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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Há gente que vai à bruxa ou há “bruxos” que se pagam bem?

O regulador decidiu que os acionistas com mais de 2% do capital do BES terão os depósitos transferidos para o BES Mau.
Foi devido aos seus clientes que o Goldman Sachs superou os 2% (2,27%) no BES. Uma justificação que chegou numa sessão em que as acções do banco português subiram mais de 14%.
O banco norte-americano vendeu mais de 4 milhões de ações do BES no passado dia 23 de julho, ou seja poucos dias antes da CMVM ter decidido a suspensão da negociação dos títulos em bolsa.
No entanto, na passada sexta-feira, o Goldman Sachs, que conta com o ex-ministro-adjunto de Durão Barroso, José Luis Arnaut, no seu conselho consultivo internacional, anunciou que, no passado dia 23 de julho vendeu 4,45 milhões de ações do BES, deixando de ter uma participação qualificada, ou seja passou a deter menos de 2% do capital do BES. Após esta venda, o Goldman Sachs ainda ficou com uma participação no BES, detendo 107,2 milhões de ações do banco, correspondentes a uma posição económica longa de 1,91% do capital do BES.
Recorde-se que, no mesmo dia desse anúncio, a CMVM decretou a suspensão da negociação das ações do BES e, com a decisão ontem anunciada pelo Banco de Portugal, serão os acionistas que assumem prioritariamente os prejuízos resultantes do desequilíbrio financeiro do BES.
A PT levantou todos os seus depósitos no BES antes de o Banco de Portugal resolver o caso. O regulador decidiu que os accionistas com mais de 2% do capital do BES terão os depósitos transferidos para o BES Mau, mas a PT salvou os seus depósitos ao levantá-los antes da resolução do caso. O levantamento desses depósitos em momento tão oportuno possibilita suspeitas de que a PT poderá ter sido avisada atempadamente da decisão do Banco de Portugal.
O levantamento dos negócios bolsistas está já a ser feito pela CMVM. Num primeiro momento, tudo o que há é a identificação dos intermediários financeiros; a CMVM está a pedir a informação detalhada de quem foram os comitentes, os investidores que deram as ordens. Tudo para perceber se o fizeram na posse de informação privilegiada e de onde ela veio. Uma das dúvidas é, por exemplo, se a família Espírito Santo esteve ou não entre os vendedores.
Da mesma forma, há dúvidas sobre a retirada de depósitos da PT do BES, que poderá ou não ter resultado de uma informação à PT - accionista e parte relacionada com o BES - de que o banco seria alvo de intervenção pública. Caso esse dinheiro não tivesse sido retirado, a perda para a PT ascenderia, só em depósitos, a quase 130 milhões de euros.
O comunicado da CMVM refere ainda outras suspeitas.
Na altura, até parecia que o Goldman Sachs pensava comprar em saldo o “maior” banco privado português, o BES, sem saber ainda que estava cheio de clientes, mas privado de dinheiro vivo…
Timidamente, lá comprou mais de 2%, que dá (?) direito a alguma coisa…Saiba-se lá como, poucos dias antes da CMVM ter decidido a suspensão da negociação dos títulos em bolsa, o banco americano, com amigos e funcionários espalhados em todos os países, vendeu parte da parte adquirida, reduzindo para 1,91% do capital do BES…
Por coincidência, a CMVM viria a decidir que os acionistas com mais de 2% do capital do BES teriam os depósitos transferidos para o BES Mau, ou seja para o lixo não reciclável…
É caso para dizer que há gente que vai à bruxa ou que há “bruxos” que se pagam bem…
Outra coincidência tem a ver com idêntica decisão, agora da PT, de retirar a tempo todos os depósitos que tinha no BES, em momento tão oportuno que permite haver suspeitas de que alguém a avisou, atempadamente, da “futura” decisão do BdP…
A PT detinha 2,1%...
Por coincidência, a CMVM viria a decidir que os acionistas com mais de 2% do capital do BES teriam os depósitos transferidos para o BES Mau, ou seja para o lixo não reciclável…É caso para dizer que há gente que vai à bruxa ou que há “bruxos” que se pagam bem…
Para desvendar estas coincidências e outras, em que ninguém acredita, muito menos quem está por dentro da tribo, a CMVM está a investigar se esta gente (e outra) foi à bruxa ou se há “bruxos” que se pagam bem para “adivinhar” o que se passará nos dias seguintes…
E como isto é crime, lá vamos ter mais trabalho para os juízes e mais uma oportunidade de comprovarmos se, realmente, há uma Justiça para pobres, outra para ricos e agora outra para ex-ricos…
Eu disse ex-ricos?

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