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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

É preciso que o Estado e “outros” façam a sua parte…

O bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, criticou a estratégia adotada pelo Estado para combater a crise económica, salientando que “aquilo que é essencial na construção da sociedade não pode ser cortado para fazer face a um défice”.
“É preciso pagar - é evidente - aquilo que nos compete pagar, mas é preciso não beliscar a dignidade da pessoa humana e o bem comum”, salientou D. José Cordeiro, que salientou que “já são muitos os sacrifícios” e os “cortes” impostos aos portugueses, alguns deles incompreensíveis.
Deu como exemplo as restrições ao financiamento da área de investigação, apontando “que às vezes dá a impressão que há cortes cegos”. “As universidades não podem ser só para o ensino, têm que ser também para o campo da investigação porque senão estamos a decapitar o melhor que temos em Portugal e depois lamentamo-nos e a fatura vem aí logo de seguida”, sustentou.
No distrito de Bragança, as instituições sociais ligadas à Igreja Católica não têm tido mãos a medir na ajuda às populações mais carenciadas - Segundo D. José Cordeiro, “só a Cáritas Diocesana, em 2013, apoiou mais de 11.000 pessoas”. “Enquanto for possível”, estes mecanismos solidários vão aguentar, “mas é preciso que o Estado, é preciso que outras instituições façam a sua parte”, alertou o prelado.
Para o bispo de Bragança-Miranda, apesar de os últimos indicadores parecerem positivos, eles não podem criar “ilusão nas pessoas”, é preciso garantir também “alguma sobriedade, prudência e inteligência na gestão económica das famílias, das pessoas e do bem comum em geral”. “Oxalá que a crise tenha servido de lição, a própria etimologia quer dizer um tempo de purificação, de decisão, que da crise todos possam tirar novas oportunidades para que a vida tenha um sentido e as pessoas vivam com esperança”, concluiu.
Oxalá que a crise tenha servido de lição, não apenas para que os cidadãos mudem de rumo as suas vidas, mas também para que saibam e exijam os direitos que tem perante o Estado e sobretudo que o Estado assuma as suas inalienáveis responsabilidades e os executivos governem para o bem-estar dos cidadãos que os elegeram para tal…

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