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sábado, 30 de agosto de 2014

Se o fisco castiga o contribuinte, o contribuinte que se defenda!

Depois de lançar a Modelo3 em Portugal e chegar a mais de 40.000 pessoas, Celso Pinto e a sua equipa rumaram a Londres, onde se propõem fazer exatamente a mesma coisa: desenvolver uma plataforma que permite aos contribuintes aproveitar ao máximo os benefícios fiscais.
Maria João Espadinha
Vencedor do Seedcamp Londres - competição do acelerador de startups tecnológicas na Europa -, em setembro de 2012, Celso Pinto lançou a SimpleTax, no Reino Unido, 3 meses depois. E já atingiu 20.000 utilizadores e um marco de poupança de 2,5 milhões de libras.
"Desenvolvemos a Modelo3 porque reparámos que não havia uma forma fácil de os contribuintes pouparem nos impostos. Através da nossa plataforma, os utilizadores indicam os seus rendimentos e deduções e o software mostra o que poderá estar em falta para atingir outro nível de poupança", explica Celso Pinto.
Apesar de terem chegado a uma poupança de quase "2.000.000 de euros" para os utilizadores em Portugal, o mercado nacional é pequeno, com apenas 130.000 a 150.000 contribuintes independentes. Assim, a escolha óbvia era a internacionalização: "No Reino Unido, só os freelancers é que têm de entregar a declaração de impostos, mas é algo muito complicado, é como se se tratasse de uma pequena empresa", diz o empreendedor. Depois de alguns contactos com trabalhadores independentes no país - que no total rondam os 5.400.000 -, Celso Pinto percebeu que havia "uma oportunidade de mercado" e decidiu falar com o Seedcamp. Foi então convidado para participar numa competição - e acabou por ganhar.
"A aceitação tem sido fantástica", conta o empreendedor, que tem agora um novo objetivo. "O mercado britânico tem uma particularidade, pois tem um sistema como o Portal das Finanças, o HM Revenues & Customs (HMRC), utilizado por 49,5% dos contribuintes; percentagem igual recorre a contabilistas e existe ainda software comercial para entregar as declarações, utilizado por cerca de 90.000 contribuintes, dos quais 20.000 já estão no SimpleTax. Agora queremos chegar aos utilizadores do HMRC", diz.
Em Portugal, o objetivo é também continuar a desenvolver a plataforma, depois de o serviço ter sido suspenso este ano. "Não estávamos a conseguir colocar a Modelo3 no patamar que pretendíamos, por isso tomámos essa decisão conscientemente e comunicámo-la a todos os utilizadores", lamenta o empreendedor, que garante, no entanto, que em 2015 a plataforma já estará novamente ativa. O modelo de negócio também sofreu alterações, já que, no início, a Modelo3 cobrava um valor fixo pela submissão da declaração. "Reparámos que existe uma forma ideal de ter um serviço gratuito e ao mesmo tempo sustentar a empresa", explica Celso Pinto. A solução está nas recomendações feitas ao utilizador. "Se encontrarmos, por exemplo, um seguro profissional mais barato do que aquele que o contribuinte tem, sugerimos uma troca, e se for aceite nós recebemos uma pequena comissão", explica o empreendedor, que tem parcerias no Reino Unido com empresas de seguros, bancos, cartões de crédito, fornecedores de eletricidade, telefone, internet e agências de gestão imobiliária.
Com um financiamento total de 440.000 euros de vários investidores (20.000 euros em Portugal e o restante no Reino Unido), a SimpleTax ainda não atingiu o breakeven. "O importante agora é comprovar que é um modelo de negócio que funciona", defende Celso Pinto. A internacionalização continua a ser um objetivo, mas só em 2017 ou 2018. "Agora temos de consolidar a posição nos países onde estamos", conclui.
O projeto é notícia, não é só o caso de ser mais um dos muitos sucessos de portugueses lá fora, mas por ser uma ferramenta que pode ajudar os contribuintes a “fugirem” aos colossais impostos com que os governos, em nome dos “poderes” do Estado nos penitenciam, mesmo que tenhamos pecado…
Só é pena que a plataforma já não esteja a funcionar para Portugal e que só volte em 2015, ano de eleições e (quem sabe?) de novo governo, mas esperando que venha a tempo de minorar o esbulho de que vamos sendo vítimas, e que proporciona ao executivo uma almofada fofa para adormecermos à espera de D. Sebastião, que nos querem fazer crer que já chegou…
Já que não podemos exercer o “direito” à fuga aos imposto, colocando as poupanças num offshore, ao menos que possamos fugir à demasia, por não sabermos fazer contas e previsões do que podemos receber mais, mesmo ganhando menos…
O azar é que em Portugal nunca sabemos os nossos rendimentos para os introduzir na plataforma e qualquer dia as deduções, de tanto reduzirem e serem excluídas, não permitirão ao software mostrar os caminhos para a poupança nos impostos…
Mas como dizem que a “coisa” está a melhorar “a olhos que só alguns veem”, vamos esperar sentados pela redução dos impostos e o automático aumento de receitas (?) que façam regressar as deduções, para termos um “melhor Estado e mais privados”…
Nem a tecnologia nos vale, até porque foi um Excel que nos lixou!

Ecos da blogosfera - 30 ago.

Efemérides do dia

Brasão de Armas de Timor Leste
Eventos históricos
1918 - Vladimir Lenin, líder do Partido Bolchevique, é baleado após um discurso numa fábrica em Moscovo.
1956 - É aberta a Ponte do Lago Pontchartrain, em Mandeville, na Luisiana, que é, com uma extensão de 38.422 metros, a mais longa ponte do mundo.
1973 - O Quénia proíbe a caça de elefantes e o comércio do marfim.
1999 - O povo do Timor-Leste decide, em referendo, pela independência.
2001 - Ocorrem as primeiras eleições democráticas para eleger os membros da assembleia constituinte de Timor-Leste.
Nasceram neste dia…
1748 - Jacques-Louis David, pintor francês (m. 1825).
1843 - Pierre Lallement, inventor da bicicleta (m. 1844).
1877 - Elísio de Moura, médico psiquiatra português e 1.º Bastonário da Ordem dos Médicos, em 1939 (m. 1977).
1884 - Theodor Svedberg, químico sueco, Prémio Nobel de Química (m. 1971).
1912 - Edward Mills Purcell, físico norte-americano, Prémio Nobel de Física (m. 1997).
Morreram neste dia…
30 A.C. - Cleópatra VII do Egito (n. 70 a.C.).
1773 - Nicolau Nasoni, arquiteto italiano, que trabalhou em Portugal (n. 1691).
1928 - Wilhelm Wien, físico alemão e ganhador do Nobel de Física (n. 1864).
1940 - Joseph John Thomson, físico britânico e Nobel de Física (n. 1856)

Contramaré… 30 ago.

De acordo com os dados avançados pelo gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (UE), a taxa de desemprego em Portugal prossegue em 2014 uma evolução positiva, tendo voltado em julho ao nível de novembro de 2011 (altura em que se encontrava precisamente nos 14%, vindo depois a subir até um "pico" de 17,8% em abril de 2013).
Já na zona euro, assim como no conjunto da UE, a taxa de desemprego manteve-se estável em julho face a junho, nos 11,5% e 10,2%, respetivamente.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Lá se faz, lá se paga! “…e nós aqui temos tudo!”

O Bank of America (BofA) aceitou pagar um valor recorde de 17.000 milhões de dólares (12.800 milhões de euros), 9.650 milhões dólares às autoridades e os restantes 7.000 milhões aos clientes afectados, para encerrar um litígio proveniente da crise dos empréstimos imobiliários de má qualidade, designados ‘subprime’.
Ficam ainda por resolver possíveis eventos criminais, especialmente relacionados com a Countrywide. O Departamento de Justiça acusou o BofA de ter vendido produtos financeiros, suportados por aqueles créditos imobiliários sem qualidade, que estiveram na origem da crise financeira de 2007-2008 e causaram prejuízos de milhares de milhões de dólares para os seus compradores.
Esta penalidade é um valor recorde, depois de o JPMorgan Chase ter pago 13.000 milhões de dólares em 2013.
O Lombard Odier e o Pictet Group, 2 dos maiores bancos da Suíça, vão tornar públicos os seus resultados financeiros, depois de 2 séculos - desde a respetiva fundação - de segredo. Os 2 bancos passam agora a publicar relatórios semestrais, que terão de ser divulgados até 2 meses depois do final de cada semestre.
Depois de um escrutínio sem precedentes por parte das autoridades europeias e norte-americanas ao sector da banca privada na Suíça, as 2 instituições prescindiram das estruturas de parcerias que implicavam que os seus parceiros assumissem a responsabilidade das perdas em janeiro deste ano. As contas do Pictet Group serão tornadas públicas ainda este mês e, no caso do Lombard Odier, será no dia 28. Não se conhecem ainda os números que serão divulgados, o que se sabe é que os 2 bancos supervisionam cerca de 630.000 milhões de dólares (474.900 milhões de euros) de clientes privados e institucionais, incluindo algumas das famílias mais ricas do mundo.
Começa assim uma nova era de regulação para a banca suíça, que terá de adaptar os seus modelos de negócio e passar a partilhar informação dos seus clientes com autoridades fiscais de outros países.
Neste momento, o Pictet está entre um grupo de bancos suíços sob investigação do Departamento de Justiça norte-americano, por, alegadamente, ajudar cidadãos norte-americanos a fugir ao fisco. O Lombard Odier, por seu lado, entrou voluntariamente para um programa de divulgação de dados, juntamente com mais de uma centena de bancos suíços.
O Wall Street Journal voltou a escrever mais um artigo sobre o colapso do BES. Desta vez, o jornal revela o papel que o banco suíço Crédit Suisse terá tido na derrocada do BES ao juntar milhões de dólares em títulos de dívida do Grupo Espírito Santo (GES) que foram vendidos, em veículos financeiros, a clientes do BES. 3 dos veículos estão sedeados numa offshore francesa e chamam-se Top Renda, Euroaforro Investments e Poupança Plus Investments. O Crédit Suisse foi o "arranger e dealer" destes produtos e o 4.º, chamado EG Premium, está sedeado nas Ilhas Virgens, um offshore britânico.
Nos EUA, devagar e bem, lá vão obrigando os bancos a pagar as vacas aos donos, ao Estado e aos clientes…
“…e nós aqui temos tudo!”
Na Suíça, ao fim de 200 anos, começa uma nova era de regulação para mais de uma centena de bancos, que vão tornar públicos os seus resultados financeiros e passam a partilhar informação dos seus clientes com autoridades fiscais de outros países, para evitar que ajudem cidadãos desses países fujam ao fisco…
“…e nós aqui temos tudo!”
Em Portugal, presume-se que um banco suíço ajudou um outro banco português, que foi à falência, conhecem-se os offshores que “ajudaram” à fuga de impostos e os responsáveis de um banco nem do outro sentam o rabinho no banco dos réus, nem se conhecem os nomes dos fugitivos ao fisco, obrigando-os a repor o que os contribuintes adiantaram por eles…
Lá se faz, lá se paga.
“…e nós aqui temos de tudo!”
Nota – São mais alguns exemplos da inocência dos bancos na crise, da honorabilidade sob suspeita dos banqueiros, do que são os serviços privados e de que não fomos nós que “vivemos todos acima das nossas possibilidades”.

Ecos da blogosfera - 29 ago.

Efemérides do dia

Degolação de São João Batista, 1924, por Benedito Calixto
Eventos históricos
1825 - Reconhecimento da independência do Brasil por Portugal.
1949 - É realizado o primeiro teste de uma bomba atómica da União Soviética, a Joe 1, em Semipalatinsk, no Cazaquistão.
1966 - Os Beatles fazem seu último espetáculo, em San Francisco.
2005 - Furacão Katrina atinge a cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos.
Nasceram neste dia…
1730 - Aleijadinho, escultor, entalhador, desenhador e arquiteto brasileiro (m. 1814).
1915 - Ingrid Bergman, atriz sueca (m. 1982).
1923 - Richard Attenborough, diretor de cinema britânico (m. 2014).
1958 - Michael Jackson, cantor e compositor estado-unidense (m. 2009).
Morreram neste dia…
1533 - Atahualpa, último soberano Inca de facto do Peru (n. 1502).
1542 - Cristóvão da Gama, filho de Vasco da Gama e capitão de Malaca (n. 1515).
1797 - Joseph Wright, pintor inglês (n. 1734).
1891 - José Maria Latino Coelho, militar e político português (n. 1825).
1982 - Ingrid Bergman, atriz sueca (n. 1915).
2010 - Dorina Nowill, criadora da Fundação Dorina Nowill para cegos (n. 1919).

Contramaré… 29 ago.

A criança, que tinha sido matriculada no curso pelos pais, participava de uma aula no stand de tiro Last Stop, em White Hills, Arizona, quando perdeu o controlo da arma ao sentir o coice do disparo.
A Uzi é uma popular submetralhadora desenvolvida por um militar israelita na década de 40, capaz de disparar até 600 projéteis por minuto.
Na cultura rural de diversas regiões americanas, é comum ensinar crianças a usar armas de fogo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Voltaram os aliciadores do crédito, com a ajuda do anonimato…

"O Banco de Portugal adverte que a entidade que se apresenta com as designações 'Scandi Finance' e 'Scandi Credit' não se encontra habilitada a exercer, em Portugal, a atividade de concessão de crédito ou qualquer outra atividade financeira reservada às instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal", informa o supervisor em comunicado.
Ainda quanto a eventuais propostas de emprego divulgadas por esta entidade, o banco central adverte que essas propostas podem configurar um "esquema fraudulento", ao solicitar dados de contas bancárias para "a movimentação de fundos de proveniência ilícita".
Desde novembro de 2007 que o Banco de Portugal alerta para estas falsas ofertas de trabalho, que usam contas bancárias para transferências de fundos de proveniência eventualmente ilícita.
O Banco de Portugal instaurou, nos primeiros 6 meses do ano, 25 processos de contraordenação contra 14 instituições.
"Dos processos instaurados, 18 tiveram por objeto o incumprimento de preceitos imperativos que regem a atividade das instituições de crédito, 2 processos incidiram sobre a observância das regras de conduta previstas no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF) e 5 processos respeitaram ao incumprimento de preceitos imperativos relativos à prestação de serviços de pagamento", salienta o documento.
Recomendações
O Banco de Portugal adianta ainda que emitiu 357 recomendações e determinações específicas, as quais foram dirigidas a bancos, caixas económicas, caixas de crédito agrícola mútuo e instituições financeiras de crédito. Estas recomendações e determinações específicas incidiram sobre crédito aos consumidores (36,4%), crédito hipotecário (26,9%), regras de transparência dos preçários (18,8%), publicidade (7,8%), depósitos (5,3%) e serviços e meios de pagamento (4,8%).
Publicidade
Na publicidade, as 28 recomendações e determinações específicas emitidas no primeiro semestre de 2014 visaram a correção de um total de 48 suportes publicitários, 4ro dos quais de carácter institucional.
Preçários
Na sequência das ações de fiscalização ao preçário das instituições, foram emitidas 67 determinações específicas dirigidas a 19 instituições.
E pronto! Ficamos a saber, pelo BdP, que a Da. Branca, o BPP, o BPN e o BES transmitiram o vírus da fraude, concretamente a uma entidade de quem não vemos publicidade e disse os nomes e tudo…
Em contrapartida, o mesmo BdP vem revelar que instaurou 25 processos a 14 instituições que bancárias e financeiras, que andam a enganar quem anda “com a corda ao pescoço”, discriminando os “truques”, mas omitindo a “graça” das respetivas, o que até pode estar no relatório, mas devia constar da notícia, para sabermos com quem andamos a “negociar”, enterrando-nos.
Há pelo menos uma ou duas dessas (?) instituições, que antes de a crise rebentar aliciaram muita gente e no pós-crise levaram-nas à bancarrota, com publicidade enganosa ou ardilosa, e em horário nobre das TVs. Quando rebentou a bolha, as tais (in)cumpridoras de promessas calaram-se durante uns 2 anos, voltaram com um paleio mais do tipo “consciência social das empresas” e ei-las de novo nos media, a voltarem a prometer o céu na terra, com a ajuda de “para-quedas”…
E tudo isto tem a ver com o tão apregoado “vivemos acima das nossas possibilidades”, porque assediados por estas sanguessugas levou muita gente a dar uns passos maiores do que as pernas, e que se tivessem sido proibidas da tal publicidade ranhosa, não teria atirado para o inferno tanta gente incauta ou necessitada de “morfina”…
É que oferecer bolos (envenenados) a quem tem fome, se responsabiliza o pedinte, incrimina mais o “pasteleiro” que pôs o veneno!
Se é certo que a iliteracia financeira grassa pela maioria dos cidadãos, também é certo que as manhas dos financeiros conseguem enganar até o “lobo mau”, que de tão lobo ou tão mau, omite os nomes dos ressuscitados pregadores do Éden prometido.
Digam-nos “todos os nomes”! 

Ecos da blogosfera - 28 ago.

Efemérides do dia

28 de agosto: Dia da libertação de Hong Kong (1945)
Panorâmica do norte da Ilha de Hong Kong à noite
Eventos históricos
1511 - Os portugueses conquistam Malaca, na Malásia.
1929 - O dirigível Graf Zeppelin completa a sua 1.ª volta ao mundo, realizada em 20 dias e 4 horas.
1963 - Martin Luther King faz o discurso público que ficou conhecido como Eu Tenho um Sonho (I have a dream) nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, DC.
Nasceram neste dia…
1749 - Johann Wolfgang von Goethe, escritor e cientista alemão (m. 1832).
1828 - Liev Tolstói, escritor russo (data do calendário juliano, equivalente ao 9 de setembro do calendário gregoriano) (m. 1910)
1910 - Tjalling Koopmans, economista holandês, Prémio Nobel de Economia (m. 1985).
1942 - José Eduardo dos Santos, presidente da República Popular de Angola.
1975 - João Tordo, escritor português.
Morreram neste dia…
 430 - Agostinho de Hipona, filósofo e santo católico (n. 354).
1481 - D. Afonso V, Rei de Portugal (n. 1432).
1922 - Gastão de Orléans, Conde d'Eu, Príncipe Imperial do Brasil (n. 1842).

Contramaré… 28 ago.

Israel e o Hamas chegaram a um cessar-fogo na terça-feira (26) na Faixa de Gaza. O acordo foi intermediado pelo Egito e teve início às 19h. A medida permitirá a entrada de ajuda humanitária na região. O acordo prevê também a autorização de pesca, pelos palestinianos, até 6 milhas náuticas - antes o limite era 3 - e a retomada das negociações no Cairo.
O governo norte-americano anunciou que apoia a medida. O secretário-geral da ONU também se pronunciou, dizendo que o futuro de Gaza e Israel depende de um cessar-fogo duradouro.
O conflito entre israelitas e palestinianos teve início no dia 8 de julho. Mais de 2.100 palestinianos e mais de 60 israelitas morreram.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Porque cada aniversário é um ano mais, mas é um ano a menos

A vida que conhecemos começa a desaparecer lentamente, num movimento silencioso que se infiltra nos dias, junto com aqueles que fizeram da nossa época o que ela é.
A expressão mais perfeita que conheço para explicar a brutalidade do acaso nas nossas vidas é ainda a de Joan Didion. Ela disse, em simplicidade exata: “A vida muda num instante. Você senta-se para jantar e a vida que conhecia acaba de repente”. Joan, jornalista e escritora americana, escreveu essa frase no seu livro O ano do pensamento mágico, no qual narra a morte repentina do marido e a sua busca para compreender o incompreensível. Nos últimos dias, Renata, a mulher de Eduardo Campos, repetiria aos amigos: “Não estava no script”.
Não poderia estar no script. Poucos homens planearam a sua carreira política de forma tão meticulosa como Eduardo Campos. E então, ele toma café com a família, embarca num avião para dar sequência à sua primeira campanha presidencial, aquela que poderia levá-lo à presidência do Brasil, não agora, mas em 2018, e morre. O gesto largo de uma vida interrompido num instante. Antes do fim da manhã ele já não está. E os brasileiros de qualquer ideologia, ou sem nenhuma, são atravessados pela tragédia. A do homem perdido, no seu momento de máxima potência, mas também a de ser atingido pela força do incontrolável. Penso que cada um de nós, ou pelo menos a maioria, sentiu a lufada de vento entre as costelas, aquela que está sempre ali, mas fingimos que não existe.
De facto, a morte – repentina ou penosa, como nas doenças prolongadas, precoce ou tardia – é, como sabemos, a única certeza do nosso script. Um dia, simplesmente, já não se está. Como na cena do documentário de João Moreira Salles em que Santiago, o mordomo que dá título ao filme, cita o cineasta Ingmar Bergman: “Somos mortos insepultos, apodrecendo debaixo de um céu cruento e vazio”.
Se fizéssemos um retrato agora, de todos os vivos, teríamos também um obituário: daqui a 100 anos estaremos todos mortos. Olhamos pela janela e todos os que vimos no seu esforço quotidiano, carregando-se para a paragem do autocarro, sintonizando a rádio preferida ao sentar-se no carro, puxando assunto na padaria ou desferindo o seu ódio e o seu medo em pequenas brutalidades serão finados (palavra de tanto simbolismo), em menor ou maior prazo. Assim como finado será aquele que espia a única paisagem que não muda numa vida humana, a de que, para o indivíduo, o futuro está morto.
A verdade, que talvez nem todos percebam, é que se morre aos poucos. Não apenas pela frase clássica de que começamos a morrer ao nascer. De que cada dia seguinte arrasta o cadáver do dia anterior. De que cada amanhã é um dia a mais – mas porque é um dia a menos. Ao entrevistar os que envelheceram, descubro-os surpreendidos pelo drama menos nítido, aquele se infiltra lentamente nos interstícios dos dias: o de que o mundo da gente morre antes da gente.
Esse é o susto de quem alcançou a promessa da nossa época, a de uma vida longa. A de morrer só, mesmo quando cercado por filhos e netos. Só, porque aqueles que sabiam dele, aqueles que compartilharam o mesmo tempo, morreram antes. Aqueles que conheceram o menino, o levaram embora ao partir. Os que o viram jovem carregaram a sua juventude em lembranças que desapareceram porque já não há quem delas possa lembrar. Só, porque um certo modo de estar no mundo acabou antes. A solidão de estar vivo numa vida que já morreu.
Pouco antes de lançar O ano do pensamento mágico, Joan Didion perdeu a única filha. Depois do marido, a filha. Era a dor não nomeável da inversão da lógica, a de sepultar aquela que deveria sepultá-la. Mas era algo ainda além, o de se tornar a mulher que restou. O seu livro seguinte, Noites Azuis, fala dessa condição, a de ter sobrado viva ao envelhecer. A de se descobrir só e frágil, atenta aos degraus para não cair. Para mim, é um livro melhor do que o primeiro, mas diz algo ainda mais duro do que a perda do companheiro de uma vida. Talvez tenha feito menos sucesso por falar dessa dor insuportável, em que viver mais do que os seus afetos é ter de viver a morte que ultrapassa a morte.
Pensava que essa era uma condição restrita à velhice. A surpresa final de que o melhor cenário, o de viver mais, era também o de perder mais. Mas descobri que esse morrer começa muito antes. E de forma ainda mais insidiosa. Estes meses de 2014 têm-nos mostrado isso com uma força talvez maior. É uma coincidência, claro, não uma confluência escrita nas estrelas ou em qualquer profecia. O mundo da gente, em especial das gentes com mais de 40 anos, porque é nessa altura que sentimos que já temos um passado e o futuro é uma segunda metade incerta, tem morrido muito. E rápido, às vezes um sobressalto por dia, às vezes dois.
Cada um tem o seu susto. Acho que o meu foi com Nico Nicolaiewsky, que levava junto com ele momentos em que fui completamente feliz – e são tão raras as vezes em que somos completamente felizes – assistindo a Tangos &Tragédias no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Morreu 5 dias depois de Eduardo Coutinho e Philip Seymour Hoffman, 2 gigantes. Cada um com a sua tragédia, abriram um buraco na paisagem do mundo. Depois, José Wilker um dia não acordou. E não haveria Vadinho para me assombrar.
Não parou mais. De repente o mundo já não tinha mais Gabriel García Márquez, Jair Rodrigues, Alan Resnais, Paco de Lucia, Shirley Temple, Luciano do Valle, Nadine Gordimer, Paulo Goulart, Bellini, James Garner, Rose Marie Muraro, Max Nunes, Plinio de Arruda Sampaio, Lauren Bacall. No espaço de 6 dias de julho, Rubem Alves, João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna desapareceram. Rubem Alves, que desfazia anos nos aniversários e dizia que “a hora para comer morangos é sempre agora”. De repente o mundo já não tinha Vange Leonel. Como é possível? Eu -tinha a lido no Twitter um instante atrás. E Nicolau Sevcenko se foi horas depois de Eduardo Campos.
Nenhuma dessas pessoas convivia comigo, eu não frequentava a casa de nenhuma. A maioria delas nunca sequer vi. De facto, o que delas vive em mim, independe da sua existência física. Algumas são apenas flashes de um quotidiano em que por décadas elas apareceram, seja em novelas, na narrativa de um jogo de futebol, num debate político. Outras constituem-me. Os seus livros e músicas não têm idade, nos filmes ainda são jovens e belas. Concretamente, deveria fazer tão pouca diferença estarem ou não aqui, na miudeza dos dias, numa rotina que de qualquer modo não faria parte da minha, quanto Sófocles, que morreu há mais de 2.400 anos, ou Shakespeare ou Beethoven ou Picasso. Ou Machado de Assis. Ou mesmo Garrincha. Estes, que conseguiram transcender a sua vida ao proporcionar transcendência pela grandeza da sua obra, para as sucessivas gerações, ao infinito, são imortais. É um facto, toda a gente sabe, mas descubro que não é bem assim.
Qual é a diferença de Gabriel García Márquez estar vivo ou morto, se a chance de eu tomar um café com ele era remota e sempre vou ter meu O amor nos tempos do cólera na estante, para que ele possa reviver em mim? O que percebo é que há uma diferença. Há algo de melancólico, desestabilizador, em testemunhar o momento exato em que um imortal morre.
Suspeito que, naquele momento-limite em que a vida se extingue, a permanência da obra faça pouca diferença. Talvez o imortal que morre trocasse toda a sua imortalidade por dividir uma última vez uma garrafa de vinho com o melhor amigo ou por mais uma noite de amor lambuzado com a mulher que ama ou apenas para ler o jornal na mesa da cozinha no pequeno-amoço. Talvez o imortal fique mortal demais nessa hora, fique parecido demais com todos os outros. Como disse Woody Allen: “Não quero atingir a imortalidade através de minha obra. Quero atingi-la não morrendo”. E desde então temo confrontar-me com o seu obituário numa manchete na internet.
De certo modo, é assim que o mundo da gente começa a morrer antes da gente. Não apenas pela perda dos nossos afetos de perto, mas também pelo filme que Philip Seymour Hoffman não fará ou pelo livro que Ariano Suassuna não escreverá enquanto dividimos com ele o mesmo tempo histórico. Ou simplesmente por nenhum deles poder dizer mais nada de comezinho ou mesmo fazer alguma besteira, qualquer coisa de humano. Deles ficaremos só com o que foi grande, mesmo a bobagem terá de ser relevante para merecer permanecer na biografia. Ao mesmo tempo em que a morte os devolve de imediato à condição humana, tira-os para sempre dela. E logo o boteco de João Ubaldo já não terá cheiro.
A primeira vez que senti a infiltração de algo irreversível no meu mundo foi a morte de Marlon Brando, 10 anos atrás. A morte ainda não me bafejava como hoje, mas passei alguns dias prostrada por alguém que para mim já tinha nascido imortal. Percebi então que fazia diferença lembrar dele berrando “Steeeeeeeela” em Um elétrico chamado desejo e, ao mesmo tempo, poder mencionar qualquer coisa boba como: “Nossa, como ele está gordo agora”. De repente, ele não podia mais engordar nem espantar-nos com a sua existência descuidada. Só restaria grandioso. E, portanto, fora da vida. (Da nossa vida.)
Marlon Brando, como García Márquez, como Ariano Suassuna, como tantos agora, não se sabiam -meus, mas eram. Ao deixarem me, morro um pouco. Uma versão de nós morre sempre que morre alguém que amamos e que nos ama, porque essa pessoa leva com ela o seu olhar sobre nós, que é único. Uma parte de nós também morre quando não podemos mais compartilhar a mesma época com quem fez do nosso mundo o que ele é. E agora, fico esperando a cada momento uma nova notícia, porque sei que elas não mais deixarão de chegar.
Tive uma reação estranha ao saber da morte de Robin Williams. Quantos anos tinha?, perguntei primeiro. 63. E senti-me apunhalada com a resposta. Muito cedo, muito cedo. De que morreu? Parece que foi suicídio. E senti-me de imediato aliviada. Pode parecer surpreendente, mas o meu alívio deu-se porque de alguma maneira era uma escolha. Não era coração, não era cancro, não era AVC, não era avião. Por mais terrível que seja o ato de interromper a vida, ele pressupõe, em alguma medida, uma potência e um controlo.
Pode-se argumentar que uma depressão ou um desespero impede a escolha, mas acho que essa não é toda a verdade. As nossas escolhas nunca são consumadas em condições ideais nem o nosso arbítrio é totalmente livre. Só conseguimos fazer escolhas determinadas pelas circunstâncias do que vivemos e do que somos naquele momento. Por mais que nos surpreenda a escuridão do homem que nos deu tanta alegria, de algum modo ele elegeu a hora de morrer. O que para muitos foi razão para aumentar a dor pela sua morte, porque ela poderia ter sido evitada, para mim foi alívio por ele não ter a sua vida interrompida à revelia. De algum modo, me soaria mais insuportável se Robin Williams tivesse morrido tão cedo por um infarto ou um acidente.
Acredito mais na interpretação do jornalista americano Lee Siegel, quando ele diz que “talvez tenha sido a empatia que o matou – e não o seu desespero com o diagnóstico recente de Parkinson”. A capacidade de Robin Williams para vestir a pele do outro, de todos os outros, levada por ele a patamares quase insuperáveis. “A sua necessidade passional de se transformar em todos que ele encontrava, qualquer que fosse a sua origem étnica ou social – como se com isso pudesse vencer a sua solitária e irreversível finitude humana.” Há algum tempo o lento morrer do seu mundo assombrava-o, segundo os mais próximos Robin parecia incapaz de superar o desaparecimento do amigo e do homem que o inspirou, o comediante Jonathan Winters, que se foi em abril.
Os seus fãs, as pessoas cuja vida a sua vida tornou melhor, deixaram flores nos lugares em que viveram os seus personagens. Um banco de praça em que gravou cenas de O Génio Indomável, com Matt Damon. A casa em que foi Ms. Doubtfire, a babá. Era ali que ele morria para nunca morrer. Era ali que ele jamais deixaria de estar. Não há lugar para a morte. Como haveria lugar para a morte? Mas é preciso dar um lugar à morte para que a vida possa continuar. É para isso que criamos os nossos cemitérios dentro ou fora de nós. Em geral, mais dentro do que fora. A vida é também carregar os mortos no último lugar em que podem viver, nas nossas memórias. E aos poucos nos tornamos um cemitério cada vez mais habitado por aqueles que só vivem em nós.
A morte de Robin Williams, Gabriel García Márquez, Ariano Suassuna e de tantos levou um pouco de mim. A minha morte levará um pouco deles e de tantos, como a lembrança das lágrimas que chorei ao ver O clube dos poetas mortos ou a imagem de Aureliano Buendía que só eu tinha ou a minha pedra do reino. Morro um pouco com cada um deles porque vivi um pouco com cada um deles.
É essa a morte silenciosa que vai se alastrando pelos dias. Conto os meus imortais ainda vivos, os de longe e os de perto. Digo os seus nomes, como se os invocando. Peço que não se apressem, que não me deixem só, que não me deixem sem saber de mim. O acaso, a vida que muda num instante, assusta-me tanto quanto este meu mundo que morre devagar. É essa a brisa quase impercetível que adivinho soprando nos meus ossos. Muitas vezes finjo que não a escuto. Mas ela continua ali, intermitente, sussurrando para eu não esquecer de viver.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes - o Avesso da LendaA Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos e do romance Uma Duas.

Ecos da blogosfera - 27 ago.

Efemérides do dia

27 de agosto: 2010 – Nasce o blogue Contra-facção.
Dia da Independência da Moldávia (da URSS em 1991)
Brasão de Armas da Moldávia
Eventos históricos
1810 - Explodem as munições da vila de Almeida, em Portugal, destruindo a igreja matriz, o castelo medieval (onde estava o paiol) e parte das defesas da vila, matando mais de 500 soldados luso-britânicos e permitindo assim a invasão francesa no país.
1859 - O primeiro poço de petróleo é perfurado nos Estados Unidos.
1883 - Explosão de vulcão destrói a ilha de Krakatoa, na Indonésia, com um saldo de 36.000 mortos.
1945 - Entrada do exército americano no Japão depois que o imperador Hirohito anunciou a rendição do país.
1955 - Lançado o Livro Guinness dos Recordes, inicialmente como brinde aos consumidores da cerveja Guinness.
1991 - A Moldávia declarou sua independência da URSS.
2003 - O planeta Marte atinge a menor distância da Terra em quase 60.000 anos: aproximadamente 55.768.006 quilómetros.
Nasceram neste dia…
551 a.C. - Confúcio, mestre, filósofo e teórico político chinês (m. 479 a.C.).
1770 - Georg Wilhelm Friedrich Hegel, filósofo alemão (m. 1831).
1874 - Carl Bosch, químico alemão, Prémio Nobel de Química (m. 1940).
1941 - Cesária Évora, cantora cabo-verdiana (m. 2011).
Morreram neste dia…
1576 - Ticiano, pintor italiano (n. 1490).
1965 - Le Corbusier, arquiteto francês (n. 1887).
1999 - Dom Hélder Câmara, bispo e escritor brasileiro (n. 1909).

Contramaré… 27 ago.

A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprecia, em reunião de executivo, uma proposta que visa apoiar 19 organizações de solidariedade e saúde, no valor de 14.800 euros. Os apoios destinam-se a várias iniciativas, desde obras a apoio na realização de eventos e aquisição de equipamentos.
A proposta valoriza estas entidades enquanto “importantes pólos de desenvolvimento humano e social, contribuindo direta e indiretamente para a melhorar a qualidade de vida de inúmeras famílias através de regulares e diversificados projetos”.
30.000 animais abandonados em 2013 e número duplicou desde 2008

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Mordomias que os mordomos pagam e a que não têm direito…

Os plenários extraordinários na Assembleia da República, pedidos pela maioria para fazer aprovar - ainda no período de férias parlamentares - os cortes salariais na função pública e o Orçamento Rectificativo, vão custar aos cofres do parlamento quase 100.000 euros.
De acordo com a Secretaria-geral da Assembleia, o custo de "uma reunião plenária extraordinária orça os 45.000 euros", um montante que "resulta essencialmente dos encargos com despesas de deslocação" dos deputados. No caso de se realizar mais de um plenário extraordinário na mesma semana - o que vai acontecer na primeira semana de Setembro - o custo dilui-se pelos 2 plenários, dado o facto de as "despesas de transporte se diluírem pelo número de reuniões realizadas". Nas sessões que vão realizar-se no início de Setembro, 2 estão marcadas logo para a 1.ª semana, enquanto a 3.ª terá lugar na semana seguinte. O que significa um custo de, pelo menos, 90.000 euros. E a este valor vão acrescer as despesas decorrentes das reuniões de comissão, que terão necessariamente de ocorrer no âmbito dos trabalhos do Orçamento Rectificativo.
De acordo com o Estatuto Remuneratório dos Deputados, os parlamentares que residem fora de Lisboa e dos concelhos limítrofes da capital têm direito a um montante de "69,19 euros/dia, a título de ajuda de custo em cada dia de presença em trabalhos parlamentares". Já para os residentes no distrito de Lisboa, o valor é de 23,05 euros. Este último montante abrange 47 deputados, o número de eleitos pelo círculo da capital - o que dá um total de 1.083 euros. Os eleitos pelos restantes círculos são 183 - o que perfaz um total, por sessão plenária, de 12.661 euros.
A este montante, pago a título de ajudas de custo, juntam-se as despesas de deslocação - 0,36 cêntimos por quilómetro percorrido na deslocação da residência para a Assembleia da República. No caso dos deputados residentes nas regiões autónomas, o parlamento paga o "montante de uma viagem de avião de ida e volta em classe económica". Segundo a secretaria-geral da AR, o "orçamento da Assembleia da República não dispõe de verbas específicas para despesas extraordinárias com os trabalhos parlamentares", pelo que estas despesas estão integradas no "orçamento de funcionamento" do parlamento.
As sessões plenárias extraordinárias foram requeridas e aprovadas pelo PSD e pelo CDS.
A 1.ª será a 2 de Setembro para fazer aprovar os cortes salariais na função pública, a 4 de Setembro, será a vez de o Orçamento Rectificativo ser aprovado em plenário e a 11 de Setembro, para a votação final do Rectificativo.
Já todos sabemos que a democracia custa dinheiro e que esse dinheiro vem dos contribuintes que pagam impostos, para que o trabalho dos seus representantes sejam isentos nas decisões que tomam em seu nome…
Vem isto a propósito dos plenários extraordinários na AR (no período de férias parlamentares), pedidos e aprovados pela maioria, para aprovarem cortes salariais na Função Pública e o Orçamento Retificativo, que vão custar, não aos cofres do parlamento, mas aos contribuintes, quase 100.000 euros.
Contas feitas, esse montante resulta das despesas de deslocação dos deputados, mais das ajudas de custo por cada dia de presença, mais das despesas decorrentes das reuniões de comissão do Orçamento.
Por curiosidade e para informação, cada deputado recebe para despesas de deslocação, 36 cêntimos por quilómetro, da sua residência até à AR e os residentes nas regiões autónomas, recebem o montante de uma viagem de avião de ida e volta em classe económica.
Já quanto às ajudas de custo, os residentes no distrito de Lisboa, recebem 23,05 euros/dia e os de fora de Lisboa recebem 69,19 euros/dia, pelo trabalho parlamentar extraordinário, e mais algum os que pertencem às Comissões.
Como haverá 3 sessões em 2 semanas, tudo junto rondará os tais 100.000 euros.Mas se os contribuintes têm que pagar a máquina da “democracia”, no caso até cheira a abuso pouco democrático, porque “ou comem todos ou não há moralidade”…
Quais são os trabalhadores, do público ou do privado, que recebem subsídios de deslocação para chegarem aos seus locais de trabalho?
Quais são os trabalhadores, do público ou do privado, que recebem ajudas de custo para além do seu ordenado?
Quais são os trabalhadores, do público ou do privado, que recebem subsídios por pertencerem a determinados órgãos complementares e específicos?
Já não vou falar que foram estes mesmos deputados, que beneficiam destas mordomias, que cortaram todas as mordomias aos trabalhadores contribuintes, que lhes aumentaram as horas de trabalho pelo mesmo ordenado e lhes vão cortar nos salários…
Os nossos representantes já nem pressentem que estão a abusar da imoralidade, que tinham a obrigação de banir!
Os contribuintes é que não podem deixar de ganir, com estas “excentricidades” de quem devia servir a nação e se serve dela “à tripa forra”, como se fossem os DDT…
Afinal havia outro(s)…