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domingo, 2 de março de 2014

Ou foi um sósia que falou ou há aqui ventriloquismo…

O primeiro-ministro português falou em Madrid numa conferência organizada pelo Berggruen Institute on Governance e em que estão em debate temas europeus.
“As assimetrias e desigualdades entre países têm aumentado nos últimos anos, especialmente na zona do euro. E não haverá uma união harmoniosa se o centro da Europa continuar a crescer, ao mesmo tempo que a periferia estagna ou mesmo definha”, declarou Pedro Passos Coelho.
Na opinião do chefe de Governo português, “o que ameaça a Europa não é a força económica de alguns [países], em comparação com a fraqueza económica dos outros”, mas sim “a ausência de uma expectativa razoável e credível de que o mais fraco vai ficar mais forte, sustentavelmente mais forte”.
Para Passos Coelho, a fragmentação financeira, sofrida especialmente no sul, foi uma das piores consequências da crise, “comprometendo uma das grandes conquistas da Europa, o mercado único”, porque criou “discriminação implícita com base na geografia”.
“Diferenças acentuadas no acesso ao crédito e no custo do crédito, colocam as empresas em desvantagem competitiva com os seus homólogos europeus só porque estão do lado errado da fronteira”, disse, considerando essa separação “inaceitável”.
“Os efeitos da fragmentação financeira duplicaram a carga de famílias e empresas, que já foram chamados a fazer grandes sacrifícios. Vieram ao resgate das nossas finanças públicas, pagando mais impostos e recebendo menos benefícios. Não podem ser obrigados a pagar um preço ainda maior devido às distorções criadas pela falta de um quadro institucional europeu adequado”, considerou.
A par de combater essa fragmentação, disse, deve consolidar-se uma “maior solidariedade” entre os Estados-membros, princípio essencial para o mercado único, “a pedra angular da unidade” europeia.
O aumento da desigualdade europeia deve-se, segundo Passos Coelho, tanto “à irresponsabilidade a nível nacional” como ao facto da Europa, “por distracção ou negligência”, ter consentido essa irresponsabilidade.
Ainda que positivas, as mudanças já implementadas não são suficientes, disse o governante português, considerando que os efeitos positivos para a Europa das reformas estruturais e das finanças públicas nacionais não podem ter como resposta as “repercussões negativas que vêm de uma paralisação Europeia”.
“O facto de Portugal terminar em breve, com sucesso, o programa de ajustamento, no qual fez amplas reformas estruturais, é bom tanto para Portugal como para a Europa”, afirmou, defendendo que agora cabe à Europa corrigir o “stress permanente e os desequilíbrios perpétuos” em que vive, com “regras claras, comuns, instituições funcionais e tomadas de decisão racionais e oportunas”.
Passos Coelho defendeu uma abordagem que resulte do equilíbrio entre a ambição e o realismo e que permita aprofundar a integração económica, monetária e política europeias, mas também a cidadania europeia.
Além do avanço na união bancária, destacou ainda a agenda da reindustrialização “para ampliar o sector comercial, aumentar as exportações e criar melhores empregos”, para que a Europa “não seja condenada a um papel passivo na economia global como mero importador de produtos industriais de outras regiões”.
A Europa tem que responder ainda ao desafio demográfico, o que a obriga a estudar, por exemplo, o apoio europeu a políticas nacionais de “incentivos para as famílias ou a criação de um ambiente mais favorável para a educação das crianças”.
O primeiro-ministro recordou o “longo caminho” percorrido desde a pior fase da crise do euro, considerando que “o pior está atrás” e que se entrou numa “fase bem-vinda de recuperação”.
Apesar disso, considerou, cabe agora “lançar bases sólidas para a um futuro próspero comum”, aprendendo as lições do passado, não só mais recente mas “também as causas mais profundas da nossa vulnerabilidade e deficiências institucionais”.
Este discurso não é de Passos Coelho ou Passos Coelho tem um sósia ou faz ventriloquismo, porque nunca o ouvimos dizer estas coisas, que regra geral, dizem os partidos da esquerda, da extrema…
1 - As assimetrias e desigualdades entre países têm aumentado nos últimos anos;
2 - Na zona do euro as coisas estão piores;
3 - Não haverá União se o centro da Europa continuar a crescer e a periferia a estagnar ou mesmo a definhar;
4 – Com esta política, não há expectativas de os mais fracos ficarem menos fracos;
5 – Houve discriminação implícita com base na geografia;
6 – As diferenças no acesso ao crédito e o custo do crédito, colocam inaceitavelmente as empresas em desvantagem competitiva com as suas homólogas europeias;
7 - Vieram ao resgate das nossas finanças públicas, duplicando a carga dos impostos das famílias e empresas e recebendo menos benefícios;8 – Houve falta de solidariedade entre os Estados-membros, a pedra angular para a unidade europeia;
9 – Não houve apenas razões nacionais para a crise, mas também responsabilidade por quem consentiu (criou) as circunstâncias que lhe estão na origem;
10 – O que é bom para Portugal é bom para a Europa e o contrário também;
11 – Tem que haver equilíbrio entre a ambição e o realismo, para aprofundar a integração económica, monetária e política europeias, mas também (até que enfim!) a cidadania europeia;
12 – Existe o desafio demográfico, que a obriga a apoios europeus para as políticas nacionais de incentivos para as famílias e mais favorável à educação;
13 – Considerando que o pior já passou e se está numa fase de recuperação, é necessário lançar bases sólidas para a um futuro próspero comum.
E não é tudo isto que tanta gente tem dito e Passos Coelho contradito?
É preciso ter em conta que o que foi dito, contextualiza-se num encontro em que o presidente da iniciativa diz o que diz, sem consistência e até com contradições…
A ocasião faz o “charlatão”?  
Filantropo e investidor, Nicolas Berggruen é um multimilionário que nasceu na Alemanha em 1961 mas tem vindo, progressivamente, a centrar as suas atenções nos Estados Unidos (tem atualmente dupla nacionalidade), liderando quer o Berggruen Institute on Governance quer o Berggruen Holdings, empresa privada de investimento.

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