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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Os obreiros da “revisão” da Constituição, sem os 2/3…

"O programa continua, em geral, no bom caminho, apesar do aumento dos ventos contrários. Tendo já sido alcançados muitos progressos, é necessário manter a perseverança e um forte empenhamento no momento em que se inicia a 2ª metade do programa", lê-se na declaração conjunta da troika.
Contudo, as autoridades internacionais alertam que "simultaneamente, o aumento do desemprego, a redução dos rendimentos e a incerteza estão a afetar desfavoravelmente a confiança, enquanto a recessão na zona euro começa a refletir-se na dinâmica das exportações" portuguesas.
A troika realçou também que "foram prosseguidos os esforços de melhoria das condições de financiamento para as empresas viáveis", salientando que "a desalavancagem no sistema bancário prossegue a bom ritmo", admitiu que "o acesso ao crédito em condições razoáveis continua a ser difícil para certos setores da economia, em especial as empresas exportadoras e as pequenas e médias empresas (PME)".
Já há muito que tínhamos percebido o que para a troika significa “bom caminho”, que é irmos de mal a pior. Também porque o que eles querem é que o governo e a banca possam ir aos mercados, enquanto os cidadãos querem pão, dignidade e direitos a que tem direito, por pagarem para isso.
Daí que seja facilmente previsível antecipar a avaliação ao trabalho de Gaspar (já não interessa falar do governo ou do primeiro-ministro, que são meros figurantes no processo), que tem levado o país às condições de bancarrota, ganhando sentido os que dizem que Portugal não é a Grécia. Pois não, havemos de a ultrapassar dentro em breve, se o ministro das Finanças continuar o mesmo e na mesma…
Percebe-se, que nas avaliações de Excelência com que a troika carimba os sucessivos relatórios, há sempre muitos “mas”, como no caso, no que respeita às medidas de crescimento, através do crédito bancário, que insistem em não os facilitar, antes pelo contrário. O FMI diz que assim não vamos a lado nenhum, mas os seus funcionários fazem o contrário. O BCE e a CE dizem a mesma coisa, mas a Da. B(r)anca diz aos seus funcionários que nem tentem abrandar-nos a penitência.
E estes assalariados, ainda tem o arrojo de dizerem, na nossa casa e na nossa cara, que já tem sido alcançados MUITOS PROGRESSOS, mas é necessário manter a perseverança, que é o mesmo que dizer, comer e calar, com pacifismo, muito pacifismo, para nos poderem surripiar à vontade os despojos das nossas vidas!
Claro que os partidos da oposição tem a obrigação de se oporem a todas as falácias e mentiras, apresentando o contraditório. Era o que faltava se não o fizessem…
Conhecidas as novas previsões para a economia portuguesa, que apontam para um crescimento de apenas 0,8% em 2014, e a intenção de “pensar” o Estado social “de uma forma diferente”, a Oposição é unânime numa conclusão: a trajetória é de naufrágio.
Para o maior partido da Oposição, o teor da conferência de imprensa da equipa das Finanças deixou patente um Governo a habitar uma “realidade paralela” e que “perdeu mais uma oportunidade de ajustar o memorando à realidade”, porque “tudo o que diz respeito a estímulo à economia, ao crescimento e ao emprego é introduzido no léxico do Governo sem prazo e sem calendário de execução”, nas palavras de Eurico Dias, do Secretariado Nacional do PS.
“Se o Governo apresenta cortes, cortes, cortes, o PS apresenta um pacote de medidas urgentes para estímulo do crescimento e do emprego e dará, na discussão do Orçamento do Estado para 2013, a oportunidade ao Governo de as aprovar”, reagiu ao início da noite o porta-voz socialista.
O deputado do PCP Honório Novo, criticou o Governo que insiste “no cumprimento irracional do mesmo caminho que trouxe o país à situação em que está”. “Mais um enorme sucesso de avaliação e o povo português a perceber que esse grande sucesso se transforma, na realidade do seu dia-a-dia, numa enorme desgraça e numa crescente desgraça”, reforçou o deputado comunista.
Vítor Gaspar anunciou “de forma velada um novo despedimento coletivo” na Função Pública, ao dizer que “por um lado tem consciência do esforço de redução que já está a ser feito, mas anuncia simultaneamente um novo redimensionamento da Administração Pública” e de que haverá uma “redução de incentivos para a permanência dos trabalhadores no quadro de excedentários”. De acordo com o deputado, uma “segunda ameaça” é a “destruição dos princípios constitucionais, dos valores e direitos conquistados pelo povo português no 25 de Abril, através do ataque claro às funções sociais do Estado”.
Do Bloco de Esquerda saiu a conclusão de que “quanto mais a miséria alastra, quanto mais a pobreza cresce no país, mais positiva é a avaliação” da troika.
“A troika veio avaliar-se a si própria e à sua política. Naturalmente, a avaliação é positiva - mais desemprego, mais recessão, mais miséria no país. Este afundanço em que o país vive é uma boa notícia para a troika e para o ministro das Finanças”, reagiu Jorge Costa, da Comissão Política do Bloco, para quem “a novidade no discurso de Vítor Gaspar diz respeito ao corte de quatro mil milhões de euros na saúde, na educação e nas pensões dos portugueses”.
Não consta qualquer posição dos partidos no governo, nem em conjunto, nem separadamente, podendo presumir-se que “quem cala consente” ou que não há argumentos para sustentar esta insustentável leveza de promessas eleitorais!

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