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segunda-feira, 2 de julho de 2012

“Solução Arrendamento”: um trabalho sem rede…

Os principais bancos e o Estado assinam um acordo para a criação de um mercado intermédio entre o mercado livre de arrendamento e o mercado de arrendamento social, anunciado pelo Governo em fevereiro, que colocará no mercado mais de 800 imóveis, através de um fundo de arrendamento de valor superior a 100 milhões de euros.
O Mercado Social de Arrendamento é uma das medidas previstas no Programa de Emergência Social (PES), sendo classificada pelo Governo como uma resposta inovadora para uma das atuais necessidades sociais.
O projeto junta os principais bancos privados portugueses, nomeadamente o BES, o Banif, o BP, o Santander Totta, o Montepio Geral, o Millennium BCP, bem como a CGD, associados ao Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social e ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), para em conjunto fundarem um fundo único imobiliário de arrendamento, o Fundo de Investimento Imobiliário para Arrendamento Habitacional (FIIAH).
O FIIAH será depois gerido por uma entidade gestora que os bancos selecionaram entre eles, que é a NORFIN, com a qual 60 municípios - dos mais de 100 com imóveis identificados -, já assinaram para a gestão do arrendamento.
Os imóveis em causa saem das mãos das entidades bancárias e são colocados no mercado de arrendamento com rendas pelo menos 30% abaixo do valor de mercado.
NORFIN pertence a gestor que ajudou a lançar ex-empresa do secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro e gere o Campus de Justiça.
A sociedade escolhida pelos bancos que aderiram ao programa Mercado Social de Arrendamento para gerir o fundo “Solução Arrendamento” - a NORFIN - é presidida por João Brion Sanches, ex-sócio do atual secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas.
Miguel Pais do Amaral, Alexandre Relvas e Filipe de Botton, que lideram a Logoplaste e são sócios não-executivos da NORFIN, também ajudaram Carlos Moedas a criar a Crimson Investment Management, em 2008, que hoje tem uma atividade diferente e é 100% detida pela mulher do governante, Céline Abecassis-Moedas.
Com escritórios em Lisboa e Madrid, a NORFIN dedica-se à gestão de ativos e fundos imobiliários e tem cerca de 1.000 milhões de euros sob gestão.
O “Solução Arrendamento” tem um ativo de 72 milhões de euros, a que correspondem já 613 imóveis escriturados.
Não se pode negar que o projeto tem o seu mérito, se esquecermos que os imóveis provenientes de cada banco são o resultado de circunstâncias penosas e penalizadoras dos anteriores “proprietários”, que se viram impossibilitados de cumprir as suas obrigações contratuais. E foi pena que o governo não encontrasse soluções para as vítimas das suas (da troika) medidas, que geraram as circunstâncias e tenha sido iluminado para encontrar esta solução, que minimiza os “prejuízos” da banca…
Mas no meio da borrasca é melhor pagar 70% de uma renda do que 100%, como diria La Palisse…
E La Palisse diria também, que se os bens são dos bancos, os bancos tem todo o direito de entregarem a gestão a quem muito bem entendem. Mas, se o Estado está metido no negócio, também cabe ao governo alguma responsabilidade na escolha do gestor do tal FIIAH, que deve ter concordado com a empresa selecionada.
Será por isso que se tenta desenhar uma rede com nós entre gente de certas empresas e um governante, que sendo Engenheiro Civil está ligado às Finanças?
Se há algo que une alguns dos nomes registados, parece ser a militância no partido maioritário do governo, o que não é pecado (e até é abonatório), pela competência e sucesso das várias empresas nomeadas, inclusive a selecionada e mesmo que pareça INACEITÁVEL NÃO É ILÍCITO, conforme recente doutrina da ERC… E para mais, a empresa até já está “com a mão na massa” ao gerir o Campus de Justiça, o que facilita bastante o pagamento dos respetivos serviços em moedas e talvez num só recibo (poupando-se o abate de árvores)…
Mais surpreendente do que tudo isto, e que aconselho a ler na totalidade, é o que consta aqui: Globalistas da Carlyle preparam investimentos milionários em Portugal

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