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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Contas feitas, não é almofada, é um colchão para “os” acautelar

Portugal tem uma 'almofada financeira' de 15.000 milhões de euros, excluindo o montante consignado à banca que ainda não foi utilizado, segundo informações do IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa. No entanto, considerando o valor reservado para o sector financeiro, de 6.400 milhões de euros, a 'almofada financeira' de que Portugal dispõe ascende aos 21.400 milhões de euros.
Na conferência de imprensa em que apresentou os resultados da 12.ª avaliação ao programa, Maria Luís Albuquerque, disse que, uma vez que está em curso até ao final de Outubro "uma avaliação abrangente do sistema bancário europeu para preparar o início do mecanismo europeu de supervisão bancária", o Governo se comprometeu, "voluntariamente, a manter esse montante reservado até que este processo esteja concluído", mas, segundo a governante, concluído esse processo, Portugal estará "naturalmente livre para o utilizar para reembolsar, realizar outras necessidades de financiamento, substituir emissões de dívida, sem qualquer tipo de restrição".
Assim, somadas as duas parcelas, a 'almofada financeira' do país ascende a 21.400 milhões de euros, o equivalente a 12,9% do Produto Interno Bruto (PIB), mas excluindo a parcela que está ainda reservada à banca, a 'almofada financeira' portuguesa corresponde a 9% do produto.
Quando a Irlanda terminou o seu programa de resgate, a 15 de Dezembro de 2013, tinha uma 'almofada financeira' de 20.000 milhões de euros, o que corresponde a 12,2% do PIB irlandês. A Irlanda, tal como Portugal, optou por uma 'saída limpa', não recorrendo a programa cautelar.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou no discurso em que anunciou que o país vai terminar o programa de resgate sem recurso a qualquer programa cautelar, porque "Temos reservas financeiras para um ano, que nos protegem de qualquer perturbação externa. Temos a confiança dos investidores e os juros da nossa dívida estão em níveis historicamente muito baixos. Temos excedentes externos como não acontecia há décadas", disse o primeiro-ministro.
Ou não percebo nada de nada ou andamos a ser enrolados, à cautela…
Como se regista nas notícias, com as medidas de austeridade para além da troika, o governo arrecadou com excedentes no valor de 15.000 milhões de euros, à custa de cortes em demasia e demasiados sacrifícios, sem necessidade.
Com a utilização dos 6.400 milhões que sobraram dos 12.000 milhões destinados à banca (que integraram o empréstimo e que nós estamos a pagamos e continuaremos a pagar), neste momento o governo tem debaixo do colchão 21.400 milhões de euros, ou seja 27,4% dos 78.000 milhões de euros que nos emprestaram (para 3 anos), mais ou menos 1/3, o que dará para 1 ano… Matemático!
Assim sendo, quando se diz que o país vai terminar o programa de resgate sem recurso a qualquer programa cautelar é pura ilusão, porque “poupamos” o suficiente para nos acautelarmos, sacando 15.000 milhões aos contribuintes e pagando os juros até agora dos 6.400 milhões da banca.
Assim, os “investidores” veem o seu “investimento acautelado, pelo menos por 1 ano, sem acrescentarem um centavo, enquanto nós ficamos à cautela com o futuro, correndo o risco de nos voltarem a dizer, em qualquer altura, que “não há dinheiro para salários e reformas”, virando o disco e tocando o mesmo…
Limpinho!
Já quanto à devolução dos cortes, “tá-se mesmo a ver” que não é do numerário, que não o voltamos a ver, mas dos direitos: contratuais e constitucionais, e do direito à propriedade que nos roubaram, num “faz de conta” e devagar…
Malabarismos à parte, e dependendo dos resultados das eleições europeias, veremos se as coisas não pioram, pelo que somos nós que nos devemos acautelar, votando e escolhendo quem melhor nos acautele, nas promessas!
Limpinho!

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