(per)Seguidores

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Porque Natal é celebração cristã, quer se creia ou não

D. Manuel Martins, o apelidado Bispo Vermelho, sustenta que os ministros "não dominam os conteúdos da governação e não têm pedagogia na relação com o povo". Em entrevista (veja o vídeo) o bispo emérito diz ainda que "a Igreja não tem prestado atenção a esta transformação do mundo".
O bispo do Funchal, D. António Carrilho, diz que "a Igreja está atenta ao sofrimento da família humana e procura apontar para novos caminhos de esperança, com a ajuda espiritual e material, em gestos concretos de amor fraterno e no voluntariado solidário de muitas das nossas instituições" e lembra que "Natal é tempo oportuno e ocasião especial para descobrir os sinais de Deus nos ‘presépios vivos’ da nossa diocese, pessoas e famílias tantas vezes marcadas pelo sofrimento, múltiplas carências e provações, nomeadamente aquelas que, na presente conjuntura social, foram atingidas pelo desemprego".
"Deixemo-nos, pois, envolver pelo dinamismo do Natal, que é anúncio, acolhimento e envio, ainda que em tempo de grave crise social e económica, que a todos afecta. É que, com a Incarnação do Filho de Deus, a grandeza e a dignidade da vida humana encontram um novo sentido e um novo projeto, que importa conhecer, respeitar e promover".
Só porque Cristo nasceu, se celebra o Natal, apesar de todas cambalhotas que o sentido da efeméride tem dado, sobretudo no frenesim consumista, que se intrinca numa oportunista visão económica do dia a dia. E só por isso, não fará mal, mesmo aos indiferentes, recuperar o motivo da celebração na perspetiva da Igreja católica e saber da mesma igreja o balanço da sua compreensão do mundo e da sociedade em que hoje vivemos ou sobrevivemos.
Mas como não se pode separar da vida, nem a espiritualidade, muito menos a política, é natural que uma e outra se sintam constrangidas pelas medidas de cada parte, que interferem no objeto de ambas, o HOMEM. E daí que, conhecer-se a posição da Igreja sobre a política reinante tenha um interesse, ainda que relativo, mas absolutamente fulcral, para sabermos com o que podemos contar, de que tem a força dos Valores centrados no ser humano, que as ideologias dominantes tem centrifugado.
Dois apontamentos. Um sobre a adjetivação de D. Manuel Martins de Bispo Vermelho, que já não o descredibiliza (que é a intenção de quem o rotula). A outra, é sobre o papel assistencial da Igreja, preconizada por D. António Carrilho e pelo Padre Manuel Marujão, que nos leva a pensar que, se o Estado (com os nossos impostos) não consegue satisfazer as necessidades dos seus concidadãos, como é possível que uma instituição, que não tem os meios económicos para o fazer poderá conseguir substituir-se ao Estado? E o Estado serve para quê?
É tempo de refletirmos, não na Igreja, não nos políticos, mas nos homens, sem condições de o serem em plenitude, por causa da ação dos políticos ou por inação da(s) Igreja(s)…
Reflitamos! 

Sem comentários:

Enviar um comentário