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sábado, 8 de outubro de 2011

Amigos, amigos, AVALIAÇÃO à parte!

O QUE É... HIPOCRISIA
É representar um papel, tendo em conta as prioridades pessoais.
Fábula à grega em dois atos.
Personagens: o Gafanhoto Stressado e a Aranha Bem-Intencionada.
Cena um: o Gafanhoto tenta convencer a Aranha de que um colega de trabalho dos dois, o Camaleão, é um hipócrita diplomado.
- Esse Camaleão é um fingido, Aranha. Sempre a mudar de cor conforme a ocasião.
- Mas essa não seria só a natureza dele, Gafanhoto? Ele não foi criado desse jeito?
- Nada! Antigamente, ele fazia o mesmo que nós, dava duro para levar a vida. Depois, virou esse artista em tempo integral, sempre escondido atrás de disfarces e artimanhas.
- Mas por que ele faria isso?
- Para tirar proveito da situação. Ele fica ali, na moita, com aquela cara inofensiva, mas, na primeira oportunidade, abocanha os descuidados.
- Puxa, é verdade. E eu, que passo horas a tecer a minha teia, no maior capricho...
- E eu, que fico pulando de um lado para outro sem parar? É por isso que vivo stressado. Se me distraio, o Camaleão solta a língua e pega-me.
- É mesmo. Se você não me abre os oito olhos, eu nunca teria pensado nisso.
- Porque você é singela e bem-intencionada. Sabe como se chama o que o Camaleão está a fazer? Competição desleal no ambiente de trabalho!
- Faz sentido. Você é um sábio, Gafanhoto.
- Obrigado, Aranha. Mas o importante é que não podemos, nunca, confiar no Camaleão.
- Será que não haveria um jeito de o neutralizar? Bom, para benefício mútuo, eu acho que tenho um plano infalível.
- Tem?
- Tenho. Escute...
Intervalo: se os antigos gregos não tivessem inventado as fábulas, a democracia e a filosofia (e, ademais, sacado que a soma do quadrado dos catetos era igual ao quadrado da hipotenusa), ainda assim eles teriam entrado para a história pela sua habilidade para criar palavras. Como "hipotenusa". Ou "hipocrisia", termo que significa "abaixo da decisão". Hipócrita, no teatro grego, era a maneira como o povo se referia ao ator que representava sem nunca tomar decisões sobre o texto. E o seu talento estava em convencer a plateia de que ele não era ele mesmo, mas sim aquele personagem ali no palco. Milénios se passaram e não surgiu melhor palavra para definir os hipócritas modernos, que continuam tão dissimulados como os seus ancestrais. A diferença é que os hipócritas evoluíram. Agora, eles criam os seus próprios diálogos. Por isso, no palco corporativo, a sobrevivência profissional depende da sensibilidade para identificar os personagens que estão a contracenar connosco. O Stressado, que ninguém aprecia muito, pelo menos é sincero ao manifestar os seus sentimentos. O que nem sempre é o caso do colega aparentemente bem-intencionado, em quem depositamos toda confiança e para quem abrimos o nosso coração.
Cena dois: o Gafanhoto aproxima-se para escutar o plano da Aranha. E enrosca-se na teia.
Imediatamente, ela o pica e começa a embrulhá-lo para o almoço.
- O que está a fazer, Aranha? Nós não somos colegas e parceiros?
- Não leve a mal, meu caro Gafanhoto, mas esta é a lei aqui da selva: boa intenção é uma coisa e prioridade pessoal é outra...
Artigo escrito por Max Gehringer publicado na Revista VOCE SA.

Contramarés sem contrapé… 8 Out.

A organização Human Rights Watch apelou à libertação de Liu Xiaobo, lembrando que, um ano depois de lhe ter sido atribuído o Prémio Nobel da Paz, o dissidente chinês continua "injustamente preso".
Antigo professor universitário e crítico literário, Liu Xiaobo, 55 anos, foi condenado em dezembro de 2009 a 11 anos de prisão por "atividades subversivas". Foi a sua 3ª detenção desde a sangrenta repressão do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, em junho de 1989.

Vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante, vermelhão...

O "bloco vermelho" que venceu a eleição parlamentar há duas semanas atrás inclui o Partido Popular Socialista e o Partido Social Liberal.
"Será ótimo ter novos olhos sobre tudo, e será bom estabelecer uma nova direção para a Dinamarca" disse Thorning-Schmidt.
Os social-democratas ocuparão 11 ministérios. Os dois sócios minoritários ficarão com 6 pastas cada. A coligação precisará do apoio da Aliança Vermelha e Verde, de extrema esquerda, que não foi incluída, para garantir a maioria parlamentar.
Na altura da vitória da coligação da esquerda (com um partido da extrema esquerda), sublinhei aqui a “corajosa” atitude do partido social democrata por fazer tal coligação, por ser a única via de chegar ao governo e virar as coisas.
Sublinho agora a descomplexada adjetivação de "bloco vermelho", que ainda não fez asneiras e pelo que se lê, até retificou algumas.
A primeira ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, apresentou o seu Governo composto por 23 ministros e formado pelo bloco social-democrata.
Para o ministério de Assuntos Exteriores, foi designado o presidente do Partido Popular Socialista (PPS), enquanto a chefia do Partido Social Liberal (PSL) ocupou o cargo da Economia e Assuntos Internos.
Depois das eleições legislativas de setembro, Thorning-Schmidt converteu-se na primeira mulher a ocupar a direção do Governo no país escandinavo, num contexto de rejeição às políticas de austeridade que dominaram nos últimos 10 anos.
O bloco social-democrata obteve uma clara vitória com 50,3% dos votos, com o que assegurou 92 cadeiras de 179 no Parlamento.
De acordo com analistas, o giro eleitoral poderia ter mudanças na política económica do executivo, sobretudo relacionada com o lidar da crise que envolve a Europa.
Não deixa de ser surpreendente para nós, que os dinamarqueses tenham rejeitado políticas de austeridade (comparadas com as nossas?) que os dominaram nos últimos 10 anos e tenham votado maioritariamente num “bloco vermelho”, enquanto nós, pelas mesmas razões, mas durante menos tempo, votamos num partido (agora coligação), que nos estão a impor ainda mais austeridade e que continuará com a mesma receita, durante muito tempo, até nos convencermos de que o vermelho é a cor da cereja em cima do “pote”…
E mais surpreendente é que esta mudança feita pelos dinamarqueses nas urnas está ligada a uma outra perspetiva sobre a solução da crise… Se a direita não resolveu, é provável que a alternativa esteja à esquerda, obviamente.
Bruxelas elogiou a decisão de Copenhaga de não ceder à pressão do Partido do Povo Dinamarquês (DF), partido populista de direita para manter o controlo nas fronteiras do país com a Alemanha e a Suécia, abolindo essa medida tomada pelo governo anterior.
O anúncio do novo governo de realizar plebiscitos sobre dois âmbitos (a política de defesa e persecução penal), nos quais a Dinamarca não vai cooperar inteiramente com a UE, é vista com bons olhos pela Comissão Europeia.
Thorning-Schmidt tinha dito anteriormente que manteria o controlo introduzido pelo governo antecessor, mas durante o anúncio do novo governo, a política social-democrata afirmou que as medidas acirradas de controlo nas fronteiras serão suspensas.
O governo conservador-liberal do ex-primeiro ministro Lars Lökke Rasmussen justificou a retomada do controlo, em meados deste ano, como uma medida de combate à imigração ilegal e à criminalidade nas regiões fronteiriças. As medidas não foram vistas com bons olhos, nem por Bruxelas, nem pelos países vizinhos.
Para quem está na União Europeia, ou cumpre todas as normas, ou tem que as cumprir. Também é surpreendente que o anterior governo dinamarquês tenha agido, unilateralmente contra o Acordo de Shengen e os estados membros o tenham permitido, congratulando-se agora com o retorno às normas e procedimentos e no caso em boa hora.
Começa-se a perceber a(s) diferença(s), para quem ainda não tinha percebido, entre a direita e a esquerda…
E mais uma surpresa, que é a de a PM ter faltado à promessa (de manter o controlo sobre as fronteiras), como é timbre na “política moderna”, mas no caso para a substituir por uma prática melhor.

Ecos da blogosfera – 7 Out.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A narrativa do BdP no mais vernáculo “economês”…

A recessão no próximo ano será mais profunda, diz o Banco de Portugal, que agrava a sua projecção para uma contracção de 2,2%, quando antes esperava uma quebra de 1,8%, tal como a “troika”.
No Boletim Económico de outono, a instituição confirma as palavras do seu governador, Carlos Costa, durante uma audição na Comissão  parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, que apontava  para um pior cenário em 2012, algo que o próprio primeiro-ministro já havia admitido.
A contracção de 2,2% do PIB, que se deverá seguir a uma quebra de 1,9% este ano, reflecte em grande  parte as medidas de consolidação orçamental que terão um impacto ainda maior  que o já conhecido no rendimento das famílias e um cenário de maiores restrições  no acesso a financiamento.
O Banco de Portugal espera assim uma maior contracção no consumo privado, de 3,6% em vez dos 2,9% projectados no anterior boletim, uma maior contracção no investimento, demonstrada pela queda de 10,8% na Formação Bruta de Capital Fixo contra os 10% esperados  anteriormente.
"A contracção do consumo privado traduz o impacto imediato sobre as perspectivas  de evolução do rendimento permanente das famílias de medidas de consolidação  orçamental, bem como a incerteza face à natureza de medidas adicionais que  venham a revelar-se necessárias. (...) A contracção do consumo privado em  2011 estará a traduzir, inter alia, uma quebra substancial do rendimento  disponível real das famílias, num contexto de condições de financiamento  mais restritivas que se deverão manter em 2012. As medidas de consolidação  orçamental a adoptar em 2012 implicarão uma redução adicional do rendimento  disponível real, a qual não deixará de se reflectir significativamente na  evolução do consumo privado", explica o Banco de Portugal.
Acresce às dificuldades das famílias o facto de a economia continuar sem  criar emprego. A instituição sublinha que as "condições adversas no mercado  de trabalho" se mantêm, o que "deverá implicar uma forte moderação salarial"  no horizonte da projecção (até 2012).
A forte quebra na actividade económica que se irá verificar, diz o BdP, deverá implicar "uma redução do emprego de cerca de 1%  em 2011 e 2012, que se traduzirá num novo aumento da taxa de desemprego" o que deverá afectar tanto o sector público, como o privado, mas com maior expressão  no público, "em linha com a redução do número de efectivos das Administrações  Públicas admitida" pelo Governo.
Não sei se entenderam as explicações (a amarelo) do BdP, mas o que querem dizer é simplesmente isto:
O mais “previsível” e receitado é cortar nos salários.
O cumprimento dos objectivos orçamentais, “numa perspectiva de sustentabilidade estrutural, constitui um elemento chave do ajustamento da economia”, reforça a instituição.
Mais um naco de “economês”, para justificar o que ainda ninguém justificou em português, porque ninguém pos em dúvida a “chapa 3” da troika, que é mais infalível do que a Bíblia ou o Corão…
No final de setembro, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou uma revisão das previsões de crescimento para 2011 e 2012, estimando uma quebra menor do PIB este ano (1,8% face aos anteriores 2,3%), mas uma contração maior para 2012, de 1,8% para 2,3%.
O Banco de Portugal prevê também para o próximo ano uma redução do ritmo das exportações, devido à conjuntura internacional.
Ou seja, quer a troika, quer o governo, quer o BdP enganaram-se nas previsões, mais uma vez e como sempre, mas continuam a acreditar e querem que nós acreditemos, que desta vez vão acertar…
Não deixa de ser estranho, diria mesmo, estranhíssimo, que nem os economistas de per si, nem as instituições de supervisão em que se integram (até a infalível troika) sejam incapazes de encontrarem a solução dos problemas em que são(?) especialistas, mesmo fazendo os mapas astrais sazonalmente.
E que terão a ver os ciclos da economia com as estações do ano? Será que as coisas económicas mudaram como as condições climatéricas, também por causa dos buracos e daí as falhas astronómicas? Previsivelmente…
E ainda há quem acredite nestas cartomantes, que pelo que se constata só sabem jogar ao “rapa, tira, deixa e põe”? Todos, menos eles, que já sabem que no boletim polínico de inverno, a atmosfera estará muito mais irrespirável…

Contramarés sem contrapé… 7 Out.

"É muito cedo para aplaudir este processo como sendo de grande sucesso" para celebrar a designada "primavera árabe", disse o embaixador de Israel em Portugal, assinalando que é necessário um "longo caminho" para a democracia, defendendo uma posição cautelosa na análise dos processos em curso em países como Tunísia, Egito, Líbia ou Iémen.

A língua portuguesa é mesmo muito traiçoeira…

O QUE É... PERIPATÉTICO
É seguir o exemplo de Jesus: ensinar caminhando.
Numa das empresas em que trabalhei, fazia parte de um grupo de treinadores voluntários.
Éramos coordenados pelo chefe de treino, o professor Lima, e tínhamos até um lema: "Para poder ensinar, antes é preciso aprender" (copiado, se bem me recordo, de uma literatura do Senai).
Um dia, reunimo-nos para discutir a melhor forma de ministrar um curso para cerca de 200 funcionários. Estava claro que o método convencional - botar todo mundo numa sala - não iria funcionar, já que o professor insistia na necessidade da interação, impraticável com um público daquele tamanho. Como sempre acontece nestas reuniões, a imaginação voou longe do objetivo, até que, lá pelas tantas, uma colega propôs usarmos um trecho do Sermão da Montanha como tema do evento. E o professor, que até ali estava meio quieto, respondeu de primeira. Aliás, pensou alto: - Jesus era peripatético...
Seguiu-se uma constrangida troca de olhares, mas, antes que o hiato pudesse ser quebrado por alguém com coragem para retrucar a afronta, dona Dirce, a secretária, interrompeu a reunião para dizer que o gerente de Recursos Humanos precisava falar urgentemente com o professor. E lá se foi ele, deixando a sala à vontade para conspirar.
- Não sei vocês, mas eu achei esse comentário de extremo mau gosto - disse a Laura.
- Eu nem diria de mau gosto, Laura. Eu diria ofensivo mesmo - emendou o Jorge, para acrescentar que estava chocado, no que foi amparado por um silêncio geral.
- Talvez o professor não queira misturar religião com treino - ponderou o Sales, que era o mais ponderado de todos. - Mas eu até vejo uma razão para isso...
- Que é isso, Sales? Que razão?
- Bom, para mim, é óbvio que ele é ateu.
- Não diga!
- Digo. Quer dizer, é um direito dele. Mas daí a desrespeitar a religiosidade alheia...
Cheios de fúria, malhamos o professor durante uns dez minutos e, quando já o estávamos sentenciando à fogueira eterna, ele retornou. Mas nem percebeu a hostilidade. Já entrou a falar:
- Então, como ia dizendo, podíamos montar várias salas separadas e colocar umas 20 pessoas em cada uma. É verdade que cada treinador teria de repetir a mesma apresentação várias vezes, mas... Por que me estão a olhar desse jeito?
- Bom, falando em nome do grupo, professor, essa coisa aí de peripatético, veja bem...
- Certo! Foi daí que me veio a ideia. Jesus se locomovia para fazer pregações, como os filósofos também faziam, ao orientar os seus discípulos. Mas Jesus foi o Mestre dos Mestres, portanto a sugestão de usar o Sermão da Montanha foi muito feliz. Teríamos uma bela mensagem moral e a deslocação física... Mas que cara é essa? Peripatético quer dizer "o que ensina caminhando".
E nós ali, encolhidos de vergonha. Bastaria um de nós ter tido a humildade de confessar que desconhecia a palavra, que o resto concordaria e tudo se resolveria com uma simples ida ao dicionário. Isto é, para poder ensinar, era preciso aprender antes. Finalmente, aprendemos.
Duas coisas. A primeira é: o facto de todos estarem de acordo não transforma o falso em verdadeiro. E a segunda é que a sabedoria tende a provocar discórdias. Mas a ignorância é quase sempre unânime.
Artigo escrito por Max Gehringer publicado na Revista VOCE SA.

Ecos da blogosfera – 6 Out.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Alguns dos 99% “Ocupam”. E preocupam 1%?

Com quase 3 semanas de protestos "Ocupar Wall Street", em Nova Iorque, na rebatizada "Praça da Liberdade" convivem, ao som de tambores, ideologias anarquistas com "chavistas", e as agruras dos desempregados com filosofias de meditação orientais, como Ananda Marga.
No pequeno recinto rodeado de polícia, encaixado entre o Ground Zero e o centro financeiro de Nova Iorque, cerca de meio milhar de pessoas concentrava-se na tarde de segunda feira, alguns para mais uma marcha de protesto, outros para fazerem trabalho voluntário no campo: alimentar os blogues, distribuir comida, bebida ou panfletos.
Pizzas, donuts, sandes ou caixas de bananas são oferecidos e mandados entregar através da internet por simpatizantes que estão na cidade e sítios distantes como a Califórnia ou até mesmo a Nova Zelândia e também do Egito chegaram ofertas.
"Por que vim? Por que não? É o tipo de coisa que faço, de que gosto. Sou uma pessoa ativista", adiantou a "anarquista" de 26 anos, "empregada mas a ganhar pouco, o suficiente para viver" que vem todos os dias de Brooklyn para a manifestação.
A área de "media"
À entrada do recinto, dezenas de manifestantes tocam incessantemente tambores ou até baldes, agitam paus-de-chuva ou simplesmente batem palmas, fazendo lembrar música dos índios norte-americanos.
Um pouco mais abaixo, um idoso de barba branca toca flauta transversal e, num recanto, um casal faz exercícios de yoga.
O centro nevrálgico do acampamento é a chamada área de "media", onde através de computadores portáteis, os membros atualizam blogue e redes sociais com texto, áudio e vídeo sobre o que se está a passar no acampamento ou nas marchas de protesto que dele irradiam para as ruas circundantes ao longo do dia.
Essencialmente contra a desigualdade económica, as manifestações tiveram início a 17 de setembro e ganharam adesão e atenção mediática sobretudo depois das detenções de manifestantes (700) no sábado e de agressões policiais na semana anterior.
O jovem Andrew veio de autocarro de Filadélfia, cerca de uma hora e meia de viagem, mas, de skate debaixo do braço, tem alguma dificuldade em explicar porquê.
"Tem alguma coisa a ver com cenas das empresas, isso eu sei. Alguém me disse, `queres que te pinte a cara?´, e eu disse `sim, altamente´", disse o jovem com um colar de notas de dólar à volta do pescoço e a cara pintada de branco e vermelho-sangue nos cantos da boca, como um vampiro.
"Eu apoio a causa deles, e isso, mas agora não tenho assim um discurso longo". No meio de muita gente que passa, a jovem Mabel está sentada ao lado de uma mão gigante, das cores da bandeira americana, com os dedos indicador e do meio a fazer o "V" de vitória.
"Acho que é importante que nos mantenhamos pacíficos, porque o momento em que os protestos se tornarem violentos é o momento em que a nossa causa vai pelo cano", afirma a jovem de Jacksonville, Flórida, que chegou no sábado a Nova Iorque depois de uma viagem de 16 horas e acabou detida pela polícia no mesmo dia, juntamente com 700 manifestantes na ponte de Brooklyn.
"Vi Times Square, a Estátua da Liberdade, Chinatown, o Empire State Building, todas essas coisas pela minha primeira vez na minha vida, com algemas e a ser transportada num autocarro da polícia para a cadeia", adiantou.
Uma conversa torna-se num comício
Ao lado está sentado o namorado e companheiro de viagem, Seth, que pediu férias ao seu empregador, Bank of America, uma das instituições mais vilipendiadas pelo movimento, porque "não sendo contra o capitalismo ou contra o governo", acredita que "tem de haver um sistema melhor para que as vozes das pessoas sejam ouvidas".
Na Praça uma conversa rapidamente se torna num comício, e Brian junta-se para contar a sua história: licenciou-se em agosto, aos 23 anos, com "cinco cartas de recomendação" e está a trabalhar "por 13 dólares a hora a guiar um carro blindado por zonas muito más" de Nova Jérsia. "É terrível". "Quero fazer 40 mil dólares por ano, é tudo. Posso pôr dinheiro de lado, pagar as minhas contas e viver confortavelmente", disse.
Aqueles que vêm pela primeira vez ao recinto têm cartão e tintas à disposição para escrever o seu cartaz. Num deles uma jovem escreve latim: "Sapere aude - ousa saber".
Algumas das mensagens favoritas são "taxar os ricos" e "eles [os bancos] foram resgatados, nós fomos vendidos".
Ao longo do dia, vão sendo convocadas assembleias para distribuir tarefas. Alguns sentam-se apenas a fumar cigarros, a tricotar, a comer ou mesmo a jogar "Scrabble" no chão.
"Dada" veio para difundir Ananda Marga - não uma "religião, muito menos um culto", mas uma "filosofia social e económica". Veste uma t-shirt cor de laranja onde se lê "pessoas que lucram com o sofrimento dos outros são imorais".
"O Ter é o nível mais baixo do ser da Humanidade, o Fazer é o do meio, e Ser é o mais subtil, onde se chega através da meditação", explica.
A estudante universitária Stacy, do Connecticut, dormiu pela primeira vez ao relento na Praça no domingo, para "participar na revolução espiritual em todo o mundo". "O primeiro passo é criar uma comunidade de amor, depois vemos para onde vamos".
O imigrante mexicano
O imigrante mexicano Israel veio para a Praça empunhando um cartaz com uma mensagem política clara: "[O presidente venezuelano Hugo] Chavez disciplinou as grandes empresas e banqueiros, mas Obama não".
Sim, admite que na Venezuela "as coisas estão difíceis". "Mas em que país é que não estão?".
“No México 302 famílias são donas da riqueza do país. E o povo a morrer de fome. É isto a democracia?", questiona. Pouco depois, tirava a boina "à Chavez" e saía a correr para o trabalho.
Nota - Tudo o que está a cinzento, é o folclórico, que diminuiria o articulista, se tivesse assinado. A notícia resume-se ao amarelo.
Ora aqui está uma notícia que nos dá que pensar, não na essência do movimento, mas no ridiculamente acessório, reduzindo tudo à fauna urbana, às etnias bizarras, aos parvinhos no ativo e à inconsciência de TODOS os aderentes.
O “jornalista” é que teve um azar dos diabos ao não encontrar UMA SÓ PESSOA, que soubesse o que estava ali a fazer, bem vestida e com razões bastantes para justificar a presença! É preciso ter muito azar!
Quem lê, até poderá pensar que a CIA faz press releases para os media, mas se o fizessem não seriam tão serôdios…
Entretanto, ao contrário do folclore descrito, parece que em 2 dias os atrasadinhos passaram de 500 para 5.000, já com a participação de sindicatos e a ver vamos…
Mais de 5.000 pessoas manifestaram-se na quarta feira nas ruas de Nova Iorque contra a "ganância empresarial", numa marcha de protesto que juntou alguns dos principais sindicatos da região ao movimento "Ocupar Wall Street".
Seguida de muito perto pela polícia, a manifestação percorreu a Broadway junto ao centro financeiro da cidade, com estandartes sindicais, anarquistas ou pacifistas e entoando slogans como "nós somos os 99%" e "ocupar Wall Street, ocupar todos os dias".
A realidade não é bem, bem, o que (descre)vemos…

Contramarés sem contrapé… 6 Out.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que Portugal deve ser visto pela Itália como um exemplo do que deve ser feito para resolver os problemas das contas públicas. Merkel falava em Bruxelas, ao lado do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, numa conferência de imprensa onde se notou, uma vez mais, o desacerto de opiniões entre a Alemanha e a Comissão Europeia.

Super ministra já decidiu. Está decidido! OK?

Os portugueses estão na sua grande maioria contra as principais privatizações que se avizinham, revela um estudo da Eurosondagem.
Em todas as empresas apresentadas - Águas de Portugal, TAP, EDP, REN, Galp, CTT e RTP -mais de metade dos inquiridos votou a favor da manutenção das mesmas nas mãos do Estado.
A Águas de Portugal e a TAP são as duas empresas que merecem maior oposição, com 70,6% dos inquiridos contra a privatização da primeira e 68,2% dos inquiridos a manifestarem-se contra a venda da transportadora aérea.
Esta é(?) a vontade do POVO, segundo uma sondagem, que não tem força democrática, claro!
"O Bloco de Esquerda lançou este fim de semana, formalmente na Assembleia da República, a iniciativa a favor de um referendo à privatização das Águas de Portugal. Queremos que esse referendo se realize", disse o coordenador do BE, Francisco Louçã.
Esta é a forma de se saber qual é a vontade do POVO, democrática e constitucionalmente, claro!
Rejeitar o processo, é usurpar o direito de propriedade do Estado, que é o POVO, claro!
A ministra do Ambiente, Assunção Cristas, vai avançar para a privatização da Águas de Portugal e afirma que esta já era uma posição expressa no programa eleitoral do PSD, dispensando o referendo proposto pelo Bloco de Esquerda.
A ministra adiantou que, conta ter o modelo reestruturado até ao final de 2012 e que nessa altura avança pela privatização. Defende que a privatização é que irá resolver um passivo de 3.000 milhões de euros, permitirá enfrentar pesados planos de investimento e resolverá o que chama de "o problema da disparidade de tarifas". Afirma ainda que "é um recurso que tem de ser devidamente valorizado. A água custa dinheiro".
A Águas de Portugal tem tido um aumento consolidado de lucros (só no primeiro semestre deste ano aumentou 384%).
É bizarro que uma pessoa formada em Direito, ponha de lado uma solução democrática e constitucional e se baseie no programa eleitoral do PSD, mesmo sendo ela do CDS-PP. Mas também, quem em ano e meio saiu do anonimato para super ministra, fazendo uns discursos esporádicos na AR, ou é um génio, ou não é super. Aliás, de super, nada fez até agora a não ser o fait diver da gravata, que é super anedótico… Adiante!
Ah! Mas não era esta Sra. que defendia o regresso à exploração do MAR e o empenho a sério na AGRICULTURA? Já só faltam 3 anos e 8 meses para acabar o mandato… Ficamos à espera!
Entretanto, a questão será “resolvida” lá para o final de 2012, seguramente com um grupo de trabalho (se é que consta do programa eleitoral do PSD)…
A defesa que a super mulher faz da privatização baseia-se na eliminação do “prejuízo” (como se não fosse um bem essencial a garantir com verbas do OE) e que levará ao aumento das tarifas, diminuir o gasto com investimento para igualar as tarifas (o que bastava regulamentar) e afirma que a água custa dinheiro (mas a um preço justo e socialmente sustentável), mas tanto custa sendo estatal como sendo privatizada!
Para azar da super, a Águas de Portugal tem tido lucros, com um aumento de 384% no 1º semestre deste ano.
Lá se foram os argumentos contabilísticos…
O presidente do Grupo Águas de Portugal apresentou a renúncia ao cargo, acompanhada pela renúncia de dois outros administradores, que fica sem quórum, o que abre as portas à ministra Assunção Cristas, para substituir a liderança do grupo e preparar a privatização com uma direção escolhida pelo atual Executivo.
"A escolha do novo presidente é um processo que está em curso", avançou fonte oficial do ministério da Agricultura e do Ambiente.
Pronto! Já há mais jobs for the bosses, paus para toda a colher e aceitam-se apostas para os nomes e as ligações partidárias…
Água não falta, só falta Portugal…

Ecos da blogosfera – 5 Out.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A troika diz que assim vamos lá... E vós acreditais?

O governo a queixar-se da diminuição da receita fiscal com a venda de automóveis. O sector em sobressalto por causa da diminuição na compra de veículos. A quebra no consumo das famílias.
Depois do pico na venda de automóveis no final do ano passado – quando foi anunciado o aumento do IVA de 21% para 23% –, a venda de carros novos não pára de baixar, de tal forma que só nos primeiros 8 meses do ano, o valor da compra de carros já caiu cerca de 600 milhões de euros – 138 milhões seriam a receita do Estado com o IVA destas vendas, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
E tudo aponta para que o agravamento venha a ser ainda maior. Por um lado, o memorando da troika aponta para um aumento dos impostos especiais sobre o consumo, de forma a aumentar a receita fiscal do Estado, por outro lado, a retracção do consumo das famílias vai agravar-se por causa do imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal.
Por causa da quebra de vendas, o Salão Automóvel, que deveria arrancar no dia 4 de Novembro, foi cancelado.
Não há razão específica para pegar no tema, mas serve com 1º exemplo prático da aplicação da “chapa 3” da troika, que no caso reduz o consumo interno (600 milhões de euros), mas… o Estado, em consequência vê reduzida a receita do IVA em 138 milhões de euros, que davam jeitinho para aliviar o cão.
Mas, diz-se (como se fosse preciso ser adivinho) que o agravamento neste setor vai ser ainda maior, logo vai haver mais redução de receitas…
E tudo isto, em virtude de o memorando da troika ditar que houvesse um aumento dos impostos especiais sobre o consumo, PARA AUMENTAR A RECEITA FISCAL DO ESTADO, como se prova!
Tendo em conta a retracção do consumo das famílias, agravada com o saque extraordinário no subsídio de Natal, mais as medidas de austeridade, é fácil perceber que a redução dos impostos é imposta pela própria medida, o que prolongará por tempo indefinido a almejada recuperação...
Mas a troika e os “troikistas” dizem-vos o contrário! E vós acreditais?
Augusto Canário - E Vós Acreditais?

Foto

Contramarés sem contrapé… 5 Out.

A agência de notação financeira Fitch reviu em baixa a nota atribuída a 6 bancos portugueses no que designa por 'viability rating', de onde os removeu da observação negativa.
As instituições envolvidas são Caixa Geral de Depósitos, Millennium bcp, BPI, Montepio Geral, Banif e Santander Totta.

“INFLUENZA”: os PRÓS e um do CONTRA…

Apesar do Outono quente, arrancou esta segunda-feira a época de vacinação contra a gripe. As autoridades sanitárias recomendam a vacinação de todas as pessoas com mais de 60 anos, aos doentes crónicos e imunodeprimidos com mais de 6 meses e grávidas com mais de 12 semanas de gestação.
Cerca de 1.900.000 de vacinas contra a gripe começam a ser vendidas nas farmácias e 350.000 distribuídas nos centros de saúde, para os beneficiários do complemento solidário para idosos, para os residentes em lares de idosos de instituições particulares de solidariedade social, das misericórdias e de gestão directa da segurança social e para os doentes integrados na rede de cuidados continuados.
Mesmo sabendo-se que já há muita gente habituada à vacinação contra a gripe sazonal, e por isso, parece-me excessivo o tempo usado na sua publicidade e a massa de notícias, com pormenores que não interessam ao utente.
Por exemplo, de que servirá saber-se que há 2.250.000 vacinas disponíveis, que correspondem a cerca de 20% da população? Serão todas utilizadas, ou vão sobrar tantas como as da “Gripe A”? E quanto custam? É estranho, que não haja hoje nenhuma medida que o governo tome (sobretudo na área da Saúde) a que não seja acrescentado o respetivo valor e nesta das vacinas se tenham esquecido de a revelar. É que dá a sensação de que não houve preocupação com os gastos (para garantia do funcionamento do SNS), ou porque realmente a gripe sazonal é mesmo coisa grave, ou porque as vacinas são muito baratas.
E como perguntar não ofende, pode-se saber se as vacinas vêem da Alemanha?
Para os restantes 80% a quem não chegarão as vacinas, pelos vistos há alternativa e mais barata, quer para o Estado, quer para o utente (gratuita), de que faço aqui publicidade (gratuita), esperando bem que não seja enganosa e que resulte, quer na saúde das pessoas, quer na saúde financeira do SNS…
Sérgio Puppin, médico cardiologista e nutrólogo, reconhecido internacionalmente por inúmeras publicações, foi o orador convidado para uma conferência sobre “A Arte de Sobreviver ao Mundo Tóxico”, promovida pelo Instituto de Terapias Globais, no Funchal.
Oriundo do Rio de Janeiro, Brasil, Sérgio Puppin procurou desmistificar atitudes que considera prejudiciais para a Saúde e alertar para a adopção de hábitos saudáveis. Um dos métodos muito contestados por este profissional de Saúde é a vacina contra a gripe. “Eu sou contra a vacinação de pessoas idosas que se vacinam contra a gripe comum, a gripe do H1N1 ou mesmo a vacina para evitar pneumonias”, afirmou.
Ao apontar os malefícios da mesma, advertiu que a melhor maneira de prevenir a gripe é da forma natural, ou seja, apanhar sol, sem protector, logo pela manhã (até às 8.30h) e ao fim da tarde. “O nosso corpo é coberto por colesterol, estes raios ultra-violeta B transformam o colesterol da pele em vitamina D3, que hoje é um verdadeiro antibiótico”, explicou. A vitamina D3 evita 17 tipos de cancro, inclusive, da pele, da mama e da próstata.
Prevenir a gripe passa, também, por reforçar o organismo com antioxidantes existentes na fruta e nos legumes, beber óleo de fígado de bacalhau e comer peixe rico em Omega 3 e vitamina D3. “Praticamente, essas pessoas não vão ficar engripadas e vão enfrentar o Inverno sem problemas porque as vacinas são altamente tóxicas e há casos de morte porque contêm muito mercúrio”, advertiu.
Quanto à teoria do Dr. Puppin, caberá aos médicos e nutricionistas confirmaram, ou desmontarem a verdade científica das recomendações.

Ecos da blogosfera – 4 Out.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Quem passou “por elas” é que sabe do que fala!

Iansã - deusa protetora dos ventos e tempestades
Dilma Rousseff garantiu, que não tomará medidas de austeridade fiscal para fazer frente aos efeitos da crise económica, relembrando o período de dificuldades passado pelo Brasil nas décadas de 1980 e 1990 e criticou as medidas “extremamente recessivas” adoptadas na altura, políticas que, só serviram para gerar estagnação e desemprego.
“Dificilmente” se consegue sair da crise sem aumentar o consumo, o investimento e o nível de crescimento da economia. “Os países devem agir para evitar que seus povos vivam o desemprego e perdas dos direitos sociais”, defendeu Dilma, acrescentando que o seu país tem conseguido aliar crescimento com distribuição de rendimentos.


Basta querer ver o que já se passa nos “países à rasca” para se entender o que Dilma diz e para lhe dar o direito à razão, se soubermos dos progressos alcançados no Brasil:
Grécia: já não há dia sem protestos
Espanha: desemprego volta a subir em Setembro
Milhares marcham em Portugal contra plano de austeridade
A voz dos “indignados” faz-se ouvir nos EUA
Para quem pensa que a presidente brasileira é o que é por ser mulher (como ela própria pensa), deve ter em conta a sua formação académica, que passa pela formação em ciências económicas e pela consciência social e política para continuar a dar-lhe o direito à razão. E não é por estar fora do jogo que a ajuda ver melhor, é por ter sido vítima desse jogo… Os nossos analistas (os picaretas falantes) só não veem porque não querem ver, só porque lhes dá muito jeito!
Entretanto, um mau agoiro, mas que tem uma “receita”, que lhe poderá dar créditos, mas se lermos com atenção, verificamos que o principal conselho é: “que se lixem os países pobres, vamos é salvar os países remediados e ricos!”, que é a lei do mais FORTE, ou do salve-se quem puder…
O economista faz jus à sua alcunha de profeta da desgraça e traça um cenário muito negro para a Europa. Segundo Roubini, a actual crise já não tem só a ver com a Grécia, Irlanda e Portugal.
O economista reiterou a necessidade de se estabelecer um plano com oito pontos, conforme defendeu recentemente.
1. Muito mais flexibilização monetária e quantitativa. E isso inclui flexibilização do crédito.
2. Estímulos orçamentais de curto prazo nos países que ainda o podem fazer, como os EUA, Reino Unido, Alemanha, núcleo da Zona Euro e Japão. É a periferia da Zona Euro que está a realizar um aperto orçamental. Os restantes devem adiar a austeridade, pois no curto prazo precisamos de estímulos.
3. Fornecer significativos apoios de credor de último recurso a Itália e Espanha para garantir que estes países soberanos, ilíquidos mas solventes, não descarrilam.
4. Reestruturar de forma ordenada a dívida dos governos, dos bancos, das famílias que estão insolventes.
5. Forte recapitalização dos bancos europeus através de um programa ao estilo do norte-americano TARP (compra de activos tóxicos por parte do governo).
6. Apoiar os mercados emergentes, providenciando ajuda monetária e orçamental aos países que vão entrar em apuros, ajuda essa que deve ser dada através do FMI e de outras instituições financeiras internacionais.
7. Conceder crédito a pequenas e médias empresas e às famílias que estão com aperto de liquidez.
8. Saída ordenada dos países que não vão conseguir recuperar a competitividade na Zona Euro, como a Grécia e, potencialmente, também Portugal.
“Receio que os políticos norte-americanos e britânicos não tenham vontade política para o fazerem nos seus próprios países, quanto mais coordenar este esforço a nível internacional”, afirmou.
Como dizia Shimon Perez há anos, dentro do mesmo critério: “Mais vale dar dinheiro aos pobres dos países ricos, do que aos ricos dos países pobres.”
Teria o homem razão?
Quem não a tem, como se queria demonstrar, enquanto o futuro não chega, são os “nossos” algozes da troika, que vão semeando ventos…

Contramarés sem contrapé… 4 Out.

Os ministros de finanças do euro aceitaram a derrapagem do défice grego em 2011 e apenas pedem novas medidas orçamentais para 2013 e 2014. Trata-se de um sinal claro de que as medidas tomadas em Atenas nas últimas semanas são suficientes para que a próxima tranche seja desbloqueada este mês.
Juncker "saudou" as medidas "corajosas da Grécia" notando que "vão contribuir para cumprir globalmente as metas de 2011 e 2012", pelo que pedem apenas "novas medidas para fechar buracos orçamentais em 2013 e 2014, acelerando o processo de privatizações"

O nosso próximo futuro desenhado a papel químico!

Segundo o projecto do Orçamento do Estado para 2011 da Grécia, aprovado num conselho de ministros extraordinário, o défice orçamental do país deverá fixar-se em 8,5% do PIB este ano, quase um ponto percentual acima da meta de 7,6% acordada com a troika e para 2012, Atenas estima um 'buraco' das contas públicas de 6,8% do PIB, também acima dos 6,5% exigidos pela UE e pelo FMI em troca do resgate de 110 mil milhões de euros concedido em Maio de 2010.
Além disso, o Executivo helénico prevê uma contracção do PIB do país de 5,5% este ano e de 2% em 2012, em linha com ‘World Economic Outlook' do FMI, publicado no mês passado, mas pior que as projecções usadas em Julho para a negociação do segundo resgate financeiro do país, no valor de 109 mil milhões de euros, que apontavam para um regresso ao crescimento da economia grega no próximo ano.
O Governo grego argumenta que a derrapagem orçamental resulta do agravamento da recessão acima do esperado. Já os credores da Grécia apontam também o dedo à incapacidade de Atenas de avançar com as reformas estruturais necessárias para equilibrar as contas públicas.
O conselho de ministros ocorreu depois de a 'troika' ter estado esta semana em Atenas a passar, mais uma vez, a pente fino as contas públicas gregas e a verificar a execução das medidas de austeridade - para avaliar se pode libertar a sexta tranche do resgate. O ministro das Finanças grego disse, que o apoio no valor de oito mil milhões de euros "está assegurado".
Como se vê, o défice orçamental da Grécia deverá aumentar, este ano, quase 1% e para o ano mais 0,3% acima do acordado com a troika, com as receitas da troika, convém dizê-lo!
Para complicar o problema e contrariar a solução da troika preveem uma contracção do PIB de 5,5% este ano e de 2% em 2012, que apontavam para um regresso ao crescimento da economia grega no próximo ano!
O Governo grego diz que a derrapagem se deve ao agravamento da recessão acima do esperado (ninguém sabe fazer contas!), enquanto os credores apontam TAMBÉM (já começam a reconhecer o embuste da austeridade) a incapacidade para avançarem com as reformas estruturais necessárias (mais austeridade e mais saque mais rápido) para equilibrar as contas públicas…
E pasme-se! A 'troika', MAIS UMA VEZ, passou a pente fino (a bitola deve ser a europeia) as contas públicas gregas e só agora é que viu os “gatos”, sem antes ter visto os “piolhos”…
Não acertam uma!
E todo o trabalho “minucioso” da troika foi para (fazer de conta que estavam a) avaliar se a 6ª fatia do “resgate” vai ser entregue, ao mesmo tempo que o ministro das Finanças grego já ter dito, que o apoio está assegurado, como estava bem de ver, porque a troika já sabe há muito que a “chapa 3” não resulta e os credores tem mais a perder se não esperarem por melhores dias, que com esta receita nunca mais vão vir…
Só lá para o Virão…
O Governo grego aprovou a redução de 30.000 funcionários públicos para este ano, após um acordo com os inspetores da troika, com o objetivo de poupar 300 milhões de euros até ao final de 2012. Concretamente, os 30.000 funcionários públicos terão, numa 1ª fase, um "estatuto de reserva", etapa que implica o pagamento de 60% do salário durante um ano, enquanto o funcionário espera ser recolocado, despedido ou reformado.
Mas apesar de os gregos já terem concluído que os “resgates” entrarão ciclicamente, mesmo com as cenográficas reuniões dos ministros das Finanças da UE, que devem gastar o correspondente a cada tranche, insiste em castigar o povo, agora e de novo os Funcionários Públicos, com uma medida que o “nosso” governo já desenhou: Contramarés sem contrapé… 28 Set.
Não seria boa ideia acabar logo com todos os Funcionários Públicos? Assim às pinguinhas, até parece doença... 
Por cá, o governo e os ministros responsáveis pelas contas não lêem os jornais com estas notícias, continuam a acreditar na troika, na austeridade como saída para a dívida, sabendo que a recessão não gera dinheiro e ainda põem uns pozinhos a mais, enquanto o povo está calado, ou se passeia em manifestações pacíficas e os assaltos e a insegurança arrancam em força, até aos conflitos previsíveis, mas que serão reprimidos, com ordens firmes e com a voz bem colocada, para que se ouça e se intimide…
Estão aqui alguns factos e era bom que governantes, “experts” e “picaretas falantes” apresentassem os contra argumentos para a gente entender, a competência de adivinhação de cada um dos grupos e podermos acreditar que o nosso futuro não está a ser desenhado a papel químico do da Grécia, só porque “as mesmas causas produzem os mesmos efeitos!”