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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Vida de 3 israelitas vale mais do que as de 101 palestinianos? ou Vítimas do holocausto mudam processos e continuam-no…

Operação militar também deixou 600 feridos na Faixa de Gaza. Violência começou com o sumiço de 3 jovens israelitas na Cisjordânia.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, classificou de "inaceitável" o uso da força militar de Israel contra a Faixa de Gaza e condenou os ataques com mísseis dos israelitas. "O uso excessivo da força por Israel é inaceitável. O meu interesse é proteger os civis e os palestinos estão, mais uma vez, entre a irresponsabilidade do Hamas e a dura resposta de Israel", falou Ban Ki-moon durante o Conselho de Segurança da ONU nesta quinta-feira.
Israel intensificou os bombardeamentos à Faixa de Gaza na madrugada desta quinta-feira (10). De acordo com o Exército israelense, os mais de 300 ataques das últimas horas, o dobro da véspera, tinham supostamente como alvo casas de membros do movimento islâmico Hamas e possíveis esconderijos de armas.
Não houve anúncios sobre os resultados das conversas em reunião do Conselho de Segurança.
Primeiro-ministro israelita ameaça "intensificar ataques" e o presidente Shimon Peres diz que uma invasão pode acontecer "a qualquer momento".
Obama condenou o lançamento de foguetes contra Israel pelo grupo palestino Hamas e manifestou preocupação com a possível "escalada das tensões" entre os 2 lados, enfatizando a necessidade de que ambos "façam o que for possível para proteger a vida de civis e restaurar a calma".
1 – Foram assassinados 4 jovens, 3 israelitas e 1 palestiniano;
2 – Israel, cujos cidadãos foram vítimas do holocausto, em vez de resolver a situação pelas vias judiciais, entra em guerra por isso, mata mais de 100 pessoas (70% civis) e faz 600 feridos;
3 – O secretário-geral da ONU conclui que a resposta de Israel é excessiva e inaceitável, logicamente;
4 – Em resposta, Israel intensifica os ataques aéreos, acrescentando 300 raides numa madrugada;
5 – O Conselho de Segurança da ONU pede o fim da violência em Gaza para evitar mais uma guerra;

6 – Israel ameaça com uma invasão terrestre da Faixa de Gaza, pela voz de Shimon Peres, que com Mahmoud Abbas rezaram há pouco tempo, com o Papa Francisco, pela paz entre ambas as nações;

7 – Os EUA, pela voz (ao telefone) de Obama, condena os foguetes palestinianos contra Israel, omite o massacre dos palestinianos e o excesso de meios israelitas, “preocupado” com a proteção dos civis, como se as bombas fossem capazes de os diferenciar…

Para quem está de fora e tem como maior Valor a vida humana, seja de quem for, estes conflitos cíclicos no Médio Oriente, que matam à manada, quase com prazer, faz mais impressão por ter como atores mais violentos quem foi vítima de violência extrema, no holocausto…
Se é absurdo alguém matar jovens por razões bélico-políticas, mais absurdo é que os 2 países não recorram à justiça para condenar os assassinos e que a “superpotência” dos EUA não tenham mão no processo e que a ONU seja ultrajada na sua missão…
Será que a vida de 3 israelitas vale mais do que as de 101 palestinianos?
Não será isto uma inversão da supremacia da “raça ariana”?
E quem nos quer explicar a origem e a (in)justiça deste conflito sem fim à vista?
Uma chuva de roquetes disparados de Gaza, uma bateria de ataques aéreos israelitas: a nova batalha é tão mortal como fulgurante. O assassinato de 3 jovens israelitas de um colonato da Cisjordânia e de 1 adolescente palestiniano - queimado vivo, em retaliação - geraram uma viva emoção e uma onda de manifestações e confrontos, que logo se instalaram. 10 de julho à noite, o balanço dos 2 dias de ataques é de 81 palestinianos mortos. Intercetadas na maior parte, os roquetes não fizeram vítimas do lado israelita.
Além da vingança das suas mortes e da resposta, que procuram os 2 campos? Qual a vantagem de lançar roquetes face a um exército tão poderoso como o de Israel? E por que multiplicar os bombardeamentos aéreos, quando é impossível superar a contestação na prisão a céu aberto que é Gaza?
Para o Hamas, o objetivo é antes de tudo de "Sobreviver", diz o cientista geopolítico Daniel Nisman, interrogado pelo AFP. Ele não tem "nada a perder", completa Moukhaïmer Abu Saada, politólogo da Universidade de Al-Aqsa em Gaza. Confrontado com enormes dificuldades financeiras, contestado nas ruas de Gaza, que lhe imputa a responsabilidade do bloqueio, o Hamas está acossado. Yediot Aharonot avança 2 explicações para a ofensiva do Hamas. Estando encurralado, optou pelo suicídio coletivo. Ou não leva as ameaças de Israel a sério e está determinado a mostrar-lhe o seu poder.
Pelo seu lado, se Israel não hesitou muito antes de lançar uma ofensiva maciça sobre Gaza, divide-se entre a possibilidade de passar a uma operação terrestre. Para o redator chefe do jornal Israel Hayom, muito à direita, não há dúvidas sobre a questão: "É preciso fazer voltar Gaza à idade da pedra." Isso não significa "destruir todas as habitações e infraestruturas", precisa, mas "livrar-se de todo o arsenal que o Hamas acumulou em 10 anos." O método é simples: "Uma força maciça, que cobriria cada metro do terreno, entraria em Gaza, destruiria todos pontos de resistência e todos os túneis e eliminaria todo o arsenal terrorista Uma vez que a missão fosse cumprida, a força retirar-se-ia."
O Primeiro-ministro Netanyahu está preso entre 2 fogos, resumia um colunista do Al-Monitor a 8 de julho. "Se ele persiste no contenção, vai perder. O Hamas continuará a sua escalada, o alcance dos roquetes estender-se-á para o norte [...]. Em breve será todo o território de Israel e milhões de israelitas que ficarão à mercê das organizações armadas palestinas”. Mas se, pelo contrário, Netanyahu passa à ofensiva de qualquer outra amplitude, como deseja a direita dura, incluindo o ministro das Relações Exteriores Avigdor Liberman, "também irá perder. Vai transformar os 2 meses de verão num pesadelo de suor e sangue. Tel Aviv será bombardeado, a economia vai sofrer um duro golpe, os turistas fugirão, o moral da nação entrará em colapso, o sentimento de insegurança explodirá e autoridade Netanyahu será arruinada. "
A sua autoridade: eis o que joga Netanyahu, assim como a credibilidade de Israel.

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