(per)Seguidores

sábado, 23 de agosto de 2014

Um tradutor, à mão, de “politiquês” para português de Portugal

Já chegou ao fim da intervenção de um responsável político e pensou para consigo: hã?! Pois, tende a acontecer. Há palavras com que se floreiam os discursos que tendem a deixar a mensagem um pouco mais confusa. Por vezes, até ao antecipar boas notícias o “complicómetro” está ligado – para “desonerar” salários e pensões, por exemplo. Mas a regra dita que os termos menos óbvios cumprem bem um propósito: tornar as más notícias menos imediatas ao ouvido dos eleitores.
Pedro Rainho
‘Acertos’ - substantivo masculino: acto ou efeito de fazer certo ou realizar correctamente.
O que os políticos querem dizer:
Quando a entrega de documentos oficiais se atrasa a culpa é sempre dos “acertos” a fazer – leia-se desentendimentos. Entre os parceiros de coligação, por norma.
‘Ajustamento’ - substantivo masculino: acto ou efeito de ajustar; adaptação, amoldamento, conformação.
O que os políticos querem dizer:
Deu nome ao programa que Portugal fechou em Maio e tem dado nome a (quase) tudo desde 2011 – corte de salários, de reformas, de subsídios, aumento de impostos. Um verdadeiro exemplo de polissemia.
‘Calibrar’ - verbo: dar o calibre apropriado; fazer a medição ou o ajuste do calibre; corrigir.
O que os políticos querem dizer:
Ao fim de 2 anos e meio de austeridade, o país descobriu – via Pedro Passos Coelho – que o memorando estava, afinal, “mal calibrado”. O pormenor justifica que se tenha ido “além da troika”.
‘Competitividade’ - substantivo feminino: qualidade do que ou de quem é competitivo.
O que os políticos querem dizer:
Os trabalhadores portugueses não a têm em suficiente grau. 3 salários elevados para o nível de produção, e por isso é preciso aumentar o horário de trabalho, mantendo o nível salarial e reduzindo, por exemplo, a compensação pelas horas extraordinárias.
‘Consolidação’ - substantivo feminino: acto ou efeito de consolidar; acto ou efeito de tornar(-se) sólido, firme, estável
O que os políticos querem dizer:
Consolidar as contas públicas – a grande fixação do governo – tem passado por “ajustar” o comportamento orçamental do país e tornar a economia mais “competitiva”. Palavreado à parte, a ideia é pôr o Estado a gastar menos, limitando a despesa feita à riqueza criada – abaixo desse nível seria o céu na terra.
‘Alavancar’ – verbo: dar impulso a; agir a favor de; favorecer o desenvolvimento de; fazer avançar; fomentar, promover, incentivar.
O que os políticos querem dizer:
O palavreado económico entrou em força no discurso político. “Alavancar” é outra forma de dizer que se promove o desenvolvimento – ou da economia, ou de alguma medida política, por exemplo.
‘Desequilíbrios’ - substantivo masculino: acto ou efeito de desequilíbrar(-se); falta de proporção, de harmonia; desigualdade.
O que os políticos querem dizer:
A expressão generalizou-se Europa fora. Os “desequilíbrios acumulados” também são traduzíveis por “viver acima das possibilidades”.
‘Desonerar’ – verbo: livrar(-se) de ónus, encargo, obrigação ou incumbência; desobrigar(-se), eximir(-se).
O que os políticos querem dizer:
Até para dar boas notícias o primeiro-ministro escolheu o caminho mais ardiloso. Desonerar os cortes em salários e pensões em 2016 equivale a devolver – algum – poder de compra aos portugueses. Difícil, hein?
‘Externalizar’ – verbo: tornar(se) externo; atribuir tarefa ou serviço a uma entidade externa ou privada.
O que os políticos querem dizer:
“Vá para fora, cá dentro”. O slogan de promoção do turismo em Portugal ajuda a perceber o economês. Os serviços que o Estado até podia disponibilizar – em saúde, educação, etc. – são passados para a responsabilidade das entidades privadas. Gestão de custos, justifica-se.
‘Flexibilizar’ – verbo: tornar(-se) menos rígido.
O que os políticos querem dizer:
Flexibilizar o mercado laboral significa,  traços largos, facilitar despedimentos. Depois, onde alguns vêem “competitividade”, outros vêem “precariedade”.
‘Mentir’ – verbo: afirmar ser verdadeiro (aquilo que se sabe falso); causar ilusão a; dissimular a verdade; enganar, iludir.
O que os políticos querem dizer:
Um político não mente. Quando muito, falta à verdade ou diz inverdades. É o discurso com pinças em todo o seu esplendor. Passar “ao lado dos factos” também é uma alternativa válida.
‘Temporário’ – adjectivo: que dura apenas um certo tempo; provisório, não definitivo.
O que os políticos querem dizer:
Uma medida é temporária. Para o ano vai ser temporária outra vez. No ano seguinte vai ser novamente temporária. E no ano a seguir...
‘Reforma’ - substantivo feminino: mudança induzida em algo para fins de aprimoramento e obtenção de melhores resultados.
O que os políticos querem dizer:
Reforma do Estado, da Segurança Social, reforma do mapa judiciário, reforma do IRC feita e a do IRS a caminho. Também traduzível por cortes no Estado, cortes na segurança Social, cortes nos tribunais, benefícios fiscais para as empresas e para os particulares já se verá.
‘Virtuoso’ – adjectivo: que possui e cultiva qualidades de virtude; esforçado, valoroso.
O que os políticos querem dizer:
“Virtuoso” entrou no discurso político pela mão deste governo. Passos Coelho já apontou para um “círculo virtuoso do crescimento” e para uma “trajectória da dívida novamente virtuosa” enquanto Portas apontou o contexto “virtuoso” do crescimento. Com a virtude a assentar arraiais na política, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, até já veio esclarecer que “o aumento de impostos, seja para o que for, não tem dimensão virtuosa”. Nenhuma, mesmo: é “malicioso”.
Eufemismos à parte, uma realidade caleidoscópica para serpentes encantadoras…

Ecos da blogosfera - 23 ago.

Efemérides do dia

Logótipo de WWW, por Robert Cailliau
Eventos históricos
1893 - É instalado o 1º de uma série de cabos telegráficos submarinos - ligando a cidade da Horta (Açores) a Lisboa (Carcavelos).
1927 - Sacco e Vanzetti são executados.
1940 - II Guerra Mundial: Os alemães começam o bombardeio a Londres.
1952 - É formada oficialmente a Liga de Estados Árabes.
1989 - Tim Berners-Lee ativa a primeira versão da WWW - World Wide Web.
1990 - Reunificação da Alemanha: o Parlamento da República Democrática Alemã aprova a reincorporação do país à República Federal da Alemanha, a partir de 3 de outubro.
Nasceram neste dia…
1708 - Dom Frei João Evangelista Pereira da Silva, português, bispo de Belém do Pará (m. 1782).
1754 - Luís XVI, rei da França (m. 1793).
1933 - A. H. de Oliveira Marques, historiador e professor português (m. 2007).
1980 - Diamondog, rapper angolano.
Morreram neste dia…
  634 - Abu Bakr, o primeiro Califa do Islão.
1305 - Execução de William Wallace, ativista escocês (n. 1276).
1927 - Execução de Bartolomeo Vanzetti, anarquista italiano (n. 1888).

Contramaré… 23 ago.

A dívida pública portuguesa subiu para os 134% do PIB no final do 1.º semestre, acima dos 132,4% registados no final dos primeiros 3 meses de 2014, segundo o Banco de Portugal.
Os números divulgados demonstram que a trajetória da dívida pública portuguesa continua em crescimento, acima das perspetivas do Governo.
No Documento de Estratégia Orçamental 2014-2018, o Governo prevê que a dívida continue a subir este ano face a 2013, para os 130,2% do PIB.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Um novo “placebo” para a mais recente e “perigosa” doença…

Este "smartphone" foi criado para aqueles que sofrem de nomofobia, o medo irracional de sair de casa sem o telefone. Com o ‘noPhone’ pode fazer tudo... menos telefonar, mensagens, fotografias, etc.
Características especiais: Sem Bateria, não necessita de atualizações, inquebrável e à prova de água.
Prepare-se: a tecnologia não para de surpreender (e a criatividade também não). As pessoas já não sabem viver sem smartphones. É um regalo poder passear-se no Facebook, Twitter, Whatsapp ou Instagram à distância de um clique, onde quer que esteja. O vício virou coisa séria, virou fobia. Já se sentiu ansioso por querer mexer no telefone e não poder? Ou está de 10 em 10 segundos a tocar no visor para ver se recebeu alguma coisa? Pois bem, chama-se nomofobia. Na génese é o medo irracional de sair de casa sem o telefone.
Mas a solução está encontrada, parece. O conforto, a serenidade e a paz chegarão com o noPhoneconta o ABC. É fácil de imaginar: um “telefone” de plástico, que não pode enviar mensagens, nem fazer chamadas, muito menos pode tirar selfies ou mudar o seu estado no Facebook. O ‘noPhone’ é, como chama o autor do artigo, um “telefone” de carências.
“O noPhone atua como substituto a qualquer dispositivo móvel inteligente, o que permite dispor de um retângulo de plástico suave e frio sem renunciar ao ambiente onde está”, explicam na página online do produto. “O ‘noPhone’ simula o peso exato e as dimensões do seu gadget mais querido para aliviar sentimentos gerados pela ausência de um verdadeiro smartphone.”
O site do ‘noPhone’ tem uma secção para (falsos?) testemunhos, que, permitam-nos, é deliciosa. Vejamos: “Com o noPhone, a minha capacidade para o contacto visual melhorou 73%”, disse Whitney R. “Por causa do ‘noPhone’, durante uma semana, deixei de enviar mensagens ao meu ex-namorado quando estava embriagada”, disse Craig G. Ou a frieza de uma tal de Katie A: “Não é um telefone real”Surprise, surprise
A nomofobia afeta, segundo os primeiros estudos, 53% dos utilizadores de telemóveis. Esta patologia afeta mais os homens. Apenas 48% das mulheres sentem ansiedade quando estão com pouca bateria ou rede — os homens registaram 58%.
É um facto que a dependência do smartphone, por ser uma sujeição irreparável, se tornou uma doença crónica, que os sociólogos já devem ter abordado, mas não é por aí que vai o meu comentário…
Mesmo tendo em conta as virtualidades do aparelho, como ferramenta multifuncional, que vai de mero passatempo, passa pela interatividade relacional e pode centrar-se num complemento de trabalho, não deixa de ser dispensável, se tivermos em conta que antes de existir não se sentia a necessidade, embora venha substitua outras dependências antes sentidas…
É curioso que, como em qualquer doença do foro psicológico, também esta já tem um “placebo”, com os mesmos efeitos positivos dos “químicos”, aliviando o stresse dos atingidos e “reduzindo” o efeito do aditivo…
Embora considerando-se que a invenção deu origem a uma nova era numa cultura globalizada e com efeitos incomensuráveis, para o bem e para o mal, retomo um ponto que acho difícil de compreender e que se traduz nos montantes de lucros a que dão origem, em crescendo, já que antes da crise, em Portugal os lucros das operadoras eram 2 vezes superiores aos lucros da banca e depois de 3 anos de austeridade, hoje são quase 4,25% superiores aos do setor bancário: Lucros da Banca: 1.279.000,00 euros e Proveitos Operadoras: 5.436.000.000,00 euros.
Será o “custo” da inatividade laboral, da solidão mitigada ou do aumento de produtividade?
Ou será apenas a redução dos “lucros” da banca?
Só falta saber se o ‘noPhone’ vai pagar IVA (se custar dinheiro) e o tal imposto previsto na Lei da Cópia Privada

Ecos da blogosfera - 22 ago.

Efemérides do dia

Eventos históricos
1415 - Tropas portuguesas comandadas pelo rei João I de Portugal conquistam Ceuta, iniciando o Império Português.
1864 - É criada a Cruz Vermelha Internacional, Nobel da Paz em 1917 e 1944.
1910 - Anexação da Coreia pelo Japão, o que quase extinguiu a cultura coreana.
Nasceram neste dia…
1862 - Claude-Achille Debussy, compositor francês (m. 1918).
1908 - Henri Cartier-Bresson, fotógrafo francês (m. 2004).
1931 - Ruy Guerra, cineasta brasileiro, nascido em Moçambique.
Morreram neste dia…
1922 - Michael Collins, líder da autonomia da República da Irlanda.
1942 - Alfredo da Silva, empresário português (n. 1871).
1976 - Juscelino Kubitschek, político brasileiro (n. 1902).
1981 - Glauber Rocha, cineasta brasileiro (n. 1939).
1982 - Arthur Duarte, cineasta português (n. 1895).

Contramaré… 22 ago.

5 membros da família Espírito Santo e 3 administradores do Grupo financiaram a campanha de Cavaco Silva para as eleições que o elegeram Presidente da República, em 2006. No total, chegaram à campanha do candidato apoiado pelo PSD mais de 152.000 euros vindos do universo BES, o que representa 7% do total do financiamento obtido.
João Rendeiro, então líder do BPP, Horácio Roque, na altura líder do Banif, e Paulo Teixeira Pinto, do BCP, também contribuíram para o financiamento da campanha cavaquista, com 22.482, 20.000 e 5.000 euros, respetivamente. Outros deram dinheiro às 2 campanhas – de Cavaco e de Soares: Jardim Gonçalves e José Oliveira e Costa, então presidente do BPN.
Família de ‘Zé Grande’ doa 55.000 euros a Cavaco.
Américo Amorim, João Pereira Coutinho, Dionísio Pestana, António Mota (Mota-Engil), Manuel Fino (SDC Investimentos), Manuel Violas (Solverde) ou Nuno Vasconcelos (Ongoing) foram alguns nomes que fizeram da campanha de Cavaco a mais financiada por empresários naquele ano.
As campanhas de Manuel Alegre, Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa e Garcia Pereira não receberam donativos da banca nem dos grandes empresários do país.
O caso BES: o teste de stress à justiça portuguesa - Boaventura Sousa Santos e Conceição Gomes 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Todos querem tratar-nos da saúde, com métodos alternativos…

A CMVM suspeita que os mexicanos da Angeles podem ter cometido um crime de abuso de informação privilegiada antes de avançarem com a OPA à Espírito Santo Saúde na terça-feira. A investigação foi aberta depois de o regulador saber que nas semanas antes do anúncio da OPA o grupo mexicano comprou acções da empresa portuguesa, até ficar com 3,3% do seu capital.
No site da CMVM pode ler-se que há uma “hipótese de abuso de informação privilegiada” quando “uma entidade emitente inicia o processo de eventual lançamento” de uma OPA e “antes da decisão final vários administradores compram para si e para a própria empresa acções da entidade visada”.  A própria CMVM limitou-se a dizer que, “sempre que é publicado um anúncio de uma OPA, a CMVM faz uma análise das operações que o antecederam”. Os mexicanos da Angeles não quiseram comentar.
Os títulos da Espírito Santo Saúde (ES Saúde) seguem a somar 1,29% para 4,33 euros. No entanto, esta quinta-feira, 21 de Agosto, as acções da empresa liderada por Isabel Vaz já chegaram a avançar 3,39% para os 4,42 euros. Como base na cotação actual e no valor de fecho da passada terça-feira, 19 de Agosto, dia em que foi revelado que a empresa ia ser alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) por parte dos mexicanos da Ángeles, é possível perceber que os títulos já registaram uma valorização de 9,8% nestes 2 dias.
Hoje, em menos de 2 horas de negociação, já trocaram de mãos mais de 175.000 acções. A média diária dos últimos 6 meses é de pouco mais de 220.000. Com base na cotação actual, a empresa - que entrou em bolsa em Fevereiro de 2014 - tem uma capitalização bolsista de mais de 413 milhões de euros.
A Ángeles pretende, caso a sua OPA à ES Saúde tenha sucesso, manter a linha estratégica delineada pelo conselho de administração liderado por Isabel Vaz.
Com todos estes malabarismos, já ninguém discute as vantagens do SNS em contraponto com o SES - Serviço Estrangeiro de Saúde -, porque toda a gente se foca na “salvação” do Espírito Santo (que sendo santo não precisaria ser salvo), deixando de lado a salvação dos contribuintes, mais uma vez, e fixando-se apenas nos sintomas do mercado…
E pelo que se percebe, os mercados é que estão doentes, e no que respeita à saúde até vão pelas “medicinas alternativas”, valendo-se de todos os truques para ganharem o deles, mesmo que a nossa saúde não ganhe nada com isso.
À primeira vista, e perante os números da bolsa, parece que houve um “Espírito Santo de orelha”, que iluminou os potenciais compradores, que para já ganharam uns cobres, mesmo que o negócio não lhes seja atribuído, mas a CMVM não quer “condenar” um presumível inocente e vai investigar se há crime… Aposto que não, cá por coisas!
E andamos nós preocupados com o nosso SNS, com medo de ninguém nos acudir nas horas de aflição, quando os estrangeiros, solidários com o nosso mal-estar, estão dispostos a tratar-nos da saúde, garantindo um direito que a direita nos quer tirar…
Pelos vistos, o custo do tratamento de saúde nas instituições privadas e a prescrição de remédios no México está um pouco mais barato do que a média dos seus parceiros de economia da América do Norte, o que não quer dizer ou quer dizer muito, já que os Seguros Privados de Saúde nas Américas custam os olhos da cara.
Mas como por enquanto isto só tem a ver com o jogo da Bolsa, vamos ter fé na Sra. Isabel Vaz, que sabe do negócio e no Ministro da Saúde, que sabe tanto como ela de Saúde Privada, para não sermos tratados com placebos…
E são logo 2 especialistas em Privados, que vão tratar do nosso Serviço Nacional de Saúde. Não é um contrassenso?

Ecos da blogosfera - 21 ago.

Efeméride do dia

Eventos históricos
1770 - O capitão James Cook, no fim da sua viagem de descoberta da Austrália, reclama o continente em nome do Império Britânico.
1792 - A guilhotina é utilizada pela primeira vez durante a Revolução Francesa, para executar um nobre após um rito sumário.
1808 - Batalha do Vimeiro, na qual o exército de Napoleão foi derrotado.
1911 - Em Portugal é promulgada a Constituição de 1911
1959 - O presidente Eisenhower anuncia a entrada do Havaí na União, como o 50.° Estado norte-americano.
1968 - Tropas do Pacto de Varsóvia invadem a Checoslováquia, pondo fim à Primavera de Praga.
1998 - Os Estados Unidos destroem uma indústria farmacêutica no Sudão, acreditando ser uma fábrica de armas químicas.
Nasceram neste dia…
1643 - Afonso VI, rei de Portugal (m. 1683).
1789 - Augustin-Louis Cauchy, matemático francês (m. 1857)
1921 - Milton Ribeiro, ator brasileiro (m. 1972).
1973 - Sergey Brin, cofundador e atual presidente de tecnologia da Google.
Morreram neste dia…
1940 - Leon Trótski, revolucionário russo, assassinado. (n. 1879)
1986 - Alexandre O'Neill, poeta surrealista português (n. 1924).
1989 - Raul Seixas, poeta e músico brasileiro (n. 1945).
2003 - Nuno Castel-Branco, médico português (n. 1931)

Contramaré… 21 ago.

No anúncio preliminar da Oferta Pública de Aquisição (OPA) pode ler-se que a "eficácia da oferta ficará subordinada à verificação, até ao termo da mesma", de um conjunto de condições.
Uma das condições é a "transmissão definitiva para o Novo Banco de todas as posições ativas e passivas que a sociedade visada [ESS] e cada uma das suas subsidiárias detinham no Banco Espírito Santo (BES), nomeadamente depósitos em numerário, depósitos bancários imediatamente mobilizáveis e outras aplicações de tesouraria e equivalentes de caixa".
Outra das condições para a concretização da oferta é a aquisição pelo grupo mexicano de "um número de ações representativas de, pelo menos, 50,01% do capital social" da ESS.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Uma proposta para “restaurar” a exigida MISSÃO da ONU…

O papa Francisco defendeu uma intervenção da ONU para acabar com o que chamou de "agressão injusta" contra civis no Iraque e disponibilizou-se para visitar o país, se necessário.
"Onde há um agressor ilegítimo, é legítimo detê-lo. Sublinho o verbo 'deter', e não bombardear ou travar uma guerra", disse o pontífice, fazendo referência às forças extremistas do chamado "Estado Islâmico" (EI).
O Papa admitiu que prefere uma intervenção conjunta da ONU a uma ação unilateral como a que já está a ser realizada pelos Estados Unidos. A ONU, segundo ele, precisa discutir maneiras para deter o "agressor". "Uma única nação não pode julgar como terminar" com uma agressão, frisou o Papa, referindo-se aos Estados Unidos. Para isso foi criada a ONU depois da II Guerra Mundial, para chegar a soluções conjuntas, disse. "É preciso lembrar quantas vezes, com a desculpa de deter um agressor, potências deram início a uma verdadeira guerra de conquista."
Na última semana, os EUA realizaram bombardeamentos seletivos no norte do Iraque, para combater as forças dos extremistas EI, que combate em vários pontos do Norte do país, para ampliar o "califado" que proclamou.
O papa afirmou que, "se for necessário", viajaria ao Iraque no sentido de apoiar os refugiados cristãos do Curdistão. "Porém, neste momento, não é a melhor coisa a fazer", disse.
Perante a barbárie que se vai alastrando, sobretudo a leste, e a leste de iniciativas de âmbito internacional que lhe ponham cobro, grassando apenas iniciativas nacionais, sem legitimidade e avulso e sem valores confessados, vem o Papa Francisco, mais uma vez, chamar a atenção para o respeito pelo direito internacional e pela “renovação” da missão da ONU, única entidade com delegação para intervenções humanitárias ou bélicas, quando é o caso, como é…
Sabendo-se que os “cabeças” do Califado têm massacrado preferencialmente cristãos, é natural que o maior representante do catolicismo intervenha, em defesa dos seus fiéis, mas também a favor de todos os seres humanos, incitando a ONU a uma “guerra” santa e humanitária, que neutralize os autores deste genocídio, através de métodos diferentes, que passam pelo foro da justiça…
Só é pena que não tenha feito o mesmo apelo para todos os outros conflitos e genocídios, na Ucrânia, na Síria e em Israel… Toda a gente é gente em qualquer sítio, seja qual for a opção religiosa.
Não fossem os massacres e o “Califado” seria uma anedota de humor negro…
É um plano ambicioso: o mapa difundido nas redes sociais por radicais islâmicos mostra as ambições de um califado do século XXI, que iria da Ibéria ao Vale do Indo.

Ecos da blogosfera - 20 ago.

Personagem da esquerda: Estado Islâmico.
No mapa: Califado Islâmico.
Obama para Chuck Hagel, Secretário americano da Defensa: "Aumente o orçamento para a conquista de Marte para 100.000 milhões de dólares, apenas no caso de!"

Efeméride do dia

Eventos históricos
1960 – O Senegal divide-se do Mali e declara a independência.
1975 - A NASA lança a sonda Viking 1 em direção a Marte.
1988 - Guerra Irão-Iraque: um cessar-fogo é estabelecido, depois de quase 8 anos de guerra.
1998 - A Suprema Corte do Canadá decide que o Quebec não poderá separar-se legalmente do Canadá sem autorização do governo federal.
Nasceram neste dia…
1779 - Jöns Jacob Berzelius, químico sueco (m. 1848).
1885 - Matias de Lima, poeta português (m. 1976).
1889 - Cora Coralina, poetisa brasileira (m. 1985).
1927 - Décio Pignatari, poeta e teórico da comunicação brasileiro (m. 2012).
Morreram neste dia…
1580 - Jerónimo Osório, historiador português (n. 1506).
1823 - Papa Pio VII (n. 1742).
1914 - Papa Pio X (n. 1835).
1915 - Paul Ehrlich, bacteriologista alemão (n. 1854).
1995 - Hugo Pratt, autor de banda desenhada italiano.

Contramaré… 20 ago.

A contratação de médicos cubanos custou nos últimos 6 anos cerca de 12 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde. Acordos entre os 2 países a que o i teve acesso, até aqui nunca divulgados, permitem pela primeira vez estimar o custo da medida lançada em 2009 pelo governo socialista para resolver as carências de médicos de família e que até à data não foi alvo de um balanço público sobre gastos e impacto. Os documentos revelam também que, no início do protocolo, Portugal pagava mensalmente por cada médico 5.900 euros, valor que o Estado não paga a nenhum médico no SNS como salário base. No final de 2011, o actual governo reviu o valor para 4.230 euros.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Expert explica o óbvio e condena a malfeitoria dos roubos!

O antigo governador do Banco de Inglaterra, Paul Tucker, considera que a forma como o Governo e o Banco de Portugal atuaram para salvar o ‘BES-bom’ foi a adequada para aquela situação particular. No entanto, considera que a utilização de dinheiro público para reestruturar uma instituição financeira "não deve ser um precedente" na Europa.
"Foi bom que os acionistas tenham assumido perdas, mas os acionistas sensores não e, por isso, foram usados recursos do governo português", afirmou Tucker em entrevista. O que quer dizer? Que "pode ter sido o adequado a fazer nestas circunstâncias particulares, mas não deve servir como precedente para o futuro". Ou seja, "não estou a criticar os portugueses, eles fizeram exactamente o que era mais acertado, mas quando a construção do Fundo de Resolução estiver completa, isto não deve ser um precedente", detalhou. É que o mecanismo de resolução deverá prolongar as perdas também para os detentores de dívida sénior, referiu. "No futuro, o enquadramento deve ser baseado em perdas para o acionista e não para o Estado".
O problema é que "vai levar alguns anos até se criar um bom sistema de resolução", diz Tucker, admitindo que "as diretivas europeias são boas, mas os bancos europeus ainda precisam de reestruturação e de emitir obrigações". E que qualquer implosão poderá acabar por recair nos acionistas.
No entanto, a passagem do ónus para os detentores de obrigações serve para que "não se prejudiquem os depositantes", nem se utilizem "recursos públicos". "As perdas devem ser assumidas pelos acionistas, incluindo os detentores de dívida sénior", sublinhou o especialista.
O modelo escolhido pelo governo e Banco de Portugal para proteger os ativos bons do BES implicou a injeção de 4.900 milhões de euros: 3.900 milhões provenientes da linha de resolução da banca que, por sua vez, recebeu um empréstimo da Linha de capitalização da troika, para ter fundos suficientes.
Já era tempo de alguém com experiência e enquadrado nas regras da lógica, vir dizer o óbvio, que é o mesmo que dizer, que pagar o justo pelo pecador não pode fazer caminho…
A primeira conclusão, com base no que passou no BES, é que se está mesmo a utilizar dinheiro público para reestruturar uma instituição financeira, ao contrário do que os “homens do leme” nos vêm tentando incutir…
A segunda conclusão, com base no que se passou no BES, é que isto não pode (continuar a) ser um precedente e que no futuro, as perdas devem ser para os acionistas e nunca para o Estado, que somos nós, os contribuintes…
A terceira conclusão, com base no que se passou no BES, é que a passagem do ónus para os detentores de obrigações serve impede que nem os depositantes sejam prejudicados nem se utilize dinheiro público, devendo, logicamente, as perdas serem assumidas exclusivamente por todos os acionistas…
Tudo isto para dizer 3 coisas óbvias:
1 – Quem arrisca e não petisca, perde e paga!
2 – Quem não deve não deve temer ter que pagar as dívidas dos jogadores compulsivos!
3 – Tudo o que tem sido feito, pondo os contribuintes a pagar faturas de terceiros, só tem explicação se a lógica fosse mesmo uma batata…
Óbvio!
É pena ter-se esquecido de fazer referência aos ladrões ou incompetentes e à associação de malfeitores a quem chamam de administradores/banqueiros, bem como à inimputabilidade de que gozam, por promiscuidades e faces ocultas…
A lógica também passa pela justiça…