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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Uma bluffada para um golpe de “Estado Social”!

Refundar o memorando assinado com a troika significa “encontrar um programa de reavaliação das funções do Estado”, com o envolvimento do maior partido da Oposição.
Pedro Passos Coelho ensaiou assim, ontem à noite, uma explicação da fórmula “refundação do programa de ajustamento”, que pode passar pela revisão de “alguns aspetos” da Constituição da República, “mas não é uma pré-condição”. O objetivo é conseguir que o Estado elimine 4 mil milhões de euros em despesa. O “convite” segue hoje de São Bento para o Rato.
Seguro já afirmou que a sua direção socialista “não está disponível para colaborar no desmantelamento do Estado Social”. Passos quis agora afiançar que não é isso que está em causa. Embora a “refundação do programa de ajustamento” acertado com os credores internacionais do país passe, segundo o próprio, por uma “reavaliação das funções do Estado”.
O processo, argumentou na última noite o primeiro-ministro, visa assegurar “que o Estado possa assumir as suas responsabilidades, no âmbito do Estado social, para com os portugueses”.
Seguro tratou, no entanto, de atalhar que o primeiro-ministro não poderá contar com a abertura do PS “para nenhuma revisão constitucional que ponha em causa as funções sociais do Estado, que são instrumentos para o combate às desigualdades sociais, para a coesão social e para a solidariedade entre gerações”.
O secretário-geral socialista sublinhou ainda que “os acessos à saúde, à educação e à proteção social são pilares de uma matriz civilizacional de que o PS nunca abdicará”.
Tendo ouvido o ministro Gaspar, secundado por Paulo Macedo, “ameaçarem” que o Estado só poderá prestar serviços (sociais) proporcionais às verbas disponibilizadas pelos impostos dos contribuintes, percebe-se o que queriam dizer, embora tais sentenças não tenham sido acompanhadas com os célebres gráficos “explicativos"… Traduzindo-se, o que quiseram dizer é que é preciso cortar esses direitos aos cidadãos, que só poderiam ser fornecidos por empresas privadas, ou do 3º setor. E isto é a liberalização da economia e do sistema político, substituindo o “abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.” que consta na Constituição Portuguesa, por “instituir uma sociedade liberal, no respeito da vontade das instituições credoras, representadas pela troika, tendo em vista a desconstrução de um país livre, justo e fraterno.”
O que Passos Coelho vem “explicar”, é para além disto, que com as medidas gizadas pela troika e implementadas estrategicamente pelo governo, não conseguiram tal desiderato, mesmo indo contra a Constituição, que atrapalha, mas também pelo programa que não tem pés nem cabeça e pelos executores, que não tem cabeça nem coração… E como a “arrenúncia” falhou e foi denunciada, por pessoas, mas sobretudo pelos factos, é preciso fazer jogo limpo, mas sobretudo fazer bluff (em que são especialistas amadores)…
O que devia estar mesmo em causa, seria saber se os impostos pagos pelo contribuintes, depois dos gastos com os direitos sociais, ainda chegam para sustentarmos a máquina do Estado, a começar pelo próprio governo e por aí fora…
Mostrem-nos as contas! Caso contrário, digamos que está em curso um golpe de “Estado Social”.
Claro que até Seguro percebeu a jogada (e o bluff) e mesmo aliciado com a possibilidade de vir a exercer (sozinho?) o poder no futuro, vai recusando ir a jogo, por saber que Passos Coelho tem cartas na manga.
Afinal, se as coisas estão a correr tão bem (ah!, ah!, ah!) depois de 5 (cinco) avaliações excelentes, para que se quer mexer nas medidas com sucesso (ah!, ah!, ah!)? Se as coisas correm pelo melhor, que fiquem com a taça!
Para além destas questões políticas fortes, e reconhecido o FRACASSO COLOSSAL, apesar do rapinanço escandaloso à classe média e baixa portuguesa, que tem redundado em manifestações colossais de revolta, na rua e refletida nos media, que mais tarde ou mais cedo se transformará numa revolta social, é preciso, na perspetiva da coligação governamental, arregimentar os militantes e simpatizantes do PS para acalmar o tsunami descontrolado, apesar de se estarem a preparar e aliciar as forças de segurança para a repressão.
Esquecem-se, mais uma vez e sempre, que os partidos não mandam na consciência e vontade dos seus eleitores e não querem ver que a rebelião social é transversal aos partidos, ao escalonamento social e geracional.
Finalmente, não querem reconhecer que todas as medidas tomadas tem feito desmoronar o país, fruto da sua incapacidade e por incompetência dos seus atores principais, que se traduz nas mesmas medidas em maior escala, que afundará ainda mais todo o mal arrecadado, por teimosia. Só Gaspar e Passos acreditam nas suas receitas!
Os seus companheiros de partido e deputados inventam (para si próprios) justificações incompreensíveis e confessam que são contra a “matriz social-democrata”…
O seu parceiro de coligação “aceita” o OE2013 por “interesse nacional”, por não acreditar nas soluções e não querer deixar cair o “interesse partidário”…
Os especialistas, exceção de muito poucos, políticos experientes e de renome de todos os quadrantes e entidades especializadas e credíveis na matéria, nacionais e internacionais não tem dúvidas de que há bluff no OE2013 e que é uma canção de embalar meninos, em que não embarcam…
Se querem ficar sozinhos numa luta que é deles (e da família política a que pertencem), que a assumam sozinhos, na solidão dolorosa dos seus gabinetes, para perceberem minimamente a dor física, psicológica e espiritual que espalham por tudo que é POVO!
Os HOMENS bons morrem de pé e outros nascerão!

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