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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A realidade arrasa inevitabilidade! Mas continuemos…

A Moody’s diz que Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha “alcançaram melhorias, mas ainda não resolveram totalmente os desequilíbrios externos desenvolvidos (...) no período anterior à crise”, e considera que “a correcção está no máximo a meio, dependendo do país em questão, e poderá levar vários anos”.
O cenário de mais alguns anos de ajustamentos para corrigir os desequilíbrios externos pode ser particularmente penoso para as populações destes países, que têm sofrido várias vagas de medidas de austeridade.
A agência faz também uma observação que não tem sido comum no discurso em Portugal sobre as origens da actual crise, centrado no endividamento do Estado. A causa dos “desequilíbrios acumulados” destes países é atribuída pela Moody’s ao “comportamento contrário à poupança nos seus respectivos sectores privados nacionais em vez de nos seus governos”.
A Moody's é uma das três grandes agências de notação de risco de crédito dos EUA e do Ocidente (a par da Standard & Poor’s e da Ftich), às quais tem sido atribuída parte da responsabilidade pela crise imobiliária nos EUA que desencadeou a crise financeira no final da década passada, devido a atribuírem notas elevadas – que pressupõem riscos mínimos – a produtos de crédito que depois se revelaram o chamado “lixo tóxico” no sistema financeiro.
Depois de uma morte anunciada em 2008, a Islândia ressuscitou e parece estar bem de saúde. Sem abrir mão dos apoios sociais, a Islândia reduziu a taxa de desemprego para 4,8% (há dois anos era de 9,3%) e, para 2012, está previsto um crescimento económico na ordem dos 2,4%. Um caso único, elogiado pelo FMI.
“O facto de a Islândia ter preservado o sistema social", apesar dos desafios económicos, é apontado por Daria V. Zakharova, chefe da missão do FMI na Islândia como "a maior conquista" do governo do país.
Depois de declarada a bancarrota em 2008, a Islândia recusou proteger os credores dos bancos cujas dívidas eram 10 vezes superiores à economia islandesa. A questão acabou por ir a referendo, em 2010, e mais uma vez a população assumiu um não redondo com mais de 90% dos votos, oque causou o pânico das instituições internacionais que reagiram com ameaças, mas o governo acatou a opinião popular. Entretanto, os responsáveis pelo colapso financeiro dos bancos estão a ser investigados.
Muitos analistas reagem a esta recuperação com pessimismo, defendendo que a surpreendente reviravolta do país não pode ser apontada como exemplo, uma vez que as lições da recuperação islandesa - com menos de 350.000 habitantes - não são aplicáveis a economias mais complexas.
No entanto, o caminho seguido por outros países europeus como Portugal, a Grécia e Espanha, que têm apostado em duras medidas de austeridade - aumento de impostos, cortes nas reformas e nos salários, privatizações em massa - prevalece a escalada do desemprego e a quebra do nível de vida e do bem-estar social e a saída da crise parece ainda longe.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou que não vai acusar o banco Goldman Sachs nem os seus executivos por alegada fraude financeira, depois de concluir uma investigação iniciada depois de ter sido divulgado um relatório pelo Senado norte-americano no ano passado que atribuía à empresa de Wall Street alegadas práticas indevidas levadas a cabo durante a crise financeira de 2008/09.
Em comunicado, o Departamento de Justiça norte-americano salienta "não haver uma base fiável para iniciar um processo penal contra a Goldman Sachs ou os seus funcionários".
Sem querer lavar o comportamento e avaliações das agências de rating e até dando-lhes crédito e competências para esta análise, por terem sido responsáveis pela responsabilidade do setor privado americano na génese desta CRISE, é de salientar o que todos sabemos há muito, mas que tem sido manipulado no discurso em Portugal sobre os responsáveis da atual crise, centrado e repetido na DÍVIDA DO ESTADO, enquanto essa causa ESTÁ MAIS DO LADO DO SETOR PRIVADO nacional e não dos seus governos, o que se repete em todos os países já intervencionados e naturalmente em todos os que estão na bicha.
Curioso(?) é que este PORMENOR não consta da maioria das notícias sobre o Relatório e sabemos nós porquê! Continuem a insistir que vivemos (TODOS) a acima das nossas possibilidades… É inevitável!
Contraditoriamente, inexplicavelmente e imoralmente, todos os poderosos surripiam dos bolsos mais frágeis, cêntimo a cêntimo, os montantes para saldar os rombos que só os privados teriam que pagar, simplesmente porque a dívida é deles…
E contra a inevitabilidade da solução imposta de austeridade (rapinanço), a favor da banca (privada) e dos seus acionistas, surge o exemplo da Islândia que recusou o caminho que o FMI nos impôs, sugerindo-o como exemplo a seguir para o crescimento.
Contraditoriamente, inexplicavelmente e imoralmente, o FMI continua a impor as medidas que sabe que não levam a lado nenhum, com o aumento de impostos, cortes nas reformas e nos salários, privatizações em massa, que pioram a situação dos “irresponsáveis”, prevalecendo a escalada do desemprego, a quebra do nível de vida e do bem-estar social e aumenta o prazo para a saída(?) da crise.
Entretanto e descredibilizando todo o sentido de justiça a nível internacional e perfilhando os autores e os atos desta tragédia multiplicada (pelo setor privado) os EUA anunciaram que não vão acusar o banco Goldman Sachs nem os seus executivos por alegada fraude financeira, por não haver uma base fiável para iniciar um processo penal. Mas na Islândia (por arrasto) houve bases fiáveis e os (ir)responsáveis estão a “dar com os costados na cadeia”…
E é isto! Responsáveis identificados, ilibados uns sem julgamento, condenados outros com julgamento, imposição de os “outros” pagarem os calotes dos responsáveis e aceites pelos lorpas, recusa desses pagamentos por corajosos, soluções que pioram a situação, mas com que insistem e elogios a quem seguiu caminhos opostos e que tiveram sucesso…
Contradições, contra lições…

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