nenhum mágico, nem santo, para fazer o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes (nem com um ministério da agricultura e do mar)…
E como mau aluno, mas bem comportado, o Ministério das Finanças vai fazer os TPC à troika, para parecer que é ele “o homem do leme”.
O tal desvio …colossal previsível (Madeira incluída), dizem que se deve ao apoio estatal às empresas públicas (que nunca mais resolvem), às PPP (que nunca mais eliminam), às derrapagens na “despesa”, principalmente nos custos salariais (apesar de não ter havido aumentos, houve cortes e redução de Funcionários Públicos), nos consumos intermédios (gastos do Estado, que nunca mais concretizam os anunciados cortes) e a vigarice do BPN (só nisso vão 0,2% do PIB).
E já não nos chegava esta “previsibilidade” imprevista e ainda vem o tal Sr. do FMI de olhos azuis com que vê o mundo (e está acima do nosso PR) dizer que só um corte à bruta na TSU poderá ter tornar-nos, finalmente, num país competitivo, sem apresentar as consequências sociais da medida e a (in)sustentabilidade da Segurança Social, em consequência.
E ainda falta convencer-nos como é que com a tal competitividade, mas sem fregueses, devido à recessão deslizante, vamos criar riqueza… Ou o homem é muito esperto, ou nós nem economistas somos… E não é este Sr. que está à frente do plano de resgate da Grécia? Se “quem faz um cesto faz um cento”, já podemos fazer de cabeça a tal prova dos 9 e prever o resultado…
Tudo manda, minha gente, é cortar e sempre em frente! Só que o abismo está a um passo de coelho…
 É só palpites! E o governo diz sempre Amen!

Ecos da blogosfera – 15 Set.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Não é para já, mas antecipar pode ajudar!

Já se está mesmo a ver, factos e números a deambular pela sua cabeça sem nexo. Tenha calma, há boas maneiras de lhes dar uma lógica. Siga as nossas dicas e faça do estudo um bem necessário.
1 - Erradique qualquer tipo de distração 
Construa uma fortaleza de solidão. Esconda o telemóvel e diga aos seus amigos do facebook que não lhe liguem nenhuma, caso percebam que está a "logar-se". Feche-se no quarto e toca a estudar. Se for ter uma sessão de longas horas de estudo, intervale com uma soneca. Dormir ou, pelo menos descansar uma hora, vai ajudá-lo a treinar a sua capacidade de se focar no estudo e a absorver melhor a informação.
2 - Aceite as suas emoções
Está a sentir um emaranhado de emoções e não sabe como lidar com elas? Não lhe apetecia nada fechar-se a estudar? Azar! Admita para si mesmo o que está a sentir, diga-o bem alto. Aqueles que o conseguem acabam por conseguir disciplinar-se melhor. Vá, seja um homenzinho ou uma mulherzinha. Já está na hora.
3 - Comprometa-se
Não se limite a tirar notas, use a imaginação e utilize material criativo. Escreva a letra de uma canção sobre a matéria de estudo, ou crie um enredo empolgante. É muito mais fácil mantermo-nos interessados, quando damos "vida" ao estudo.
4 - Tome um duche
Está a estudar há tanto tempo que já não consegue absorver nada? Tome um duche. A mudança de ritmo vai estimular a sua mente e refrescar o corpinho.
5 - Construa um desafio
Faça um jogo fora do seu trabalho para afastar o tédio. Tente ir cada vez mais longe na sua sessão de estudo, e não se esqueça de recompensar os seus triunfos. Você merece!
por Solange Sousa Mendes

Contramarés sem contrapé… 14 Set.

Segundo o relatório Education at a Glance 2011, Portugal foi mesmo o único de 34 Estados membros, entre os que deram dados, em que a despesa pública com as instituições do ensino básico e secundário caiu, entre 2000 e 2008 e está abaixo da média. Numa altura em que se fala em novos cortes na educação, um relatório da OCDE afirma que Portugal já o vem praticando há mais de uma década.

Os “mais carenciados” até vão “amigalhar”…

Para compensar o aumento do IVA para 23%, o Governo vai aplicar descontos de 6% nas faturas da eletricidade e de 2% no gás natural das famílias com maiores dificuldades, reduções que deverão entrar em vigor já a partir de outubro.
Com esta medida, o Executivo pretende reduzir o impacto nas famílias com rendimentos mais baixos do aumento do IVA de 6% para 23%.
O desconto poderá abranger ainda os reformados por invalidez e os desempregados, cujo prazo para receber subsídio esteja perto do fim.
Ou seja, por outras palavras e raciocinando:
1 - A eletricidade vai aumentar 17%, em termos absolutos (para todos);
2 - O gás natural vai aumentar 17%, em termos absolutos (para todos);
3 - Os “mais carenciados” vão pagar, pela eletricidade, menos 6% da fatura;
4 – Quer dizer: a eletricidade vai aumentar 11%, relativamente aos “mais carenciados”;
5 - Os “mais carenciados” vão pagar, pelo gás natural, menos 2% da fatura;
6 - Quer dizer: o gás natural vai aumentar 15%, relativamente aos “mais carenciados”;
7 – Na realidade, a eletricidade e o gás natural vão aumentar em termos absolutos, para todos, mais para uns do que para outros…
Fazendo umas continhas, na prática, um consumidor “mais carenciado”, que pague 30 €/mês de electricidade, terá direito a um desconto de 1,8 euros, ou seja, de 21,6 euros por ano.
Se for consumidor de gás natural e usando o mesmo valor, em vez de 30 €/mês, terá direito a um desconto de 0,60 euros, ou seja, de 7,2 euros por ano.
E por que será que o “desconto” percentual será maior na eletricidade do que no gás natural, que deveria ser igual por princípio? Porque eletricidade todos tem (700.000 famílias) e o gás natural só alguns (150.000) coisa que nem eu tenho! É a chamada esperteza saloia… mas será deles o reino dos céus! E demos graças a Deus por não sermos dos incluídos...
Mas como diz o povo, “grão a grão enche a galinha o papo” e com estas medidas “sociais”, esperemos que “os mais carenciados” não tenham uma congestão com tanta migalha…

Ecos da blogosfera – 14 Set.





Do Octávio V. Gonçalves

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Mais conselhos dos mais velhos…

Há muita gente que julga que estudar é muito aborrecido, mas se tem de o fazer, faça-o como deve ser. Há uns tantos mandamentos que deve seguir. Tome nota!
1 - O ambiente certo
Para ter sucesso no estudo, é importante que se veja livre de quaisquer distrações. Vá para um ambiente calmo, longe da televisão e de toques de telemóveis.
2 - As prioridades de estudo
Estudante que se preze, sabe o que é mais importante apreender. Não se perca no supérfluo. Opte por estudar primeiro as matérias mais difíceis, altura em que a cabeça está mais descansada.
3 - Leitura
Faça uma primeira leitura do material de estudo, de forma despreocupada. O objetivo é ficar com uma ideia geral do tema. Ainda não é importante assimilar conceitos.
4 - Apontamentos
Volte a ler a informação, mas, desta vez, tire apontamentos e faça um resumo do que estudou.
5 - Dar uso aos sentidos
Tem 5, lembra-se? Para além de ler, assista a palestras e a vídeos educativos. Depois de ter recolhido informação de todas as maneiras possíveis, faça um apanhado do mais importante, Anote e volte a ler.
6 - Quizz
Questione-se sem a ajuda dos apontamentos. Escreva as respostas ou diga-as em voz alta. Por outras palavras, treine-se para o exame oral.
7 - Descanso
Depois do estudo árduo, faça uma soneca. Descansar o cérebro é fundamental para cimentar ideias e assimilar a informação.
8  - Testar-se continuamente
Questione-se sobre a matéria de estudo, várias vezes por dia. Este auto-teste vai treiná-lo para que no dia do exame, já tenha tudo na ponta da língua.
por Solange Sousa Mendes

Contramarés sem contrapé… 13 Set.

Os rumores de default (incumprimento) eminente da dívida grega - apesar de o FMI ter declarado que a 6ª tranche de financiamento a Atenas "deverá ser aprovada até final do mês" - estão a incendiar o mercado dos credit default swaps (cds, seguros contra o risco de incumprimento). Os dois países mais fustigados são a Grécia e Portugal, que bateram recordes hoje pela manhã no mercado dos cds.

O futuro já chegou à Grécia e enterrou o helenismo!

As aulas começam hoje na Grécia para o ensino primário e secundário, mas ao contrário do habitual, sem todos os livros, que são fornecidos pelo Estado, devido à crise, porque houve um atraso na impressão, que devia ter ficado concluída em finais de agosto.
O Ministério da Educação grego recordou que o problema se deve ao atraso, de 49 dias, da decisão do Tribunal de Contas, que por lei já deveria ter aprovado a compra de papel para os livros.
A educação pública grega proporciona no início do ano lectivo livros gratuitos aos cerca de 1.300.000 de alunos do ensino primário e secundário público e os alunos de escolas privadas têm de comprar os livros, mas a um preço reduzido.
Este é o limite impensável e inaceitável para as políticas de austeridade impostas a qualquer país, que se quer que se desenvolva, ao mesmo tempo que se apregoa como paradigma, que só a EDUCAÇÃO nos pode levar ao sucesso económico e à saída da crise financeira.
TÁ-SE MESMO A VER! Agora só falta que os pedagogos não gaguejem nos argumentos, a favor, ou contra a CULTURA…
Bem sei que se pode questionar da bondade (e do direito) de todos os alunos gregos terem direito aos livros, gratuitamente, da mesma forma que podemos questionar a legitimidade política de em Portugal os pais estarem a pagar os aumentos de salas de aulas (a mesma questão ao contrário), para colocar os seus filhos nas escolas mais próximas… A tal “liberdade de escolha”!
E é o que nos espera, mas não façam do povo tão burro (de carga), durante muito tempo!
O receio de que a Grécia não consiga cumprir com o plano de ajuda externa está a levar a Alemanha a preparar um plano B para o caso de o país falir. Saída do euro é uma das opções.
O ministro das Finanças alemão está a avançar com este plano alternativo, que envolve dois cenários distintos: num deles, a Grécia permaneceria no euro, no outro, teria de abandonar a moeda única, mas oficialmente, um porta-voz garantiu que “se está a trabalhar intensivamente num plano A, e não num plano B”.
Se o Estado helénico entrar em incumprimento, os investidores deixariam de emprestar dinheiro aos países periféricos do euro e, nomeadamente, à Espanha e a Itália, que correm o risco de ser os próximos a pedir ajuda externa. Num cenário destes, a ideia da Alemanha seria disponibilizar àqueles países linhas de crédito, no âmbito do FEEF.
Além disso, o Governo alemão estará a estudar como cenário a eventual saída da Grécia do euro.
Já na sexta-feira o Governo alemão tinha encetado negociações secretas com os bancos e seguradoras do país, para encontrar a melhor forma de apoiar as instituições que detêm títulos de dívida pública grega.
Entretanto, o ministro da Economia alemão também admitiu a possibilidade de um default da Grécia.
Estas declarações e notícias surgem no dia em que a chanceler alemã Angela Merkel recebe à porta fechada, em Berlim, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, para debater a actual crise da dívida.
Para quem teimava e continua a insistir que a saída do euro será o fim do mundo, chegou o fim do mundo. A Alemanha ao desenhar dois cenários para a Grécia, a permanência no euro, ou o abandono da moeda única e aos desmenti-los, só vem confirmar, já que o plano A é o que está em vigor, logo…
E no caso da saída do euro e da volta à dracma, a dívida tem que ser paga em euros (para que quereriam dracmas?), sacando ao FEEF, para distribuir pelos (seus bancos), que se atravessaram e que convém que não fiquem sem “ele”…
A data do default (calote) já está mais, ou menos datada, apesar de os governantes gregos também desmentirem e terem avançado com mais medidas de austeridade, logicamente para acelerar o processo.
Entretanto, em vez de o presidente da Comissão Europeia convocar o Conselho da Europa, para Bruxelas, para debater a actual crise da dívida é a Sra. Merkel Rompuy que chama Durão Barroso (o ex PM português que não deu conta do recado aqui), a Berlim, para lhe dizer à porta fechada o que ele tem que fazer, ou não fazer, desmascarando publicamente a “honorabilidade” do cargo que desempenha e nos empenha.
E é isto a Europa dos cidadãos(?), em que nos querem manter e em que insistem ser o melhor a que nos podemos agarrar…
Entretanto, o FMI também anda a estudar os planos e a fazer desenhos…
E é o que nos espera, mas não façam do povo tão burro (de carga), durante muito tempo!

Ecos da blogosfera – 13 Set.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O perigo nuclear mais perto de nós! Já não é no Japão!

Centrais Nucleares em França
Uma explosão na central nuclear de Centraco, em Marcoule, no sul de França, deixou um morto e quatro feridos nesta segunda-feira, segundo informou a Comissão de Energia Atómica do país. As autoridades francesas disseram não haver risco de vazamento de material radioativo.
A explosão ocorreu às 11h45 no horário local (10h45 de Lisboa) e foi causada por um incêndio num depósito de lixo radioativo. Um perímetro de segurança foi criado ao redor do local.
A central é um dos principais locais envolvidos na descontaminação de instalações nucleares desativadas da França e no tratamento e armazenamento de resíduos nucleares.
Localizada na região de Gard, a central produz um combustível chamado Mox a partir do plutónio reciclado de armas nucleares, mas não inclui reatores.
A planta da Centraco em Marcoule foi aberta em 1955 e é uma das centrais nucleares mais antigas da França, onde cerca de 70% da energia consumida em França vem de fontes nucleares, uma das mais altas percentagens do mundo.
Além da produção de energia, a central de Marcoule teve papel fundamental no programa francês para a fabricação de armamentos atómicos, como o combustível usado nos testes com bombas nos anos 1960.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica), da ONU, disse estar a acompanhar os desdobramentos do acidente junto às autoridades francesas.
Entretanto, já há “certezas” oficiais, que não nos podem deixar tranquilos, por serem oficiais e serem dadas sem tempo suficiente e necessário para opiniões abalizadas…
São 1.100 quilómetros! Alerta está!
O presidente francês Nicolas Sarkozy tranquilizou o país, negando o perigo de uma fuga radioactiva, depois da explosão do forno que explodiu na central nuclear de Marcoule.
Chegou mesmo a temer-se o pior, mas o governo francês negou que tenha havido qualquer fuga no local de armazenamento de detritos nucleares.
Foto

Contramarés sem contrapé… 12 Set.

A polícia norte-americana deteve 3 passageiros após a tripulação de um voo da Frontier Airlines, ter reportado que 2 pessoas passaram “demasiado tempo” na casa de banho. Depois de o avião ter aterrado, acompanhada por caças, os 3 passageiros foram transportados algemados para fora da aeronave e os 3 foram colocados em liberdade, sem que tenha sido apresentada qualquer acusação.

“Dar de si antes de pensar em si”

Já se deu conta da responsabilidade na sua vida? Melhor dizendo: Acha-se responsável? Repare bem. Há algum rastro de responsabilidade na sua existência? Não seja tão rápido a responder. Pense bem, ou espere até ler este texto. Você vai ver que não é tão responsável quanto pensava ser.
A responsabilidade é uma expressão muito usual, demasiadamente corrente e recorrente nas nossas vidas, talvez por essa razão estejamos a dar pouca importância ao que ela realmente é, ou dizem dela ser o que é. Da antiguidade ao existencialismo, o homem vem-se debruçando sobre esta problemática ética, e por mais que queira, não conseguiu de todo afastar-se de uma exigência tão cara à voz e ao coração do outro. Pois, contrariamente ao que achamos, a responsabilidade não nasce de mim, mas do outro. “A responsabilidade não nasce de uma boa vontade, de um sujeito autónomo, que quer livremente comprometer-se com o outro ser. Ela nasce como resposta a um chamamento” (KUIAVA, Evaldo Antônio. A responsabilidade como princípio ético em H. Jonas e E. Lévinas: Uma aproximação. Porto Alegre, RS. Veritas, v. 51, nº 2, junho, 2006, p. 55-60). Não vem de mim, mas do outro. Não é uma exigência da liberdade, mas uma exigência do outro. É por isso que muitas vezes, sem explicação alguma, contrariando toda a lógica, liberamos o bem a quem não nos quer bem, agimos em direção ao outro contra a nossa própria vontade. A responsabilidade, segundo E. Lévinas, filósofo lituano de nacionalidade francesa, é anterior à minha consciência, aos meus interesses e às minhas mesquinhas intenções.
Quem não se contrariou a si próprio por causa de um chamamento, de um clamor, de uma voz, de uma necessidade sem voz, não experimentou o sabor da responsabilidade. Quem não renunciou a si mesmo, às suas intenções e à sua consciência, para atender a um chamamento, ainda não é digno de responsabilidade. Os que cumprem horários rigorosamente pensando que, só por isso, estão a agir de modo responsável, precisam abrir-se a algo muito maior, descoberto por Lévinas. Aqueles que se esmeram em cumprir as suas responsabilidades, cheios de boas intenções, ainda não imaginam que há uma responsabilidade que ultrapassa os limites da liberdade de decidir, ou não, por uma outra pessoa. E aqui encontra-se a guinada da Filosofia de Lévinas que põe a RESPONSABILIDADE acima da sua e da minha liberdade, porque só somos livres, se formos de facto responsáveis. Não é aquela responsabilidade das empresas, nem tampouco a do quotidiano como varrer uma casa, fazer compras, ir à escola, não faltar ao trabalho, ir à igreja a que se refere Lévinas, mas uma responsabilidade impregnada de desprendimento pelo outro em que o sujeito não se afasta do olhar do outro. Uma responsabilidade ilimitada que se oponha a uma outra que se mede pelos compromissos livres de uma consciência egoísta e gananciosa.
A responsabilidade como “ética da ética”, conforme apontam alguns estudiosos na Filosofia de Lévinas, vem compreendida a partir de uma frase conhecidíssima de Dostoievsky: “Somos todos culpados de tudo e de todos perante todos, e eu mais do que os outros” (EI 105). A responsabilidade do eu é infinita. Ele é responsável, não só pelos atos ilícitos que comete, mas também por aqueles que não são da sua autoria, e até mesmo pelas perseguições que sofre. Como justificar tal conceção utópica? Não seria ela inumana? Eis a resposta de Levinas: “Ser humano significa: viver como se não se fosse um ser entre os seres. Como se, pela espiritualidade humana, se invertessem as categorias do ser, em um ‘de outro modo que ser’” (EI 107). O humano emerge, quando o eu, ao invés de procurar satisfazer os seus interesses, estende a mão a outrem, carregando o peso do mundo nos seus próprios ombros (Cf.KUIAVA, Evaldo Antônio. A responsabilidade como princípio ético em H. Jonas e E. Lévinas: Uma aproximação. Porto Alegre, RS. Veritas, v. 51, nº 2, junho, 2006, p. 55-60).
Após esse breve estranhamento acerca da responsabilidade, que é o ponto de discussão sobre as respostas éticas de Lévinas, observamos não ser tão simples ser responsável neste contexto, uma vez que o humano está cercado de pretensões que o impedem de viver saindo de si em direção a outrem, numa espécie de obediência acolhedora da face do outro. Que possamos responder a essa RESPONSABILIDADE!
Prof. Jackislandy Meira de M. Silva - Especialista em Filosofia, Bacharel em Teologia e Licenciado em Filosofia

Ecos da blogosfera – 12 Set.

domingo, 11 de setembro de 2011

A partir de hoje e todos os dias, o seu filho em 1º!

Muitos pais de crianças e adolescentes ficam bastante preocupados, quando sentem que os seus filhos não se sentem motivados para estudar. Esta falta de interesse, quando levada ao extremo, leva-os muitas vezes a procurar a ajuda de um psicólogo. Leia as nossas dicas. Vai ver que é possível resolver este assunto sem a ajuda de um profissional (se não, consulte mesmo!).
1 – Conheça do que o seu filho gosta e utilize os seus talentos para o estimular.
Por exemplo, se ele não gostar de matemática, mas gostar de jogar futebol, faça com que ele conte quantos jogadores estão no campo de futebol, e se retirar alguns, quantos ficam e assim por diante.
2 – Ensine-o a organizar-se
É importante que lhe crie o hábito de estudar, pelo menos, 2 horas por dia. Isso evita que acumule matéria, e dá-lhe mais tempo para fazer outras coisas de que goste.
3 – Não force o seu filho a estudar
Psicologicamente, isso cria um efeito negativo e torna-se contra-producente.
4 – Respeite-o
Caso ele não aprenda logo o que está a estudar, não o chame de incompetente ou qualquer outro nome menos agradável. Isso só fará com que ele se sinta mais desmotivado, podendo mesmo ficar traumatizado.
5 – Apoie o seu filho
Ajude-o a fazer os trabalhos de casa e elogie-o sempre. Mesmo os pequenos progressos.
6 –  Conheça as dificuldades do seu filho e faça tudo para as ultrapassar.
7 –  Estimule o seu filho a pesquisar e a descobrir as respostas por conta própria
Se for preciso, dê-lhe algumas dicas, mas nunca faça o trabalho por ele.
8 –  Crie um ambiente propício para o estudo
Um local iluminado, ventilado e sem barulho.
9 –  Respeite o ritmo de estudo e de assimilação do seu filho
Não o compare ao irmão ou a qualquer outro colega mais rápido. Todos somos diferentes!
10 –  Participe nas actividades, reuniões e eventos escolares
É importante que conheça o plano de estudos da escola e que converse com o professor/diretor de turma periodicamente.
por Solange Sousa Mendes