(per)Seguidores

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Pequeninas “soluções” para enormíssimos problemas

O combate ao desemprego entre os jovens e o estímulo da economia através do apoio às PME são os 2 grandes temas do Conselho Europeu que decorre em Bruxelas.
Quanto ao desemprego, que afecta muitos países europeus, nomeadamente no sul da Europa, a verdade é que a Europa não considera que este seja um problema seu e que em primeiro lugar, a responsabilidade para responder ao problema é nacional, porque a União Europeia não tem nem competências, nem meios políticos, nem meios financeiros para fazer face ao problema. Aquilo que a UE vai fazer é tentar contribuir de alguma forma para medidas que estejam a ser tomadas a nível nacional.
Vão ficar reservados 6.000 milhões de euros do orçamento comunitários para o período entre 2014 e 2020 que deverão ser gastos nos primeiros 2 anos, e distribuídos entre os países com regiões com taxas de desemprego jovem acima dos 25%.
Portugal vai ter mais 150 milhões de euros concentrados em 2015 e 2016 para financiar programas de combate ao desemprego jovem.
25% dos europeus entre 18 e 25 anos não têm emprego.
A agenda não é curta, mas os assuntos são filhos da curta, já que os números falam por si, os “chefes” falem pelos outros e os outros sofram por causa deles…
Pegando só na questão do desemprego jovem, fruto nascido do que foi semeado por estes mesmos “chefes”, que agora vem dizer que os Estados-Membros que o resolvam (eles dão apenas uma esmolinha aos governos) e focando-nos apenas em Portugal, chegaremos à conclusão que o “investimento” da UE, para “resolver” o “nosso” problema, se reduz a 150 milhões de euros, para 2 anos, e sabendo-se que a taxa de desemprego entre os jovens em Portugal, no 1.º trimestre deste ano é de 42,1%, afetando 165.900 pessoas entre os 15 e os 24 anos, segundo o INE, fazendo-se contas, conclui-se que corresponderá a 900 euros para cada jovem, 450 euros por ano, o que nos leva a pensar no milagre da multiplicação do pão e do peixe…
Mas se isto é para ajudar e responsabilizar os governos, que não tem xeta (tiveram que pagar as faturas aos credores “amigos” e continuar a pagar os juros), como é que vão dar conta de mais um recado, se não dão conta de nada, a não ser a verificação das contas e dos prazos de pagamento?
Quer dizer, depois do fogo posto, vem oferecer sementes (para a reflorestação) e um balde vazio (para encher com água privatizada?) para combater o próximo…
Mas mais, para reduzir o desemprego jovem, propõem, para além da criação de postos de trabalho (que é o que interessa), sugerem uns estágios (para não se meterem na droga) ou então uns programas de formação (tipo ATL, ou centro de dia)...
Se o que se pretende com o trabalho é criar riqueza, aproveitando a força e a qualidade dos jovens, não será isto um nocebo?
Afinal, na filosofia desta gente, quem é que cria empregos? Não é o Privado? Mas o Privado não está tão mal como os jovens? Será que lhes vão entregar o “ouro” e resolver assim, em simultâneo o problema das PME?
Se não forem os Privados, será o setor Público que vai “resolver” o problema do desemprego jovem, transformando-os em funcionários públicos, que afinal quer reduzir?
Mistério!
Dramático, socialmente falando, é que a única (pseudo) preocupação seja com os jovens desempregados, dando mostras de terem desistido, definitivamente, dos menos jovens, que estão condenados à marginalidade e à exclusão…
Por fim, e pior, são as previsões que apontam para ainda mais desemprego nos próximos anos, apontando o dedo à austeridade imposta pelos nossos “queridos chefes”, tendo estes também, só agora, descoberto a pólvora…
…mas aos jovens, senhores, por que lhes dais tanta dor, por que padecem assim?
A recessão na Zona Euro vai ser este ano maior do que o previsto, revela um estudo da Ernst & Young. A consultora diz que o desemprego vai agravar-se na Europa e conclui que a austeridade foi mais prejudicial para a economia do que o previsto.
É o efeito da quebra nas exportações, resultante em boa parte do arrefecimento dos mercados emergentes, como a China e o Brasil, que são motores do crescimento global da Zona euro.
Na origem do agravamento da situação económica na Zona Euro, segundo o relatório, há um segundo factor: o desemprego. Neste momento o número de trabalhadores sem emprego já é de 20.500.000 de pessoas. No 1.º trimestre de 2014, a percentagem de desemprego no conjunto dos países do euro será de 12,7%.
A fraqueza do mercado laboral irá reduzir o rendimento familiar e em consequência o consumo ao longo dos próximos 3 anos.
O consumo privado deve sofrer este ano uma nova contracção, no próximo ano um ligeiro crescimento de 0,5% e em 2015 um modesto 1%.
Ainda assim, este cenário podia mudar. Segundo os autores do estudo, o PIB da Zona Euro poderia crescer 0,7% se as medidas de austeridade fossem reduzidas para metade.

Sem comentários:

Enviar um comentário