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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Por falar na banca, quando e quem se senta no banco dos réus?

6 anos depois do início do processo de implosão do BPN, onde chegámos e que certezas temos? Judicialmente, o processo avança ao ritmo tropical, o que sendo péssimo para o país também o será para os arguidos.
O facto de estas megaoperações serem acompanhadas por uma espécie de jornalismo de causas aumenta mais as expectativas. Os repórteres tipo Eliot Ness (o agente do Tesouro americano, descrito como "detetive insano" pela Wikipédia, que não parou até apanhar Al Capone) levantam-me algumas reservas profissionais, embora no meio da caçada muita coisa boa e corajosa acabe por acontecer.
André Macedo
6 anos de BPN. É muito tempo sem que possamos indicar com segurança um número final para o calote. Há estimativas para todos os gostos, mas como o assunto é político, a tendência é para que o valor seja sempre chutado lá para cima: 7.000 milhões de euros, talvez mais, será este o custo para o contribuinte, visto que o banco foi nacionalizado. Serão mesmo 7.000 milhões? A Conta Geral do Estado de 2013, um documento com mais de 6.000 páginas, resume o tema assim: "Relativamente às empresas Parvalorem e Parups (ex-participadas do BPN), o enquadramento da recuperação do crédito do Estado deverá ser ponderado, tendo em consideração que as empresas em causa são totalmente detidas pelo Estado e que se encontram integradas no Sector Institucional das Administrações Públicas." OK, obrigado pela informação.
O que acontece é isto: as 2 empresas que gerem os investimentos do BPN ainda não despacharam o assunto. Venderam algumas coisas, fecharam outras, mas ainda têm a mala cheia e não se sabe o que acontecerá ao resto. Que o processo tem sido lento é evidente, embora isso tenha permitido a valorização de alguns ativos que estavam de rastos. Ainda assim, 6 anos é demasiado tempo para tão poucos resultados. Pior do que isso: permite toda a especulação sobre a conta final. O buraco do BPN não se pode transformar num buraco negro para onde são atirados todos os prejuízos, mesmo os que não deviam cair ali.
Que tal o governo tornar o processo transparente a todos os contribuintes?

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