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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Começam a ser julgados “desfalques” nos bancos…

A leitura do acórdão do julgamento do homem conhecido como “Solitário”, acusado de roubar 20 instituições bancárias à mão armada, está agendada para sexta-feira nas varas criminais de Lisboa.
O homem, de 41 anos, encontra-se em prisão preventiva há cerca de 8 meses e está acusado de 20 crimes de roubo qualificado, 4 na forma tentada, levados a cabo entre abril de 2011 e janeiro deste ano e 6 deles foram desqualificados pelo tribunal para roubos simples.
Segundo a acusação do Ministério Público, o arguido praticou os roubos nos concelhos de Lisboa, Cascais, Oeiras, Mafra, Torres Vedras, Seixal, Loures e Amadora, sempre sozinho e munido de uma réplica de arma de fogo e de meios de disfarce, como óculos escuros, boné de cor escura e fita-cola colada na ponta dos dedos.
Fonte da Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, que liderou a investigação em articulação com o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, adiantou, em fevereiro, que o suspeito preparava meticulosamente os roubos, os quais preferia executar logo de manhã ou à hora do almoço.
O arguido apenas falhou 4 dos 20 roubos. Nos restantes levou sempre dinheiro, em quantias relativamente baixas, mas em 2 casos havia bastante mais dinheiro nas caixas, que não tinha sido retirado e guardado a tempo. Na ocasião, a Judiciária escusou-se a avançar com o montante conseguido pelo “Solitário”.
O arguido, sem antecedentes criminais, atuava “com anormal à vontade” e “mantinha uma vida normal e discreta”, o que dificultou a sua identificação. Estava registado como empresário em nome individual, a operar como comercial na venda de telemóveis, centrais telefónicas e redes, esclareceu a fonte da UNCT.
Depois de uma longa investigação, iniciada após o primeiro roubo, a PJ conseguiu apurar dados identificativos do suspeito, de nacionalidade portuguesa, e detê-lo na zona de Cascais, onde residia.
No momento da detenção, as autoridades apreenderam a réplica da arma de fogo, a indumentária utilizada nos roubos e os adereços de disfarce.
Fonte da UNCT disse tratar-se do “último dos solitários a operar assaltos nos últimos anos”.
Para quem diz que a Justiça em Portugal é lenta, prova-se que em 8 meses se pode resolver um processo, o que ajuda a melhorar as estatísticas…
Para quem se queixa de que os “desfalques” nos bancos não são punidos, vai ter que engolir em seco, e a prova está aqui…
Para quem pensa que os crimes cometidos por gente normal, que circula à vontade e mantém uma vida normal e discreta não vai dentro, engane-se…
No caso, o azar do autor dos “desfalques” foi trabalhar sozinho, sem apoio de retaguarda, ter somado um punhado de euros e ainda por cima com uma arma de faz de conta, com uns falhanços no currículo…
Poder-se-á concluir que para ganhar impunidade (ou prescrição) o senhor deveria ter formado uma sociedade?
Mas se a Sociedade fosse Anónima teria vantagens ou seria preferível uma Sociedade em Comandita?
Moral da história: Até para roubar (sobretudo) é preciso fazer planos, previsões, avaliações e ter boas companhias, porque as más Companhias nem assaltam, nem são assaltadas…
Isto agora está a mudar!

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